Crônicas Di Angelo escrita por log dot com


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ok, esse eu escrevi bem rápido. Bem, aproveitem o Ferdinando porque ele não fica por muito tempo na história. Bem, espero que gostem!! :))



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O sol estava quase se pondo quando eles finalmente encontraram um local seguro para dormir. É, eles tiveram que andar um pouco, mas com um sátiro como Ferdinando, Nico e Mattew mal perceberam que tinham atravessado o país. Talvez pareça impossível, mas sim. Em alguns dias, embora que para os semideuses tenha parecido apenas uma tarde, eles estavam quase em Long Island, perto de Nova York. Quase.

No caminho, eles só tinham parado para comer e beber. Mas não para dormir. Tinham encontrado alguns monstros, mas Ferdinando tinha cuidado deles. No tempo livre, o sátiro contava suas várias e incríveis aventuras, desde quando ele era um bebêzinho, até quando ele conseguiu sua licença de buscador do deus perdido da natureza selvagem, Pã.

Nico também descobriuque Mattew tinha sido salvo, quando criança, por Ferdinando. Aliás, fora o sátiro quem introduzira o jovem semideus ao mundo dos deuses gregos. Nico estava gostando do sátiro. Ele era uma pessoa alto-astral, divertida, engraçada, que tinha um espírito aventureiro. Era um pessoa viva, por assim dizer.

Então, pararam. Estavam numa rua quente, e já era quase noite. Não havia mais nenhum lugar disponível, há não ser um casebre no meio da rua, cheio de estátuas enfeitando sua frente. EMPÓRIOS DE ANÕES DE JARDIM DA TIA EME. Sim, era assim que o lugar se chamava.

Ferdinando fungou com o nariz.

_Sinto cheiro de monstro.

O sátiro olhou ao redor, procurando possíveis sinais de monstros. Mas não havia nada. Apenas eles, a estrada e a casa ao lado.

_Você não acha que seria melhor entrar? – Opinou Mattew, olhando para o Empório de Anões de Jardim. Ferdinando fungou, dando de ombros.

_Qualquer lugar seria melhor do que ficar na frente de monstro. Não sei, mas sinto que esse cheiro não é igual ao dos outros, como um ciclope ou uma empousa. É algo mais antigo, mas perverso, mas cruel... Argh, o que eu estou falando? Vocês são apenas crianças. Vamos, vamos, alguém toque a campainha.

Nico se adiantou, apertando o botão que estava fixado ao lado do portão. Segundos depois, a porta da casa se abriu, e dela saiu uma senhora com um rosto bondoso e gentil, que vinha sorrindo para o trio. Um véu preto cobria seu rosto, de modo que Nico só sabia quando ela sorria quando suas bochechas faziam o volume do pano aumentar.

_Visitas! Ah, como eu adoro visitas. Vamos, vamos, entrem. Vocês devem estar com fome, não é mesmo? Venham que eu tneho hambúrgueres para todos! – A senhora abriu o portal, conduzindo-os para o interior do Empório. Imediatamente Nico foi atingido por um aroma doce e encantador. Cheiro de comida.

Mattew também parecia encantado, entrando cada vez mais depressa pelos aposentos da casa. O único que parecia descontente era Ferdinando, que tamborilava os dedos na parede e murmurava sem parar:

_Monstros, monstros... Sinto cheiro de monstro!

Enquanto isso, a senhora de aparência bondosa conversava com Nico e Mattew, sorrindo o tempo todo.

_Oh, onde estão meus modos? Meu nome é Emeliana, mas me chamem apenas de Tia Eme. E você, qual é seu nome? – Perguntou ela, apontando para Mattew.

_M-Mattew. – Sussurrou ele, o estômago roncando dentro dele. Eme pareceu notar isso, pois disse rapidamente:

_Acomodem-se em qualquer lugar da casa, enquanto eu busco comida. Ãh, eu recomendaria minha coleção de estátuas, que são tão reais quanto uma pessoa poderia ser. Vamos lá, crianças. E você também, Ferdinando. Todos vocês.

Na hora, Nico nem pareceu notar que Eme sabia o nome do sátiro, Ferdinando. Só dias depois que o filho de Hades foi perceber o quanto foi burro em confiar tão cegamente naquela mulher.

O trio se direcionou ao Jardim de Estátuas, que era, aliás, quase a casa inteira. Lá estavam réplicas perfeitas de como um ser humano devia ser. O busto, o rosto, os detalhes em si... Era a perfeição que teria deixado qualquer Michelagelo de queixo caído.

_Ah, Nico... O que você me diz disso? – Cochichou Mattew no ouvido do garoto, arqueando levemente as sobrancelhas. Nico deu de ombros.

_Sei lá... Acho que podemos confiar nela. Afinal, é isso que você quis perguntar, não é mesmo? Se podemos confiar nessa tal de Eme...

Mattew olhou desconfiado ao redor.

_Eu não sei muito bem... Essas estátuas, esse nome... Não sei, me parece tão... Estranho. Sei lá, acho que já ouvi essa história antes. Você não?

Nico assentiu, embora fosse mentira. Ele nunca tinha tido qualquer contato com a Mitologia Grega antes de Mattew. Antes de tudo aquilo acontecer.

Ferdinando vociferava por aí, andando para lá e para cá, como se estivesse refletindo sobre a mesma coisa que Mattew. Sobre se deviam confiar na Tia Eme.

Mas Eme interrompeu seus pensamentos ao entrar no recinto, carregando uma bandeja cheia de hambúrgueres e refrigerantes.

_Bom meus queridos... Aqui está! Venham, comam todos. – Mattew imediatamente pareceu esquecer suas dúvidas quando sentiu o aroma do lanche. Nico também estava um pouco hipnotizado, um pouco sonolento, um pouco estranho. O único que não parecia ter sido atingido pelo efeito era Ferdinando, que ainda observava as estátuas e murmurava para si mesmo.

Tia Eme parecia apreensiva, constantemente olhando para Ferdinando e dando um sorrisinho amarelo.

_Venha, seu bobo. Venha comer também. – Ferdinando olhou para Eme e franziu o cenho. Coisas estranhas estavam acontecendo. Mas Mattew e Nico não notaram. Apenas continuaram a devorar seus hambúrgueres.

Então finalmente a comida acabou, e os dois semideuses se encostaram na cadeira, cansados. Nunca tinham comido tanto em suas vidas.

Eme colocou suas mãos nodosas nos ombros dos garotos, sorrindo.

_O que vocês acham de tirarmos uma fotografia? Sabe, para nos lembrarmos do quanto esse dia foi gostoso e legal... Eu nunca quero esquecer um rosto tão bonito quanto o seu, Mattew. Nem uma carinha tão engraçadinha quanto a sua, Nico.

Os dois a acompanharam para onde ela estava os guiando, meio sonolentos. Nico sentia seu corpo pesar, e uma sensação de que faria tudo o que aquela bondosa senhora mandasse invadiu o seu corpo.

_Aqui, crianças. Venham, venham, se acomodem. – Disse Eme, indicando um lugar entre duas estátuas que tinham expressões horrorizadas. Nico estava quase dormindo naquele momento. A voz da Tia Eme era tão adocicada e serena...

Eme voltou com uma enorme câmera fotográfica, daquelas bem antigas, e trouxe para frente deles.

_Bem, vamos lá. Esperem um pouco, crianças, pois eu tenho que retirar o véu para conseguir bater a foto. Só um pouquinho e já vai. – Imediatamente, as mãos de Eme foram para o véu, o qual ela começou a retirar lentamente da cabeça. Então algo se instalou no âmago de Nico. Um medo profundo e antigo, que o remoeu até o fundo.

_CUIDADO! – Antes que Tia Eme conseguisse tirar o véu, Ferdinando apareceu, voando para cima da mulher. Os dois caíram e começaram a rolar no chão, o sátiro batendo no rosto da mulher.

_MALDITA SEJA VOCÊ, SUA PERVERSA BRUXA DEMONÍACA! QUE SUA ALMA PODRE QUEIME NAS PROFUNDEZAS DO TÁRTARO. – Gritou Ferdinando, batendo com sua bengala no rosto coberto pelo véu de Eme.

Então ao seu lado Mattew estremeceu.

_Lógico. Como não pude perceber antes? EME é igual a M. M é igual a Medusa, a Górgona. Oh meus deuses! FERDINANDO, TENHA CUIDADO! – Gritou Mattew, os olhos esbugalhados.

Enquanto isso, Tia Eme (ou seria melhor chamá-la de Medusa?) se levantou e tirou o véu. Ferdinando olhou para os semideuses, que estavam parados no lugar.

_O que estão esperando, seus tolos? Corram, corram, salvem suas vidas.

_Mas, Ferdinando...

_Sem discussão, Nico. Eu sou um velho e morimbundo sátiro. Já vivi minha vida. Agora vocês vão viver as suas. Vão, vão, desapareçam.

Mattew continuou parado no lugar, mas Nico não estava a fim de esperar que a Medusa se lembrasse da presença dos garotos.

_Venha Mattew. Vamos. – Disse Nico, puxando o braço do garoto. Mattew encarava Ferdinando fixamente, seus olhos molhados com as lágrimas.

_Eu nunca te esquecerei, Ferdinando. Para mim, você sempre será o melhor sátiro que existiu na face da Terra, ou no Olimpo, ou no universo.

Ferdinando assentiu com a cabeça, tentando evitar chorar. Nico não entendia exatamente. Por que parecia que Mattew se despedia? Afinal de contas, o sátiro tinha chances de sobreviver, não é mesmo? Mas no fundo, Nico sabia a resposta. Ferdinando estava condenado.

_Adeus, Mattew. Que os deuses zelem por você. Agora fujam!

Mattew e Nico correram sem parar, passando por uma infinidade de corredores. Mas quando chegaram ao portal, Nico não resistiu e olhou para atrás. Lentamente, Ferdinando se transformava em pedra, enquanto a Medusa o encarava fixamente, as cobras na sua cabeça sibilando ameaças de terror.

Uma lágrima escapou de Nico. Ferdinando não merecia aquilo. Ferdinando não merecia morrer.

Mattew o puxou, abrindo o portal.

_Venha logo, Nico, antes que a Medusa se lembre de nós e o sacrifício de Ferdinando tenha sido em vão.

Nico assentiu lentamente, e juntos, a dupla de semideuses saiu do EMPÓRIO DE ANÕES DE JARDIM DA TIA EME, ambos cabisbaixos, chorando silenciosamente, enquanto um pouco mais atrás deles um sátiro perdia a vida, um sátiro se sacrificava, lenta e dolorosamente se transformando em pedra.


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Notas finais do capítulo

Ok, estava um pouco dramático. Ferdinando, por que você???? Mas oook. No próximo capítulo teremos a narração da Bianca, que está quase excluída da história. Bem, espero que tenham gostado e que continuem acompanhando!!



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