Eros e Amanda Treze anos

Amanda passou pelo salão comunal como um furacão e atacou Eros Malfoy, a varinha em riste apontada pra ele.

_Você é um grande idiota Eros Malfoy!

_Eu idiota?- ele perguntou calmamente a olhando nos olhos. –Foi você quem entrou nos aposentos de um professor e roubou um trabalho!

_O ‘’meu’’ trabalho que você entregou com seu nome!- ela cuspiu e o empurrou.

_Você mereceu, eu te ajude a fazer essa porcaria de trabalho, e você quis o que? Ficar jogando quadribol como um garotinho!

_Ajudou? Você dormiu como um porco enquanto eu fiquei a noite em claro fazendo essa porcaria.

_Eu te pedi para não jogar quadribol com o Idiota Zabini! - ele disse muito vermelho - Eu avisei que você se arrependeria.

_Claro, que me arrependi! Passe o dia limpando o banheiro e tiraram cocô de coruja no corujal!

_Uma detenção até leve por sinal! Deve ser por isso que fede a coruja com dor de barriga!- ele disse num tom arrastado e irritante.

Aquele sorriso de lado. Maldoso. Que só ele tinha. Amanda bufou. Queria socar ele. Enfeitiçá-lo, fazer com que ele passasse a noite cuspindo lesmas. Queria bater tanto nele, que ele passaria a noite na enfermaria para remendar seus ossos. Mas ela simplesmente saiu. Não ficaria em detenção de novo. E Eros era ordinário o suficiente para rir caso isso acontecesse.

Eros a viu saindo cabisbaixa, num relance ela o olhou, e ele notou lágrimas nos olhos dela. Sentiu uma punção em seu peito. Odiava vê-la chorar. Podia fazer mil maldades com ela, ria, zombava, mas ela não podia chorar.

Amanda deixou o salão correndo e quando subiu o primeiro lance de escadas, trombou em Zabini.

_Ei, aonde vai com tanta pressa? – perguntou o sonserino, que tinha a pele escura e adoráveis olhos verdes.

_Me deixa Ian Zabini, estou fedendo a cocô de coruja, não importa quanto tempo eu fique no chuveiro. Vou ficar assim por um bom tempo. - ela disse mau humorada e tentou passar pelo amigo.

_Ei, você não está assim! – ele disse se aproximando o suficiente para cheirar os cabelos ainda umedecidos do banho.

_Para com isso Zabini! – ela pediu sem vontade.

_Você é linda Potter! E eu queria muito ser seu namorado!

Amanda prendeu a respiração. Não esperava aquilo. E se assustou quando sentiu os lábios fortes de Zabini sobre os delas. Eram fortes firmes, não doces e suaves como os de Eros. Era melhor não pensar nele. Seu corpo tremeu e ela se abraçou a Zabini instintivamente. Estava frustrada, magoada.

Eros saiu do grande salão comunal, iria falar com Amanda. Amava irritá-la chateá-la, mas fazê-la chorar fazia ele próprio querer chorar. Ao chegar aos pés da escadaria não pode crer no que seus olhos viam. Amanda estava beijando Ian Zabini, seus braços ao redor dele, o dedo dele entre seus cabelos ruivos.

Sentiu se peito doer como se levasse um corte grande, como se algo perfurasse seu coração.

Amanda também sentiu aquela dor e se afastou. Ficou alguns segundos olhando para Zabini sem entender.

_Você está bem?- ele perguntou preocupado.

_Não. - ela levou instintivamente a mão no coração. E olhou para baixo.

Eros estava lá, parado a olhando, a mão direita sobre o peito, como se também tivesse sentido aquela dor.

_Eros!- ela balbuciou, mas ele saiu andando, e no segundo seguinte estava correndo.

Amanda em seu encalço chamando seu nome. Mas ele não queria ouvi, entrou no quarto que dividia com mais três amigos, e Amanda o seguiu, entrando antes que ele batesse a porta.

_Some da minha frente! Eu não quero te ver! - Ele ofegou sem olhá-la. - some!- gritou.

_Não é o que pensou Eros, eu apenas, estava lá e ele e beijou!- ela tentou explicar tremula.

Eros esfregava as têmporas como se sentisse dor de cabeça.

_Sai daqui!- ele murmurou.

_Eros, eu e o Zabini não temos nada...

_Ele beijou você!- ele berrou enfim a olhando e ela se afastou assustada com o brilho nos olhos dele. - E você permitiu!

_Começou logo que você chegou eu ia afastá-lo Eros, juro!

_Sai da minha frente!- ele gritou a plenos pulmões, e puxou os lençóis de sua cama jogando os longe, num estado de fúria.

Amanda se afastou amedrontada. E deixou que ele colocasse abaixo o quarto inteiro usando as próprias mãos.

_Eros! Você esta bem! – ela perguntou quando enfim, ele parou, cansado.

_Eu te odeio Amanda Potter! Desprezo-te! Você não é nada pra mim! Nada!- nada! – ele gritou- Eu quero que suma da minha vida! Não quero saber que você existiu! Não quero te ver nunca mais! Nunca!

Amanda abriu aboca, tentando fala algo, mas não conseguiu. Seus olhos marejando. Saiu do quarto sem dizer nada.

***

Quatro dias depois Eros cruzou os corredores para a aula de poções, com passos lentos, não queria ver ninguém. Mas o berrador que recebera da direção aquela manhã, ameaçando contar a seus pais que ele não assistia às aulas, o fez sair. Espera muito não encontrar Amanda ou Zabini.

Isis Malfoy foi a primeira a cruzar seu caminho.

_Oi irmão!

_Olá Isis!Se for falar sobre a Potter esquece. Sabe aonde ela vai se sentar na classe? Quero me sentar o mais longe possível.

_Na verdade tem quatro dias que ela não assiste às aulas!

Ele sorriu com deboche.

_Ótimo! Eu também, não queria vê-la.

_Tem quatro dias que ela não sai do quarto.

_Ninguém é obrigado a ver a cara dela. - ele disse de mau humor, e se sentou na sala- E eu disse que não queria saber. Ou você não entendeu isso?

_É você quem não entende. A Amanda está ha quatro dias deitada naquela cama. Não saiu do quarto pra nada!

_Isso é problema dela! – ele disse frio.

_Eros, a Amanda está doente. Ela não se alimenta ha quatro dias, e não quer me deixar chamar ninguém!

_Doente? Irmãzinha se isso for uma armação eu...

_Olhe nos meus olhos Eros. Eu não ia brincar com isso. Se ela morrer eu vou te culpar para sempre. - Isis disse saindo e se sentando longe dele.

_Não pode ser tão ruim assim!

A aula começou e ele viu a irmã, balançando os ombros e o olhou, seus lábios se remexendo:

_Culpa sua!

Eros se levantou, sem se importar que Finnigan tivesse começado a aula e saiu.

Percorreu as escadas com passos largos, correndo, e entrou no dormitório feminino da grifinoria. Agradeceu, pois seus pais lhe contaram que antes da guerra havia senhas e muitas dificuldades para acessar os dormitórios de outras casas. Sabia qual era o quarto. Emanuelle Lovegood estava lá na porta.

_Eu não poderia deixá-la sozinha!- ela balbuciou como se tivesse sido pega em flagrante. E ele soube da gravidade da situação.

Entrou no quarto, e pode notar os dosséis fechados, a renda dando um ar bonito no quarto. Os lençóis eram brancos, mas ela estava infinitamente mais branca que eles. Os soluços eram os únicos movimentos do corpo. E ela choramingou sem perceber a presença dele.

_Fala pra ele! Diz que eu não fiz por querer. Não gosto do Zabini. Juro. Faz ele acreditar.

_Ela está repetindo isso, desde começou a ter febre há dois dias.

-E porque diabos não chamaram alguém?

_Ela enfeitiçou todas nos que dormimos aqui. Não pudemos contar a ninguém!

_Diabos Amanda! – ele praguejou e subiu na cama, tocando a testa dela, notando o calor doentio.

_Eros! Você veio!- ela sorriu débil- Você me odeia! Eros você me odeia.

_Não Amanda! Eu não odeio você! Droga! Eu não te odeio!- ele a abraçou com carinho. Mas ela desfaleceu em seus braços.

_Amanda! Amanda!- ele gritou em vão. - Emanuelle chame alguém, conjure um feitiço! Faça alguma coisa. – ele chorou segurando-a. - Droga, ele suspirou tentando ser forte.

Num segundo se ajeitou e saiu carregando-a nos braços...

***

Explicar aos seus pais e aos pais de Amanda o que havia acontecido não foi uma tarefa fácil. Estava sentado no corredor, enquanto a direção e os pais estavam na enfermaria com ela. Não demorou muito sua mãe saiu e se sentou ao lado dele.

_Então mamãe Mione, vão levá-la ao Sant’ Mungus?

_Não. Não vai ser preciso. Apesar do estado dela, pudemos controlar com poções. Ela estava mal. Mas me diga Eros, porque você disse que a odiava?- Hermione perguntou doce.

_Ela... eu a vi beijando o Zabini. E doeu muito. - ele disse enfim.

_Porque não contou ao Harry. Ele está triste com você.

_Ele não vai gostar de saber que a filha dele anda beijando pelos corredores. E não quero que ninguém brigue com ela.

_Merlin, você não vão tomar jeito nunca mesmo! Harry está com ganas de te esfolar!

_Posso agüentar isso! Não vou dedurar a Amanda, nunca. Protegemos um ao outro.

_E você a odeia de verdade?

_Nunca!

***

Amanda estava ouvindo um belo sermão de seus pais, se sentia melhor. Mas seu pai estava definitivamente furioso. Principalmente com Eros.

_Olha Amanda, eu não quero que fique assim pelo Eros. Você quase se matou filha! Não importa o que ele disse, se ele te odeia.

_Ele tem motivos para me odiar.

_Por Merlin Amanda, se não me contar o que aconteceu, eu vou tirar satisfação com ele. Ele não pode ter feito isso com você.

_Você não vai brigar com o Eros!

_Vou sim.

_Pai, ele disse que me odiava, porque eu beijei o Zabini na boca, e ele viu. - Amanda contou corajosa.

_O Eros não contou isso!-Gina disse - Filha ele estava protegendo você!- Gina disse sonhadora - Ele não te odeia, ele ficou com ciúmes! Vamos Harry, esses dois precisam conversar. E já que Amanda está fora de perigo não temos tempo para briguinhas de adolescentes.

As despedidas foram breves e Eros viu todos partirem, e por último ficou seu pai, que tocou seu ombro e o puxou para um abraço.

_Da próxima vez, soque o infeliz, mas não faça sua amada sofrer!

Eros sorriu ao ouvir os conselhos do pai!

_Não vai acontecer mais uma vez. Ela é minha!

_Assim que se fala Malfoy!- Draco abraçou o filho e saiu.

***

Incerto ele entrou na enfermaria, ela estava dormindo. Saiu sem fazer barulho, triste, mas não a acordaria. Caminhou alguns passos no corredor e ouviu a porta da enfermaria se abrindo.

Amanda correu até ele, e ele abriu os braços. A aceitando. Se apertaram.

_Não me odeie. Não me odeie.

_Não odiarei. Mas fique comigo. Apenas comigo! Me machucou muito Amanda. Você não tem noção de como me machucou.

_Sim, eu tenho, porque me machucou também!

_Namora comigo Amanda? Seja a minha namorada!

_Já sou Eros, sempre fui!

Ela sorriu e seus lábios se uniram num beijo doce e inocente...

*****