Mais um dia como os outros, enfim saindo daquela escola chata onde passei os últimos 17 anos – que pra mim foram uma total perca de tempo –, já esperava por isso há muito tempo. Finalmente vou ver um lugar novo, pessoas novas, nada daquele lugar chato que era aquela escolinha barata que já enjoei há anos.

Agora muita coisa será diferente, amigos novos, professores novos – apesar de todos serem chatos e me fazerem dormir não importando o quão “interessante” é aquela aula – e, por fim, garotas novas que com certeza vão ser bem mais pegáveis e sem duvida menos espertas que as daquele colégio – apesar de eu ter conseguido garotas sensacionais lá. Eu sei que irei me dar bem, afinal, eu sempre me dou bem.

Aliás, meu nome é Davi Souza, sou de Curitiba e, como você já deve ter percebido, tenho 17 anos e já estou quase terminando o ensino médio e agora, bem no final, acabo mudando de escola no meu ultimo ano e na verdade, essa saída repentina foi minha culpa. Já estava cansado daquela escola, tinha que dar um jeito de sair de lá, entretanto, meus pais nunca quiseram me tirar de lá, sempre vinham com aquele papo: “você já está quase indo para a faculdade, não vai sair dessa escola agora”.

Meus pais sempre me irritavam com suas normas e sermões, me deixavam extremamente irritado, eu tinha que sair dali de qualquer jeito, por bem ou por mal, por que não simplesmente tentaram entender meu lado? Acho que o fato de serem meus pais já torna impossível pra eles me compreender, mesmo que eu esteja certo.

O pior foi que eu tive que sair lá do pior jeito, armei um plano infalível dessa vez e ,com ajuda de alguns amigos, planejei uma brincadeirinha inofensiva com o diretor, algo que mesmo inofensivo iria garantir minha saída rápida de lá, uma expulsão – o que eu nunca ganhei na minha vida, mas talvez fosse divertido experimentar dessa vez - e, além disso, meus pais nunca foram de ligar muito pra mim, não reclamaria tanto assim se soubessem disso depois, o que torna o plano quase infalível e além disso consegui mais dois amigos para me ajudar com ele: Bruno e Roberto – que não faziam ideia do real motivo que me fazia ter aquele plano, pois eu disse que seria apenas um trote com o diretor.

Primeiro, pedi para Roberto conseguir distrair o diretor, pois assim, eu e meu outro ajudante, Bruno – que eu diria não ser dos mais espertos que já conheci – entraríamos na sala do diretor e pegar a chave, que por conta de minha grande influência, consegui facilmente que me dissessem onde ela estava e daríamos um jeito de sumir com o carro dele por um dia e ainda conseguir coloca-lo em algum outro lugar onde ele não ache tão rápido.

Assim, no ultimo dia de aula normal, nós três esperamos até que todos os alunos fossem embora e colocamos e prática nosso plano. Tudo ocorreu como planejado: Roberto conseguiu distrair o diretor por um bom tempo, com uma crise de asma repentina – que eu diria ter sido a melhor atuação dele até hoje -, conseguimos a chave e fomos o mais rápido possível ao estacionamento do colégio.

Quando chegamos lá, achamos o carro do diretor, demos conta de sumir com ele, mas antes disso, Bruno teve a “brilhante” ideia de dar uma volta com aquele carro, até que, infelizmente o carro por ter rastreador – que nem tivemos conta de procurar – fez com que a policia, junto com o diretor, nos achassem, porém o diretor incrivelmente teve a boa vontade de não incomodar mais a policia com isso, assim nos deixaria livres, porém nós três acabamos sendo expulsos da escola, o que os pais deles, diferentes dos meus, ficaram extremamente irritados, a ponto de nunca mais deixar nos encontrarmos outra vez.

Meus pais, após minha expulsão não ficaram tão irritados comigo, em relação aos pais dos meus amigos – isso já mostra o quanto eles se “importam” comigo -, assim a única coisa que eles fizeram foi me colocar em outra escola, uma escola pública dessa vez – não que eu goste de escolas públicas, mas qualquer lugar é melhor que aquele lugar.

Então como aquele era um dos últimos dias de aula, eu acabaria começando minhas aulas a partir do inicio, ou seja, começar meu próximo ano letivo em outra escola, como eu havia planejado antes e estava correndo tudo perfeitamente.

Passou-se dois meses de férias e, logo depois, chegou o primeiro dia de aula. Eu estava realmente muito animado para isso, já imaginava vários modos de passar esse dia: conseguir vários amigos, conseguir fãs ou admiradoras. Tinha muito a fazer nesse dia e sem duvida não perderia um segundo dele.

No começo do meu primeiro dia, cheguei atrasado à escola e no caminho da minha sala esbarrei em uma garota ruiva, bem estranha, ela foi bem ignorante comigo – com quem ela pensa que estava falando? Então ao invés de ajuda-la fiquei rindo enquanto ela recolhia as suas coisas. Depois fiquei pensando se aquele tipo de garota era comum naquele lugar, torço pra que não seja, ou meu plano de conquistar garotas melhores iria por água abaixo no mesmo instante e espero não encontrar essa esquisita outra vez por aqui, não suporto pessoas assim.

Durante a aula percebi observei o que rolava na sala, grupos de alunos: a turma dos populares, os nerds, alguns excluídos sem importância como aquela ruiva esquisita e principalmente o grupo das mais gatas da sala – que por sinal foi a que eu mais me interessei. A partir dali pude ter uma noção melhor de tudo o que encontraria lá e com quem teria que vivenciar todos os dias.

No intervalo havia algumas mesas com grupos bem distintos, como um grupo daqueles estranhos exceto aquela garota, que estava sozinha e um me chamou bastante atenção, foi de alguns roqueiros conversando sobre bandas, instrumentos e coisas relacionadas a rock, aquele grupo era um dos mais populares da escola ou talvez o mais popular, muitas garotas rodeavam eles enquanto tocavam, aquilo era uma ótima ideia de começar minha popularidade, eu não poderia perder essa chance e, além disso, eu sempre amei guitarra e bandas de rock, já até compus algumas musicas antes, isso afirma que era perfeito para mim.

Naquele instante, me apresentei e disse tudo o que eu sabia sobre musica e me pediram para mostrar se eu realmente sabia algo sobre aquilo, então, peguei um violão emprestado, toquei as melhores musicas que eu sabia e algumas de minha autoria, nesse mesmo instante alguns alunos, inclusive garotas assistiram, a partir daí eu acabava de entrar no grupo. Assim, tive certeza que aquele meu ultimo ano de escola poderia render mais do que todos os outros até hoje.