Deleite anônimo, tragicamente sufocado pelo o luto do não ser;

Uma vez existente, despertando em mim uma alegria profunda, da tão esperada hora da sua chegada;

Mas quão de repente, o saco vazio de onde deveria estar me sufoca respiro;

Me lavando em lágrimas, a dor de não mais existir;

O que fizeste oh rebento de minha alma?

Aonde foi que se escondeu?

Tiraste de mim, a esperança de te embalar;

Arrancaste do meu intimo, a saudade amarga da sua partida silenciosa ou do seu simples não existir.

Fruto da minha carne fecundante, filho do meu sonho adormecido, sangue informal derramado, jorrado em meu leito.

Sinergia obscura, sufocante. Que arrancaste de mim a alegria de te ter. Curvo-me na dor do saber, que já não te verei mais, pulsante no belo embrulho do ventre de tua mãe. Guardado na espera de um dia, poder lhe carregar nos meus braços e te ninar;

Sofro com o silêncio de nunca ouvi teu choro, nem senti o perfume do teu talco;

Sofro por saber que não verei os seus passos, e nem ouvirei as suas primeiras palavras;

Feto adormecido, preguiçoso, ser embrionário, dissolvido pela a placenta jamais estará aqui.