Deitado em meu berço, me sinto sozinho.

Abro-me em um grande choro, a única forma que eu tinha e me expressar.

 Ao lado vejo um homem, por detrás das grades de madeira a me observar, me pega no colo e me afaga contra o seu corpo.

Seus braços fortes me segurava com firmeza, meu abrigo perfeito.

Meu choro se cessava, pois já não tinha mais medo, me sentia seguro, protegido, inabalável. Adormecia com a fragrância do seu perfume, e com acalento do seu cafuné.

Tempos depois este mesmo homem, segurando em meus braços me ajudava a dá os meus primeiros passos.

Minhas pequenas pernas bambas e sem equilíbrio se encorajava ao vê-lo ali em minha frente, de braços estendidos a me esperar.

Quando os monstros das minhas fantasias vinham me assombrar, ele sempre estava ali me oferecendo seu colo, e com sabedoria me ajudava a derrotá-los.

Era como um herói, que parecia ler os meus pensamentos e prevê cada queda minha.

O mundo lá fora se tornava pequeno, diante da grandeza do carisma deste homem.

Como um mestre procurava responder todas as minhas perguntas, por mais tolas que pareciam.

Quando eu fazia alguma traquinagem, ou o desobedecia, o castigo era certo.

Muito além de me ensinar a dá os primeiros passos, ele me ensinava a andar sozinho.

Fui crescendo e me tornando um jovem, e algumas vezes deixando de lado os conselhos deste homem.

Já me sentia maduro o suficiente para tomar minhas decisões.

E quando me perdia diante das minhas escolhas.

 Ali estava ele, me puxando pela a orelha e me trazendo de volta a estrada.

Agradeço a Deus por cada lição, por cada sermão, e por cada noite em claro que passaste ao lado de minha cama.

Por todas às vezes, que mesmo sem me entender esteve do meu lado.

Protegendo-me e ensinando-me a ser um homem bom. 

Obrigado pela a honra de te chamar de pai.