Deathbed escrita por Grani008


Capítulo 5
Wake up now!


Notas iniciais do capítulo

acho q me empolguei um poko... espero q gostem.



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Cap.5 -------------------- Nico Di Angelo

Sabe aquela sensação de cair infinitamente em um sonho, e acordar com suas pernas tremendo e suando frio? Foi assim, que eu me senti quando levantei com um susto aquela noite, suando frio.

Meu pescoço estava encharcado de suor, que molhava minha camisa, também encharcando-a. Meus cabelos estavam grudados e bagunçados. Minhas pernas não se moviam, e eu podia jurar que meu coração tinha parado de bater. Minha respiração, que eu tinha me acostumado a ser bem lenta e vagamente notada, agora me impressionava, forte e pesada.

Eu acordei, quando... Minha mente ficou em branco por um segundo, eu sonhara que minha irmã morrera naquela noite. Tinha alguém ao meu lado, sim, Leo. Supostamente eu teria algo com ele. Não era hora pra me preocupar com isso. O sonho acabou, quando eu iria ver minha irmã, durante todo o percurso até o hospital tentei me preparar para o que iria ver, mas não conseguia chorar. Eu devia ter percebido que era um sonho, eu nunca choro em sonhos, não consigo. Quando iria ver seu rosto, caí em um abismo que se abriu em baixo de mim. E aqui estou, tentando recuperar informações, mas... Bianca.

Peguei o celular e olhei para a tela, que foi ficando menos embaçada depois de esfregar os olhos por um tempo, disquei o número dela ainda ofegando.

Chamou uma vez.

Duas.

Três.

Quatro.

Ouvi um toque próximo.

– Alô? – A voz de Bianca me atingiu como uma onda de calma.

– Bianca? Onde você está? – minha voz falhou nas últimas palavras.

– Em casa – ela bocejou – na minha cama... Anh...

Corri pelo corredor alarmado, não acreditando ser verdade.

Ela gritou algo no celular, eu deveria ter escutado, deveria ter parado, ter evitado passar por tudo aquilo. Mas continuei, passei pelo corredor e entrei no seu quarto sem permissão. Não tive tempo de observar sua expressão, o que foi um sério erro. Joguei-me em seus braços e finalmente deixei que as lágrimas rolassem. Ela não entendeu, mas me abraçou mesmo assim, como sempre soube reagir quando eu precisava.

– Hey, Nico, o que aconteceu? - Perguntou com a voz terna.

Eu me afastei dela e comecei a dizer alguma coisa, quando percebi que não estávamos sozinhos, ao lado de Bianca alguém se movia abaixo dos lençóis. Queria acreditar que era somente um animalzinho de estimação que ela achou na rua e trouxe para casa. Afastei-me até bater de costas na parede do quarto.

Ele saiu de baixo das cobertas e beijou o pescoço da minha irmã, no começo, não conseguia vê-lo direito. Minha respiração voltou a ser imperceptível, ele sussurrou um “O que aconteceu?” em sua orelha. O choque que senti quando sua voz me alcançou foi dez vezes mais nocivo do que eu senti quando nos tocamos pela primeira vez.

As lágrimas aumentaram em meus olhos.

– Desgraçado. – Falei em voz baixa.

– Anh? – ele falou me fitando, finalmente percebendo minha presença.

– Leo... Agora não – Bianca respondeu, tentando se manter séria.

Provavelmente o que ela me disse no telefone foi “Não venha aqui!”. Eu também deveria ter percebido que ela estava só de sutiã e calcinha.

– Desgraçado! – Dessa vez gritei.

– Nico? – ele disse esfregando os olhos – E-eu, não sabia que estava em casa, eu...

– Também não sabia que você estava seu...

Arrastei-me até onde ele estava e só percebi o que estava fazendo quando meu punho já tinha se afundado na cara dele. Depois mais uma vez, e mais uma. Bianca gritava pra me afastar.

Ela gritou tão forte que parei e me afastei, olhei para minhas mãos que tremiam e estavam vermelhas e cerrei os punhos, Leo tinha arranhões e machucados no rosto, que provavelmente ficariam piores em pouco tempo.

Olhei para minha irmã mais uma vez antes que tentasse ajudar o idiota e saí correndo do apartamento.

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Eu não estava realmente acreditando no caminho que meu cérebro estava direcionando minhas pernas. Mas não questionei. Tudo bem, Talvez tenha questionado um pouco.

Chovia forte e passava muitos carros, cada luz de farol me cegando cada vez mais. Cheguei à frente do prédio cansado e encharcado. Como sempre, o porteiro tinha ido embora bem cedo, e o portão ficara aberto, na verdade, entreaberto, e só realmente abria com um empurrão bem forte. Lembro bem de quando entrávamos ali sem a ajuda da portaria. Não era hora para nostalgia, e minha cabeça também não iria suportar, a única coisa que se passava pela minha mente eram imagens de Leo e minha irmã. Imagens que eu realmente não queria ver. Imagens que em faziam me sentir enojado.

Peguei o elevador para o sétimo andar. Ninguém me vira, também, àquela hora, não esperava ver ninguém acordado.

Bati na porta devagar e lentamente, realmente não esperando que ele abrisse-a. Talvez, houvesse sim uma pequena fagulha dentro de mim que acreditasse que ele abriria aquela porta. Ele, como sempre, não me decepcionou.

Abriu a porta com uma cara de quem estava acordado a noite inteira, os cabelos bagunçados, de pijama e as olheiras abaixo dos olhos.

– Nico? – Ele perguntou espantado.

– Eu posso, posso ficar aqui... Por um tempo?

Tentei não encara-lo. Ele abriu a porta para que eu pudesse passar.

– Claro Nico – Ele respondeu.

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Sentei na ponta do sofá, onde ele tinha colocado alguns lençóis e um travesseiro. Usava algumas roupas folgadas demais, mas confortáveis, tinham o cheiro dele. Uma blusa de moletom cinza de mangas longas, uma bermuda jeans confortável e pantufas de leão – ele me obrigou a usá-las como condição para ficar, alegando que era fofo – também me obrigou a tomar um banho quente, não recusei, já que estava encharcado e exausto.

Ele me trouxe chocolate quente, e ficamos um tempo - enquanto eu bebia - calados, ele se sentou na poltrona ao lado pacientemente. Depois que terminei e coloquei a caneca de lado, ele ligou a lareira, que deixava o ambiente quentinho.

– Então... Você quer me contar o que aconteceu? – Ele tomou cuidado com as palavras.

– Peguei a minha irmã na cama com... – O nome dele não saía – com ele.

– Leo? – Ele não pareceu se impressionar.

Afirmei com a cabeça.

– E como você está lidando com isso?

Eu não sabia responder, a imagem dele beijando o pescoço dela se repetia na minha cabeça.

– E-eu... – As lágrimas corriam soltas pela minha bochecha, sem cessar – não sei.

Ele se sentou do meu lado e deixou que eu apoiasse a cabeça em seu ombro, largo e confortável. Eu balbuciei algumas palavras sem sentido e chorei por alguns minutos, e ele passava as mãos pelas minhas costas carinhosamente, me reconfortando. Depois de um tempo ele foi para o canto do sofá e deixou que eu me apoiasse nele e me cobriu com alguns edredons, afagava meus cabelos enquanto me ouvia falar de todas as mágoas que senti naquele momento, e sobre meu sonho com Bianca, que agora estava bem longe de acontecer. Parte de mim, não achava isso tão bom.

Depois de meia hora colocando tudo pra fora, me sentia muito melhor. Ele ouviu tudo atentamente sem quase comentar nada, às vezes fazendo uma careta ou outra.

– Então... Melhor agora?

– É mais ou menos. – Respondi – E, desculpa por, sabe bater em sua porta no meio da madrugada.

– Você fazia muito isso quando éramos pequenos – ele riu e o acompanhei lembrando dos meus tempos de criança – deu até saudade.

– Lembra na quinta série que...

– Que você disse que achava que gostava de mim? – ele me interrompeu.

– É – concordei – por que, me rejeitou?

– Eu não sabia como reagir e posso te contar o segredo?

– O que? – Me virei para encará-lo.

– Nunca mais vou fazer isso de novo.

Eu o encarei atônito por um tempo.

– Meus ouvidos estão me pregando uma peça? – Pensei alto.

– Espero que não.

Ele puxou meu rosto para perto do seu, o toque da sua mão leve, grossa e quente me tirava do sério, meu coração bateu cada vez mais forte e nos beijamos. Os lábios salgados contra os meus gélidos me deram a sensação de uma brisa de praia. Sua língua brigando com a minha por espaço, mostrando o quanto éramos competitivos, eu estava tão perto dele, nossos corpos tão próximos, que podia sentir seu coração bater, sua pele era quente, seu beijo, violento, suas mão percorriam o meu corpo não tanto quanto as minhas percorriam o dele. Mordi o canto do seu lábio inferior enquanto desabotoava os botões da sua blusa e o forçava a me ajudar a tirá-la, depois ele me ajudou a tirar a minha, sem muita demora, não queríamos pausar aquele beijo. Ele jogou os braços em volta dos meus ombros enquanto beijava meu pescoço e se revezava em dizer coisas carinhosas no meu ouvido, enquanto eu apenas aproveitava o momento, deixei um gemido escapar quando ele me beijou de novo.

Depois me puxou para o seu quarto e, digamos, o resto da noite se passou lá.

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Acordei já era de dia, com a cabeça no tórax dele, que estava deitado me observando. Eu sorri e ele retribuiu.

– Por que não dorme mais um pouco? – ele disse num sussurro.

Não recusei a oferta e fechei os olhos novamente, mas pude ouvir algumas palavras que ele disse “Amo Você”.


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Notas finais do capítulo

que tal um comentário pra me motivar um pouquinho? bybye! ~nolita~ até o próx cap, morram de curiosidade. bjos.