Liliam Stark ; O Começo De Uma Era escrita por LadyStormborn


Capítulo 6
Coração de Porcelana


Notas iniciais do capítulo

*Aqui estamos nós, com mais um capitulo da trajetoria de Liliam Stark.
* Fico agradecida com todos os comentários do ultimo capitulo, muito obrigada mesmo.



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Só sente falta do sol, quando começa a nevar

Só sabe que a ama quando a deixou ir

Só sabe que estava bem quando está se sentindo pra baixo

Só odeia a estrada quando está com saudade de casa

Só sabe que a ama quando a deixou ir

E você a deixou ir

Ler Her Go - Passanger



Liliam foi uma novidade para todos os tabloides e noticiários assim que colocaram os pés fora do hospital. Os seus pais nunca se importaram com isso, na verdade era o preço infeliz que a família Stark sempre pagou, só que infelizmente a garotinha iria pagar mais. Anthony se salvou pelo faro de sua incrível inteligência, Howard achou melhor seu filho ser ensinado com os melhores professores que o dinheiro poderia pagar. Mas ao contrario do filho, Howard não queria que Liliam continuasse seu legado de armamento, na verdade quanto mais distante a filha dele estivesse desse mundo, melhor seria pra ele. Liliam estava com sete anos quanto a mãe sugeriu que a filha fosse para uma escola. Seu relacionamento com seu irmão mais velho tinha melhorado muito dês de que ela o surpreendeu, então um dia antes de começar as aulas Liliam foi até o quarto dele perguntar como era estar em uma escola.

–Tony. – Pediu Liliam entrando sem bater.

–Como você entra aqui sem fazer o cumprimento? Quer ser banida daqui é? – Perguntou Tony parando de mexer em seu projeto e se dirigindo a irmã. Liliam saiu bufando e bateu na porta.

–Meu rei, majestoso condescendente maior maravilha feita na Terra, tenho sua permissão para entrar em seus aposentos? – Ela rolou os olhos ao falar.

–Claro que sim, minha irmã caçula irritante e trapaceira. – Lily sorriu ao ouvir Tony falar isso, a pequena garota caminhou para a cama do irmão e ficou ele colocando as peças em sua maquina que ela nem entendia o que era. – Fala logo o que você quer, Lily.

–Como é que é estar em uma escola? – Perguntou Liliam falando sobre o assunto. Tony enrugou a testa ao pensar na pergunta, então deu ombros e disse:

–Eu não sei como é, sempre tive aulas particulares.

–Mas você tem amigos.

–Sim.

–Então me diga como é ter amigos.

Aquilo surpreendeu Tony, então ele girou sua cadeira para poder encarar sua irmã na cama.

–Você nunca teve amigos, Lily?

–Papai e mamãe não me deixam sair, você se esqueceu? Eu tentei ser sua amiga, mas você não quis. Agora eu só te aturo como irmão mesmo.

Aquilo deixou o garoto sem jeito, ele entendia que sua educação foi complicada mais a da pequena Liliam era um pouco pior. Tony sabia dos planos de seu pai para manda-lo ao internato, provavelmente amanha, por incrível que pareça ele estava aliviado. Aliviado por poder sair daquele mundo de aparências que vivia enquanto morava com sua família, por poder estar no mundo em que ele realmente gostava aprendendo coisa que ele adorava, livre de ser apenas o filho do Howard Stark. Mas é sua irmã? Sua doce e esperta irmã, que tinha buscado sua atenção há tanto tempo e ele havia renegado.

–Tenho certeza que você conseguira muitos amigos, Liliam, a regra é ser somente quem você é.

–Até com os meninos?

–Não, com os meninos tudo que você tem que fazer é NUNCA brincar de medico.

–Por que eu iria querer brincar de medico? – Ela riu da expressão desesperada do irmão.

–Um dia você vai querer, e se eu não estiver aqui pra lembrar eu quero que toda vez que um menino te convidar para brincar de medo você dê um chute nele. Em qualquer lugar!

–Porque eu o chutaria?!

–Porque ele odeia bob esponja! – Falou Tony fazendo com que a irmã ficasse com raiva dos meninos sem nem os conhecer. Ele começou a fazer cócegas nela e ficaram nessa brincadeira por um tempo. Liliam já estava chorando de tanto rir quando o irmão parou. Tony observou sua pequena irmã e sentiu um aperto no coração, ele sabia que amanha não estaria ali para vê-la voltar da escola, talvez nem para vê-la crescer como a garota doce que queria que ela fosse. Havia uma corrente que ele tinha no pescoço, um pequeno S que sua mãe colocou nele quando pequeno. Tony queria que Liliam se lembrasse dele, da mesma maneira que ele lembraria dela.

–Lily, eu quero te dar uma coisa como presente. – Liliam se levantou confusa mais feliz, ela ainda amava receber presentes.

–O que é? Uma coroa? – Tony riu da irmãzinha que batia palmas esperançosa, Lily tinha um fascínio com realeza mais nada dessas princesas de conto de fadas. Todos achavam estranho, só que Liliam nunca acreditou e gostou dessas princesas, ela acreditava totalmente o contrario do que as histórias pregavam. Suas princesas eram como Elizabeth I, Rainha Jane Seymour ou Ana Bolena, sendo a ultima sua favorita.

–Não, nada tão brilhante e chamativo como uma coroa, mais um presente que quero que guarde sempre. – Ele depositou o colar na mão da garota a fazendo encarar confusa.

–Por que você me deu seu colar?

–Porque essa coisa brega não faz muito meu estilo, sabe?

–A mamãe me disse que quando você ganha um presente você precisa devolvê-lo com outro, eu não quero te dar meu lírio. – Reclamou Liliam tocando no pequeno lírio de seu pescoço, que faz jus ao seu apelido.

–Você acha que se eu não quero andar com um S por ai eu vou querer andar com um Lírio? – Perguntou. – Eu tenho uma reputação, Liliam, tenho que zelar por ela.

–Será que nessa reputação eu posso falar que você brincou de princesa comigo?

–Isso foi forçado! Eu precisava pagar a aposta! – Tony apontou para a irmã ficando um pouco vermelho.

–Mentiroso! Você gostou de brincar comigo, eu sei! – Liliam desceu da cama, correu pra porta e começou: - Tony brinca de princesa! Tony brinca de princesa!

–Eu vou te matar, Liliam Stark! – Ele se levantou fingindo estar furioso.

–Estou morrendo de medo, princesa Stark! – Foi então que começaram uma nova brincadeira. Como irritar seu irmão mais velho.

[...]

Liliam estava parada na porta da mansão, e como apoio sua família estava lá. Ingenuamente, não sabia que o verdadeiro motivo de Howard estar de folga era porque dois de seus filhos iria sair de casa, porém apenas um iria voltar no final do dia. Maria queria se mostrar forte para Lily, queria dizer que tudo esta bem, mas seu filho mais velho estava partindo, como ela lidaria com isso? Howard tentava transparecer indiferença ao fato de Anthony ir para o internato, para ele aquela seria a oportunidade de Tony progredir, expandir sua mente, se tornar melhor do que Howard é, e quando estiver pronto continuar com seu legado. Em nenhum momento Howard incluiu dizer isso a ele.

–Se eu não gostar da escola, será que posso fingir que estou com dor de barriga e vir embora? – Perguntou Liliam para a mãe.

–Não era você que reclamava no meu ouvido que queria sair de casa? Achei que quando saísse nem iria querer voltar. – Brincou Howard ao lado da esposa.

–Infelizmente só um de nós temos essa sorte. – Comentou Tony recebendo um olhar reprendedor do pai. Eles perceberam o quanto Lily havia se aproximado de Tony, por isso a escola foi um veio de disfarçar a partida de Tony, para que a garota não sofresse tanto.

–Você ira se divertir, garotinha, eu sei que vai. – A mãe depositou um beijo na bochecha da filha e prendeu uma mecha de seu cabelo.

–Mas se não, o melhor jeito de fingir é dizer que está com falta de ar e que tudo esta rodando... – Piscou Howard depois recebendo um tapa no ombro por sua esposa.

–Tony. O rapaz se abaixou para ficar do tamanho da Irma. – Eu não te agradeci por ontem. Obrigada.

–Pelo que, pequena Lírio?

–Por ser meu irmão. – Exclamou o abraçando. Tony retribuiu o abraço e concluiu que a única pessoa de quem sentia falta era da sua doce irmã.

–Tenha um bom dia. – Falou alisando o rosto da irmã.

A buzina foi ecoada do lado de fora e Liliam depositou um beijo de despedida no irmão antes de correr para o carro. O beijo que Tony guardou em sua mente, assim como a sua irmãzinha que aprendeu a respeitar e amar.

Chegou à escola já sentindo medo, ela nunca tinha visto tanta gente. Assim que desceu de carro algo fez com que sua visão ficasse embasada, uns fotógrafos começou a tirar foto da pequena garota sem que nem a avisasse.

–Saia daqui, seus bandos de urubus. – Gritou o motorista escoltando Liliam para dentro da escola.

O plano da garota era passar despercebidamente pela escola, mas infelizmente não foi assim. Quando se sentou na sua carteira, uma menina ruiva comentou assim que passou por ela.

–Olha só, temos uma celebridade. – Lydia era filha de empresários, e adorava chamar atenção, então quando viu Liliam Stark saindo de uma limusine e com um grupo de fotógrafos quase se matando para ter uma foto dela Lydia achou que Liliam representa apenas uma coisa: uma ameaça.

A aula se iniciou e a professora contou uma clássica historia de contos de fadas, fazendo um mini debate entre contos de fadas e historias de super herói. Liliam escutava tudo aquilo com repulsa, de fato não concordava com ambas as partes, então preferiu não se meter. Mais a professora percebeu isso.

–A Srita Stark não concorda com o conto de fadas? – Perguntou a professora. Aquela era uma escola de elite, então a rigidez dos professores era notório, algo que a Liliam já não estava acostumada por causa de sua educação como princesa.

–Não, porque o sonho de toda princesa é encontrar um príncipe e se casar? – As garotas da idade da Liliam a olharam espantadas, aquele havia sido o padrão criado pra qualquer garota, aquele era o estereótipo de garota de sete anos; gostar de rosa, querer ser uma princesa, pensar que o casamento era um sonho.

–Porque é algo que as meninas querem Liliam, se casar ter filhos... – A professora olhou receosa para a garota que fazia uma careta a frente dela. Nenhuma de suas alunas ou alunos havia questionado um conto de fadas antes, principalmente uma garota, então tudo que a garotinha pudesse dizer ali iria ser prejudicial aos seus alunos.

–E o que os meninos querem? – Questionou Liliam cruzando os braços.

–Queremos diversão! – Gritou o garoto loiro a frente de Liliam, os outros meninos festejaram com ele enquanto as garotas reviraram os olhos.

–Então eu quero ser um menino! – Declarou.

–Liliam, você não pode querer ser um menino! – Exclamou a professora prevendo uma encrenca nas mãos.

–Por que não? Eu não quero passar minha vida inteira esperando um menino vir me salvar e eu me casar com ele, às princesas nem conheciam o príncipe direito! Como eu posso confiar em alguém que nem conheço? Meu pai me disse que nunca deveria me relacionar com pessoas estranhas.

De repente a professora percebeu que Liliam não falava como uma criança de sete anos parecia que a garota já tinha uma ideia formada de sua opnião, o que era perigoso já que as crianças hoje em dia não sabem nem sua cor favorita.

–Você pensa assim agora, mas quando ficar mais velha ira conseguir entender o valor do casamento. – Disse a professora tentando contornar a situação.

–Meus pais são casados, e do mesmo jeito se tratam como desconhecidos. Meu pai fica o dia inteiro no trabalho, enquanto minha mãe fica procurando algo pra fazer com o tempo livre. Então por que me casaria? Rapunzel foi trancafiada em uma torre e teve que esperar anos pelo príncipe para poder salvá-la, Branca de Neve teve que quase morrer esperando que o príncipe fosse salvá-la, Bela Adormecida nem o conhecia e quando acordou com um beijo já se casou, com um homem que nem conhecia!

–Liliam...

–Por que eu iria querer me casar? Por que esse é os sonhos das garotas? Os meninos só querem diversão enquanto as meninas devem esperar eles para serem felizes?

–Senhorita Stark!

–Eu nunca vou me casar! – Declarou Liliam fazendo todos da sala arregalar os olhos.

–JÁ PARA A DIRETORIA, LILIAM STARK! – Gritou a professora apontando seu dedo para a porta. A garota não entendeu direito porque foi mandada pra diretoria, seu pai havia lhe ensinado sempre demonstrar sua opinião, então como o que ela disse poderia ser errado! Enquanto estava sentada no banco fora da sala da diretora ela escutou os gritos da professora dentro da sala:

–Ela é totalmente indisciplinada, incontrolável e rebelde! Não conseguia escutar nenhuma palavra que eu estava dizendo é me respondeu com petulância! Eu não sei que tipo de educação lhe dão em casa, mais essa menina é um problema pra sociedade! Imagine ela futuramente, espalhando essas ideias para a elite, nossa escola vai ficar suja quando questionarem que tipo de educação estamos oferecendo a ela!

–Cogitou a ideia de que ela esteja escutando, Srita Marley! – Gritou a diretora para a professora. A porta se abriu e lá estava Liliam com uma expressão preocupada com tudo que tinha escutado. De uma forma gentil, a diretora a mandou ir para o intervalo para esperar seus pais chegarem.

Quando chegou ao pátio da escola, todas as crianças da sua sala comeram a gritar : “Eu nunca vou me casar!” , “ A esquisita da Srta. Stark!” e outras bobagens que fizeram Liliam se excluir em um balanço. Uma garota ruiva, Lydia, era a garota mais popular do primeiro ano. Claro que ela tinha visto a interpretação de Liliam na sala, e ficava rindo da cara da menina enquanto comia com as amigas. Só que seu olhar era o que incomodava Lily verdadeiramente.

Ela não tinha como interpretar o olhar de outra forma. Aquela garota estava irritando ela, mandando nela, caçoando ela. Para Liliam não tinha sentimento pior do que ver aquele que ela estava sentindo.

–Por que eles são tão maus? O que a de errado comigo? – Se perguntava se balançando no brinquedo. Algumas gotas de lagrima molharam sua meia calça mais ela não estava se importando. Era cruel o que as crianças faziam, mais aquele era o mundo que Liliam teria que enfrentar, infelizmente sua luta ainda não tinha acabado.

–Olha só gente, a bonequinha ta sozinha. – Gralhou aquela irritante voz atrás de Liliam, que tentou ignorar mesmo que cada átomo de seu corpo quisesse fazer algo.

–Me deixe em paz, Lydia. – Reclamou Lily cansada das provocações da menina.

–A por quê? A pobre Liliam não pode mais ser santa e ficar quieta. – As outras garotas riram achando graça. Aquele foi o ápice da Lily, sem pensar em suas palavras ela desceu do balanço e encarou Lydia com uma fúria que nunca havia sentido antes.

–Essa Liliam santa que fica quieta sabe muito bem como usar uma Taurus (nome de arma) muito bem, então se continuar me irritando eu pegarei uma dessas e acertarei bem em sua cara. – Nem a garota sabia da onde vinha tanta despreza ou fúria, mas ela estava ali em seus olhos. Sobre a arma, ela realmente falou a verdade; no aniversario da garota, seu pai levou ela e Anthony para caçarem no mato, alguns animais de pequeno porte que ficavam rondando o espaço. Enquanto Tony ficava com uma legitima fabricação Stark e aprendia tudo sobre a estrutura da arma, Liliam ficava com a Taurus e matava alguns coelhos que se escondiam em suas tocas. Por mais que a garota fosse educada por sua mãe para ser doce e inocente, Liliam sentia prazer na caçada e muito mais quando matava. Algo muito estranho para uma criança de sete anos.

–Veja gente, além de esquisita ela é louca! Acho que foi por isso que os pais dela não a mandaram para a escola antes! – Lydia gritava e todas as garotas riram. Os olhos de Lily lacrimejaram e ela caminhou para longe da ruiva até a garota provocar:

–Tadinha da Liliam Stark, deveríamos brincar com ela! Juntos com aquele bob esponja inútil que ela carrega! Você ainda acredita nisso, Lily? Acredita que eles são reais? Já que não gosta de princesas deve gostar muito do bob esponja. Sua esquisita!

–Liliam esquisita! – As garotas do grupo da Lydia começou a gritar e aquilo irritou Liliam, mas como sua mãe havia lhe ensinado, tudo que ela deveria fazer era ignora-las e seguir em frente. Até que Lydia fez a pior coisa que uma criança deveria fazer, a ruiva puxou o cabelo de Liliam que quase caiu pra trás sendo pega de surpresa.

–Eu ainda não terminei de falar com você!

A raiva dela explodiu, como ela nunca havia imaginando que ficaria. Liliam se abaixou, pegou uma pedra que estava ali e ofereceu a Lydia.

–O que é isso, esquisita? – Perguntou Lydia dando risada.

–Eu quero que você bata essa pedra na sua cabeça até morrer, esse é meu único desejo. – Liliam pegou a mão de Lydia e abriu, então deixou a pedra ali antes de se virar. Ela não tinha nenhuma consciência do peso de seus atos, na verdade ela só queria dar o troco desejando mal a ela e com muita força de seus pensamentos isso um dia iria acontecer. O que acabou acontecendo no mesmo minuto. Lydia então começou a bater a pedra na cabeça, não tendo controle de suas mãos.

–Lydia o que você está fazendo?

–Eu vou bater isso na minha cabeça até morrer! – Anunciou Lydia também não tendo mais controle de suas palavras.

–Pare com isso! Eu sinto muito! – Desculpava Lily tentando pegar a pedra das mãos de Lydia.

–Você me mandou fazer isso, eu estou fazendo isso! – Aquilo fez Lily paralisar durante sua tentativa de ajuda-la. Como assim ela estava obedecendo Liliam?

–Então eu mando que pare. – A voz de Lily foi dura como uma ordem. A garota imediatamente parou, como se nada tivesse acontecido. Mais de fato algo aconteceu, e não era apenas Lydia e Liliam que sabiam disso. Todos do intervalo sabiam.

–Aberração! – Gritou alguém.


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Notas finais do capítulo

*Vemos que será aqui que as dores começaram, principalmente para Liliam Stark.