Our Songs escrita por Shiina


Capítulo 1
Capítulo 1- Enchanted


Notas iniciais do capítulo

Só para deixar claro, repito que cada capítulo faz referencia a uma música. Esse capítulo será Enchanted, da Taylor Swift. A música não vai ser seguida nos mínimos detalhes.

Obg por lerem ♥



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Amarrei meus cabelos pretos e longos em um rabo de cavalo, e encarei meus olhos escuros no espelho. Estava mais uma vez me arrumando para uma festa com os colegas de trabalho do meu pai, os quais acham que sabem sobre a minha vida só porque me conhecem desde os meus dois anos de idade, e depois de tanto tempo, eu nem lembro o nome de todos eles.

Enquanto passava meu batom vermelho, lembrei da minha amiga Carly dizendo "Eu gosto da Sophia, ela parece a branca de neve". Lembrar da animação dela enquanto diz isso me fez sorrir.

-Vejo que esta animada com a festa, filha.- Meu pai entrou no quarto, colocando o seu blazer. Não, eu não liguei para o fato de ele não ter batido na porta.

-Claro...- Disse, suspirando. E continuei a passar o meu delineador, até perceber que meu pai continuava lá, parado na porta, me encarando.

-Que foi?

-Você... vai vestida assim?

Olhei para as minhas roupas: Uma camisa xadrez vermelha por cima de uma regata preta, shorts, minha meia-calça preta preferia, que estava rasgada, e coturnos (como sempre).

-O que tem de errado com as minhas roupas?

-Você não acha que vai se destacar entre as outras garotas? Bem, é que você sabe como elas são...você não vai chamar atenção?

eu realmente odeio chamar atenção, pelo fato de eu ser a pessoa mais tímida que alguém pode conhecer. Mas isso não quer dizer que eu não tenha personalidade. e pra minha "sorte", a minha personalidade é diferente do padrão, o que automaticamente faz com que eu chame mais atenção com pelo jeito que eu me visto, sento, falo, ando, as coisas que eu faço... eu já sofri com isso no passado, mas tenho que me acostumar.

-Tudo bem, pai. Não posso mudar quem eu sou.

-Então ok...- Ele saiu enquanto falava- Vamos para o carro, sua mãe esta esperando.

Acho que meu pai estava, na verdade, com medo de passar vergonha comigo. Mas não me importei. Peguei meu celular, meus fones de ouvido, e saí.

Entrei no carro, já tendo que aturar os comentários da minha mãe:

-De novo esses sapatos? Parece que vei para a guerra! Porque não usa salto como as garotas norm...- Coloquei meus fones, eu não precisava continuar ouvindo aquilo. Aposto que ela não parou de reclamar durante o caminho todo, mas o mundo dentro da minha cabeça era muito mais interessante. Afinal, estava ouvindo a minha cantora preferida.

Durante o caminho, sem nada para fazer ou pensar, comecei a analisar a letra da música que estava ouvindo, e pela primeira vez percebi que não fazia muito sentido para mim. Talvez seja porque nunca me apaixonei de verdade. Isso é importante? não sei. Fechei os olhos e continuei a ouvir a música. Meus dedos automaticamente formavam os acordes no ar.

Nos chegamos? Acho que sim. Quando abri os olhos vi meu pai abrindo a porta pra mim. suspirei e desci do carro.

Acho que já fazia dois anos que não acompanhava meu pai a uma festa como essa. Fingi um sorriso enquanto cumprimentava as pessoas e ouvia várias vezes a frase: "Nossa, como você cresceu!". As pessoas estavam elegantes demais ou eu estava "eu" demais? Tanto faz.

Sentei em uma mesa com os meus pais e mais alguns amigos deles. De vez em quando mais uma pessoa chegava e vinha nos cumprimentar, ou o garçom vinha servir alguma coisa. Seria mais uma noite longa, forçando o riso, fingindo sorrisos, naquele mesmo lugar velho e cansado de alguns anos atrás.

Mas aqueles olhares vazios desapareceram quando aquele garoto loiro de olhos azuis chegou. Minha primeira reação? Engasgar como o refrigerante. Disfarcei, mas ele deu uma risada leve, e me cumprimentou, antes de todos. Eu não disse nada, e ele também não. Fiquei me perguntando se ele sabia que eu estava encantada em conhece-lo.

Não consegui parar de olha-lo enquanto ele falava com as outras pessoas com um sorriso contagiante, e caminhava para uma mesa do outro lado do salão. Acho que nossos olhares se cruzaram uma vez ou outra.

Meu pai, como o homem perceptor que ele é, olhava para mim sorrindo. Peguei alguma coisa para comer, fingindo que nada aconteceu, e perguntei:

-Que foi?

-Eu que te pergunto, o que foi? Parece uma boba olhando pra lá - Ele indicou com a cabeça o garoto de olhos azuis.

-Ai, pai...

Ele riu.

-O nome dele é John. Lembra do pai dele? O "tio" Lary?

-Claro que me lembro, ele ainda me manda cartas no meu aniversário...

Lary era muito amigo do meu pai, e eu fui muito apegada a ele até os meus 7 anos de idade. Como eu nunca conheci o filho dele?

-Como eu nunca conheci o filho dele?- Eu estava empolgada demais para guardar essa pergunta só para mim.

-John morou no Canadá com a mãe dele desde pequeno. Não sei bem o que aconteceu, só sei que agora ele vai passar a morar com Lary. Ele tem a sua idade, filha, você tem chance!- Ele disse socando o meu ombro de leve.

-Ah pai, chega!- Nossa relação era muito amigável.

Olhei para John mais uma vez, e levante. Não custaria nada ir falar com ele, não é mesmo? Não. Virei o rosto por que tive a sensação de que ele olhou para mim mais uma vez. Estava sem os meus óculos, então não tinha certeza. Senti alguma coisa no meu estomago e preferi sair.

Enquanto caminhava para a porta, algumas garotas me olhavam com cara de desaprovação depois de sussurrarem alguma coisa. elas eram exageradamente "elegantes" e femininas. Ignorei.

Do lado de fora do salão estava frio. O vento balançava as árvores, suavemente. Sentei co chão, e encostei a minha cabeça na parede, com os fones de ouvido.

De volta a mesa com os meus pais, olhei John mais uma vez do outro lado do salão. Seus olhos pareciam sussurrar "Já nos conhecemos?". Vi que ele estava escrevendo alguma coisa. Ele manda o garçom entregar para alguém. Mas para quem será? Para uma daquelas garotas de nariz empinado? Não. Ele entrega para mim. Antes de ler, olha para o lugar, agora vazio, onde John estava. Corro para encontra-lo do lado de fora, sem nem mesmo pensar em ler o bilhete.

Passamos a noite toda entre conversar brincalhonas e risadas. Eu não sei para onde foi todo mundo, mas não importa, pois ele esta caminhando comigo para casa.

Vou para o meu quarto, e deito em minha cama. A pergunta insiste me manter acordada. Olho o Relógio. 2 horas. "Quem você ama?". Me reviro na cama imaginando se você vai bater na minha porta. Eu abriria e você diria "Hey, fiquei encantado em conhece-la". Foi a noite mais perfeito de todos. Eu estava quase dormindo, mas a voz dele não saia da minha cabeça, e...

-Sophia! SOPHIA! SOPHIA, acorda!- Minha mãe chutava de leve a minha perna.

Ah não, eu acabei dormindo ali mesmo, do lado de fora do salão. As pessoas saiam da festa aos poucos. eu levantei, ainda meio desorientada. Havia uma jaqueta em volta do meu ombro, eu não sabia de quem era.

Sorria enquanto as pessoas se despediam de mim dizendo "Foi bom te ver de novo", "Hey Sophia, apareça lá em casa!", "Não suma de novo, Sophia!". Mas eu estava ocupada procurando John no meio da multidão.

-Ele saiu cedo. Provavelmente te viu dormindo.- Meu pai disse, achando graça.

-Ah, que vergonha...- Sussurrei baixo o bastante para que ele não conseguisse ouvir.

-Hey, essa jaqueta... Não era dele?

-De quem?

-Do John

Realmente, agora lembro que era ele quem estava usando a jaqueta que estava comigo quando acordei. sorri automaticamente.

-Hmmm, alguém esta apaixonada...

-Pai!- Reclamei.

No carro, mais uma vez diante das reclamações da minha mãe, coloquei de novo os fones. Porque não ouvir de novo aquela música que antes não fazia sentido para mim? Aquela mesma música que ouvi durante aquele sonho tão simples, mas tão real.

Tudo o que eu sei... É que eu estava encantada em conhecê-lo.

Será que o verei de novo um dia?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Vale a pena continuar? Ta muito confuso? Muito tedioso?



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