Meu plebeu skatista escrita por Maga Clari


Capítulo 6
Capítulo 6 - I'm with the skater boy


Notas iniciais do capítulo

Desculpa, o capítulo ficou enorme, mas não queria quebrar a linha de raciocínio... ainda vou escrever só mais um e cabooooou :c boa leitura !



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Verão - 2011

Querido diário,

Michael entrou todo suado no banheiro do camarim. Ele fechou a porta e sentou no chão. Eca!

"Er... hum. O que exatamente você está fazendo aqui, Mia?", ele falou, cansado, tentando não me encarar.

Então ele notou meu silêncio e cedeu a olhar-me nos olhos

"Mia... Por favor, não gosto de te ver chorar... "

Tentei murmurar qualquer coisa mas, sem sucesso, optei por apenas abraçá-lo bem forte. Ele correspondeu e ficamos assim por um bom tempo. Por fim, Michael voltou ao seu lugar e eu resolvi abrir a boca e falar alguma coisa:

"Me desculpa"

"Esquece isso"

"Eu não queria que esses últimos anos fossem assim... Grandmère me obrigou. Eu só queria afastar tudo que me lembrasse da antiga Mia e ver se assim doía menos"

"É. Só que eu gostava mais da antiga Mia"

Um silêncio brotou entre nós quando a porta foi aberta.

"Michael? Você não vai... Hey! Que você tá fazendo aí com a princesinha?"

"Mitchie, essa é a Mia Thermopolis", sorri ao vê-lo me apresentar com meu antigo codinome, "A gente só está conversando. Já já eu vou, espera um minuto, por favor"

"Okay", ela saiu meio relutante e nos deixou no silêncio mais uma vez.

"Escuta", comecei, "Eu vim lá da Europa só pra ver você de novo, eu sinto mesmo a sua falta"

"Ah, mas isso não foi um problema; você tem seu próprio jato, Mia. Podia muito bem ir ao Japão"

"Michael, não é bem assim que as coisas funcionam... Juro que se pudesse teria me casado com você"

Ouço mais outra batida na porta.

"SERÁ QUE A GENTE NÃO PODE CONVERSAR NO BANHEIRO EM PAZ? AH, oi J.P. Espera, J.P????"

Michael já ia se levantando, com aquelas suas antigas manias de adolescente revoltado, quando eu pedi que esperasse.

"Desculpa estar interrompendo alguma coisa, mas sua amiga Tina pediu que eu viesse...", ele se explicou e então correu atrás de um vulto pequeno que andava livremente pela sala, "MIKE, NÃO TOCA EM NADA!"

"MIKE???", Michael exclamou e virou o rosto para ver através da porta do banheiro.

"Meu filho. Eu, hum, dei uma de louca e disse que fugiria se não me deixassem chamá-lo assim", encolhi os ombros meio insegura, "Não fica bravo"

"Por que ficaria? Mia, caso não tenha percebido, eu estou com outra pessoa agora"

"Eu queria tanto que tudo voltasse como antes..."

"Mas não volta"

Dito isso, percebi que a conversa tinha sido encerrada. Limpei meu rosto ,levantei num pulo e procurei pelo J.P, Mike e Tina.

"Vamos embora", anunciei. Saimos do camarim a tempo de ver um sorriso encrespar nos lábios de Mitchie. Não gostei mesmo dela.

Já de volta ao quarto de hotel no Plaza - sim, estamos no Plaza!!! - me permito verbalizar tudo que aconteceu; mesmo o J.P precisava entender, afinal de contas, ele era meu amigo.

"Você ainda gosta desse Michael?", fiz que sim com a cabeça, "Escuta, se é assim, posso ajudar..."

"O QUÊ?", nós duas gritamos, meio confusas com o último comentário dele. Ele estava mesmo disposto à humilhação pública só para me ajudar?

"Pensa que eu não sei o quanto esse cara é importante pra você? Somos amigos, quero te ver feliz, Mia"

Me joguei nos braços dele, emocionada. O J.P não era tão ruim assim, afinal de contas.

''Vou te ajudar a resolver as coisas com Grandmère... Talvez se..."

"Para"

"O quê?"

"Para, J.P, você já vai fazer demais. Obrigada, sério"

Bem, naquela mesma noite, pensei que a passaria em claro sozinha.

E eu estava parcialmente certa, porque são 6am e cá estou eu escrevendo no meu diário. Mas não estou sozinha.

"Toc toc"

Ouvi alguém bater na janela do quarto. Já era tarde, então qualquer barulho já chama a atenção, né?

Abri o vidro, hesitante, e lá estava ele todo cheiroso e arrumadinho, trazendo consigo duas caixinhas de yakisoba:

"Entrega pra realeza"

"Ai meu Deus, cala boca!"

Ele apenas deu risada e já foi entrando.

"Como conseguiu subir?"

"Escada de incêndio", deu de ombros, após pular do parapeito da janela.

"Aposto que foi assediado o caminho todo", falei aborrecida, lembrando da tal Mitchie,"E porque diabos tem que ser justo comida japonesa, hein, Michael? "

"E a velha Mia está de volta", ele desempacotou as caixinhas, rindo do meu desespero, "E não, eu não fui assediado, Mia. São quase uma da manhã, quem vai ser assediado a essa hora?"

"Estamos em Nova York, isso já não responde?", falei me rendendo à comida. Estava morta de fome, "Você está falando com a garota mais experiente com assédio exagerado em Nova York"

"Tá bom, Mia, mas não tinha ninguém lá fora"

"E a Mitchie, cadê?"

"Ah, terminei com ela. A gente brigou. Por causa de você", respondeu displicentemente, enquanto devorava todo o yakisoba.

Era estranho estar ali com o Michael, sentada no chão, exatamente como costumávamos fazer; já se passara tanto tempo...

"O J.P me ligou", ele continuou, ao ver meu silêncio, "Mas eu já estava me aprontando pra vir, de todo jeito. Foi estranho falar com ele, sei lá. Mas parece que não temos mais ressentimentos..."

"Isso é ótimo, né?", olhei para ele meio confusa com toda a situação, "Mas o que isso tudo significa?"

"Tá afim de escrever uma música?"

"COMO???", engasguei, surpresa com a súbita proposta, "Eu não sei escrever músicas, Michael"

"Relaxa", ele sorriu de canto, "Já tenho a harmonia pronta, só falta a letra. E como estou diante da melhor escritora de Genóvia..."

"Está querendo fazer sucesso às minhas custas? É por isso que está aqui, Michael?"

Ele virou os olhos e pegou o violão.

Então, antes que eu me desse conta, as palavras despejaram na minha cara:

"Ele era um garoto. Ela uma garota. Que mais eu preciso dizer? Ele queria ela, mas ela nunca reparou..."

Então tratei logo de me defender, cantando:

"Mas a garota o queria em segredo"

"Ele não era bom o suficiente pra garota bonita, mas ela vivia no mundo da lua"

"Onde você quer chegar, Michael?", parei com a brincadeira, um tanto cansada.

"Eu quero de volta a Mia que eu costumava conhecer", seu olhar era verdadeiro. Acabei me rendendo e escrevemos a tal música; amanhã vamos gravá-la e não sei mais o que vai ser da minha vida quando ele acordar. Acho melhor eu mesma cair no sono.

Assim que tiver novidades, volto a escrever aqui.


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Notas finais do capítulo

Desculpa pelos erros de digitação, outra hora eu conserto,tá? :]



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