Gefährliches Dreieck escrita por Harley Quinn


Capítulo 32
Por Rachel:




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/427211/chapter/32

– Rachel e eu vamos ter um bebê.

Não houve silencio, apenas uma explosão de gargalhadas. Susan e Karla ficaram ofegantes de tanto rir, Sofia continuou sem entender, e Antony permaneceu com uma expressão séria.

– Nossa, esse namoro tá fazendo bem, hein. Primeira piada sua que eu acho graça.

Karla foi a primeira a dizer, e depois voltou a rir.

Antony respirou fundo.

– Será que dá pra me levar à sério, eu não fiz nenhum piada, e também não estou rindo. Isso não é engraçado, na verdade é meu futuro e o futuro de Rachel. Vamos ter um bebê.

Susan parou de rir, ao ver que ele estava falando sério. E depois me encarou.

– Oh, querida, isso é mesmo sério? Você está gravida?

Apenas balancei a cabeça em afirmação. Depois disso elas fizeram aquelas perguntas de: “Como isso aconteceu?” que nem eu, muito menos Antony respondemos. “E agora, como vocês estão se virando?” essa foi por parte de Karla. “Seu tio sabe disso?” Susan disparou. “Tenho que falar com sua mãe!”.

Antony bateu os punhos na mesa, depois resmungou, provavelmente de dor.

– Você não vai falar nada com ela. Ela não precisa saber de nada, não quero essa mulher perto de mim, não a quero perto de Rachel.

– Ela é sua mãe, tem todo o direito de saber.

– Ela me abandonou- ele murmurou debochado- ela não me quis, e agora eu não quero mais que ela volte. Eu esperei por ela durante todos os natais, em todos os meus aniversários, eu esperei pelo menos uma ligação, se ela quisesse poderia ser um cartão daqueles de supermercado, mas ela não fez nada disso. Ela me deixou, sem olhar para trás, e eu não a quero, você não pode fazer isso, você não pode fazer isso comigo.

Ele levantou da mesa e saiu andando até a varanda. Susan foi atrás, e Karla me encarou, suas bochechas ganharam um tom avermelhado.

– Desculpe por isso, Antony nunca fica bem quando falamos sobre a mãe dele.

– Tudo bem, eu posso entender isso.

Na verdade eu não podia, Antony era muito bom pra mim, mas às vezes ele me sufocava. Ele tinha jeito mandão, no começo era fofo, ainda é, mas tem vezes que me irrita. Ele não gosta dos meus amigos, eu percebo como ele olha para Kurt, uma expressão quase azeda, às vezes ele troca conversas com Santana, mas sempre são trocas de farpas, e quando a coisa esquenta eles discutem em espanhol.

Levantei da mesa, e subi as escadas. Eu precisa ficar sozinha, até mesmo para colocar algumas ideias no lugar. Tomei a liberdade de ligar o ar-condicionado, e me deitar na cama, enquanto puxava da minha mala um livro. Quinn me deu esse livro, não lembro bem a data, mas ela dizia que eu iria o gostar. O livro não era novo, porque Quinn o leu antes de mim. Eu já havia o lido algumas vezes, mas nunca realmente prestei atenção em tudo.

Tem uns trechos marcados, são os que eu mais gosto. Lembrei de sua fala, decidi por ler apenas esses trechos, abri numa pagina aleatória.

“Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.”

Fiquei concentrada naquela frase, até a que a porta do quarto abriu. Era Sofia, ela tinha um grande sorriso e carregava um ursinho de pelúcia.

– Oi.

Ela murmurou, mas ainda continuava na porta, me encarando com seus grandes olhos marrons.

– Oi, meu anjo.

– Posso entrar?

– Claro, vem cá.

Ela entrou, fechando a porta atrás de si, e correndo até a cama. Ela era a coisa mais fofa desse mundo, beijou minha bochecha e depois me entregou o urso.

– Que lindo, qual o nome dele?

– É Orion- ela sorriu- ele é seu agora, seu e do bebê. Antony me deu ele de presente, disse que era para eu guardar, mas acho que ele não vai brigar se eu o der para você.

Sorri com o ato daquele pingo de gente, e abri meus braços para ela se aconchegar neles.

Ficamos abraçadinhas e deitadas na cama, ela brincava com meu cabelo, enquanto eu lhe cantava uma canção.

– Eu quero que minha filha seja assim como você- pensei alto- bonita, carinhosa e cheirosa.

– É mesmo?

– Sim, é mesmo.

...

A quinta-feira feira foi um dia, que Antony me levou para conhecer alguns pontos da cidade. Ele parecia mais calmo, e mais centrado do que antes. Não falou muito, mas também não ficou tão calado.

– Podemos almoçar agora se você quiser.

Ele disse, enquanto abria a porta do carro para eu entrar.

– Por mim, tudo bem...

Ele ligou o radio, e abriu as janelas.

– Quer comer o que, pizza, frutos do mar, sanduíche, italiano, chinês, brasileira, vegan?

– Vegan para mim é uma ótima opção.

Ele me encarava de vez em quando, achava que eu não notava, mas eu o via. Parecia querer dizer algo, mas por fim não falou nada.

Almoçamos tranquilamente.

– Podemos vir à praia mais tarde, o sol fica bem mais fraco e depois podemos fazer um piquenique.

– Sofia pode ir também?

Ele deu de ombros, então tomei como um sim. Ficamos mais um pouco ali, trocamos algumas palavras.

– Podemos comprar o enxoval do bebê, Karla me deu um monte de dicas...

Fiquei animada, queria mesmo comprar as coisinhas. Já estava na hora.

...

sexta-feira foi um dia que começou agitado, acordei com um barulho infernal. Tive até um mini ataque cardíaco, depois descobri que era o vizinho cortando a grama. A casa estava silenciosa. Sofia deveria estar na pré- escola, Karla disse que não teria aula, mas deve ter saído também. Nem sinal de Antony, quando cheguei à cozinha encontrei com Susan.

– Boa tarde.

– Que horas são?

– Uma da tarde. Daqui à pouco a Sofia chega, Karla só vem mais tarde...

Sentei na bancada da cozinha, e resolvi esperar o almoço, não fazia sentindo eu almoçar agora.

– Onde está o Antony?

– Ele saiu com a Lauren, ela bateu aqui de manhã cedo.

Apenas fiz um sol nasal, para ela saber que eu havia entendido.

– Você quer almoçar agora? Eu fiz uma torta de frango.

Dei de ombros, eu não estava com fome. Na verdade estava sentindo uma sensação esquisita.

– Coloque só um pouco, por favor.

Parece que Susan não sabe o que significa pouco, eu não aguentaria comer aquilo tudo. A porta dos fundos, que também é a da cozinha foi aberta.

Antony entrou, ele estava vestindo um short de praia, a camisa pendurada no ombro e de cabeça raspada. Soltei o garfo, e levantei da cadeira.

– O que aconteceu?

– Fui surfar, mas já estou de volta, pequena.

Ele beijou minha testa, mas fora diferente, fora como se ele quisesse me dizer algo a mais.

Lauren apareceu logo atrás dele, ela usava apenas o short e a parte de cima de um biquíni azul.

– Não foi à escola, querida?

– Hoje foi o dia de matar aula, você sabe...

Susan apenas concordou, pegando os copos no armário e colocando fatias da torta num prato, para que Lauren e Antony pudessem comer.

– Sua turma foi à praia?

– Sei lá, eu matei aula sozinha... Acabei encontrando o Antony por lá- ela murmurou, enquanto lavava as mãos na pia- Tia Susan, ele tá pior que os turistas, desaprendeu tudinho.

...

Depois do almoço, eu fui descansar, para depois tomar um banho. Eu queria muito ir à piscina, mas não tinha biquíni. Ontem na praia, eu tive que ficar de roupas.

– Pequena, quer ir na piscina?

– Não tenho biquíni.

Respondi.

– Podemos ir comprar, se você quiser.

Sentei na cama, e encostei minhas costas na cabeceira.

– Quero ficar aqui um pouquinho, podemos ir mais tarde.

Ele balançou a cabeça confirmando, beijou minha testa e pegou a toalha de banho.

– Aonde vai?

– Tomar banho, logo volto.

Ele saiu do quarto, e eu peguei o iPad. Conectei ao Facebook. O Feed de notícias não me trouxe muitas novidades, não havia muitas pessoas on-line, bem, não pessoas com as quais eu manteria uma conversa.

Atualizei o Feed de noticias mais uma vez, e senti um gelo no meu coração. Era uma postagem de Quinn. Uma foto.

Minhas meninas e eu. Era o que havia na legenda, na imagem tinha a tal Jessica e uma garotinha loirinha, e de acordo com o que eu sabia, aquela pequena só poderia ser Beth, Quinn também estava na imagem, ela segurava uma florzinha, enquanto beijava a bochecha da pequena loirinha...

Passei a foto, para ver se tinha mais alguma coisa, e depois voltei naquela. Já havia alguns comentários. E um era da Jessica.

Covinha no sorriso, uma menina, uma mulher. Com a flor de margarida foi brincar de bem-me-quer.

Peguei meu celular, e fiz o que me deu vontade. Eu liguei para Quinn.

Ela me atendeu no terceiro toque. Seu “alo” saiu animado, sua voz exorcizava a felicidade. Sua voz era felicidade.

Acabei abrindo um sorriso.

– Aqui é a Rachel.

– Eu sei, Rach, tenho seu numero... Como está de viagem?

– Está tudo bem, aqui em Miami é tudo bem legal, só o clima que é bem quente.

– Imagino... Tire fotos, quero ver tudo depois, hein. (Quinnie, vem logo, com você está falando?)

Ouvi a voz ao fundo, apertei o celular com força.

– Quinn, eu não vou te atrapalhar mais, só queria saber se você está bem- murmurei- Sinto sua falta.

– Também senti sua falta, ainda sinto. Até mais, Rachel.

Encarei a foto na tela do iPad, e minha cabeça começou a produzir pensamentos torturantes. Aquilo doía, mesmo sem eu saber realmente o porque.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi, vocês.
Tentarei responder os comentários anteriores agr. :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Gefährliches Dreieck" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.