Chronos; A Traição De Atena escrita por Fernando Onofre de Amorim


Capítulo 22
Primeira real batalha




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Capítulo 22

Primeira real batalha

Agora, devidamente preparados e armados, os semideuses mesmo indo contra o que acreditavam ser correto, caminham para cumprirem com a vontade de seu deus.

–--Atena; Guerreiros, por favor! Repensem suas decisões!

–--Hércules; Sinto muito Atena, mas devemos cumprir com a vontade de meu pai.

Pegasus entra na frente de sua protegida e simplesmente cruza os braços. Naquele momento os jovens tanto esperavam uma reação de seu mentor, como também se garantiam com a presença dele. No entanto, o predileto da deusa apenas passa esse desafio a seus pupilos.

–--Pegasus; Já que vocês pretendem usar a força, então usaremos a força! Mas deixarei para que esses garotos protejam sua deusa.

Com a exceção de Atena, que sempre sabia das táticas de seu protetor e as vezes protegido, os demais ficam pasmos com a ideia.

–--Aquiles; Ficou louco Pegasus! Vai confiar Atena a esses infantis!

–--Caesar; Pegasus, não que eu desacredite da nossa capacidade. Mas você quer que enfrentemos sozinhos essas lendas!

Desta vez, em um tom mais sério, Pegasus replica Caesar.

–--Pegasus; Não estou sendo insensato Caesar! Vocês agora são cinco cavaleiros de Atena, muito bem equipados e preparados. Eles por outro lado, são semideuses extremamente experientes, porém, nada mais que isso! Agora me entenda, se vocês não puderem derrotar apenas semideuses, como pretendem derrotar os deuses?

Naquele instante, tudo se faz entendido aos jovens e uma compreensão ainda maior a Zhang. O dragão desconfiara que havia algo por debaixo dessa linha de raciocínio. Por outro lado, Caesar continua relutante, temendo pela vida de seu primo.

–--Hércules; E como vai ser! Irão nos enfrentar ou irão fugir?!

Caesius, que sempre fora esquentado e odiava ameaças, caminha por entre seus companheiros e despeja sua urna no chão.

–--Caesius; Dane-se! Dane-se vocês! Dane-se os deuses! Dane-se tudo isso! ... No passado sempre os admirei, admirava seus feitos, suas lendas. Nunca quis ser um guerreiro, queria apenas uma vida pacata e tranquila, sem muitas emoções. Mas aqui estou. Então dane-se! Matarei a todos que atravessarem o meu caminho ou que tentarem fazer mal a Atena! Ouviram!

***Pegasus; “Ha ha! Porque não estou surpreso?!”

***Perseu; “Esse garoto é selvagem e arrogante como um leão. Não sinto um grande cosmo vindo dele, mas mesmo assim me senti ameaçado. Gostaria de ver seu limite.”

Tauro e Aegir também tomam parte na batalha, os dois caminham para o lado do inconsequente e colocam suas urnas no chão. Zhang hesita por um instante, não que estivesse pensando em fugir ou evitar a luta, mas apenas pensando no que realmente estaria acontecendo ali, enfim percebe que o único jeito de descobrir algo, era mesmo em combate.

–--Zhang; Não vai ter jeito, vou ter de lutar também! E tudo por sua inconsequência, lesado!

–--Caesius; Não reclama não Zhang, no fundo você adora medir forças tanto quanto o Tauro!

Com a urna de dragão também no chão, os quatro voltam seus olhares para o sagita.

–--Caesar; Ah! Que seja! Se forem fazer essa loucura, então que façamos todos juntos!

Caesar enfileira com os demais e despeja a urna de flecha no chão. Atena aproxima-se de Pegasus, os dois apenas olham apreensivos, esperando pela glória de seus cavaleiros.

Ao puxarem simultaneamente as correntes das urnas, ambas se abrem emanando uma forte cosmo energia, tão esplendorosa que ofuscara a visão dos semideuses, ao baixar, todas demonstram aceitar seus respectivos usuários. A cosmo energia de cada armadura envolve seu cavaleiro; flecha, minotauro, dragão, cisne e lobo. Todas dispostas a lutarem por Atena. Assim que estendem um dos braços, cada uma delas se desmonta e vai revestindo seu respectivo cavaleiro.

***Atena; “Tenham fé em si mesmos e nos seus companheiros. A alma humana é extremamente poderosa, os deuses sabem e temem isso.”

–--Hércules; E então! Agora que estão preparados, como pretendem nos enfrentar?!

–--Caesius; Para de se achar! Tu é grande mas não é dois não! ... Embora de uns três de mim!

Caesius saca as espadas que estavam posicionadas na cintura, uma do lado esquerdo e a outra pouco abaixo da lombar. Esta maneira de portá-las, lhe proporcionava uma maior rapidez em realizar o primeiro ataque, o que nos dias de soldado romano e lutas contra os inimigos, resultavam em mortes rápidas, geralmente com um único golpe em algum órgão vital.

Mesmo com toda a habilidade de luta, o lobo possuía como defeito seu lado extremamente emotivo, o que quase sempre colocava todos a sua volta em perigo. Aegir o seguro pelo ombro, advertindo-o sobre o perigo de atacar sem terem um plano. Zhang por sua vez, relembra superficialmente de um dos treinamentos com Pegasus, em que para vencê-lo, tiveram de abdicar da força máxima disponível para atingirem seus objetivos.

–--Caesius; Que seja! Mas quem vai e quem fica?

–--Tauro; Hércules é pura força, creio que eu seja o mais indicado.

–--Caesius; Legal, eu pego o Aquiles!

–--Zhang; Não, eu sou o mais qualificado para enfrentá-lo.

–--Caesius; E por que?!

–--Zhang; Porque suas habilidades com armas, ainda são limitadas e inferiores as minhas. Reconheço que suas técnicas sejam melhores, para retirar a vida de alguém em súbito, mas você se expõe muito em uma luta franca. Aquiles provavelmente deva ser o guerreiro mortal mais hábil que já existiu, acabaria te matando na primeira oportunidade!

–--Caesius; Ta se achando muito!

–--Caesar; Zhang tem razão Caesius, deixe-o lutar.

–--Caesius; Ah, que seja! Mas fique sabendo que vou torcer pro Aquiles!

–--Caesar; Então lutarei com o Perseu. Tudo bem pra você, Aegir?

–--Aegir; Sim, vai cansando eles pra mim!

Lobo e cisne, ficam apenas observando seus companheiros se colocando a frente de seus oponentes.

–--Aegir; Não se esqueça do plano Caesius, então por favor, não perca a cabeça.

–--Caesius; Uf! E vou esquecer como, com você falando no meu ouvido!

Enquanto isso, Tauro e Caesar, pedem para que possam levar a luta mais adiante, pra não correrem o risco de machucarem Atena. Aquiles ri, dizendo que proteger a deusa era obrigação deles, independente dos problemas e obstáculos. Então sem dar explicações, Tauro lança uma rajada de cosmo energia, nem chegava a ser um ataque definido, estava mais para um grande deslocamento de ar, causado pela manifestação do seu poder. Os semideuses, quase que no mesmo instante, saltam para trás, abrindo o espaço inicial que os cavaleiros tanto queriam.

Não sendo o bastante, o gladiador lança outra rajada, desta vez de energia pura, pra cima de seus opositores. Hércules tenta conter a aproximação, mas aos poucos é sendo empurrado. Aquiles sai em disparada, visando contornar a coluna de cosmo energia pela sua direita, nesse instante, Perseu observa uma flecha, feita puramente de cosmo cruzando o céu acima deles.

–--Perseu; Aquiles! Cuidado!

Aquiles tem tempo apenas de parar e olhar pro alto, a flecha explode, lançando uma chuva de setas menores sobre eles, cada um à sua maneira se protege. Hércules segura a investida de Tauro apenas com uma das mãos, enquanto dá um soco para cima com a outra, a pressão exercida pelo golpe causa um grande deslocamento de ar, gerando um vácuo que destrói praticamente todas a setas acima dele. Perseu utilizando-se das asas de anjo da armadura, pode voar pra fora do alcance. Aquiles em contra partida, se mantem firme até o último momento, no instante exato acoberta-se com seu escudo, cobrindo-se firmemente.

Ofuscados pelo ataque de Tauro e pressionados pelas setas de Caesar, os três com suas vastas experiências em batalhas, apenas aguardam o seguinte passo. Mesmo com o dissipar da gigantesca bola de energia, o clarão ainda se mantinha e aproveitando-se desse momento Zhang parte pro ataque.

***Aquiles; “Muito inteligente. Estão tentando ganhar espaço entre nós e Atena, ao mesmo tempo que causam uma distração para nos atacarem.”

Nem bem conclui esse raciocínio, o herói de Tróia percebe a investida do dragão e defende-se com o escudo, a lança nem sequer chega a fazer um pequeno furo na sua defesa.

–--Aquiles; Muito inteligente. Mas pecou por me subestimar.

–--Zhang; Não subestimei!

Sem entender direito, Aquiles apenas vê seu oponente saltar para trás, neste momento, um dragão de cosmo energia desce rasgando o céu e acerta-o em cheio, a explosão também pega o cavaleiro no ar, arremessando-o a alguns metros de distância. Os outros dois não vão em auxílio, pois possuíam seus próprios oponentes. Hércules até tentara ajudar, porem teve de conter a investida do minotauro, que o atacara com seus próprios punhos, desferindo um belo direto. O predileto de Zeus fecha-se em sua guarda para receber o soco, embora o semideus fosse fisicamente mais forte que Tauro, seu golpe consegue arrastá-lo alguns centímetros.

–--Hércules; Impressionante. Mas... eu... sou... Hércules!!! Aaah!

Sendo a personificação mitológica da própria força e masculinidade, Hércules desfaz a guarda e com apenas umas das mãos, segura o punho de Tauro, fazendo-o retroceder a medida que avançava.

***Tauro; “Não imaginava que a diferença entre nossa força fosse tão desigual, me sinto como uma criança sendo empurrada por um adulto! Por mais que goste de medir forças, terei de usar as técnicas de luta greco-romana.”

–--Hércules; Essa é toda sua força?!

–--Tauro; Pode ser que seja, mas não é tudo que sei!

Ao dizer isso, Tauro retira totalmente sua força, fazendo com que Hércules passe a toda por ele, na passagem o segura pela cintura e gira para trás três vezes, fazendo com que a cada queda no solo, Hércules bata ainda mais forte com a cabeça, na terceira queda o semideus fica alguns instantes atordoado, o que dá tempo suficiente para poder lhe aplicar um mata leão, uma técnica de estrangulamento muito eficaz em lutas homem a homem.

Já no ar, Perseu continuava sendo perseguido pela bateria de setas, que Caesar não sessava em disparar, por mais alto que voasse ainda não era o suficiente e toda vez que se distanciava para o horizonte, o sagita aumentava o intervalo entre os disparos, para poder concentrar um pouco mais de cosmo em cada disparo.

***Perseu; “Preciso encontrar um meio de me aproximar, não posso ficar apenas me defendendo.”

O matador de gorgonas, dá um rasante e vou bem próximo ao solo, o que lhe concede maior mobilidade e proteção do terreno, as setas que não podiam ser desviadas eram rebatidas por sua espada, dessa maneira a aproximação se tornou inevitável. Caesar não muda sua postura ou sequer demonstra isso, apenas continua atirando com maior intensidade, aumentando exponencialmente o cosmo. Quando Perseu estava a poucos metros, empunha a espada com as duas mãos, visando cravá-la no coração de seu oponente.

–--Caesius; Caesar! Sai logo daí, ele vai te matar!

–--Perseu; Acabou!

A menos de dois metros de ter o coração dilacerado e uma morte certa, Caesar muda sua postura rapidamente, fazendo com que o arco e a flecha, ambos feitos de cosmo energia se desmanchem no ar, num piscar de olhos ele gira o braço esquerdo e desfere um soco com o direito.

–--Caesar; Trovão Atômico!

–--Perseu; Não!

Uma rajada reluzente sai de seu punho, acertando Perseu em cheio e arremessando-o para muito longe. A uma distância relativamente segura, Atena e Pegasus assistiam atentos aos mínimos detalhes da batalha.

–--Atena; Você os treinou bem, estou surpresa com a capacidade de luta deles!

–--Pegasus; Obrigada Atena, mas não precisa me agradecer. Se eles estão lutando nesse nível hoje, é grande parte por esforço e dedicação deles.

–--Atena; Mesmo assim é surpreendente.

–--Pegasus; Só teremos certeza da capacidade de cada um, quando a verdadeira luta começar.

Mais à frente, Caesius já comemorava vitória, enquanto Aegir procurava olhar mais detalhadamente para o que estava acontecendo.

–--Caesius; Estamos vencendo, essa batalha já é nossa! Esperava mais deles!

–--Aegir; Não seja precipitado Caesius, procure analisar direito a luta.

–--Caesius; Como assim, estamos dando uma surra neles!

–--Aegir; Talvez minha percepção não seja tão boa quanto a sua, mas apenas vi que concluímos a nossa rodada, agora é o turno deles!

–--Caesius; Do que você ta falando?!

–--Aegir; Olhe bem! Nós atacamos primeiro e os surpreendemos, mas não os derrotamos. Fora Tauro, Caesar e Zhang estão abertos a um contra-ataque.

O jovem Lobo olha para seus companheiros e repara que Cisne tinha razão. Embora Tauro estivesse com Hércules imobilizado, Sagita e Dragão ainda mantinham a postura de combate.

–--Tauro; Hércules, desista! Não preciso te matar e nem quero, apenas se renda!

O predileto de Zeus começa a dar gargalhadas, embora aparentemente estivesse completamente dominado.

–--Hércules; Ha ha ha! Você acha mesmo que está com tudo sob controle! Você realmente acredita que suas técnicas de luta superaram a minha força!

–--Tauro; Eu avisei.

Com toda a força da qual seu corpo despunha, o gladiador passa a estrangular seu oponente, no entanto, com apenas uma cotovelada em suas costelas, acaba soltando uma golfada de sangue, que sujara até mesma a armadura divina de Hércules. Os golpes continuam a infligir Tauro, a cada nova pancada a dor vai se tornando insuportável, chegando inclusive a causar uma pequena fissura do lado esquerdo do peitoral.

***Tauro; “Não é possível! Estou colocando toda minha força e ainda assim não é suficiente, ele já deveria ter desmaiado!”

Hércules sessa as cotoveladas e tenta se desvencilhar, puxando os braços de seu inimigo, ele vai aumentando sua força gradativamente até ficarem em um impasse. Após alguns instantes de indecisão, o semideus solta um berro que ecoa pala planície, enfim uma pequena demonstração da verdadeira extensão de sua força pode ser vista.

–--Pegasus; Hércules sempre que pode, adora mostrar sua força!

Como se fosse uma máquina, Hércules ergue-se do chão com Tauro ainda em sua costa e em um único puxão, desvencilha-se do estrangulamento. Ainda não sendo o bastante, gira várias vezes segurando-o pelo braço e o arremessa contra o chão, o corpo do cavaleiro sai destruindo tudo, a medida que avançava colidindo contra o solo, ao atingir um monte desaparece por entre os escombros.

–--Caesius; Taurooo!

–--Aegir; Acalme-se Caesius!

–--Caesius; Me acalmar! Você viu o que aconteceu com o Tauro! Como pode pedir pra ter calma!

–--Aegir; Eu te entendo, mas devemos seguir com o plano!

Nesse momento, a lança de Aquiles sai por entre a coluna de poeira e silenciosamente vai em busca de seu alvo. Zhang, já presumindo que seu ataque não fora capaz de derrotar o herói de Tróia, estava preparado para isso e desvia do trajeto de sua morte.

–--Zhang; Isso foi desnecessário. Agora você possui uma arma a menos para lutar.

–--Aquiles; Não se preocupe, queria apenas testar seus reflexos. Quando eu quiser, passo por você e a recupero. No momento, me interesso mais em ver suas habilidades de luta corpo a corpo.

Mais a diante, Caesar avançava cautelosamente com seu arco de cosmo energia em punho, Perseu mesmo recebendo diretamente o Trovão Atômico, jamais sucumbiria tão facilmente.

***Caesar; “Pelo pouco que sei sobre as histórias de Perseu, sei que atacará em meu ponto cego, ou onde menos espero. Mas aonde?”

Na tentativa de forçar seu oponente a dar as caras, Caesar lança uma chuva de flechas explosivas, aonde presumia que ele estivesse. Novamente, várias explosões puderam ser ouvidas tanto na acrópole, quanto no porto de Pireas. Em meio ao caos desta tempestade de setas, uma luz emana no céu.

–--Caesar; Te achei!

O Sagita, em uma tentativa infeliz de terminar rapidamente a batalha, foca-se totalmente no suposto alvo no céu, abrindo sua guarda. Em meio as chamas de energia que ainda queimavam o solo, Perseu surge, desferindo um golpe com sua espada. Caesar cai de joelhos e fica imóvel, sua armadura o protegera com grande louvor, mas sofrera uma pequena fissura na braçadeira esquerda, devido ao ataque direto. O veneno ao qual a lamina estava banhada o imobiliza, apenas uma pequena gota causara tamanha paralisia.

Agora o que parecia uma vitória fácil, se tornará algo extremamente complicado de se combater, os semideuses mostraram serem oponentes valorosos, dignos de suas lendas que percorreram as eras.

Continua...

Fim do capítulo 22

Fernando Onofre de Amorim

20h 50min 19/06/2014


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