Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 25
O Presente


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeee por pouco eu não consigo postar esse cap hoje, pois minha net caiu e não queria mais voltar! Aproveitem o último capítulo desta fic! Eu quero agradecer a todos que leram, comentaram e apoiaram esse projeto, se eu pudesse dava um abraço e chocolate pra todo mundo! Muito obrigada a todos!



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A luta havia terminado. Tudo voltara ao normal, aparentemente. Bem, para os não envolvidos na história nada extraordinário havia acontecido, exceto na vida daqueles três.

Seria difícil, sim, para Christopher seguir em frente depois de tudo que ocorreu. Saber que se juntou a um demônio para destruir Alucard e literalmente ter matado Maria foi uma facada em seu coração. Mas a visão de uma mulher que carregava um coração humilde foi o caminho para sua redenção, visto que foi perdoado pela própria pessoa a quem tirou a vida indiretamente. Ele começou a planejar o que faria em diante. Tornaria o desejo dele em ajudar pessoas realidade, casaria com uma mulher que amasse e formaria uma família.

Ela saiu do quarto carregando fé em sua recuperação. Acreditava no coração de um homem, que mesmo rico, ainda levava um coração humilde e bondoso; que tentou fazer a coisa certa do jeito errado.

Desceu as escadas e encontrou o meio-vampiro no meio do saguão esperando por ela.

— Adrian? Achei que tinha voltado a casa.

— Não podia deixar-te aqui. Está chovendo, e pelo visto, você não está protegida.

— Bem... – disse disfarçando – a chuva estava mais fraca antes de chegar aqui.

Alucard balançou a cabeça mostrando um rápido sorriso tímido.

— Vamos, levarei você em segurança. – ele estendeu sua mão; Maria não sabia como, mas confiava nele. Via isso em seus olhos.

Então foi sem medo ao seu encontro. Segurou em sua mão e os dois caminharam até a entrada principal. No momento em que saíram do casarão e fecharam a porta, Alucard transformou-se em névoa levando Maria consigo. Era a primeira vez que o meio-vampiro unia-se com outra pessoa ao se transformar.

A chuva não foi problema no caminho, os dois estavam invencíveis e intocáveis. Demorou menos de cinco minutos até que chegaram a casa. A chuva aumentou ainda mais e a temperatura baixou. Era o momento de acender a lareira e descansar dos tumultuados últimos dias.

Os dois entraram em silêncio. Após voltarem da transformação Maria imediatamente procurou algumas toras para serem usadas no fogo. Mal percebeu que ainda usava a capa de Alucard. Este, vendo-a fazer aquele trabalho seguiu-a até a cozinha e tratou de levar a madeira até a sala.

— Obrigada. – Ela respondeu sorridente, quando o viu tirar o material de suas mãos.

— Você precisa de repouso.

Em pouco tempo, o meio-vampiro acendeu o fogo e Maria sentou-se no pequeno sofá antigo para se aquecer.

— Finalmente acabou. – a caçadora disse, suspirando de alívio.

— Sim... – Alucard andou até a janela para observar o tempo lá fora.

— Adrian...? – ela perguntou confusa, notando estranheza em sua voz. – Está tudo bem?

O meio-vampiro olhou para baixo sem responder.

— Adrian. – Maria falou insistente – O que foi? Por que está assim?

— Pergunto-me se existem mais pessoas desconfiadas de minha presença.

— Do que está falando?

— Christopher. Ele disse que ouviu boatos de gente comentando sobre o surgimento de um vampiro nos arredores. Foi onde toda essa história começou.

— Mas ele apenas fez isso porque estava desesperado.

— Não estou culpando-o, o que me interessa são quantas pessoas sabem que estou por perto.

— Isso nunca foi um problema para você. Por que está tão incomodado?

— Tudo está me incomodando, Maria! – ele virou-se de repente, assustando um pouco a mulher, que ficou encarando-o com olhos arregalados.

— Como pode falar assim, Adrian, logo depois de tudo que passamos!

A voz dela se sobrepôs à atitude dele, que logo viu o feito de suas palavras.

— M-maria... eu sinto muito. – ele baixou um pouco a cabeça, levantando para olhá-la – É que... a luta com Magnus e Therian, e todos esses boatos levaram-me a pensar sobre minha estadia aqui. Tudo de ruim que aconteceu foi culpa minha.

— Adrian...

— Maria, eu... ouvi seu coração parar de bater. E tudo por causa de minha presença neste lugar.

A caçadora levantou do seu lugar e ficou em pé, frente a frente com ele.

— Jurei por minha vida que protegeria a sua. – ele disse balançando a cabeça negativamente.

Os dois ficaram em silêncio.

— Quando você morreu parte de mim que lutava parar viver ao seu lado e compartilhar a humanidade também se foi. Enlouqueci... queria destruir tudo ao meu redor.

Maria caminhou até ele, ficando mais próxima ainda. Novamente ele recusava-se a encará-la nos olhos.

— Olhe para mim. – ela disse – Estou viva, bem aqui! Voltei a viver! Agora, quero saber se a parte a qual lutamos voltou também...

Os olhos cinza do meio-vampiro visaram sua face.

— Sabe o que vejo? O olhar de um homem que se sente culpado por uma fatalidade que não cometeu.

— Isso não muda o fato de que eu quase o matei.

— Sim... mas não matou. Assim como não matou Richter.

Ele suspirou.

— Quando você aceitou minha proposta de viver entre nós, desistindo de voltar ao sono eterno, eu sabia que aí dentro – ela apontou para seu peito – palpitava um coração disposto a tomar um novo rumo na vida, ter um novo começo. E sabia também que esse coração estava disposto a se abrir para o amor.

— Onde quer chegar?

— Eu ainda consigo enxergar isso em você, Adrian, a vontade de recomeçar.

— Talvez tenha sido um erro arriscar sua vida por mim...

— O único erro que cometi – ela encostou suas mãos em seu tronco – foi não ter lhe beijado antes.

Era impossível resistir ao amor. Seus rostos estavam tão próximos que bastava um leve movimento para seus lábios se tocarem.

E assim foi.

O beijo era uma terrível necessidade para ambos, depois de tudo que aconteceu. E após mais de um ano, entregaram-se ao amor que os ligavam aos poucos. O meio-vampiro finalmente havia encontrado a pessoa certa. A mulher que nunca o deixaria perder-se para as trevas; sua amada, a quem daria sua vida, assim como ela havia feito por ele.

Os opostos, realmente, se atraíram. Juntaram-se em uma união inquebrável, num amor que parecia impossível.

A caçadora finalmente havia conquistado o coração do meio-vampiro, por quem estava apaixonada há muito tempo. A chama, que já se acendia desde o momento em que se encontraram no castelo estava mais forte.

Ele retirou as luvas de suas mãos e a puxou pela cintura trazendo-a para perto. Depois acariciou seu liso rosto que mais parecia seda pura. Alucard precisava sentir o calor de seu corpo depois de presenciar a frieza de sua vida que foi tirada.

— Ainda bem que parou de lutar... – ela disse sorrindo ao pé do ouvido, envolvendo seus braços em seu pescoço e voltando a beijá-lo novamente.

— Ainda bem que... você não desistiu de mim... – Alucard respondeu, repousando sua cabeça no ombro dela e lhe dando um carinhoso beijo na bochecha.

Seus lábios voltaram a se tocar, mais intensamente dessa vez. A caçadora não parava de deslizar suas mãos sobre as mechas soltas do amante, e o meio-vampiro não a soltava de seus braços. Ficaram assim por algum tempo, e a cada segundo, a chama da paixão ardia ainda mais.

— Adrian... espere. – ela disse, tocando em seu tronco – Se continuarmos assim serei capaz de cometer uma loucura. – a mulher terminou soltando uma leve risada.

— Então venha – ele tocou em seu pulso levou até o pequeno sofá – vamos descansar.

O som da chuva era calmante; nem o barulho do trovão assustava mais. Tinham um ao outro agora e nada mais importava.

— Sempre achei que trevas e luz nunca poderiam se unir... – o meio-vampiro olhou para o fogo.

— Você não é das trevas, Adrian – Maria disse, elevando suas pernas e recostando-se em seu peito – você é luz, que recusou a se tornar trevas.

— Talvez sim... – o meio-vampiro passou seu braço para envolvê-la.

Ambos olharam para as chamas que dançavam naquela lareira. A chuva ainda persistia e mostrava que não daria trégua tão cedo. Era o momento de passarem mais tempo juntos e aproveitarem essa nova fase. Poderiam ficar ali, juntos, por horas, uma eternidade...

Aos poucos, Alucard acostumava-se com aqueles gestos. Era a primeira vez em sua vida que se relacionava com uma mulher. Oficialmente eram novos amantes, após tanto tempo vivendo como colegas.

— Maria... – ele disse um pouco hesitante, ainda olhando para o fogo – eu não... tenho as palavras corretas...

— Adrian? – Maria ergueu a cabeça para ver sua expressão.

— Serei eternamente grato por tudo que fizestes por mim.

Ela deslizou sua mão em seu rosto.

— Mal consigo imaginar como ou o que teve de fazer para voltar... – o homem disse baixo.

Um alto preço teve de ser pago para retornar ao mundo, e ele não tinha ideia do que seria.

— Por que está... falando isso?

Ele baixou um pouco sua cabeça para observá-la diretamente.

— Ainda pergunto-me por que fez tanto por mim. Fui um tolo em não perceber o quanto se importava comigo.

— Você não foi um tolo, Adrian. Só foi teimoso demais. – Maria deu uma leve risada.

— Sim, eu fui. – ele fez uma pausa – seu aniversário passou e não pude lhe dar um presente, sinto muito.

— Você já me deu um presente, antes, lembra-se? Dançamos juntos.

— Aquilo não foi o suficiente para ser digno de um presente, Maria. – ele pôs sua mão direita sobre as dela – Você é melhor coisa que aconteceu em minha vida.

Os olhos dela brilharam de felicidade. Foi tão emocionante ouvir aquelas palavras vindas de sua boca, algo que nunca esperaria tão cedo.

— Não sou rico, nem possuo grandes posses. – Alucard pensava em Christopher ao dizer aquilo – Mas... – o meio-vampiro aparentava estar nervoso. Ele levantou-se do sofá e seguiu para a cozinha.

— Está tudo bem, Adrian? – ela disse alto, olhando por cima do móvel, retornando para seu lugar.

— Lyudmil havia me dito algo há muito tempo atrás. – Alucard caminhou até ela, ficando frente a frente com a caçadora; ele segurava uma pequena flor branca retirada do vaso da cozinha – Havia um festival onde essas flores eram uma das atrações. – ele ergueu a pequena planta – Uma vez ao ano, garotos faziam um buque com elas e... presenteavam garotas para expressar seu amor.

Maria pôs seus pés no chão, curiosa com seu dizer. Ele, timidamente, abriu um sorriso.

— Sinto muito, não aprendi a fazer um buquê, mas... espero que isso tente simbolizar o amor que tenho por você. – o meio-vampiro estendeu a flor para ela – Eu te amo, Maria.

— Adrian... – a caçadora falou emotiva, os olhos começavam a encherem-se; ela levou uma mão à boca e pegando a flor logo depois.

— Eu também te amo... meu querido. – ela falou, sentindo o aroma da planta.

Alucard sentou-se ao seu lado novamente e entrelaçou seus dedos nos dela.

— Maria, você... aceita se casar comigo?

Os olhos da mulher, que visavam à flor, imediatamente tornaram-se a seu amante. Uma mistura repentina de surpresa e susto. Mal pôde se recuperar daquele carinhoso gesto de segundos atrás.

— V-v-você d-disse c-casar? Q-quer que eu... eu me torne sua... esposa? – perguntou atônita.

— Eu a amo tanto, e quero amar ainda mais. – ele disse claramente, sem receio ou timidez.

Seus olhos se encontraram novamente. Era nítido para Maria perceber a emoção vinda dele.

— Você não tem obrigação, Maria. É escolha sua.

Maria olhou para a lareira. Ouvir um pedido de casamento de Alucard era quase um sonho para ela; um sonho que de uma hora para outra se tornou realidade.

A mulher observou sua mão ainda entrelaçada à dele e sorriu. Realmente não era um sonho.

— Eu... – ela apertou sua mão, olhando diretamente em seus olhos – eu aceito casar-me com você, Adrian! – a empolgação era evidente em sua voz.

Os dois selaram aquele momento com outro beijo. Em tão pouco tempo, eles, que mantinham apenas uma neutra amizade, tornaram-se noivos, e em breve, seriam casados. Foi uma radical mudança na vida de Alucard, principalmente, que abandonou a ideia de não se unir a uma mortal. E foi uma ousada atitude de Maria em dedicar-se a viver com um meio-vampiro, filho de Drácula; ela se empenhou e conseguiu resgatá-lo da solidão que partiria.

Daqui em diante dariam um novo passo, viveriam uma vida juntos, não como antes, onde apenas dois conhecidos compartilhavam a mesma casa. Agora partiriam para um novo começo mais unidos que nunca, pois foram capazes de enfrentar os problemas, até a morte.

Novamente ela recostou-se sobre seu peito, um lugar onde se sentia segura. A chuva que continuava a cair era mais um refúgio para os novos amantes, que ficaram naquele sofá. Alucard beijou a testa da noiva com carinho. Nem ele conseguia acreditar no que estava acontecendo. Maria era especial demais e merecia todo amor do mundo; e o meio-vampiro faria de tudo para torná-la a mulher mais feliz, assim como seu pai tentou quando conheceu Lisa. Mas dessa vez, Alucard tinha plena certeza que faria do jeito certo, amando-a e cuidando da pessoa que literalmente deu a vida por ele.

O meio-vampiro havia encontrado, ou melhor, foi encontrado pela pessoa certa, a que o fazia se sentir bem, mais vivo e mais humano. Maria se tornou mais que uma preciosidade, muito além de um jardim secreto que uma pessoa trata com o maior zelo possível; sentia-se no paraíso quando estava ao seu lado. Seus olhos já a observavam de outra maneira, e seu coração, finalmente havia se aberto para receber o amor e amar a caçadora. Alucard, ou melhor, Adrian e Maria finalmente estavam juntos e fortalecidos. Deveriam confiar um no outro ainda mais nessa nova fase.

A caçadora ainda precisaria de mais tempo para contar a verdade a seu noivo. Ela havia pago um preço de grande peso ao voltar a viver e necessitaria juntar coragem para dizer a ele, pois isso afetaria o relacionamento de ambos para sempre. O momento ainda não era oportuno, então a mulher decidiu esperar e falar na hora certa, mesmo que demorasse dias, ou até mesmo anos. 


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Notas finais do capítulo

Peeeeeessoal! Então, a fic acabou, mas quero muito fazer uma continuação baseando-me nessa. Espero poder ver todos vocês caso meu projeto de uma nova fanfic siga em frente. Mais uma vez, AGRADEÇO MUUUUUUITO a todos vocês que leram; vocês foram a chave e o incentivo para que eu postasse os capítulos!


Chega junto que a fic já tem continuação! >>

https://fanfiction.com.br/historia/681185/A_Maldicao_Silenciosa/



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