Camélia escrita por And Allegra


Capítulo 3
Figueira


Notas iniciais do capítulo

EXPLICAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A FANFIC:
1- O narrador (Sasuke) está escrevendo um relato sobre sua vida, no qual o principal foco é o seu romance, ou seja, ele já viveu tudo isso. Por isso que eu solto "pistas" sobre como ele está atualmente. Então se você não havia percebido é melhor reler os dois primeiros capítulos e se for atencioso achará fatos interessantes.
2- A ordem cronológica de certas cenas/diálogos é totalmente incerta, ou seja, no capítulo anterior mostrei o primeiro encontro deles e nesse eu estou mostrando algo que aconteceu muito tempo depois. Prestem atenção para não se perder.

Estarei indo responder os comentários em breve.
O número de comentários diminuiu no último capítulo, então volto a avisar: Não terei pena de abandonar a fanfic caso eu não receba bons comentários sobre a história. Não me venha com "Amei" ou "Continue logo", quero comentários amplos e que falem o que gostou ou não na história.
Estão avisados, boa leitura!



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Capítulo três de Camélia

Figueira (Discussão)

Narrado do ponto de vista de Sasuke Uchiha.

Aquele encontro com Sakura me rendeu mais que apenas um quadro, com apenas aquele breve instante me rendeu bastantes obras, nenhuma inesquecível ou com uma grande história. Eram apenas quadro bonitos e vazios.

Vazio.

Eu também me sentia vazio, precisava de inspiração, de algo que não queria realmente admitir. Eu precisava dela e aquilo me irritava. Eu nem ao menos a conhecia então por que estava tão obcecado?

Para tudo há um motivo, um significado ou segredo oculto, o mesmo serve para as pessoas. Todas guardam em si algo que a marca, independente de ser algo bom ou ruim. Enquanto vamos crescendo nos deparamos com várias coisas que podemos achar que irão nos marca, mas que acabamos esquecendo e deixando de lado.

Quando criança eu acreditava que o que iria marca-me seria o conhecimento, eu tinha uma fome pelo oculto, pelo desconhecido e fazia praticamente de tudo para alcançá-lo, porém quando conseguia não havia um “mas”. Aquele brilho que antes havia sobre o meu artigo de desejo apagava-se e eu deixava-o de lado, esquecido ele acabava por desfragmentar-se ou sumir. Quando cresci isso continuou, essa minha busca incessante por algo para em seguir quando ele fosse desvendado eu largá-lo.

O meu relacionamento com a Sakura foi marcado por crises, algumas delas causadas por ela, mas em outras eu e o meu medo éramos culpados. Eu tinha medo dela tornar-se apenas mais um enigma desvendado na minha vida e que com o tempo ela também fosse descartado. Talvez isso em certos momentos fosse bom para mim, como quando finalmente nos abrimos um para o outro e colocamos as verdades na mesa, naquele momento tudo teria sido mais fácil se ela fosse apenas mais uma peça descartável. Talvez ela ainda se torne uma peça descartável. Talvez algum dia eu finalmente entenda-a e me canse. Mas talvez, e eu disse apenas talvez, ela não seja apenas um enigma e sim a peça que faltava para um enigma começar a ser resolvido. Mas qual enigma seria esse?

O enigma do amor? Não sou romântico a esse ponto.

O enigma da felicidade? Certamente isso soa clichê demais.

O enigma da confusão? Esse seria o perfeito.

Desde que comecei esse relato pouco falei sobre como realmente a Sakura é, talvez por que eu quisesse que vocês fizessem a sua própria imagem dela, descobrindo pouco a pouco seus hábitos e segredos, mas eu percebi que essa enrolação não é algo que eu goste. Prefiro ser direto, expor minha opinião e não deixar dúvidas em relação ao que sinto, mas por vezes eu deixarei vocês no escuro. Nesse momento o melhor é que finalmente eu lhes presenteie com um pouco da verdadeira Sakura.

Seus cabelos rosa não são realmente rosa, mas afinal quem realmente nasce com cabelos rosa? Algum extraterrestre talvez, mas como ela é uma humana (ou ao menos prefiro pensar assim) isso não poderia acontecer. Algum momento não muito antes de termos aquele primeiro encontro (Que estava mais para um incidente de encontrar uma pessoa qualquer para nunca mais encontrá-la) ela teve um motivo, que por enquanto é melhor eu me abster de contar, para pintá-los. O tom rosa claro idêntico ao da minha pintura foi algo que sempre gostei de observar, como se fosse um sonho saído do papel.

Os olhos verdes são algo delicado já que ninguém realmente deveria ter olhos claros, algum tempo atrás quando eu estava assistindo o jornal vi uma reportagem que falava que existe olhos apenas castanhos ou azuis, todos os outros são meros defeitos genéticos. Foi justamente por ser um defeito que acabou na minha pintura, algo como um significado oculto com o qual apenas eu teria o prazer de gozar do segredo, infelizmente agora acho necessário revelar isso aqui e estragar algo com o qual eu me divertia bastante.

O temperamento da minha intrigante Sakura sempre foi algo interessante a ser observado, mas afinal qual é a mulher que é facilmente entendida ou controlada? Seres cheios de mistérios muitos dos quais é melhor nós pobres homens ignorarmos sua existência. Alguns breves momentos ela era doce e gentil, mas esses instantes sempre tão breves e raros como os eclipses lunares. Na maior parte do tempo ela era irônica, sarcástica e irritante. Mas justamente esses momentos a tornavam alguém divertido, seu humor caustico por vezes me deu algo para me apoiar. Na outra parcela da sua existência ela estava mergulhada na sua mais profunda paixão: os livros. Escrever era a sua arte e a sua vida, suas histórias que na época em que nós conhecemos não eram tão boas ou famosas foram progredindo e espalhando um inebriante perfume nela. Aquele olhar brilhante que ela tinha sempre que conseguia escrever uma cena que considerava perfeita era algo que dava a mim inspiração.

Mas ela não era apenas formada por coisas boas, ela tinha seu lado negro. Todos nós temos na verdade, apenas o escondemos ou fingimos que ele não existe. Ela era fria e manipuladora quando queria, se estivesse em uma competição para publicar seu livro ela não teria a menor pena de fazer de tudo para destruir seus concorrentes a quem ela via apenas como inimigos.

Ela não era alguém que aceitava facilmente ser criticada, lembro-me de certa vez muito tempo depois do nosso primeiro encontro. Estávamos na minha casa e ela digitava furiosamente em seu notebook, eu estava entediado, mas sabia que aquilo não duraria muito já que ela estava criando algo novo e que por consequência iria levar-me a criar algo novo.

“Consegui.” Ela exclamou feliz e passou o notebook para que eu pudesse ler o esboço da história que ela estava trabalhando para que fosse seu novo livro.

“Eu não gostei. Parece clichê demais, um romance entre aluna e professor onde ele é um carrasco com ela. Então para vingar-se ela começa a fingir estar apaixonada por ele para que possa envergonhá-lo. Só lendo isso eu já sei como vai acabar sua história.” Eu zombei. Ela trincou os dentes irritada, tomou o notebook de mim e olhou-me com desafio.

“Então diga senhor sabe tudo.” Ela incitou-me.

“De algum modo eles vão começar a se aproximar. Eles irão Transar loucamente e alguém vai acabar descobrindo. Então alguém que sabia o motivo pelo qual ela se envolveu com ele vai contar a verdade para ele, provavelmente algum melhor amigo apaixonado por ela. Eles brigarão, ele ficará ainda mais carrasco que antes e ela chorará por dias. Depois alguma amiga dela vai convencê-lo que a garota realmente a ama e eles irão voltar. Enfrentar tudo e todo e talvez eles terão uma penca de filhos. Quantos você acha?” Ela abriu a boca chocada.

“Seu idiota.” Rosnou e socou o meu braço.

“Acho que no mínimo uns cinco. O que você acha de tentarmos ultrapassá-los?” Eu levantei uma sobrancelha sugestivo.

“Vá se divertir sozinho idiota.” Socou-me uma última vez e sumiu por dias.

Quando ela voltou eu havia terminado um novo quadro feito especialmente devido a aquela conversa. Tons de roxo e rosa misturavam-se em curvas aparentemente abstratas, mas que se observadas de perto mostrava um casal agarrado como se estivessem se fundido.

“O que você acha?” Perguntei-lhe após mostrar minha nova obra que eu havia nomeado de figueira, a flor que tinha como significado discussão.

“Qual o nome maluco de flor você deu agora?” Ela zombou.

“Figueira.”

“Você sabe que você ainda será taxado como louco por causa dessas suas esquisitices.” Ela falou.

“Todos nos somos loucos minha querida. E a nossa principal loucura é estarmos juntos.” Beijei-lhe suavemente nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Alguma opinião formada sobre a Sakura? Algo a comentar sobre o Sasuke e seus receios talvez infundados? Vocês querem cenas "picantes" (+16) nessa história ou ficaram satisfeitos com algo para +13?
Lembre-se de comentar.