Camélia escrita por And Allegra


Capítulo 2
Azaléia


Notas iniciais do capítulo

Esqueci de avisar, mas os capítulos serão postados um por semana, geralmente nas segundas.
Obrigada por todos os comentários e favoritos.
Será que vocês poderiam me dar ideias de "encontros" para o Sasuke e a Sakura?
Esse capítulo me parece bastante leve, não tem drama e acho que em alguns momentos eu até mesmo dei uma pitada do meu humor estranho...



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Capítulo dois de Camélia.

Azaleia ( Paixão frágil e passageira)

Narrado do ponto de vista de Sasuke Uchiha.

Betado por Miya Uchiha

Meses mais tarde depois de conhecer e começar o meu relacionamento com a Sakura eu descobriria que o segundo fator para que nós conhecêssemos foi a entrevista que eu dei falando sobre a minha pintura “Camélia”.

Na semana que sucedeu a minha exposição eu dei uma entrevista a um importante jornal de Tóquio, fiz aquilo somente porque me daria mais publicidade, mas não estava nem um pouco ansioso.

Para começar o lugar de encontro com a entrevistadora foi no mínimo esquisito, era uma espécie de clube de um daqueles estilos musicais esquisitos que vem da América, se me lembro bem era um clube de Jazz. Em segundo havia minha entrevistadora, Ino Yamanaka, que era no mínimo assustadora em alguns sentidos.

Pegue uma boneca Barbie, dê vida a ela e a ensine a agir como uma fangirl em momento de êxtase, você terá em mãos a sua própria Ino Yamanaka. Talvez eu esteja sendo um pouco malvado com ela, mas ela simplesmente parecia a imagem estereotipada que os ocidentais tem de perfeição, longos cabelos loiros e grandes olhos azuis que ficavam a toda hora olhando tudo como se precisasse gravar aquilo ou iria sofrer uma morte lenta e dolorosa. Seu corpo também era desenvolvido demais para uma pessoa naturalmente japonesa, não que eu esteja reclamando, apenas observando... E ainda havia a sua voz, estridente e irritante, que ela estava dando um tom mais pesado e lento como se quisesse fazer com que parecesse mais madura. Se estava funcionando? Absolutamente não! Aquilo apenas me dava mais vontade de sair correndo dali.

“Então Sasuke o que achou do lugar que encontrei para o nosso encontro?” Ela perguntou toda animada.

“Terrivelmente esquisito e que me dá vontade de sair correndo”. Eu pensei

“Legal.” Eu respondi.

“ Vamos começar logo a entrevista ou você prefere curtir o ambiente primeiro? Sabe não se sinta intimidado, eu entendo tuuudo sobre artistas, em especial os pintores, meu namorado é um. Sei que vocês gostam desses ambientes esquisitos e que não são muito de falar, mas fique calmo eu posso lidar com isso, meu namorado vive dizendo que eu posso conversar por várias pessoas e elas nem ao menos teriam a oportunidade de falar, dá para acreditar nisso? Eu quase nem falo! Mas prefiro pensar que ele estava brincando comigo.” Ela riu loucamente como se tivesse contado a piada do século e voltou-se para mim como se esperasse que eu risse com ela.

Não vou procurar brigar com uma louca então dei um sorrisinho de lado e murmurei algo como “Você que sabe”.

A maior parte da entrevista não foi lá grande coisa, ela falou mais da vida dela que me perguntou algo sobre mim ou minhas obras, no final daquela conversa se eu participasse de um programa de TV onde tivesse que falar sobre a vida dela eu levaria todo o prêmio.

Ino era legal, mas seu comportamento nem tanto, ela assustava e acho que não a vi falando sério ali na entrevista, ela me lembrava o Naruto desde a aparência até o comportamento, mas preferi ignorar isso. No final ela até mesmo pediu (Lê-se quase me obrigou a dar) o número do meu telefone.

Naquela noite a segurança e o silencio do meu quarto nunca me pareceram tão confortáveis.

(...)

Eu geralmente gosto de sair de casa, observar as pessoas e estudá-las. Sempre ando por lugares lotados com meu caderno de rascunho em busca da inspiração, do momento certo, aquele pequeno instante em que algo simples e singelo pode transforma-se em algo grandioso e memorável. Depois de encontrá-lo eu tento passá-lo para o papel, às vezes da certo e eu tenho um bom quadro seguido da sensação de satisfação, outras eu não consigo representar exatamente o que vi e senti, nesses momentos a raiva toma conta de mim e sinto-me frustrado por não ter conseguido passar a mensagem que queria.

Lembro-me que certa vez eu estava conversando com o Naruto sobre um dos meus momentos de frustração por não ter conseguido pintar aquele exato momento e ele simplesmente me disse que tentasse fotografia. Eu até tentei, mas percebi que aquilo não era para mim. Com essas câmeras super modernas e todos esses programas de computador fica bem mais fácil de modificar uma fotografia, mas qual seria o objetivo disso? A minha pintura é a minha vida e largá-la por métodos considerados mais fáceis seria deplorável da minha parte.

Depois daquela experiência eu decidi deixar a fotografia de lado e concentrar-me na minha pintura, não que eu já não fizesse isso, apenas me aprofundei ainda mais entende? Quando por exemplo você assiste a um ótimo filme, gosta da primeira vez, assiste um com a mesma temática, porém percebe que a magia e a beleza não estavam no assunto do filme e sim no filme em si.

Foi em uma das minhas visitas a um jardim botânico que eu a vi pela primeira vez.

Meses depois eu me arrependeria de ficar ali, de falar com ela, eu recriminaria a mim mesmo por não ter simplesmente ignorado-a e fugido, procurado por uma coisa normal para pintar, mas eu não segui os meus instintos e até mesmo nos dias de hoje há momentos em que me arrependo amargamente disso, porém ainda há aqueles momentos onde olho para o rosto da Sakura e como ela fica tranquila quando dorme, o som suave da sua respiração ao meu lado na mesma cama, nesses momentos sinto que aquele foi um dos momentos mais felizes da minha vida e provavelmente um dos únicos onde eu tomei uma atitude da qual sempre me orgulharia.

Ela estava sentada perto das azaleias, símbolo da paixão frágil e passageira (acredite houve momentos algumas semanas depois onde considerei aquilo um aviso para nunca mais olhar para ela, para fugir e fingir que tudo havia acabado), digitava animadamente em um notebook e seus olhos verdes esmeralda brilhavam de animação. Mordia o lábio levemente, uma mecha do seu cabelo rosa caiu no seu rosto e ela displicentemente soprou-o para cima fazendo com que ele cai-se novamente. Ela bufou irritada.

Ela me parecia familiar, como se fosse um amigo perdido a muito tempo e que em algum momento havia sido importante, mas que havia sido deixado brevemente de lado. Então tentei me concentrar, tentei descobrir o porquê de estar tão intrigado.

Cabelo rosa

Olhos verdes

Flores

Foi então que lembre-me de “Camélia”, aquela garota era idêntica a ela. Não apenas parecida, mas ela era a garota do meu quadro. Achei que tinha ficado pirado e finalmente havia perdido o pouco de juízo que restava-me, mas quando vi que as outras pessoas também podiam notá-la fiquei ainda mais pasmo.

Ok, não batam em mim nem nada, eu não sei o que deu em mim a seguir já que geralmente não sou o tipo provocador, estou mais para carrancudo resmungão, mas eu provoquei-a. Provavelmente foi o fato de eu mesmo achar que aquilo era apenas um sonho que me impulsionou.

“Seria mais fácil se você apenas usasse suas mãos para colocar a mecha atrás da orelha.”

Viram isso? Eu não sou assim e quase tive vontade de fugir correndo depois daquilo, mas permaneci ali sendo ignorado por ela, na verdade não fui bem ignorado... Ela apenas bufou irritada novamente e passou a me ignorar.

Ok, ela me provocou, não sou o tipo de cara a quem você pode ignorar.

“O que você está escrevendo de tão importante que não pode nem ao menos desviar o olhar?” Perguntei um pouco curioso, apenas um pouco, ainda estava incomodado por ela estar me ignorando.

“Talvez um idiota como você não tenha percebido, mas eu estava ocupada escrevendo algo que não é da sua conta. Então será que você poderia...” Quando começou a falar ela foi lentamente erguendo seus olhos e pude prestar atenção neles, duas bolinhas não muito grandes, mas ainda assim brilhantes e que pareciam me atrair como um imã, eles estavam irritados e ela estava com uma espécie de tique nervoso que fazia suas sobrancelhas tremer, mas quando prestou atenção em mim começou a gaguejar e simplesmente ficou lá parada sem completar sua frase.

Tomei isso como um sinal positivo, afinal até alguns momentos atrás ela estava praticamente querendo me matar e agora estava ali de boca aberta quase babando.

“Será que eu poderia?” Eu incitei.

“Er...” Ela gaguejou ainda parecendo meio fora do ar, mas de repente pareceu se dar conta de algo que eu não percebi e levantou-se rapidamente, pegou suas coisas e saiu correndo de lá.

Em apenas poucos segundos Sakura Haruno havia dado-me uma imagem sobre ela que guardaria até os dias atuais: Ela era esquisita, impulsiva, adorava digitar tudo que acontecia ao seu redor no seu notebook e ela tinha belos olhos verdes.

Se eu estava confuso com a ação dela? Claro que estava, mas não iria correr atrás dela. Afinal eu já tinha conseguido o que queria, eu havia conseguido capturar o momento, aquele que falei antes entende? Quando ela olhou para mim com toda aquela raiva mal contida eu percebi que queria pintar aquilo. Então tudo o que precisava agora era ir para casa pintá-lo.


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Notas finais do capítulo

Lembre-se de que seu comentário é importante e de que eu preciso de ideias para os encontros do Sasuke com a Sakura.
Além disso vocês preferem que eu insira algumas partes de comédia na história?