De Repente É Amor escrita por Thais


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Amoreeeeecos,

amei os reviews, tipo, demais! Quero mais para esse capítulo e uma recomendação... Talvez eu demore um pouco por causa da escola, mas acho que não vai ser muito.

O capítulo, modéstia parte, está bom. Espero que gostem! Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/426780/chapter/20

Você tem uma soulmate?

As mãos de Clove brincavam com as minhas de forma tímida. Horas atrás, em minha mente isso seria impossível por muito tempo. Mas cá ela estava – ainda não me reconhecendo –, mas parecia estar mais confiante em mim. Suas mãos já não estavam tremulas o que era um bom sinal.

Clove encarava um pôster colado em uma parede que praticamente só tinha pôsteres. Me perguntava se aquilo era um quarto para um adolescente problemático ou um quarto de hospital.

– Cato? – sua voz me despertou, me fazendo pular da poltrona.

– Sim?

– O que é aquilo? – perguntou Clove, apontando para um dos pôsteres.

Encarei o cartaz que deveria ter meio metro. Era azul e com o que parecia ser um casal, de costas e com uma paisagem a frente deles. Estava escrito: “Nós todos temos uma soulmate. Não se preocupe; não se desespere. O que é seu vem com o tempo certo. – anônimo” Sorri ao fim na frase. Bem, a pessoa que escreveu tinha toda a razão.

– Um cartaz.

– Eu sei. Mas, o que está com aquelas letras? Eu não entendo.

– Ah, a frase? “Nós todos temos uma soulmate. Não se preocupe; não se desespere. O que é seu vem com o tempo certo.” – digo, ainda segurando sua mão.

Soulmate? É o nome de alguém?

Ri de sua cara, desfazendo minhas mãos do aperto de suas. Clove fez uma careta, como se quisesse manter o contato. Segurei seu punho. – Olhe sua mão... Ela é pequena, certo? – Clove assentiu. – A minha mão é maior que a sua. Mas se você virar a sua, ela se encaixa perfeitamente com a minha. Agora, vire-a outra vez. – ela virou a mão, fazendo com que nossos dedos se tocassem – Meus dedos também são maiores que todos os seus, porém se formos encostar cada um deles, do menor para o maior ou vice-versa, nossas mãos se entrelaçam de forma perfeita também.

– O que isso significa?

– Que mesmo com diferenças e sendo totalmente opostos, todos nós temos alguém que nos completa. Alguém que nos faz feliz, nos faz se sentir inteiro. Isso é uma soulmate.

Seu sorriso se alargou mais do que eu espera e um leve suspiro escapou de sua boca, que logo foi calado com outro sorriso. A mão esquerda de Clove segurou meus dois últimos dedos e ela balançou a cabeça, franzindo as sobrancelhas.

– Você tem uma soulmate? – perguntou Clove, com a voz leve.

– Sim. Eu tenho.

– Eu a conheço?

– Talvez sim. Talvez não. – falei com um sorriso cúmplice.

– Hum, eu... Eu já vi olhos como os seus. – ela murmurou, agitando uma das mãos em minha cara. Clove virou totalmente pra mim. – Eu vi! Eu sei que vi. Eu não sei da onde, mas eu sei que vi.

Meu sorriso se alargou com uma rapidez e facilidade invejável por qualquer um na face da terra. Ela tinha um poder sobre os meus sentimentos e só um cego para não perceber. Clove sorriu, mas é claro, não tão loucamente feliz como eu. Ela estava com uma dúvida. Uma dúvida grande e que nem ela mesma poderia matar no momento.

Soltei o ar preso e beijei sua mão. – Sim, você sabe. – falei.

– Posso fazer outra pergunta?

– Sim. Claro.

– Eu tenho uma soulmante? – seus olhos brilhavam enquanto sorria.

Olhei para nossas mãos ainda juntas e subi meu olhar pra alguma coisa aleatória no quarto. Sim. Você tinha, pensei, Costuma ser eu. – Bem, talvez. Eu não sei muito bem. – disse, por fim.

– Hey, Cato? – a voz de Cashmere se infiltrou no quarto. – Acho que preciso de você...

– Agora? Cash, ele não pode ficar?

– Ele vai voltar, querida. Você precisa descansar um pouco.

Clove rolou os olhos e se deitou de costas para nós. Alevantei-me e dei a volta pela cama, ficando de frente para ela. Ela estava nervosa. Assim como ficava quando a irritavam. Deixei um beijo em sua têmpora.

– Eu volto.

– Eu vou esperar. – ela disse.

Segui os passos de Cashmere observando seu colete branco do hospital. Tentava pensar onde ela estaria me levando outra vez, mas minha mente estava focada no que havia acontecido há minutos atrás. Meu coração batia tão forte que eu já estava cogitando que a qualquer momento ele saltaria do meu peito.

Eu estava tão feliz que gostaria de gritar para todo mundo. Mas andando nos corredores do que parecia ser o melhor hospital da cidade, resolvi que manter a boca calada era o certo para o momento.

Cashmere abriu duas grandes portas e entramos em uma sala de reuniões. Havia algumas pessoas sentadas conversando e Katniss em um canto, mexendo impaciente no celular.

– Hey gente! – Cashmere gritou, chamando a atenção para nós. – Esse é o Cato. Vocês sabem. Essa é a hora de nós todos tomarmos uma decisão, certo?

– Certo, docinho. – um homem um pouco mais baixo que eu e com um sorriso provocativo disse, se aproximando de mim. Ele estendeu a mão para um cumprimento rápido. A cada segundo que sorria, duas covinhas surgiam em ambos os lados de seu rosto. – Finnick Odair. Neurologista.

– O prazer é todo meu. – falo, rapidamente.

– Então... Eu sou Annie Cresta e essa criatura do meu lado – Annie disse, apontando para outro homem ao seu lado. Ele rolou os olhos, dando um tapinha no meu ombro direito. – Esse é Gloss. Nós somos fisioterapeutas.

– Enfim Cato, somos nós que vamos cuidar da Clove. Ela está em boas mãos... Aquela garota ali, Kat... Cat...

– Katniss? – perguntei e Cashmere assentiu. – Algum problema?

– Oh, não. Nenhum. Ela disse que vocês se conhecem. Katniss vai ser a próxima a ver Clove... Daqui a pouco passo lá.

Sai da sala e senti os passos apressados da Everdeen logo atrás de mim. Minutos depois, ela já estava ao meu lado, mexendo no celular e dando sorrisos mínimos. Parecia que ela fazia aquilo só para ignorar minha presença ali.

– Eu até te diria que a médica estava flertando com você, Catinho. Mas sabe o que eu descobri? Que ela e aquele fisioterapeuta que tem nome de batom... Gloss! Bem, eles estão se pegando no 13º andar a alguns dias. – Katniss disse rapidamente, como se quisesse que ninguém além de mim ouvisse.

– Isso daria uma bela primeira página de jornal. Imagine: “Médica e fisioterapeuta são pegos dando um amasso animal em sala do mais famoso hospital de Los Angeles.”

Sorri e Katniss me acompanhou, rindo mais alto. Ela parou de frente para mim e suspirou antes de falar. – Primeiro: Desculpa. Te peço desculpa por ser grossa e egoísta.... É que você foi a primeira pessoa a levar Clove a sério e, a ideia de perdê-la não é muito agradável para mim.

– Está tudo bem – passo meus braços pelos seus ombros e continuamos a andar. – Como você vai?

– Estou com medo. Não quero entrar lá e ver que Clove não sabe quem eu sou.

– Acho que isso não vai acontecer. A memória que se foi é de apenas um ano. Vocês se conhecem há muito mais tempo.

– Sim. Eu sei, mas sei lá...

– Hum... – murmurei, parando na frente do quarto de Clove. – Não chore. Não grite. Eu entro com você se quiser.

– Com esse papo torturante de psicólogo, você me deixa depressiva. – e com dois pequenos passos, Katniss e eu já estávamos dentro do quarto.

Demoraram pequenos segundos para que Clove voltasse à atenção para os dois corpos parados em sua frente. Ela olhou para mim e sorriu. Seu sorriso se alargou ao notar Katniss ao meu lado. – Catnip? – Clove disse.

– Meu Deus, Clovinha! – Katniss foi em direção da amiga, a abraçando em seguida.

Katniss e Clove não conseguiam parar de falar por um momento. Os assuntos eram aleatórios e por nenhum momento tocamos no assunto você é uma doente que não se lembra de Cato. Horas depois, a mãe de Clove se juntou a nós três, comentando sobre um tal de Brutus voltar daqui dois dias.

Após todos se despedirem, fiquei guardando as roupas de Clove em um armário que seria provisório enquanto ela estivesse no hospital. Sua voz me chamando me fez se virar e a olhar.

– Hum, o que você disse?

– Disse que estou muito feliz por estar aqui... Você, quero dizer, é... Hum... Não gostaria de ficar? – Clove perguntou, ficando com o rosto rubro. Gargalhei de sua expressão. Ela me fazia rir com uma facilidade tão natural.

– Okay – falei, jogando um par de meias rosa para ela. – Eu vou ficar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!