Epílogo

Hermione Granger

O vestido que estava na caixa caiu super bem em mim, e fiquei quase tão entusiasmada quanto Gina para descer logo ao salão principal e ver a reação de Draco ao me ver tão linda como estava.

O vestido era vermelho sangue, que contrastou incrivelmente com minha pele pálida. Ele possuía um decote coração tomara que caia, o tecido era totalmente franzido até a minha cintura, onde havia uma faixa que separa o franzido e abria-se solto até o chão. Havia uns tecidos de vermelho fino e transparente que dava movimento ao vestido deixando-o com uma aparência leve e de livre movimento.

Gina prendeu meus cabelos em um coque delicado e maquie-me com tons de sobras mais rosados para deixar uma aparência mais leve e menos artificial, coloquei um salto alto também vermelho e já estava pronta para descer.

O salão estava todo decorado de prata e dourado, e no lugar das velas que geralmente flutuavam sobre nossas cabeças haviam lâmpadas chinesas das mesmas cores. Eu estava parada sob o portal e Gina deu um sorriso para mim e foi se encontrar com Harry que pude notar, conversava animadamente com Draco.

Gina deu um belo abraço no Harry e sorriu para Draco indicando a ele onde eu estava parada, ele estava sorrindo quando olhou para mim e logo o sorriso deu lugar a uma expressão de pura surpresa. Seus olhos azuis acinzentados encontraram os meus e um novo sorriso apareceu em seu rosto, deixando-me corada.

Draco Malfoy

Hermione estava incrivelmente linda, e eu não tinha palavras para descrever o que eu sentira no momento. Aproximei-me dela e peguei em sua mão enluvada, e olhando em seus olhos eu lhe disse:

— Está incrivelmente linda, me sinto honrado em acompanha-la hoje.

— Draco? — sussurrou olhando para os lados.

— Sim?

— Não estamos em um filme, não precisa ficar falando assim. — disse fazendo-me rir espelhando a reação dela.

— Ainda bem. — disse por fim aliviado. — Odeio falar formalmente.

Sem mais nada a dizer fomos para o meio do salão esperar que começassem a distribuir as becas e os chapéus, o que não demorou muito e após estarmos todos prontos sentamo-nos nas cadeiras dispostas para os formandos e Minerva começou a falar:

— Estamos novamente aqui, após uma guerra no mundo bruxo e estamos fortes novamente. Nossos alunos, que sobreviveram, voltaram para terminar seus estudos e são dignos de elogios, pois demonstraram perseverança após todos os acontecimentos que presenciamos. — deu uma pausa e sorriu para todos nós — Esse ano foi um ano de muitos acontecimentos, e como todos os outros, muitas coisas foram aprendidas. Não só pelos alunos, mas por todos nesta escola. Quando saírem daqui serão bruxos independentes e serão responsáveis pelos seus atos, ninguém lhe descontará pontos por algum erro cometido e não lhe concederão caso tenha feito algo correto, mas devem lembrar sempre do que é certo e errado. Pois se lembrem de que a diferença entre um bruxo do bem e um bruxo das trevas é uma escolha errada.

Todos bateram palmas pelo pequeno discurso e assim ela começou a nos chamar para pegar nossos diplomas, e logo em seguida ela voltou para anunciar quem faria o discurso. O que não era surpresa para ninguém que seria Hermione.

Ela subiu até o palco, limpou a garganta e começou.

Hermione Granger

Eu não sabia o que dizer, não sabia como começar. Eu não tivera tempo de preparar um discurso, estava preocupada de mais com as provas fiais e acabei me esquecendo dele. E agora eu me encontrava ali no palco com todos olhando-me ansiosos e curiosos para ouvir o que eu tinha a dizer. Mas eu tinha que dizer algo, então respirei fundo e limpei a garganta.

— Olá... — comecei nervosa — Bom, eu não tive tempo de preparar um discurso como eu gostaria, mas vou fazer um de improviso. — ri fraco.

Meus olhos percorreram pelo salão a procura de certo par de olhos azuis acinzentados, e quando os encontrei o dono olhou encorajando-me.

— Bem, como todos sabem eu passei por muitas coisas desde o primeiro ano, sempre me metendo em confusões com meus dois grandes amigos, Harry e Rony. No primeiro ano eu quase fui morta por um trasgo Montanhês adulto e se não fosse por eles eu não estaria aqui hoje, mais tarde naquele mesmo ano eu passei por um cão gigante de três cabeças, um visco do diabo e um xadrez de bruxo gigante. No segundo ano preparamos uma poção poli suco para tentar descobrir quem havia aberto a câmara secreta, e fui petrificada graças a um brasílico. No terceiro ano fomos atrás de um cão que achávamos ser o Sinistro, mas descobrimos ser Sirius Black, quem todos achavam ser um assassino e descobrimos a verdadeira história por trás de um fugitivo de Azkaban e presenciei um ataque de dezenas de Dementadores... — dei uma pausa e estremeci com a lembrança — No quinto ano eu não enfrentei algo como os anos anteriores, em vez disso tive que assistir meu melhor amigo sofrendo com as tarefas do Torneio Tribruxo sem poder fazer nada, e isso foi pior do que tudo que eu já havia enfrentado.

Harry olhou-me e abaixou a cabeça como que se lembrasse de tudo que havia passado naquele ano difícil.

— Quinto ano; Ministério da Magia resolveu se envolver na nossa educação trazendo Dolores Umbridge para nos dar aula de Defesa Contra a Arte das Trevas, e aquele ano foi uma tortura. Sabemos que Voldemort estava de volta e quase ninguém acreditava em nós, não aprendíamos feitiços defensivos e por isso tivemos que nos virar para aprender com Harry, até que fomos descobertos. Mas, então Harry teve uma visão de que Voldemort estava com Sirius, seu padrinho, e precisávamos ir salvá-lo. Nesse dia tivemos que lutar com Comensais da Morte e eu jurava que aquela era a última loucura que eu conseguiria fazer, que haveria morte naquele dia e eu não estava errada. Sirius foi assassinado e Voldemort realmente apareceu para nós. Como se isso não bastasse, no sexto ano Harry saiu a procura de pedaços da alma de Voldemort para destruí-las e deixa-lo cada vez mais vulnerável para enfim conseguir mata-lo. Nesse ano perdemos o professor Dumbledore, e com ele boa parte de nossas esperanças... Depois desse ano veio a guerra e na guerra algo aconteceu comigo, alguém lançou em mim o feitiço da memória e eu não lembrava de nada que havia acontecido após o quinto ano.

Todos olhavam-me atentamente e nem piscavam.

— Não me lembrava nem de que eu era apaixonada por Draco, de que namorávamos ou de qualquer outra coisa, mas ao invés dele desistir de mim ele ficou ao meu lado todo tempo tentando me ajudar a recuperar a memória, tentando conquistar-me novamente. E não conseguir lembrar dele superou tudo que eu já havia vivido em todos os meus anos em Hogwarts, pois eu via a dor em seus olhos sempre que me perguntava algo e eu não lembrava, mas isso não o impediu de continuar tentando e até que finalmente chegou um dia que eu consegui. Chegou o dia em que eu me lembrei de tudo. — respirei fundo sorrindo e concluí — O que eu quero dizer é que se você quer algo você não pode desistir, se você ama alguém não pode simplesmente virar as costas quando um obstáculo surgir. Esses anos me ensinaram coisas que eu nunca aprenderia, e nenhuma experiência me ensinaria. Não importa o que aconteça eu nunca me esquecerei dessas lições, nunca me esquecerei dos anos passados aqui e dos acontecimentos que vivi, nenhum feitiço Obliviate poderá apagar minha memória, nada e nem ninguém me fará esquecer.

Quando eu acabei com meu discurso todos me aplaudiram em pé, e eu percebi que se eu tivesse planejado um discurso como esse não teria saído tão bom quanto eu esperava. Eu agora estava formada e uma nova vida começaria. Uma vida com Draco.

Agora eu sei que nada e nem ninguém pode apagar esse amor que sentimos um pelo outro, está destinado e fomos feitos um para o outro.