Hate To Love escrita por Minnie Colins


Capítulo 15
Brigas acontecem assim: interpretações diferentes do mesmo acontecimento.


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyyyyyy pessoas lindas do meu core ♥ Enfim eu voltei!!! Nossa sério, falta menos de uma semana para eu entrar de férias se Deus quiser! Não vejo a hora! Aí é claro, eu vou ter mais tempo para essa bagaça aqui e vou conseguir adiantar a fic mais e mais!!! EBA!!! :D :D
Enfim, boa leitura ♥



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Os segundos seguintes foram muito tensos. Ninguém falava nada, tudo bem é normal quando se tem prova, mas antes os alunos eram obrigados a não falarem nada, agora eles estavam mesmo quietos como se estivessem com pena ou coisa parecida. Eu não me concentrei mais na prova, as letras e os números começaram a se misturar de uma maneira incrível que me fizeram até ficar tonta.

A cadeira na minha frente estava vazia e isso só me desconcentrava mais ainda da prova. Um sentimento de dúvida misturado com dó estava latejando na minha cabeça e eu comecei a ficar inquieta na classe. Olhei Merida de canto de olho, ela estava me fitando, mas assim que trocamos olhares ela parou de me fitar imediatamente e olhou para a prova.

Era como se ela estivesse me evitando, ou com tanta raiva que não suportava nem me olhar. Direcionei meus olhos verdes para Violeta, ela parecia estar focada na prova e nem olhou em volta, muito menos para mim.

A chuva lá fora ia diminuindo e o vento gelado fora tomando o seu lugar, isso só tornava o ambiente mais triste e tedioso. Eu não parava de pensar nisso, no que eu fiz, em todos os alunos me olhando, como o Frost olhou para mim, um olhar não de sarcasmo ou de raiva ou até de tédio, mas um olhar preocupado, confuso e principalmente... Verdadeiro.

Por estou me sentindo assim? O garoto já aprontou comigo várias vezes e hoje fui eu que aprontei, mas já me sinto culpada. Culpada? Eu devo me sentir assim? Afinal, ele mereceu ou não? Tantas perguntas, e nenhuma resposta lógica para dar.

A prova! Eu tinha me esquecido completamente, ainda nem saí da primeira página. As perguntas seguintes foram fáceis de responder, mas a cada letra que eu lia o olhar do Frost vinha na minha mente. Se vocês soubessem como ele me olhou... É difícil descrever. É como se, aquele Jack Frost que eu conheci, tivesse sumido.

Eu nem sei mais quem eu sou... Jamais faria isso com alguém, mas essa ideia me subiu a cabeça de tal forma que mudou tudo aqui dentro. A maneira como as pessoas me olharam, como Merida me olhara: “A Rapunzel fez isso? A santinha, a com bom coração? Não acredito!”

Eu não aguentava ficar nem mais um minuto dentro daquela sala, encarando a cadeira vazia do Frost e uma prova que me fazia lembrar a cadeira vazia do Frost, o professor que a cada olhar que me lançava, eu me lembrava da cadeira vazia do Frost, a cadeira vazia do Frost, a cadeira vazia do Frost, Frost, Jack Frost, Jack...

Esses pensamentos torturaram minha mente e ela estava prestes a explodir. Como reflexo, levantei bruscamente da cadeira com a prova em mãos e a entreguei ao professor podendo sentir o olhar de todos me encarando, mas não olhei para nenhum deles. Eu não tinha nenhuma prova nos próximos períodos então peguei minhas coisas e fui embora para casa.

– X –

– Filha? Já em casa? – Mamãe perguntou quando recém estava tomando o seu café. Certamente ela acordou tarde, mas eu não a culpo já que está de folga. A questão é; que desculpa usar? Ou será que conto a verdade? Ela vai querer uma explicação.

– Ah... Eu... To com dor de cabeça e achei melhor vir para casa – menti. Eu não contaria a verdade, pelo menos não agora. É uma história longa e eu preciso de tempo e paciência para explicar tudo, no momento não estou com nenhum dos dois.

– Já tomou algum remédio?

– Sim – foi a minha resposta final.

Subi para o meu quarto, minha motivação de hoje tinha se perdido completamente. Não posso dizer que estou triste, mas feliz também não. Sim, estou confusa. Joguei tudo em cima da cama, inclusive eu. Fiquei ali uns dez minutos apenas pensando em tudo. Achei estranho Merida nem Violeta me ligarem, estranhei mais de Merida. Com tudo o que aconteceu elas deveriam me ligar, mas não aconteceu.

Cansada de ficar na mesma posição por vários minutos eu enfim levantei e peguei meu notebook, a fim de ver as fotos do Frost. Entrei em seu Instagram (eu sei o endereço dele de cor) e vi as postagens recentes. Ok, eu não posso negar que ele é bonito. Tudo bem, ele é lindo mas eu não consigo olhá-lo com outro olhar a não ser de raiva ou nojo.

Parece que é só comigo que ele age assim, nas fotos, aparece ele com sua irmã Pippa. Ela é tão linda, eu gostaria de conhecê-la pessoalmente. Na foto, Jack a segura nas costas e Emma gruda as suas mãos no cabelo do albino, o que faz o mesmo estar com uma careta. Não pude deixar de rir.

A foto seguinte mostra Jack e seus amigos, ou seja, Wilbur e Soluço. Também não posso ignorar o fato de que Jack é amigo do meu melhor amigo. Isso dificulta um pouco as coisas, não sei como Soluço se divide entre nós dois. Cada um conta uma versão diferente para o moreno.

A próxima foto fez sentir-me diferente, um sentimento que não queria comigo. A foto mostrava Jack e Toothiana agarrada em seu pescoço, com os rostos colados e com um ar de apaixonados. Meu sangue ferveu e fechei a tela do notebook violentamente fazendo um barulho nada suave.

Fechei os punhos e os olhos e por um momento pensei em Jack e Toothiana namorando. Namorando firme, juntos o tempo inteiro. Isso me incomodou.

– Por que estou me sentindo assim? – sussurrei para mim mesma e abri a tela do notebook novamente, agora mais calma. Verifiquei o computador para ver se não tinha feito nenhum estrago. Fechei o Instagram e resolvi dar uma saída. Ficar em casa se lamentando não ia adiantar muita coisa. Não ia para um lugar definido, apenas pegaria um ar fresco para esclarecer as ideias.

–X-

Quando se caminha nas ruas sem rumo, apenas andar por andar, você se desliga totalmente do mundo. Fiquei vagando, completamente sem direção, pela cidade inteira. Andei, andei, e andei. Nem percebi as horas passarem.

O tédio estava quase entrando em mim quando tive a brilhante ideia de checar as horas. Nossa, eu não havia percebido o tempo passar mesmo, a escola já tinha acabado faz tempo, ou seja, Merida já estava em casa e visita-la me pareceu a melhor opção.

A melhor opção sim, assim eu descobriria o porquê de sua reação comigo lá na escola, e aproveitaria para pedir conselhos. E ajuda-la com algumas coisas e saber se os professores haviam passado dever de casa. Sim, eu tinha bons motivos para ir até sua casa.

O caminho até lá não fora demorado. Em um minuto eu já havia chego – pelo menos foi o que me pareceu – assim que posicionei meus dois pés em frente à porta da casa de Merida, pude ouvir a gritaria dos meninos. Brincando como sempre, os trigêmeos não poupam a voz.

Do segundo andar o som estava altíssimo, então eu liguei os pontos: Som alto, meninos gritando... A tia Elinor e o tio Fergus não estavam em casa. Era comum os dois saírem para resolver assuntos e coisas e deixar Merida tomando conta da casa.

Apertei a campainha a primeira, a segunda, a terceira vez até Merida vir atender. Abriu a porta, me fitou totalmente séria e com uma expressão raivosa. Eu não entendi o porquê dessa cara amarrada. O que tinha acontecido? Normalmente Merida me atende super animada e já me puxa pelo braço até o seu quarto. Porém hoje, isso não aconteceu.

– Entra – disse séria e deu passagem para que eu pudesse entrar. Logo ela fechou a porta à chave e subiu as escadas de dois em dois degraus. Eu nem quero saber o que aconteceu, a situação estava pior do que eu pensava. Seria por causa de Astrid outra vez? Acho que não.

– Punpunzel! – Harris acenou enquanto brincava com o seu dinossauro de brinquedo no tapete da sala. Fui correndo ao seu encontro apertar suas bochechas. Era a coisa que eu mais gostava de fazer quando encontrava os três. São extremamente fofos. – A maninha está brava com você – disse com sua voz doce de criança assim que eu parei com o ataque “beijinhos e aperta bochechas”. Não deu tempo de perguntar o porquê, pois ele já saiu correndo pela casa.

Isso fez meu coração acelerar, eu detesto brigar com uma amiga minha e principalmente deixa-la com raiva de mim. Mas eu não fiz nada! Bom, pelo menos é o que eu acho. Suspirei cansada e olhei para o andar de cima. Era hora de saber de tudo.

Entrei no quarto de Merida e me deparo com a mesma deitada de bruços, apoiada nos cotovelos e mexendo no celular. Ela nem se quer tirou seus olhos do aparelho quando eu entrei.

– Onde seus pais foram? – perguntei tentando abaixar o clima de tensão e puxar papo. Obviamente não seria a primeira pergunta que eu faria a minha melhor amiga assim que entrasse na casa dela. Seria mais como uma pergunta idiota que arrancaria risos de nós duas, mas alguma coisa me dizia que o clima não estava para perguntas idiotas.

– Supermercado – disse sem tirar os olhos da tela. Ok, a minha tentativa falhou, então vamos ir direto ao ponto.

– Merida, o que aconteceu? – perguntei sentando-me ao lado dela. Estava torcendo para que ela não dissesse “nada” e me contasse o que realmente havia acontecido, por que só um trouxa para não perceber que Merida estava estranha. Ela negou com a cabeça, dizendo que não houve nada. Ótimo! – Harris disse que você está brava comigo – segunda tentativa de fazê-la falar.

– Ele é só um pirralho. – bufou.

– Mas ele está certo. Qual é? Eu não te conheço há 10 dias te conheço há 10 anos! Sei que houve alguma coisa – agora ela teria que me falar. Seja lá o que tenha acontecido, o problema era comigo e nós tínhamos que resolver.

– Acontece Rapunzel, que eu não acredito que fez aquilo com o Frost! – finalmente me fitou com as sobrancelhas unidas demonstrando raiva.

– O que? – as uni também, mas não de raiva e sim de confusa.

– É isso mesmo! Foi maldade da sua parte! Ele pode ser expulso sabia? Ou pegar uma suspensão e perder as provas! – Agora definitivamente eu não estava entendendo nada. Não era ela que queria se vingar do Frost? E agora vem me dizer que ficou preocupada com ele?

– O que? Merida, eu não estou te entendendo – a fitava, meu olhar deveria ser o mais confuso que já fiz.

– Nem eu to entendendo você! – levantou-se e ficou parada na minha frente com as mãos na cintura.

– Merida! O que eu fiz... Não foi nada demais! Quer dizer, você mesma que queria se vingar dele, esqueceu o que o Frost fez contigo?! – disse a fim de fazê-la lembrar do que ele já havia aprontado.

– Um erro não justifica o outro! E não temos certeza se foi exatamente ele, você sabe muito bem de quem eu estou falando! – se virou e me fitou séria.

– Você está defendendo ele?! – perguntei sem acreditar. Isso tudo só pode ser uma brincadeira.

– Tô! Quer dizer, não! Mas é que isso não foi legal de sua parte! Sei lá, nunca pensei que pudesse fazer isso com alguém.

– Eu sou a errada?! Se fosse ele, tenho certeza que faria o mesmo! – também me levantei e fiquei frente a frente com Merida.

– Não pode ter essa certeza toda! Você não é a dona da razão! – Apontou seu dedo pra mim.

– PARA DE DEFENDER ELE! Não acredito que você está fazendo isso! E eu não sou a dona da razão, só estou dizendo o óbvio! – minhas mãos faziam movimentos aleatórios para expressar o quão confusa e com raiva eu estava.

– EU NÃO ESTOU DEFENDENDO ELE! Só to dizendo que o que você fez foi errado! Poderia ter arranjado outro jeito!

Minha vontade era de gritar mais e mais, só que percebi que elevar o meu tom de voz não iria resolver o que estava acontecendo... Merida, ela sempre fora minha amiga e sempre me ajudava e apoiava, mas agora, eu não estava a reconhecendo. Ver a ruiva com os olhos pegando fogo pra cima de mim foi a pior coisa que podia me acontecer, o que eu mais precisava agora era de um ombro amigo, mas estava acontecendo totalmente o oposto, nós estávamos discutindo feio. Só de pensar nisso não pude conter as lágrimas que vieram à tona encher os meus olhos.Eu estava chorando de raiva.

– Ótimo! Pense o que quiser! Aliás, por que não vira amiguinha dele de uma vez?! – disse com os olhos cheios de lágrimas. Minha própria amiga estava contra mim.

– Tá Rapunzel, chega! Não vou perder meu tempo com isso. – disse por fim e voltou-se para a cama deitando-se de bruços e de costas para mim.

Não acreditando no que estava acontecendo e com minha cabeça estourando de tanta raiva eu sai dali às pressas descendo as escadas o mais rápido que pude. Quando abri a porta dei de cara com tio Fergus e tia Elinor com as mãos cheias de sacolas do Super Mercado.

– Querida você está bem? – tia Elinor perguntou.

Não pude respondê-la, apenas desviei dos dois e sai correndo não querendo ver mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

Que triste! Meripunzel brigou :'( O que deu na Merida? O que deu na Rapunzel? Quem vocês acham que está certa? Deixem suas opiniões haha.
BJU



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