A Caçadora escrita por Swiper


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Comentem e digam se ficou bom ou não



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Nina era uma menina alegre e extrovertida com seus 10 anos. Tinha cabelos ruivos e olhos azuis. Ela estava no parquinho, no balanço esperando seus amigos. Logo veio uma menina loirinha acompanha de outra garota, desta vez com cabelos castanhos e olhos verdes.

- Nina - disse a loirinha abraçando a amiga

- Oi Gi, oi Natália - disse Nina abraçando também as amigas.

- Peter vem? - perguntou Giselle

- Você não ouviu a mãe dele falar que não? - disse Natália

- Eu me esqueci - disse Giselle corando

- Tudo bem, a gente passa na casa dele depois, talvez. Ben deve estar chegando, só tomara que não venha o idiota do Louis. - disse Nina emburrando-se ao falar de Louis

Peter fazia parte da "turma" que Nina andava. Tinha cabelos castanhos e olhos dourados. Era bonitinho, apesar de ser meio baixinho também. Nina suspeitava que Giselle tivesse uma queda por ele. Já Ben, tinha cabelos pretos meio longo e olhos verdes e apesar de ter a mesma idade que Nina, parecia ter uns treze anos. Era alto, para começar, tinha espinhas, um rosto um pouco mais maduro, apesar de ser bem infantil quando queria e ainda andava com garotos mais velhos ( tirando Louis, eles eram super amigos), o que fazia as pessoas rotularem-no como um pré-adolescente-irmão-de-alguma-de-suas-amigas. Já Louis, ou, como gostava de chama-lo quando estava em sua companhia, "LL" ( Louis Lesado), tinha cabelos e olhos castanhos e um sorriso malicioso. 'Argh, aquele menino me tira do sério' pensava Nina toda vez que ouvia o nome dele. Nina pensava que deveria ser o passatempo favorito irritá-la.

- Olha lá o Ben - disse Natália apontando para um canto

Nina olha para lá e vê seu amigo correndo junto à Louis. Nina fechou a cara. Não queria aquele garoto fazendo piadas idiotas e estragando o momento amigos-em-férias-no-parquinho.

- E aí? - disse Ben sorrindo

- Oi - dissemos todas juntas

- Meninas - disse Louis sorrindo e fazendo uma curvatura dramática

- Oi - disse apenas Giselle (geralmente Natália falava com Louis, mas, desde que ele pôs chiclete em seu cabelo, não fala mais com ele).

- Ah qual é Naty, não me diga que ainda está com raiva de mim? - disse Louis percebendo o gelo da garota

- Estou sim - disse Natália emburrada

- Vamos, eu sou assim com todas as pessoas- disse Louis tentando abraça-la e ela tentando desvencilhar-se

- Não comigo - disse Ben

- Isso porque animais não devem ser maltratados. Você mesmo diz isso - disse Louis conseguindo por finalmente um braço ao redor de uma Natália derrotada.

- O que? - perguntou Ben. Nina achava que ás vezes ele podia ser bem lerdo

- Nada. Então minha querida Naty, você me desculpa? - perguntou Louis

- Não, sabe quanto tem... Ah - gritou Natália saindo de perto de Louis e agarrando seu cabelo. Não havia nada lá.

- Calma - riu Louis - não coloquei nada.

- Idiota! Vamos meninas - disse Natália bufando e levando Giselle e Nina com ela pelas mãos. Logo os garotos foram atrás delas.

Nina achou que o dia correu mais depressa que o normal. Brincaram, tomaram sorvete, brincaram, irritaram-se com as brincadeiras de Louis e brincaram. Nina adorava aqueles momentos. Eles não eram apenas seus amigos, eram seus irmãos. Sendo filha única, morria de inveja de alguém que tivesse algum irmão, mas, quando ia ao encontro deles (até de Louis, ela tinha que admitir), se sentia a garota mais feliz do mundo e mandava embora os pensamentos ruins.

Então brincaram até não conseguirem mais, ou seja, até as mães virem buscar seus filhos. Logo Nina ficou sozinha e assim foi para a casa. Vivia sozinha com sua mãe e ela era durona. Não que fosse ruim, aliás era muito carinhosa quando queria, mas, Nina a achava um pouco rígida demais. Seu pai, nem mesmo o nome sabia. Assim sua mãe, que trabalhava o dia todo para sustentá-las, a ensinara a ser independente desde cedo.

Ela parou em uma casa verde com um portãozinho de entrada meio antiga. Pensou em ir ver Peter, mas, já estava escurecendo e ela sabia que apesar de deixá-la livre, sua mãe não era louca para deixar a filha vagar pela cidade até tarde da noite. Então voltou a andar. Chegou em sua casa logo depois.

- Mãe? cheguei - disse Nina estranhado a escuridão. ' Estranho, normalmente ela ela chega a essa hora' pensou Nina.

Acendeu a luz e se viu parada na sala de estar um pouco suja. Não limpara a casa de manhã.

- Oh droga - disse Nina indo para a cozinha pegar uma vassoura.

Ao chegar perto da cozinha Nina ouve um estrondo e corre para lá. Ao chegar lá, um cômodo escuro iluminado vagamente pelas luzes dos prédios, quase seu coração salta pela boca. Sua mãe parecia estar... Flutuando? Nina não sabia dizer. Estava horrivelmente branca e roxa ao mesmo tempo. Tinha as mãos em volta de seu pescoço, os olhos estavam esbugalhados e sua boca se mexia como se estivesse procurando por ar. O que provavelmente devia ser verdade, e seus pês balançavam no ar. O mais estranho é que não havia ninguém a enforcando. Nina gelou de medo. Sua mãe a notou e derramou uma lágrima. Tentou levantar sua mão até Nina, mas, nesse momento sangue começou a jorrar violentamente de seu corpo ( boca, nariz, orelhas...). O grito de agonia e horror de mãe e filha nunca saiu. A primeira pela sufocação e a perda excessiva de sangue que logo caiu inerte no chão, a segunda por medo e choque.

Parecia que gelo atravessava suas veias. Sua mãe estava morta. Era só o que Nina conseguia processar, mas, não teve muito tempo para tremer, pois algo saiu da escuridão e levantou uma mão para ela. Dor. Era só o que Nina sentia. Não conseguia respirar, seus pulmões pareciam se debater em agonia, seu coração estava anormalmente acelerado, seus músculos pareciam estar se rasgando, seu órgãos se desintegrando e seus ossos queimando. O pior de tudo era que a dor era lenta. Nina sentiu seus pês deixarem o chão. Olhou para o chão e viu sua mãe no chão. Iria morrer do mesmo jeito que ela. Então sentiu o ódio dominar-lhe. Aquele sujeito, ou o que fosse não a iria matar. Então a dor passou e no lugar dela veio um sentimento novo para ela.

Tudo o que ela estava sentindo: raiva, dor, choque, medo pareceu deixar seu corpo. Estava vazia, sim era o que a melhor descrevia. Não sentia nada além de um desejo muito estranho. Ela queria estraçalhar cada pedacinho do ser a sua frente encoberta pela escuridão da forma mais dolorosa e lenta possível. Mil planos passaram pela sua cabeça com as torturas mais frias possíveis. Fora sua cabeça, que trabalhava furiosamente, Nina estava estranhamente calma. Então após desfrutar desse sentimento, seu corpo pareceu querer atender a aquele desejo. Uma súbita explosão ocorreu em seu corpo e ela sentiu seus pês tocando o chão novamente. Procurou o  interruptor na parede rapidamente com as mãos. Queria olhar diretamente para os olhos do monstro a sua frente. Queria que ele sentisse o medo, o pânico, pois ele não sabia o que o esperava. A luz acendeu-se. Um ser humanoide vestido de roxo apareceu. Sua pele era terrivelmente branca como folha de papel. Não tinha sobrancelhas nem fios de cabelo e seus olhos eram violetas. Suas mãos mais pareciam garras de tão longos eram seus dedos e unhas. A criatura se curvou com as garras sobre os olhos ao perceber que a luz havia sido acesa.

Nina não sabia mentalmente o que fazer, mas, seus instintos sabiam exatamente. Concentrou ao máximo todo o seu desejo na mão e a ergueu na altura da criatura. O ser começou a se contorcer e a gritar. Sua pele começando a escurecer doentiamente. Podia ter se passado somente alguns segundos para que a criatura desabasse no chão, mas, Nina aproveitou ao máximo. Aproveitando como se estivesse deliciando-se com o sofrimento dele.

De repente todas as suas emoções voltaram triplicadas, mas, o que mais a estava perturbando era o medo. Medo daquilo, de que sua mãe nunca mais voltasse, mas, principalmente o medo de si mesma, por ter feito aquilo sem nenhum remorso ou pena. Começou a chorar de cabeça baixa. Lágrimas pesadas caiam de seu rosto. Foi quando percebeu que seu cabelo estava escurecendo. Apavorou-se e correu para o espelho do banheiro. Seu cabelo estava ficando negro, os olhos também e sua pele cada vez mais branca (o que ela não sabia como, pois já era branca). Chorou ainda mais. Nina estava se sentindo um tipo de aberração perigosa. Saiu do banheiro, esbarrou em alguém e caiu para trás. Olhou para cima e viu uma garota não mais de uns 16 anos. Roupas totalmente pretas, cabelos pretos curtos e olhos também negros.

-Meu nome é Lucy e estou aqui para a sua convocação e aprendizagem. Qual o seu nome? - disse a garota misteriosa. Sua voz assim como a feição era inexpressiva.

- N-Nina- gaguejou. Nina estava muito assustada e cansada para se opor a ela.

- Olá! Estou aqui para explicar-lhe o que você é, o que aconteceu e o que acontecerá.

Nina apenas assenti com a cabeça ainda com algumas lágrimas no rosto. A garota Lucy apesar de fria, não parecia ser perigosa, pelo menos, não para ela.

- Antes de tudo, você terá de fazer uma decisão - disse Lucy - se você vier com comigo, explicarei tudo o que estiver ao meu alcance e aprenderá sobre si mesma e a sobreviver, mas, em troca, terá de se desapegar a tudo que lhe prende a esta vida. Se quiser continuar aqui, bem, terá esses tipos de caras - disse Lucy apontando para o corpo estranho na escuridão - como visitantes frequentes em sua vida.

- V-Você é c-como ele? - perguntou Nina ainda assustada olhando para o mesmo corpo.

- Não, vim ajudar.

- C-Como posso confiar em você?

- Se eu quisesse te matar, já teria feito isso a muito tempo

Nina sabia que isso era verdade. A garota a iria ajudá-la. Sabia interiormente. Mas, para isso teria que deixar sua vida aqui. Seus amigos. Iria deixar seus amigos, quase irmãos para trás. Seu peito doía só de pensar nisso. Entretanto, ela sabia que sua vida já não seria mais a mesma. Teria de recomeçar e isso só seria possível se fosse com ela.

- O que vai acontecer se eu for?

- Aprenderá a sobreviver

Nina pensou muito, avaliando se podia ou não confiar na garota e chegou a uma conclusão que sua vida agora seria outra. Apesar de mal conhecer a garota aceitou a "oferta".

- Eu vou com você - disse Nina

- Certo! Me dê sua mão

Nina fez o que ela pediu e sentiu o pulso arder. Um desenho havia aparecido (n/a: tava sem criatividade para inventar um desenho então deixo a imaginação com vocês).

- Pronto - disse Lucy - agora não há como voltar atrás

Nina assentiu e fechou os olhos. O mundo a sua volta agora girava enegrecido. Depois de alguns segundos sentiu seus pés tocarem o chão. Abriu os olhos e se viu em um cômodo que parecia um escritório. Uma bancada próxima ao fundo com papéis, livros, canetas, tudo largado. Uma cadeira reclinável e uma estante grande cheia de velhos livros mofados.

- Onde estamos? – perguntou Nina

- Na minha casa – respondeu Lucy e Nina espantou-se. Lucy não parecia ser tão velha a ponto de ter um emprego que aparentemente parecia ter a muito tempo, levando em conta os livros.

- Quantos anos você tem?

- Dezesseis.

- E já tem um emprego?

- Não

- Então por que tem um escritório na sua casa? Ahh tá deve ser do seu pai – disse Nina, agora estava fazendo sentido ela ter um escritório em casa.

- Na verdade eu não tenho pais, moro sozinha, e esse escritório é meu – disse Lucy a olhando como se estivesse perguntando “O que? Uma adolescente não pode ter um escritório não?”.

- Certo, certo, então o que são todos esses livros? - De repente, naquele lugar, Nina já não sentia mais tanto medo.

- São da ordem

- Ordem?

- Vamos pelo início. Vou lhe explicar essa confusão. Imagine nações em guerra. Elas mandam ataques, comandam missões espionarias e destroem tudo o que puder da outra nação. Agora imagine tudo isso entre planetas.

Nina sentiu seu cérebro dar uma volta. Oi? Não podia acreditar que Lucy estivesse de histórias estúpidas de alienígenas. O mais estranho, porém, foi ela começar a levar a sério interiormente, afinal, nunca havia acreditado em seres descabelados, olhos roxos e fracos contra a luz.

- há todas essas coisas – continuou Lucy – porém, seus ataques são um pouco mais sutis e perigosos que um bando de homens em tanques de guerra lançando bombas por qualquer cidade. Eles comandam seus, hum, seres atacar inimigos em potencial e todos relacionados a ele.

- Mas isso é impossível, os humanos perceberiam se aqueles tipos de criaturas fizessem um assassinato em massa.

- E o que me diz de acidentes de carros, sequestros indecifráveis, explosões em edifícios e fábricas ou um assassinatos de famílias? Tudo está relacionado e além do mais, eles não fazem tudo isso de uma hora para outra. Eles sabem esperar. Tudo meticulosamente calculado e organizado. E assim, com uma morte de um parente, desaparecimento de outro, vai se extinguindo a linhagem de seus inimigos.

- Que tipo de inimigos eles são? Por que eles estão nos atacando? E por que eles estão atacando especificamente certas pessoas? E por que estamos em guerra contra outro planeta? Por que os líderes do nosso mundo ainda não falaram nada?

- Acabou? – perguntou Lucy – Bem voltando à história da guerra, os “humanos”, – falou usando aspas com os dedos – não sabem por que nós não deixamos eles saberem. Os verdadeiros humanos são o exército que combate os inimigos e modifica a história para as outras pessoas. O motivo da guerra? Só os  comandantes superiores sabem.

- Quem são os verdadeiros humanos? – perguntou Nina confusa

- Nós somos os verdadeiros habitantes desse planeta. Imagine uma família inteligente. Eles têm um filho estúpido. Uma aberração da família. Esse filho se casa e se reproduz com outra filha estúpida de outra família. E assim nasceu a outra humanidade. A humanidade cega para os verdadeiros fatos. Entre nós há caçadores, iluminados, feiticeiros e blá, blá, blá.

- Ahn, e eu sou o que?

- Uma caçadora. Nós caçamos os inimigos e os destruímos. somos nós a quem eles atacam. A Ordem que eu estava falando é a nossa organização. É de lá que saem as informações. Nós as recebemos e caçamos. Algumas caçadas são necessário certo planejamento, mas, em geral somos solitárias. E para cada caçadora maior de dezesseis é designado uma aprendiz. E a minha é você.

Nina olhou para Lucy abobalhada. Não podia acreditar que existia tal coisa, nem que fosse uma dessas.

- Bem – falou Lucy – vamos começar.

...


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Notas finais do capítulo

Comenteeeemmm pleeeasse



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