Assassinatos Em América City escrita por A Garota dos Is


Capítulo 3
A lista das dicas


Notas iniciais do capítulo

Okay, esse nome de capítulo está uma droga.
Agradecimentos a Alice Neko Kirkland, que me mandou uma MP e me inspirou a escrever com mais afinco.



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Alfred tamborilava os dedos no volante, cantarolando a música que tocava no rádio.

Já Kiku, ao seu lado, estava com vontade de enfiar a cabeça num buraco para não ter que ouvir aquele Heavy Metal pavoroso.

Todos sabiam que ambos tinham um gosto de música tão diferenciado que, em uma escala, estariam de lados opostos.

Entretanto, naquele momento, ouviu-se uma única exceção, que trazia fortes lembranças tanto para o moreno quanto o loiro.

E iniciaram a cantar:

̶ Wrap me in a bolt of lightning

Send me on my way still smiling

Maybe that's the way I should go

Straight into the mouth of the unknown.

I left the spare key on the table

Never really thought I'd be able

To say I merely visit on the weekend

I lost my whole life and a dear friend.*

/Flashback on/

Se qualquer pessoa observa-se a duzentos metros de distância naquela estrada anterior a entrada da cidade, a beirada cheia de grama alta, só conseguiria enxergar um monte disforme, provavelmente achando que era um animal selvagem.

Nunca adivinhariam que, na beira da estrada, encolhido como um tatu-bola, Kiku Honda tentava se esquentar e não morrer.

Normalmente, pessoas estariam a rezar para que fossem salvas, mas o japonês não o fazia, pois simplesmente não se sentia no direito.

Estava, na verdade, a esperar que morresse logo.

Mais um farol iluminou o rosto do moço naquela chuva grossa. Mais um carro que passava direto.

Kiku estava lá fazia mais de uma hora, suas roupas estavam ensopadas, a uma meia hora atrás, começou a espirrar.

Uma luz, vermelha e azul, brilhou no horizonte, chamando a atenção de Kiku, que congelou.

Tivera vontade de sair correndo, ou se esconder, mas antes que pudesse fazer qualquer uma das duas opções, o carro, que era da polícia, parou, e um homem loiro, se protegendo com seu casaco felpudo marrom, saiu.

­̶ Hey, dude! Saia dessa chuva! Entra aí!

Kiku, constrangido, deu à volta na frente do capô e entrou na parte da frente do veículo.

O loiro logo voltou e começou a dirigir, uma música de CD tocando no rádio.

̶ Qual é seu nome? O meu é Alfred.

̶ Kiku.

̶ Nome interessante. Então, o que você estava fazendo lá? Você não tem maioridade**, né?

Maioridade... O moreno tentava se lembrar onde tinha ouvido essa palavra.

̶ Você sabe, maioridade, aquele lei que diz quando uma pessoa é julgada como adulto.

̶ Não, mas aqui é dezoito, certo? Se for, falta um ano.

̶ Ok, mas, onde está a sua família?

̶ Eu... fugi.

̶ É? Eu até falaria que isso é errado e tal, mas definitivamente não tenho moral!

E Alfred riu, uma risada doce, que encantou o moreno. Depois de tantas dificuldades, achara alguém que ria em sua companhia.

Uma canção tocou naquele momento.

̶ Você já escutou essa música? Se chama Call Me, e é do Shinedown. Na minha opinião, ele canta sobre uma pessoa que perdeu seu amor a algum tempo atrás, e tenta recuperá-lo, porque não importa o que aconteça, ele ainda vai ama-la.

­̶ Você acha que era uma garota?

O americano se surpreendeu com a pergunta, mas respondeu:

̶ Não tenho certeza. Quando falo ama-la, digo uma pessoa.

O outro concordou e continuou a escutar a música.

̶ Vou te levar pra minha casa, depois, se você quiser, vamos a polícia. Se não, você fica comigo até a maioridade.

̶ Você não é policial?

O estadunidense piscou e respondeu:

̶ Eu também fugi, então vou te ajudar a fugir também. Sei que isso é errado, mas ninguém nunca vai saber.

O outro encarou Alfred e ficou murmurando: “Arigatô, arigatô.”

E naquele momento, uma amizade começou.

/Flashback off/

Quando chegaram ao local, ambos saíram do automóvel e Kiku bateu na porta.

Não demorou muito e alguém atendeu a porta. Entretanto, quando este o fez, o nipônico deu um grito, e logo cobriu os olhos com as mãos, vermelho. Alfred limitou-se a desviar o olhar.

̶ O que foi? ̶ Perguntou Feliciano, que vestia apenas uma cueca vermelha.

̶ FELICIAAANO! Vá colocar uma calça! ­­̶ Exclamou um homem de dentro da casa. ̶ Já disse para você não pode atender à porta dessa forma!

O veneziano encolheu-se.

̶ Desculpa! Achei que fosse uma bella ragazza***!

­̶ Mesmo que fosse! Acho que você passou muito tempo com o Francis! ­̶ Falou Ludwig, puxando Feliciano pelo ombro e fazendo um sinal para que os outros dois moços o acompanhassem.

̶ Francis causa problema para todos nós. Certo, Kiku?

O nipônico apenas confirmou com a cabeça, tentando esquecer o dia em que o francês tentara beijá-lo.

Feliciano subiu para vestir-se apropriadamente, enquanto o resto acomodava-se no sofá e nas poltronas verdes, ficando um de frente ao outro.

A casa dos dois moços podia ser descrita com poucas palavras: pequena, simples, aconchegante, limpa. Havia algumas estantes pequenas com livros, uma mesa de centro, portas para os quartos, banheiro e cozinhas, pois a casa só tinha um andar. O local era meio afeminado, com muitas flores. Kiku tinha suas suspeitas que quem escolhera a decoração fora Feliciano.

̶ Então, o que te traz aqui? ­ ­̶ Perguntou o alemão. Ele vestia-se de forma simples. Calça e camisa de lavagem clara e sapatos. Parecia que ia sair.

̶ É meio difícil de te explicar...

Nesse momento, o italiano desceu às escadas correndo, ainda abotoando a camisa rosa-claro. Mal o garoto pisou descalço no chão, foi bombardeado com a pergunta feita por Alfred:

̶ Quem você achou que era a garota?

Kiku ia falar que aquilo não importava, até ouvir a resposta do veneziano.

̶ O Kiku! ̶ Respondeu, sentando-se ao lado do berlinense.

̶ Por que? ̶ Perguntou o moço, ofendido.

̶ Você já se olhou no espel... AI! ̶ Berrou quando foi acertado com um tapa na cabeça por Ludwig.

̶ Feli-kun, às vezes você é bem grosseiro. ̶ Murmurou Kiku.

̶ Certo, agora, o que aconteceu? ̶ Falou Ludwig, esperando calar seu companheiro.

­̶ Seu irmão desapareceu e Roderich se matou.

­̶ Alfred, sua delicadeza me impressiona. ̶ Verbalizou Kiku.

̶ Você falou mais ou menos assim para mim.

O moreno revirou os olhos.

̶ Lud, antes de ter feito o boletim de ocorrência, o que aconteceu? Quando você deu falta dele?

̶ Bom, não era fora do comum ele sair e não voltar por algum tempo, principalmente sem avisar ninguém, mas fiquei preocupado depois de cinco dias. Da última vez que ele ficara fora por tanto tempo, eu e o Feli o encontramos de cabeça para baixo amarrado num colchão virado verticalmente na parede. Quando os policiais não o acharam, meio que entrei em pânico.

̶ Meio?

̶ Está bem, Feli, quase tive um infarto. Se você não estivesse comigo...

O loiro olhou para o moço ao seu lado e segurou sua mão.

̶ Que locais ele costumava frequentar?

̶ Diz, bares? Qualquer um, sempre estava mudando. Se serve de ajuda, descobriram qual era o bar na noite do sequestro... ̶ O homem pegou um papel e escreveu o nome do local.

̶ Lud, eu sei que isso é difícil, mas tenha calma, nós vamos achá-lo.

̶ Eu confio em você, mas não é isso. Eu fico pensando o que pode ter acontecido com ele nesse meio tempo.

Um suspiro do maior.

̶ Ele ia em hotéis, parques, shoppings ou coisas do gênero com frequência? ̶ Perguntou Alfred, tentando terminar logo essa conversa e aproveitando a deixa do moreno.

̶ Há um restaurante em que trabalhava, um parque que parecia um outro que frequentávamos quando crianças e uma loja de mangás. ̶ O alemão começou a anotar novamente. ̶ Não sei a localização exata desse último, mas é nessa rua.

̶ Ferrou! Kiku, não podemos te levar! ̶ Riu-se o estadunidense.

̶ Ok, Lud, muito obrigado. ̶ Respondeu, enquanto Alfred segurava o próprio estômago.

̶ Meu, sua cara está muito engraçada. ̶ Apontou, gargalhando, para o rosto do japonês, que estava de com o cenho franzido.

̶ Feli-kun, Lud-san... foi muito bom rever vocês.

̶ Até! Venha comer pasta, qualquer dia.

̶ Espero ter sido de grande ajuda.

̶ Eles vão encontra-lo, Lud, tenha fé. ̶ Murmurou Feliciano.

De resposta recebeu um: “fé é a última coisa que me restou além de você.”

Saíram pela porta e entraram no carro, Feliciano acenou pela janela, parte de seu rosto coberto para cortina florida.

Alfred encarava o papel e acenava, distraído, para o italiano.

̶ Para onde vamos? ̶ Perguntou Kiku, esticando o pescoço para ver o que estava escrito no papel.

̶ Para o parque.

̶ Por que?

̶ Pois lá tem uma lanchonete e eu estou com fome! ̶ E com essas palavras, o americano acelerou, dando tempo apenas de colocar o cinto.

Entretanto, acho que ninguém precisava saber que Kiku deu um grito, assustado.

E também não é de suma importância ter o conhecimento que este berrou feito uma garotinha de cinco anos.


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Notas finais do capítulo

E agora? Gostaram do flashback? Eles serão importantes.
Mas a questão é: por que raios Kiku estava na beira da estrada? Estava a fugir de quem?
Traduções: *Música muito perfeita do Shinedown que eu tive que usar nessa fic. Bem no futuro, vai fazer o Kiku perdoar o Alfred de uma droga que eu não vou dar spoiler.
Envolva-me em um raio de luz
Envie-me pelo meu caminho ainda sorrindo
Talvez esse é o jeito que eu deveria ir
Diretamente para a boca do desconhecido.

Link (Totalmente recomendado escutar.): http://www.youtube.com/watch?v=wAPTFMdcZmE

** É uma regra que foi criada após a Guerra da Incerteza (2015-2065). No decorrer da fic vamos ter mais detalhes sobre isso.
***É moça bonita (ou bela moça) em italiano. Não usei o google tradutor, mas ainda assim...
Espero que tenham gostado.
P.S.: Eu estava pensando em usar os nórdicos (Mentira, eu vou usar), mas eu preciso de ajuda. Eu, apesar de tudo, não consegui montar uma ficha, e para essa fic não parar no meio do caminho, eu necessito de:
Saber, em qualquer ordem, quem é o menor, o maior e os outros três que ficam no meio. (Só uma estimativa)
Características emocionais e a descrição de um momento bem marcante (De cada um, se possível).
Quem tem o melhor perfil para um assassino (Pode ser físico, mental, emocional) e quem seria a vítima. (Mas não é confirmado que vou usar essa última informação.)
(1.483 palavras. Olha que capítulo enorme!)



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