Tempo Perdido

POV. Natsu

– Posso saber o motivo de você ter me trazido aqui as sete da manhã?– Gray Fullbuster, um de meus melhores e piores amigos perguntou enquanto coçava os olhos cansado.

– Fiquei empolgado demais com a minha criação, então tive que te chamar o mais rápido possível.– respondi, abrindo um sorriso orgulhoso

– E que criação é essa?– o chamei com a mão, enquanto caminhávamos em direção ao meu laboratório. Ah, esqueci de me apresentar, meu nome é Natsu Dragneel e eu sou um dos melhores cientista de Magnólia.

– Há alguns anos atrás, no último ano do colégio, eu era apaixonado por uma garota..– fiz uma pausa, imaginando novamente aqueles lindos cabelos loiros e seus perfeitos olhos castanhos achocolatados– Seu nome é Lucy Heartfilia..– fui interrompido

– Esperai?! Lucy Heartfilia?! Aquele loira que vai se casar com o bilionário?– o moreno a minha frente perguntou, olhando-me incrédulo.

– É..– suspirei– Eu estava lendo meu jornal semana passada quando vi a notícia de que ela iria se casar... e eu não posso deixar isso acontecer.– vi Gray olhar-me confuso, como se estivesse perguntando como faria isso– Por isso, eu criei uma maquina do tempo.– apontei para a enorme maquina que eu havia construído.

– Maquina do Tempo?! Não se pode viajar no tempo! Não seria mais fácil se você fosse até ela e dissesse que a ama?!

– Claro que não.– retruquei emburrado– Se não fosse pelo idiota do Sting e da Lisanna, hoje eu teria a Lucy em meus braços.– cerrei os punhos– Então eu irei mudar o passado. Mas pra isso preciso da sua ajuda. Infelizmente minha maquina só me deixa ficar meia hora no passado, então você terá que me trazer de volta em meia hora.

Gray apenas assentiu com a cabeça, eu precisava fazer isso. Precisava do meu amor de volta. Caminhei até a maquina, enquanto subia em cima da plataforma, Gray estava perto dos monitores pronto para me levar de volta ao passado.

– Preparado?– Gray me perguntou, apenas assenti com a cabeça

Ele ligou a maquina, enquanto um brilho me consumia e de repente eu já não estava mais em meu laboratório, estava na festa do último ano do colégio. Eu realmente era um gênio, tinha conseguido algo que ninguém nunca conseguiu, a viajem no tempo. Olhei meu relógio vendo que tinha apenas 30 minutos para voltar, acho que seria o suficiente. Como eu vestia meu jaleco algumas das pessoas que estavam ali pensaram que eu estava fantasiado, e assim seria mais fácil de eu achar a mim mesmo.

Comecei a passear sobre a festa, ela estava exatamente do jeito que eu me lembrava. Pessoas se divertindo e rindo de alguma palhaçada, alguns alunos metidos porém até um pouco legais. Continuei a andar, até que finalmente avistei meu eu do passado de longe. Naquele dia eu estava vestido de Romeu, enquanto Lucy vestia uma fantasia de joaninha. Nós dois conversávamos animadamente, mal sabíamos que seria a última conversa de nossas vidas.

Fiquei no meu canto enquanto observava os dois conversarem, pensando em algum jeito de avisar meu eu do passado. Naquela festa, logo depois da apresentação de Laxus, eu fui enganado por Lisanna e Sting jogou uma lata de tinta em mim, na frente de todos. Lucy não estava no momento já que tinha ido atender a ligação do pai, enquanto eu ia embora correndo pra casa. Suspirei, era humilhante lembrar disso. Olhei o relógio, já tinha perdido 5 minutos. Atrás de mim pude escutar vindo do palco, Laxus subir no palco e começar sua apresentação. Droga! É daqui a pouco!

– Todos os dias quando acordo, Não tenho mais o tempo que passou, Mas tenho muito tempo, Temos todo o tempo do mundo. – Laxus cantava no palco, enquanto eu via Lucy se distanciar do meu eu do passado.

Corri na direção do meu eu do passado, enquanto puxava o mesmo para um canto afastado das pessoas.

– Qual é o seu problema cara?!– meu eu me perguntou, até no momento sem me olhar no rosto. Quando finalmente me olhou, arregalou os olhos surpreso.– Q-Quem é você?

– Eu não tenho muito tempo, só quero que você vá atrás da Lucy AGORA. Você tem que beijar ela, e nem pense em desistir porque se não acabarei com você.– exclamei para mim mesmo, vendo-me assentir e sair correndo na mesma direção que a Lucy do passado.

Só espero que dê certo, pensei indo em direção aos dois para observa-los.

– Todos os dias antes de dormir, Lembro e esqueço como foi o dia, "Sempre em frente, Não temos tempo a perder".

POV. Natsu do Passado

Depois que aquele cara me disse para beijar a Lucy saí correndo em direção a mesma. Não sabia ao certo se deveria confiar nele, mas algo me dizia para ir atrás da minha loira. Assim que a vi ela estava falando ao celular.

– LUCY!– chamei, a mesma parou de fala ao celular e olhou em minha direção, olhando-me confusa

– Natsu? O que você tá fazendo aqui?– me perguntou confusa, logo depois se lembrando que estava falando no celular– Pai, o senhor pode esperar um pouquinho? Okay.– tampou o celular e me olhou

– Veja o sol dessa manhã tão cinza, A tempestade que chega é da cor dos teus, Olhos castanhos, Então me abraça forte, E diz mais uma vez, Que já estamos distantes de tudo, Temos nosso próprio tempo.

– Lucy, eu tenho que fazer uma coisa. Me desculpe.

– Fazer oqu..– foi interrompida pois eu havia colado meus lábios ao seus. Por um momento esqueci o mundo em minha volta, tudo que eu podia ouvir era a música que Laxus cantava. Lucy colocou seus braços em volta do meu pescoço, enquanto eu segurava sua cintura. Infelizmente o ar nos faltou e tive que sessar o beijo.

– N-Natsu o que foi isso?– me perguntou, com as bochechas levemente coradas

– E-Eu gosto de você...– murmurei corado

Esperei que ela fosse rir ou algo do tipo, porém recebi um leve tapinha no braço.

– Por que não me falou antes?– perguntou, me puxando para outro beijo.

POV. Natsu

Observei os dois se beijarem pela segunda vez, pelo jeito havia comprido a minha missão. Agora eu a teria pra mim.

– Nem foi tempo perdido, Somos tão jovens, Tão jovens, Tão jovens.

Sorri, vendo uma luz branca me surgir novamente, enquanto eu desaparecia alegremente. Tudo ficou escuro e eu não vi mais nada. Quando acordei estava em um quarto, numa cama de casal e com um saco de gelo em minha cabeça.

– A onde eu estou?– perguntei, colocando a mão na cabeça após sentir um pouco de dor.

– Natsu, eu disse pra você ficar parado. Eu te disse pra não ficar mexendo naqueles seus experimentos malucos– escutei uma voz doce dizer, olhei em direção a voz e lá estava Lucy sorrindo para mim.

Pelo jeito, havia conseguido o que queria.