A Menina de Olhos Cinzentos II escrita por almofadinhas


Capítulo 36
Voto Perpétuo


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de primeiro pedir imensas desculpas depor de ficar quase UM ANO sem postar, acho que se eu pudesse contar tudo o que aconteceu comigo depois de tanto tempo daria uma ótima história, não justificaria esse tempo todo mas eu realmente estava com problemas, acho que todo tipo de problemas que você possam imaginar.
Acho que sem mais enrolação, depois de tanto tempo, finalmente saiu!!



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— Em nome de tudo que é mais sagrado nessa terra, será que dá pra parar de falar nisso só por um minuto!

— Não tenho culpa se sua amiga decidiu ficar agora reclamando de tudo o que eu faço ou deixo de fazer!

— Weasley, sério, você está me cansando – digo voltando a fazer meus deveres. – A propósito, pensei que quisesse um amigo, não alguém para encher o saco.

— Mas é isso o que os amigos fazem não? – jogo um pedaço de papel na cabeça de Rony e ele me dá língua.

A situação já estava ficando totalmente chata, Hermione e Rony mal se falavam desde o ocorrido entre o Senhor Pegador e a Lilá Brown. Como nenhum dos dois se falava desde então, eu e Harry ficávamos de “intermediários”, se assim posso colocar, falava com os dois naturalmente, principalmente Hermione (afinal ela é do meu dormitório). O pior é que no inicio eu achava a situação engraçada, mas ao longo do tempo foi ficando pior, quando você vê que o casal que você torcia está na corda bamba, prestes a cair.

Acho que sou o tipo de garota bem observadora, sei que Rony e Hermione têm algo desde crianças e a cada ano só vai provando minha teoria cada vez mais, mas cada mancada que um dos dois dá, fico com medo de que seja pra sempre.

— Sabe que esse ano o Natal vai ser na Toca não sabe?

— Sim, Lupin me mandou uma carta dizendo isso, mas tenho quase certeza de que vou passar o Natal em Hogwarts.

— Vamos lá Susie, não pode simplesmente se isolar do mundo.

— Acredite, essa é a melhor coisa que consigo fazer nos últimos meses.

Rony então se cala e volto a fazer meus deveres.

Talvez ele não estivesse errado, talvez eu precisasse parar de drama e começar a me divertir mais com meus amigos, afinal estava tudo tão de cabeça para baixo que não escuto tantas risadas ou gargalhadas como antigamente, apenas um silêncio ensurdecedor.

— Vai à festa de Natal do Professor Slughorn? – Rony quebra o silêncio, continuo a escrever e tendo não parecer surpresa.

— Por que eu iria? Não fui convidada.

— Susie, não se faça de idiota.

Não havia contado a ninguém que Slughorn havia me convidado, afinal por mais que eu não fosse boa em Poções, Black Mckinnon era meu sobrenome, e isso já era o suficiente para eu ser convidada para a festa de Natal do Professor Slughorn.

—Tudo bem eu vou - digo sem pensar no par para ir, nego com a cabeça e depois dou de ombros. - Sei lá, Harry convidou a Luna, o que eu achei bem legal da parte dele.

— Ele é doido isso sim – Rony diz cruzando os braços, me deixando um pouco irritada.

— Rony, a Luna é legal, você que é chato demais pra perceber isso – percebo que já havia terminado os deveres de Herbologia, arrumo tudo com certa delicadeza, não iria amassar meu trabalho perfeito.

— Por que não convida o Chester? – olho para Rony e faço uma careta, fazendo-o rir.

— Não, acho que não iria ficar legal, mas você me deu uma ideia – termino de arrumar os deveres, e dou um beliscão no ombro do Weasley. – Obrigada ruivinho.

Subo para meu dormitório e guardo meus deveres dentro do livro, já posto em cima de minha cama. Desço as escadas e percebo que Rony já não estava mais lá, mesmo assim continuo andando para fora. Aceno para Silene e Simas que estavam conversando, e continuo andando. Observo os alunos à procura de meus dois novos amigos, ou apenas de um, se eu fosse para a festa do Slughorn iria com alguém novo e de quem eu gostasse, obvio como amigo. Por mais que Chester fosse meu amigo, ele estava ocupado demais descobrindo os planos de Dominique e Travers, sem contar de Você-Sabe-Quem, penso todos os dias que deveria estar ajudando-o, mas sei que seria perigoso demais, afinal Chester, por mais que eu desconfiasse de sua forma de “espionagem”, ele é bom nisso e eu apenas atrapalharia.

Encontro Ian conversando com duas garotas de sua casa, aceno para ele e me aproximo um pouco mais, as meninas que antes estavam ali saem discretamente, me fazendo soltar um risinho.

— Não podia ser tão grosso assim Ian – digo aproximando-me dele. – Meninas são sensíveis.

Ian solta uma gargalhada e eu sorrio.

— Pode me contar Black, sei que quer algo.

— Bem... – comecei meio sem jeito, ajeitei meu cabelo atrás da orelha, tomei coragem. – Gostaria de saber se você quer ir à festa de Natal do Slughorn comigo?

Ian me fita por alguns instantes e começa a rir, acabo ficando vermelha de vergonha, para não me mostrar daquele jeito cruzo os braços e faço uma cara séria.

— Então seu boçal? Isso é um sim ou não?

— Sim, claro que sim – dou um sorriso, e Ian vai controlando o riso um pouco. – É só que inesperado convite, vindo de você, mal nos conhecemos.

— Talvez esse seja um começo – digo.

— Tem razão.

Eu e Ian começamos a rir, então andamos até a porta de meu Salão Comunal, conversando e tentando não parecerem dois idiotas rindo escandalosamente.

— Nunca pensei que fosse conhecer uma metamorfomaga.

— Sério essas coisas aconteciam comigo muitas vezes, e me admira não ter conhecido uma se quer!

— Acho que Hogwarts não é muito popular para pessoas como você.

— Acredite, talvez seja. – lembro-me de Tonks e penso em quantas mais pessoas eram como nós, seria maravilhoso poder descobrir mais sobre elas.

— Bem, tenho que ir, nos vemos mais tarde, te pego no seu Salão Comunal! – Ian me abraça e depois vai embora pelas escadas que se moviam.

Definitivamente não estava com vontade de voltar ao meu Salão Comunal, porque se eu visse Lilá e Rony possivelmente acabaria matando um dos dois. Decidi andar pelo castelo, eu gostava e não gostava de fazer isso, primeiro porque eu refletia e ficava pensando em coisas que me deixavam tristes e tudo o que eu menos quero é isso e segundo porque poderia esbarrar em pessoas erradas, bem, ou certas.

Acabo voltando para o Salão Comunal, estava muito frio para ficar zanzando pelos corredores. Jogo meu cabelo para trás e percebo que ele não estava mais longo, eu sentia saudades de meu cabelo longo, na verdade eu poderia simplesmente fazer com que ele ficasse grande novamente, mas curto eu realmente parecia mais “eu” do que antes.

Ajeito a manga de minha blusa e entro pelo Salão Comunal, como sempre me irrito com Mulher Gorda, sempre implicando comigo pelo fato de nunca escuta-la cantar. Não obrigada, estou tentando salvar meus ouvidos.

Hermione estava em pé conversando com Parvati e provavelmente Harry, acho que ninguém estava se sentindo confortável ao lado de Rony e Lilá se agarrando.

—... vamos à festa juntos.

— Córmaco? – repetiu Parvati. – Você quer dizer Córmaco McLaggen?

— Você com o McLaggen na festa de Natal? – Hermione olha-me surpresa, devido minha cara de espanto. – Você surtou ou enlouqueceu?

— Isso mesmo, ele me convidou.

— Isso só pode ser brincadeira – sento-me no sofá e abano-me com minha própria mão. – Não to acreditando nisso!

— Estamos namorando, você não sabia? – dou um tapa forte na minha testa, muito forte mesmo, e isso faz Harry soltar uma risadinha enquanto Parvati me olha assustada.

— Estou vendo que nem todos ficam felizes com a felicidade dos amigos.

— Você tem um forte exemplo disso bem ao seu lado querida Mione – olho sugestivamente para Hermione e depois para onde Rony estava, ela abafa sua risada com a mão.

Subo as escadas do dormitório das meninas e procuro em meu malão um vestido, então lembro que não havia trago ele, na verdade nunca o trago, pois nunca tivemos algo tão formal, bem, sem contar o baile que tivemos para o torneio Tribruxo.

Escuto uma risada e vejo Silene risonha, e ao seu lado Rosemary, olho-as surpresa, mas feliz.

— Silene, preciso muito de uma ajuda! Você trouxe aquele seu vestido vermelho que sua mãe havia lhe dado de presente de aniversário?

— Nunca o tiro do malão – Silene sorri convencida. – Por quê?

— Poderia me emprestar? É para a festa do Slughorn.

— Você vai, com quem? – Rosemary cruza os braços, penso logo que talvez ela achar que eu iria com Chester.

— Vou com Ian.

— O menino da Lufa-Lufa? – afirmo com a cabeça fazendo Rosemary relaxar um pouco.

— Bem o que estamos esperando? – Silene sorri. – Vamos arrumar você para a festa!

Antes mesmo que eu pudesse contestar Silene já estava me ajeitando na cadeira para me produzir, ela estava explicando que sua mãe trouxa sempre fazia isso com as amigas e que estava aprendendo a maquiar como a mãe. Rosemary, no entanto, tentava fazer algo em meu cabelo já que estava muito curto e cheio, reparo em suas olheiras, estavam diminuindo e isso me deixava aliviada.

Acho que em algum determinado momento nos distraímos porque começamos a rir como três doidas, alguém entrou em nosso quarto e saiu bem rápido nos fazendo rir ainda mais, não conseguíamos controlar, acho que Silene havia sem querer passado pó preto na cara achando que era base e ficou com metade da cara pintada. Lembro-me de quando conheci Rosemary e Chester, de como éramos ingênuos e felizes, de como brincávamos na neve, nada no mundo podia nos impedir, nada podia impedir nenhum de nós. Agora tinha.

Ficamos meia hora pensando no que colocar com o vestido, depois de escolhermos, meu colar com as fotos de meus pais, um brinco prata e uma pulseira de Silene, decidimos fazer o mesmo que fizeram comigo em Silene e Rosemary.

— Juro que se pudesse levava vocês comigo – comento fazendo bico.

— Não tem problema Susie, sei que fiquei bem feliz em entrar para o Clube, mas não tenho com quem ir, vá e se divirta! – diz Silene.

— Você só pode estar de brincadeira, vamos arrumar alguém pra você ir!

— Susie, sério, eu não quero ir, pode até ser por causa do par, mas é também por outros motivos!

— Tudo bem, mas saiba que não me incomodo de fazer um casal triplo! – Silene ri e me abraça.

— Vamos colocar esse vestido!

Enquanto me vestia, percebo que estava nevando, sorrio. Acabo de colocar os brincos e Rosemary sorri, provavelmente feliz com o resultado, por outro lado, Silene estava era histérica com o resultado.

— Você está muito linda!

Noto que Rosemary havia feito tranças em meu cabelo que parecia um circulo, havia ficado lindo, tudo estava lindo até o vestido, eu estava linda.

— Vamos com você até lá embaixo, vamos!

Silene e Rosemary me acompanham até a entrada do Salão Comunal, vamos conversando até que a ruiva cutuca a morena e as duas dão risadinhas olhando para frente, viro-me e Ian estava com flores na mão e sorrindo, sorrio de volta e sem querer gargalhamos, possivelmente de nervoso.

— São pra você! – ele diz meio sem jeito.

— Espero que não tenha pegado de nenhum jardim – Ian ri e estica o braço, entrego as flores para Silene que sorri radiante.

Fomos andando até a festa do Slug conversando sobre as aulas e rindo abobadamente sobre as coisas que nos aconteciam, era tão divertido poder rir novamente, ser feliz por mais que dois minutos. Quando chegamos à festa Slughorn estava nos esperando, cumprimentou tanto Ian quanto a mim, tiramos uma foto juntos, o que me deixou um pouco sem graça.

O cômodo estava com mais alunos da Sonserina do que qualquer outra casa havia visto Hermione e Córmaco, mas deixei para falar com o “casal” depois, se eu chegasse perto daquele garoto eu esmagava o crânio dele no chão.

— Acho que de todas aqui você é a mais linda Black – Ian comenta repentinamente.

— Obrigada Ian – sorri sem graça.

— Você fica linda quando está vermelha – aquilo não ajudou em nada, me fazendo ficar ainda mais vermelha e Ian rir ainda mais.

Conversamos e rimos de várias coisas, até que vejo um Harry bem se jeito atrás da cortina e Hermione junto.

— Ian, um minuto preciso ver uma coisa.

Chego perto da cortina e dou um gritinho no ouvido de Harry que dá um pulinho me fazendo rir.

— O que está fazendo aqui? – Harry pergunta.

— Enchendo a barriga e você?

— Tentando me livras de Córmaco! – Hermione quem diz dessa vez nervosa.

— Bem isso eu posso ajudar, posso usar o feitiço...

— Não desse jeito sua doida – Hermione diz, enfiando algum doce de dragão na boca, algo que fedia muito.

Olho para trás e Córmaco estava se aproximando de onde estávamos.

— Mione, acho melhor correr. – em poucos minutos Hermione some e eu e Harry ficamos atrás da cortina rindo sozinhos, quando Córmaco chega.

— Ei! Ficou maluco? – digo em um tom repressivo.

— Sinto muito atrapalhar, mas vocês viram Hermione.

— Do jeito que estamos ocupados acha que reparamos? – Harry pergunta o que me deixa surpresa.

Córmaco sai sem graça, e quando sai caímos na gargalhada.

— Acho que vou rir disso pelos próximos dez anos de vida – digo entre gargalhadas.

— Preciso achar Luna, vamos? – afirmo com a cabeça.

Antes apresento Harry a Ian, no meio disso encontramos Luna que no meu ponto de vista estava adorável. Ela não parava de dizer o quanto eu estava linda, enquanto conversamos Harry foi chamado por Slughorn e Snape para conversar, deixando Luna conosco, Ian se divertia com ela, não que fosse maldade dele, mas às vezes minha amiga conseguia realmente ser engraçada.

— Deveria ter trago para ver os zonzóbulos, aqui deve estar cheio deles.

— Professor Slughorn — chiou o zelador, fazendo-me olhar para onde estava. — Encontrei este rapaz se esgueirando por um corredor lá de cima. Ele diz que foi convidado para a sua festa e se atrasou na saída. O senhor lhe mandou convite?

Olhos surpresa, era Draco, olho-o ainda mais, ele estava acabado, com olheiras que não havia visto antes. Malfoy se desvencilhou do aperto de Filch, furioso.

— Está bem, não fui convidado — respondeu com raiva. - Eu estava tentando penetrar na festa, satisfeito?

— O que esse garoto pensa que está fazendo? – Ian pergunta, acho que mais para si mesmo do que para mim.

Depois de um tempo Snape pega Draco pelo ombro e o puxa para fora da festa, Harry vai atrás dele, fazendo-me ficar curiosa. Penso em ir junto de Harry, mas não o faço, pois sei que isso faria com que meu amigo desconfiasse o que sei sobre Malfoy.

— Susie, parece preocupada.

— Não se preocupe está tudo bem – sorrio para Ian e depois para Luna.

Conversamos e tomamos mais alguns hidromeis, avistei Hermione que não parecia muito feliz, até que Harry me surpreende, pede licença para Ian e Luna e me arrasta para perto de um canto, nervoso.

— Harry o que ouve? – pergunto assustada.

— Preste bem atenção, sei que não acredita em nada do que eu digo sobre Draco, mas quero saber se sabe de uma coisa.

— Tudo bem, o que é?

— Você sabe o que significa voto perpétuo?


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