Uma Tarde De Sol escrita por EnquantoIsso


Capítulo 5
Mãe, Mônica e Travesti no trabalho


Notas iniciais do capítulo

Minha "mãe" atacando novamente. Ela voltou... Caralho! Essa menina pensa que Enzo é um substituto para seu namorado galinha. E um travesti no trabalho... É cilada Enzo.



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Aquilo era demais para mim. Mônica com o Humberto, uma mãe que nunca sequer quis saber da minha existência e agora volta, querendo ser a melhor mãe do mundo. Caralho, isso não é normal. Jogaram macumba em mim desde que eu era um espermatozóide. No outro dia, levantei-me cedo e já fui para o banho. Enxuguei-me e enrolei a toalha na cintura. Fui para a cozinha, preparei uma torrada no capricho e café preto. Enquanto eu estava entretido com o jornal, chega Joseane na cozinha.

- Você parece seu pai quando mais novo, sabia? – diz ela, olhando para mim.
- Eu só vi meu pai duas ou três vezes na vida e nem faço questão de vê-lo de novo. Mas, como você sabe? Só ficou com ele uma noite e depois nunca mais – abaixei o jornal, fiquei encarando Joseane.

Ela devagar puxou uma cadeira e sentou-se ao meu lado.
- Você não sabe de nada – ela olha para o chão e volta a me olhar - Enzo, você foi um dos motivos para eu ter resistido tanto tempo no lugar onde estava.

Levantei-me e bati com as duas mãos na mesa. Fazendo que a xícara de café caísse no chão. E gritando disse:
- VOCÊ É UMA VAGABUNDA E NUNCA IRÁ PASSAR DISSO – olhei para o lado, fechei os olhos e voltei a encará-la – VOCÊ MENTIU PARA MIM ESSE TEMPO TODO, QUERO QUE VOCÊ SE FODA. OUVIU? SE FODA! – corri para o quarto.

Vesti-me rapidamente. Peguei minha mochila e sai porta a fora. Eu estava bravo com a vida, bravo com aquele clima ridículo que estava lá em casa. Eu precisava me acalmar e trabalhar, ocupar minha cabeça, seria a melhor coisa para se fazer naquele momento. Eu estava no mercado, enchendo uma prateleira com latas de ervilha, quando eu olhei pro lado e vi uma deusa. Que guria perfeita! Aliás, sua bunda era perfeita. Ela estava sozinha, procurando uma lata de milho mais barata.
- Com licença moça, posso ajudá-la? – sorri para ela, ela virou devagar e com uma voz de macho respondeu:
- Não, gatinho. Mas você tem cara que curte uma espiga de milho inteira...

Puta que pariu! Fiquei pasmo e depois de quinze segundos comecei a rir. Sai de perto daquele ser humano. Fui terminar de encher a prateleira. Fiquei sabendo que ele pediu meu telefone para uma das atendentes do caixa... Credo. Não que eu tenha preconceitos, mas... Eu pensei que era uma mulher. Uma mulher!

Depois da confusão por causa de uma lata de milho, lá pelas 20h da noite, eu sai do trabalho. Meu celular começou a tocar e era número desconhecido. Atendi.

- Alô.
- Alô, é Enzo?
- Sim, quem gostaria?
- Enzo, é a Mônica. Lembra de mim?
- O que você quer?
- Eu nunca esqueci seu beijo

Eu respirei fundo na hora em que ela falou isso...

- Você errou de número
- Não! Não desligue, eu... Eu estou com saudades.
- Mônica, eu não sou palhaço. O que foi? Seu namorado te traiu de novo? Não venha recorrer a mim. Eu ainda estou triste pelo que eu vi. Vá você e ele pro inferno!

Desliguei na cara dela. Eu estava cansado de tanta merda acontecendo na minha vida que eu precisava por um final. Fui pra casa. Mesmo bravo, mesmo chateado, eu ainda gostava dela e não era pouco. Mas eu precisava esquecê-la... Arrumei-me e lá fui eu pra farra. Passei pela cozinha, estavam todos jantando. Quando minha avó me pergunta:

- Enzo, aonde você vai?
- Vou sair um pouco, eu estou precisando me divertir um pouco – sorri para minha avó e dei um beijo em sua testa.

Logo depois, ouço a voz de Joseane:
- Você não pode sair de casa Enzo, já é tarde e é perigoso na rua. – olhei para Joseane.
- Nunca se preocupou em perguntar se eu estava vivo até hoje, não precisa forçar – dei um sorriso forçado e sai para rua.

Eu já não estava de bom humor, ainda vem a Joseane dar uma de super mãe pra cima de mim... Aí não dá! Estava a caminho da balada, apreciando a vista do ônibus. Uma cidade viva, cada beco tinha uma história diferente... Eu não deveria ficar triste e como já tinha dito a mim mesmo, não irei.


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