Observo enquanto a ultima caixa é descarregada dentro do meu novo apartamento, vai ser um longo dia tentando colocar tudo no lugar. Meu sonho finalmente vai se realizar, estudar na universidade de Columbia.

Mesmo isso tendo custado uma mudança completa de vida e minha saída de Massachusetts para vir morar em New York, sei que vai valer apena.

-Tem certeza de que não vai precisar de ajuda com isso? –Ouço Matt, meu namorado. Ele me ajudou com a mudança, mas a arrumação, eu faço questão de fazer do meu jeito.

-Pode deixar comigo amor. –Sorrio antes de lhe dar um selinho longo.

Ele passa os braços ao redor da minha cintura me abraçando firme e afunda o rosto em meu pescoço respirando fundo.

-Vou sentir sua falta. –Suspiro.

-Não, você não vai. Vou estar aqui todos os fins de semana, mesmo com tudo, você não vai se livrar de mim tão fácil. –O sinto sorrir em meu ombro.

-Nem quero me livrar. –Sorrio de volta.

Matt e eu éramos melhores amigos e decidimos tentar algo a mais quando percebemos que além de todo o carinho e irmandade também havia atração. As coisas vinham dando certo, mas Matt foi aceito em Harvard, onde vai cursar Medicina. É o sonho dele e eu nunca o vi tão feliz assim. E eu fui aceita em Columbia, onde vou estudar Artes Visuais. Meu sonho desde criança foi estudar lá, pois foi onde minha mãe se formou.

Ambos estamos felizes por termos sido aceitos onde queríamos, mas não queremos nos separar mesmo com toda a distância. São 935 quilômetros entre Massachusetts e New York e ainda sim resolvemos arriscar. Queremos ver onde isso vai dar.

-Sabe que eu te amo não é Gilbert? –Ele me encara.

-Eu também te amo Donovan.

Depois de uma longa despedida ele se vai, me deixando finalmente sozinha no apartamento. As paredes são em um tom fraco de bege, precisam ser pintadas urgentemente e já tenho várias ideias do que posso fazer para deixá-las do meu jeito.

O apartamento é pequeno, composto por uma sala de estar, um quarto, um banheiro e uma cozinha. Mas não é como se eu precisasse de muito mais espaço morando apenas com meu...

Onde ele está? Olho em volta do apartamento e não o encontro.

-Mia? –Chamo. Onde ele foi? A porta está aberta ele deve ter fugido, merda.

Saio apressada pela porta e antes que eu possa fazer algo bato de frente com alguém que estava saindo do apartamento ao lado.

-Ai! –Gemo com a dor do impacto.

-Me desculpe! Foi sem querer eu juro, eu só... –Observo o cara sem camisa parado na minha frente tentando se explicar, e com o meu gato na mão.

-Oh meu deus, você o encontrou! –Interrompo suas explicações e tiro meu gato de sua mão.

-Ah, ele é seu. –Ele sorri.

-Sim, onde você o encontrou?

-Ele estava dentro do meu apartamento, na verdade acordei com ele me arranhando. –Ele explica enquanto aponta o peitoral arranhado. Tento não olhar muito, mas não tem como não observar aquele corpo. Os ombros largos, braços fortes e abdômen definido. O encaro e posso ver a diversão em seus olhos azuis... Tão azuis.

-Oh, me desculpe! Eu estava distraída com a mudança e o perdi de vista. –Finalmente falo.

-Então você é a vizinha nova... Seja bem vinda, sou Damon Salvatore. –Ele oferece a mão.

-Sou Elena Gilbert.

Sorrio e aperto sua mão, num aperto mais longo do que o devido.

-Então... –Ele começa. –Qual o nome do gato?

-Mia. –Digo.

-Mia? –Ele me encara confuso. –Eu pensei que fosse macho.

-Ele é... Mas quando ele era filhote achávamos que fosse uma fêmea, depois descobrimos que é um macho e não quisemos mudar o nome. –Explico e ouço sua gargalhada.

-Sério mesmo? –Ele não consegue parar de rir e eu confirmo que é sério. –Sinto muito por você cara. –Ele fala com o gato.

-Ele gosta do nome Mia. –Falo como uma criança birrenta.

-Claro que gosta. –Ele ironiza ainda sem parar de rir e me fazendo sorrir junto.

Seu humor é contagiante.

-Eu tenho que entrar, preciso terminar de arrumar as coisas da mudança.

-Precisa de alguma ajuda? –Ele se oferece.

-Não obrigada. O apartamento já é mobiliado, então só preciso colocar minhas coisas em seus devidos lugares. São só algumas caixas.

-Tudo bem então... –Ele me olha de cima a baixo, o seu olhar é avaliativo.

-Então... Até mais. –Me viro em direção ao meu apartamento.

-Ei! –Paro quando ouço sua voz e me viro em sua direção novamente. –Tem algum plano para o almoço?

-Na verdade nem estava pensando no almoço.

-Ainda são umas 10hrs, até meio dia você estará com fome. Há uma lanchonete ótima em apenas uma quadra daqui... Posso lhe pagar um almoço de boas vindas. –Ele sorri de lado.

-Não acho que seja uma boa ideia. –Digo sincera, sei onde ele quer chegar e sei que meu namorado não gostaria nada disso.

-Por que não? –Ele insiste.

-Tenho namorado.

-Qual é Elena... Eu não estou flertando. Você é nova aqui e vai precisar de um amigo, vamos lá só um almoço sem segundas intenções. –Ele diz com um olhar sincero.

O encaro desconfiada.

-Tudo bem então.

-Ótimo. Então meio-dia?

-Certo, meio-dia.