A que ponto chegou meu nível de felicidade naquela hora? Provavelmente infinito. Estavam todos os meus amigos lá. Não faltava ninguém. E como estava o lugar? Nunca poderei agradecer o suficiente aos meus amigos por aquilo. Era uma clareira não muito grande, mas o suficiente. Tinha uma mesa comprida no meio com um bolo de aniversário enorme no meio e vários docinhos deliciosos. Meus amigos tinham pulado de dentro das árvores, que estavam decoradas com balões e fitas.

Quando eles me ajudaram a me acalmar (porque eu praticamente pulei pra trás na hora) e a me levantar (porque no meu pulo, eu acabei tropeçando e caindo), organizaram uma fila para me entregar os presentes. Antes que eles decidissem em que ordem iria ficar a fila, eu perguntei:

– Como vocês sabiam que era meu aniversário?

Todos apontaram para Mary, que, até aquele momento, eu ainda não tinha notado que estava ali. Ela me deu um sorrisinho travesso e foi pro lugar dela na fila.

– Hoje é dia 25? – eu indaguei.

– Sim. – respondeu Vector. – A batalha ocorreu no dia 24 de maio.

– Eu nem percebi...

Todos riram da minha idiotice e começou a “entregação” de presentes. Ah! Claro! Quase me esqueci de dizer que Grus, Holl e John não estavam ali, porque ainda estavam na enfermaria.

Sara era a primeira da fila. Ela me deu um relógio, que, de acordo com ela, ela tinha furtado de uma loja em São Paulo. Eu tentei não parecer incomodada com a parte do “furtar”. Depois foi Mandy. Ela me deu uma gargantilha que também furtou de uma loja em São Paulo. Eu só esperava que não acabasse presa por usar essas coisas. A próxima foi Leae. Ela me deu um colarzinho lindo com um pingente de coruja.

Logo foi Mary. Ela me deu uma pulseira e me mostrou que tinha igual para afirmar nossa amizade. Eu dei o maior abração nela! Depois foi Katie. Ela me deu coturnos lindos! Logo foi Vickie. Ela deu o ursinho de pelúcia dela, o que eu achei a coisa mais fofa do mundo e eu prometi que ia cuidar muito bem dele. Depois dela foi Summy. Ele me deu um anel (N/A: que fofo!) que tinha o desenho de um sol. Eu espero não ter corado.

Então foi Peter, que me deu uma tiara com flores de verdade na lateral. Depois Vector, que me deu um cinto de couro que foi ele que fez. Depois que todos já tinham entregado os presentes, começamos a festejar. Eu me entupi de bolo de chocolate e de brigadeiro. As coxinhas acabaram em um minuto. Os meninos até fizeram um concurso de arrotos, do qual eu participei (eu sei que é nojento).

Depois dançamos varias músicas do Ipod de Katie (a maioria era rock ou punk, mas tinham umas legaizinhas também, tipo Avril Lavigne) e só acabamos quando deu meio dia e o toque do almoço tocou. Mas eu duvidava que alguém fosse comer alguma coisa.

No almoço, o Sr. Terácio falou que minha mãe iria estar me esperando em casa e que era para eu levar Mary em casa primeiro, porque a mãe dela iria estar preocupada. Feito isso eu fui pra casa. Encontrei minha mãe no quarto ela, assistindo TV, como ela sempre faz quando está em casa.

– Filha! – ela disse, me abraçando. – Feliz Aniversário!

– Obrigada mãe. – respondi.

– Como foi a festa surpresa?

– Você sabia!

– Acha que quem fez o bolo?

– Vovó?

Nesse momento, minha vó entrou no quarto. Ela usava seus típicos vestidinhos de dentro de casa.

– Vó! – eu exclamei, abraçando-a.

– Olá querida! – ela respondeu, com uma risada.

– Queremos saber como foi tudo! E também como você esta se sentindo com 12 anos!

– Bobagem mãe. Mas finalmente eu consegui viver a minha própria aventura!

Nós três nos sentamos no sofá com um balde de pipoca na mão, enquanto eu contava toda a minha história. Mais tarde meu avô chegou e eu tive que repetir tudo. Antes de me deitar, fui até o quarto da minha mãe.

– Alguma coisa filha? – ela indagou. – Não venha me dizer que esta com medo do escuro!

– Não. – eu respondi rindo. – Eu queria saber como vai ser agora.

– Você terá que frequentar o acampamento nos finais de semana e nas suas tardes livres. Os monstros vão vir, mas agora eu tenho certeza de que você conseguira se defender muito bem.

– Obrigada.

Eu me virei para ir embora, mas então me lembrei de mais uma coisa.

– Mãe, posso perguntar mais uma coisa?

– Claro querida. Apesar de que isso já foi uma pergunta.

– Eu realizei um dos meus desejos. Eu posso continuar sonhando com outros?

– Com certeza! Vai ver que você dá sorte e eles se realizam também!

Ela me deu uma piscadela e eu voltei pra cama. A partir de hoje, tudo iria mudar.