Capítulo um - Exílio

          Ouranós*, o reino dos céus, cidade de Rohan Torn.

Em um passado não muito distante, a maior tempestade já vista assolou todo o kósmos*, destruindo reinos, separando famílias, matando a todos que tivessem o azar de ficar no meio de sua ira. Porém no ultimo dia da tempestade Rohan nasceu, um dos lordes dos céus, da segunda família mais rica de Ouranós, os Torns, mas graças a tempestade, os poderosos dragões se refugiaram nas águas, em navios, tentando se afastar da área mais forte da tempestade, que estava muito forte para que voassem. E nesse mesmo dia, o recém-nascido ruivo afundou no oceano em um horrendo acidente que levou metade de sua família, e foi salvo por um pequeno príncipe de apenas 2 anos, um sereio, de cabelos azuis como o céu e verde como uma esmeralda, o jovem dragão nunca esqueceu aquele dia, dragões nunca se esquecem, e foi atrás, já com 15 anos, de descobrir quem era aquele pequeno garoto que havia o salvado a vida.

Somente as famílias mais ricas tinham dinheiro para manter um espelho dos céus, um espelho feito com ar encantado, enjaulado em vidro, totalmente enfeitado com as mais caras joias preciosas, onde você poderia visualizar aquilo ou aquele que você mais desejava ver. E tudo que Rohan via era Adrien, o pequeno príncipe das águas, dois anos mais velho que o próprio.

Aos 19 a família Torn descobriu o encanto de Rohan pelo sereio, raça considerada a mais fraca de todo o Kósmos, se aproximar de raças inferiores era o maior dos crimes para os senhores dos céus, e por isso, Rohan foi condenado a 5 anos de exílio, proibido de voltar a Ouranós, obrigado a viver no reino da Terra, Gi*, um castigo mais vergonhoso que a morte para seu povo.

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Okeanós, reino dos mares, terra de Adrien.

"Majestade" um velho sereio chamava com sua voz rouca e envelhecida, devia ter no minimo 80 anos, era Kirk, o ancião dos mares e guardião da biblioteca real. "Você está aqui a quase 3 dias, vá descansar"

O jovem príncipe de 21 anos o encarou com seus olhos verdes, cansados e envolvidas por uma imensa olheira "O senhor sabe que não consigo dormir."

"Príncipe Adrien" o velho suspirou, "Não dormir faz mal a sua saúde, insônia não é algo normal para nosso povo, você deveria realmente procurar o médico real, quem sabe ele possa ajudá-lo"

Se apenas fosse somente uma simples insônia. Adrien Thomas não dormia por um motivo muito diferente: Toda vez que dormia, sonhava com aqueles grandes olhos vermelhos que o intimidavam, até assustavam de certo modo, e em tudo que olhava se lembrava daquele olhar, que o perseguia dês de que se lembrava como um ser vivo.

"Prometo que irei logo, senhor Kirk" Ele murmurou, levantando-se do sofá onde lia um de seus livros favoritos e saindo da biblioteca, querendo livrar-se do ancião.