61ª Edição: Herança Familiar, ou Não? escrita por AlexandreTHG


Capítulo 22
Capítulo 22 - Herança Negada.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal '-'
Bom, estou aqui com mais um cap, e com a cara de pau de pedir desculpas pra vocês (de novo -_-). Parece que eu postava mais quando tinha aulas do que nas férias, O.o... Enfim, demorei DEMAIS para postar este. Motivos? Não parei em casa nesses dias. (essas minhas férias estão sendo as mais legais que já tive kkkk)
Lamento mesmo a demora!!! Me perdoem T.T Serve de perdão eu dizer que amo todos vocês que leem? kkkkkkkkk
Além disso, eu gostaria de agradecer mesmo a todo mundo que leu e comentou, porque eu consegui chegar aos 200 comentários! :DDDDDDDDDDD NUNCA esperei por isso! Fico muito feliz mesmo, obrigado a todo mundo que comentou :D
E também, ao meu amigo IgorTHG, pela recomendação maravilhosa :D Muito obrigado!!!!!!!
Então é isso, espero que gostem do cap :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425983/chapter/22

Trice cai sobre seus joelhos. Meu tridente cai no chão, eu apenas olho para ela, esquecendo todo o resto. Matei mais uma pessoa.

Ela olha para baixo, para o seu ferimento, e logo em seguida ergue a cabeça.

– Parabéns. – sussurra.

Nesse instante uma lágrima vaza do meu olho. Ela fecha os olhos, e o canhão soa.

Como se fosse mágica, pisco meus olhos, e durante o tempo em que ficam fechados, tudo o que aconteceu na arena volta a minha mente, como um raio. A menina do 9 caindo morta na minha frente. Eu matando o garoto do 5. Mary matando o menino do 9. Nataly morrendo na minha frente. As estradas carregando a mim e Henri para o desconhecido. Eu matando Luigi. O lago todo se quebrando. A arena derretendo. Létcya matando Jacqueline. Os bestantes focas matando Létcya. Eu e Belatriz à beira da morte de sermos devorados por eles. Mary matando Belatriz. Trice matando Patrick. Eu matando Karina. Mary e Henri morrendo na explosão. Eu matando Trice.

Sou despertado pela voz de Claudius Templesmith:

– Senhoras e senhores. Apresento o Vencedor da Sexagésima Primeira Edição dos Jogos Vorazes: Alexander Hespain do Distrito 4!

Eu venci.

Eu venci às custas de muitas vidas.

Lays, minha prima. Não segui sua herança. Eu venci os Jogos.

Venci como sua amiga Débora, que até hoje sofre na beira de morfináceos. E depois de tudo, percebo que vencer não é uma coisa realmente boa.

Um gigantesco aerodeslizador surge acima de mim, mal percebo e estou sendo levado por ele. Enquanto me movo em sua direção, olho para baixo, e lá avisto toda a água encobrindo a arena. Lembro-me de Nanda, e com um pavor e aperto no peito, lembro da corrente de água que praticamente salvou minha vida, e me tornou vitorioso. Sinto que ela fez alguma coisa.

Antes de entrar na enorme nave e desmaiar, avisto um pequeno floco de neve que havia sobrado na última folha no topo de uma árvore cair sobre a água.

~~~~

Quando acordo, estou em um quarto hospitalar. Todo branco, muito claro. Aparelhos e utensílios em mesas próximas às paredes. Sento-me na cama, e olho para mim mesmo. Fizeram um excelente trabalho em mim. Estou praticamente sem cicatrizes, intacto. Limpo, e até cheiroso. Me levanto e vou até a parede, onde há um espelho. Percebo que a equipe de preparação já passou por aqui, pois estou como eles sempre deixam. Cabelos macios, pelos e unhas aparados, pele macia, etc. Quando olho para a porta, ela se abre e três pessoas entram por ela; Magally, Columbia e Mags.

– Querido, você está bem? – pergunta Mags.

– Oh, finalmente você acordou meu amor! Foi incrível a sua vitória! – Columbia diz e em seguida me abraça.

– O... Oi, Columbia. Cadê o resto da equipe? – pergunto.

– Ah, estou só eu para ajudar Magally e dar os últimos retoques em você, para a entrevista.

Entrevista. A entrevista do vitorioso, havia me esquecido. Já vai acontecer, devo ter dormido por muito tempo. Me aproximo de Mags e a abraço.

– Mags. Eu... Eu estou...

– Calma. Calma, Alex, você venceu. Está tudo bem. – suas palavras me acalmam. Olho para ela, para seus olhos transmissores de paz. – Escuta, logo nós nos falamos mais. Agora, você precisa se arrumar para a entrevista. Não se esqueça, você deu a impressão de ser bem-humorado, você tirou onze e venceu. Para eles, você é como um carreirista nato, um vencedor. Eu entendo em como tudo isso pode ser rápido demais, você acabou de acordar... Mas, quem mandou dormir tanto? – ela esboça um sorriso. – Agora vá, arrume-se e vá para a entrevista, já estão te esperando.

Retribuo o sorriso e agradeço. Mags sai do quarto e me deito na cama novamente. Columbia retoca tudo em meu corpo, me deixa pronto para por uma roupa e ir para lá. Quando finalmente ela termina e se afasta, Magally se aproxima e me abraça.

– Parabéns meu rei, eu sabia que conseguiria! – ela sorri, mas logo fica séria como sempre é. – Lembra de quando eu disse, na sua plataforma de lançamento, que eu já prepararia sua roupa para a Entrevista do Vitorioso? Eu sabia que você conseguiria.

– Obrigado Magally. Me sinto honrado por isso, mas...

– Mas?

– Mas, vencer não é tão bom assim. Me sinto culpado por todas aquelas mortes, 23 jovens que morreram.

– A culpa não é sua. – ela tenta me confortar. Obviamente não tem coragem de dizer que a culpa é da Capital, afinal ela reside aqui, e é uma estilista dos malditos Jogos. Apenas Nanda que vive aqui, que não gosta; e isso a torna ainda mais especial.

– Eu sei disso. – digo. Lembrando de Nanda, lembro-me também da corrente de água que praticamente me salvou na arena. – Magally, você deve ter assistido tudo dos Jogos, como surgiu aquela corrente de água no meio da minha luta com Trice?

– Que corrente de água?

– Esquece... – aquela corrente não foi programada. Aquela corrente não aconteceria, com certeza. E para chegar ao ponto de cortarem a parte em que ela aparece assim, foi algo que não deveria ter acontecido.

– Agora chega de papo. Vamos preparar você para a entrevista, estamos atrasados! – diz ela.

– Magally. – interrompo-a. – Por favor, onde estão os três objetos que trouxe comigo da arena?

– Hã... aqueles dois anéis, e aquela porca para ferramentas? Eu as peguei, por você ter guardado achei que ia querer. Estão bem... – ela vasculha o bolso de seu casaco. – Aqui. – Ali estão, na mão dela; o anel de Nataly, o anel de Belatriz, e a porca usada por Henri para construir o Estrondo. Minhas lembranças de meus três amigos tirados de mim pelos Jogos.

– Você pode colocar esses três objetos em uma corrente? Para o pescoço? – pergunto.

– Sim. Coloco depois, se você quiser. Mas... agora vamos nos preparar!

Começamos a nos preparar. Magally e Columbia me vestem com uma camisa verde-marinho de mangas compridas, com detalhes amarelos. Uma calça azul escura brilhante, e um sapato preto com detalhes de ouro. No fim, arrumaram meu cabelo com um penteado formal. Percebo que estou vestido com uma roupa leve, mas sem perder a realeza que demonstrei no desfile.

Sou encaminhado até o corredor que vai para o palco, para a entrevista. Lembro do conselho de Mags. Eles me vêem como bem humorado, como um carreirista nato e vitorioso.

Logo, ouço Caesar anunciando:

– Atenção, pessoal. Esperem. – ele faz uma pausa nervosa. – Ele já está aqui! Hahahahahahah! Palmas, muitas palmas para o nosso vitorioso! Alexander!

– É a sua hora. – sussurra Magally em meu ouvido. Logo, sou conduzido até o palco.

Uma multidão enorme me espera. Eles aplaudem e aplaudem, cada vez mais, até que me sento na poltrona ao lado da de Caesar. Olho para a plateia, todos engraçados, vestidos ridiculamente como sempre, mas dessa vez, não acho graça.

– Olá, Alex! Meu querido! Parabéns! – Caesar me cumprimenta. Preciso fingir que estou disposto, e “rindo” da minha vitoria. Cumprimento-o em me sento na poltrona.

– Olá, Cae-Cae! Nos vemos de novo! Parece que foi ontem que estive aqui, não é? – tento inventar algo para dizer. Espero que ele de o pontapé nos assuntos depois disso.

– Sim! E agora, depois de uma incrível edição dos Jogos Vorazes, estamos aqui, com você, nosso vitorioso! – ele olha para o público e todos aplaudem.

– Obrigado, muito obrigado. Sinto-me honrado por ter vencido essa edição extraordinária dos Jogos, devo dizer que os senhores Idealizadores estão de parabéns. – digo. Está sendo uma tortura dizer estas palavras, quero que isso acabe.

– É mesmo. Agora, Alex. Conte para nós, como foi vencer esses Jogos? – pergunta ele. Não sei o que responder, as cenas de todas as mortes que eu presenciei e cometi voltam em minha mente.

– Foi... foi uma experiência única. Que eu vou... – Sou um carreirista para eles, sou um vitorioso. – Vou me... orgulhar. Para sempre. – Isso sai da minha boca assim como vômito. A única coisa que quero agora é sair daqui.

– Com certeza. E é claro que nós, e todos do seu distrito também estamos muito orgulhosos de você! Majestade hahahahah – ele dá uma risada forçada, decido imitá-lo.

– Eu? Majestade? Hahahaha, e que tal se você fosse meu Bobo da Corte querido Cae-Cae? – digo, forçando risadas. Acho que fui longe demais.

– Hahahahahahah! Que engraçado... – Caesar diz. Depois de um tempo com todos da plateia rindo, eles ficam em silêncio e Caesar continua: – Bom, Alex. Agora vamos falar sério, por favor. Conte para nós, como foi quando você encontrou Mary do distrito 3, que estava à sua procura, logo no primeiro dia?

– Mary era muito esperta. Ela usou o menino do 9, e também me usou para achar o que ela queria, aquelas nozes. – digo.

– Sim, sim, ela foi uma grande oponente para você. Lamentavelmente nós achávamos que você seria derrotado por ela e suas bombas! Mas aí... você fez uma aliança com o parceiro de distrito dela, para desvendar seus planos e vencê-la, foi sensacional! Não é pessoal? – diz Caesar, e toda a plateia aplaude. Como assim? Eles acham que usei Henri apenas para vencer Mary? Pensar nisso me enche de raiva. Muita raiva. – Mas antes de vencê-la, ela fez uma coisa horrível para você, não é? Como se sentiu quando ela matou sua parceira de distrito? – Minha paciência está no limite.

– Senti um ódio imenso dela. Mas, sei que no fundo ela não é a culpada. A culpada é... – Vocês. A Capital. Os Jogos. Essas palavras estavam na ponta da língua. – Bom, sei que ela também queria vencer. – digo, finalmente.

– Entendo. – diz ele. – Mas, e depois, como se sentiu depois de passar por tudo, e finalmente derrotar Trice?

– Me senti um vencedor. – digo, sério.

– Sabe, eu acho que todos aqui concordam que: A sua vitoria foi a mais engraçada que já foi vista! Não é pessoal? – Caesar olha para o público e depois ri, junto com eles. Lembro-me que, antes de vencer, quebrei o nariz de Trice. E por fazer isso, comecei a rir e quase fui morto por isso.

– É mesmo, não é? Primeiro, ela tentou usar um golpe de matar frangos em mim! E depois, quebrei o nariz dela! Foi mesmo hilário. Acho que perceberam isso, pois eu mesmo já estava rindo na hora! – digo, tentando rir forçadamente. Pois relembrando agora, não acho graça nenhuma.

– Sim, acho que você até já sabia que venceria, por estar rindo naquele momento! – diz ele. Quero que isso acabe logo, eu preciso mentir.

– É. Eu... eu já sabia que venceria. – Uma pausa se segue; ele quer que eu fale mais. – Mesmo antes daquela corrente de água me ajudar.

Eu não devia ter dito isso. Dou-me conta de que eles não sabem disso, a corrente de água foi cortada da transmissão. A plateia e Caesar me olham confusos.

– Que corrente? – pergunta ele. – Trice ia acertá-lo, mas você a fez deixar sua arma cair, para então poder derrotá-la, não foi?

– Isso, foi. Foi isso mesmo. – digo, tentando fazê-los esquecer o que eu disse. – Acho que estou tão em êxtase ainda por vencer que estou ficando meio louquinho! – digo, rindo. Fico feliz em ver que Caesar e a plateia também riem, esqueceram o que eu disse.

– Sempre brincalhão, Alex! – Caesar ri, e em seguida pega minha mão, nós nos levantamos. – Aqui está ele! Alexander do distrito 4. – ele ergue meu braço. – Ele é o Vencedor, da Sexagésima Primeira Edição dos Jogos Vorazes!

Sou aclamado por muitas, muita palmas. As pessoas aplaudem, gritam e atiram flores e objetos de valor na minha direção, enquanto sou levado em um elevador transparente para o topo do edifício. Chegando lá, vou até a varanda, onde todos lá em baixo olham para mim e continuam me aclamando. Enquanto na minha frente, Presidente Snow me olha atento.

Sento em uma cadeira, enquanto Snow faz um discurso, sobre como foram esses Jogos. Fala sobre a honra dos tributos, dos distritos, e por fim, me anuncia como vitorioso.

Levanto-me, Snow pega uma coroa dourada em cima de uma mesa e a põe na minha cabeça, enquanto todos lá em baixo aplaudem e gritam sem parar um segundo.

– Parabéns. – diz o Presidente.

– Obrigado. – digo. Ele falou perto do meu rosto, não sei por que, mas sinto um cheiro de sangue misturado com rosas. Ele se afasta um pouco e olha em meus olhos.

– Todos estão orgulhosos de você, meu rapaz. – diz ele. – Inclusive eu. Você realmente deu um show na arena. Mas sua amiga, não está muito feliz.

– Minha amiga, senhor? – Ouvi-lo dizer isto me dá pontadas no peito. O medo de que, algo tenha acontecido com...

– Em breve nós teremos uma conversa, meu querido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Suspense... o que vocês acham que vai acontecer? Bom, descobriremos logo kkkk
Lembrando que a fic está quase no final :(
Dessa vez prometo não demorar mais. Até o próximo! :D