61ª Edição: Herança Familiar, ou Não? escrita por AlexandreTHG


Capítulo 2
Capítulo 2 - Até breve.


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi, aqui está o segundo cap! Espero que gostem :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425983/chapter/2

Assim que entramos no Edifício da Justiça, fui levado para uma sala e Belatriz a outra. Estava pensando em como minha vida jamais seria a mesma. Meu cantinho, meu rio, minha casa. Nunca mais.

Estava segurando as lágrimas para permanecer forte quando despertei dos pensamentos ouvindo a voz de um guarda:

–Três minutos. – Vi a porta de madeira velha se abrindo e entrando meus pais. Minha mãe se debulhando em lágrimas e me abraçando com muita força, apenas disse que me amava e que estaria me esperando voltar para casa. Meu pai estava tentando ser forte e apenas me disse:

– Você consegue meu filho. Que estranho pensar que partirei amanhã para uma nova temporada de pesca, e quando voltar terei um filho vitorioso dos Jogos Vorazes e não precisarei mais partir para o mar. Até breve Alex.

– Espero que aconteça isso pai. Eu amo vocês. – digo. Minha mãe continuou me abraçando até esgotar o tempo e eles serem tirados da sala. Logo após, meu avô entrou, com seu jeito de sempre, calmo e tranquilo. Olhou para mim de uma maneira diferente, era a primeira vez que o vi assim. Ele estava com medo, de novamente perder alguém que amava. Mas rapidamente transformou esse medo em confiança.

– Não se preocupe pequeno Alex. Você está pronto, vai voltar para cara em breve. Sua avó e sua prima teriam orgulho do que você se tornou. E seu velho avô está... pronto para se juntar a elas. Quero apenas que os meus últimos estantes sejam vendo meu neto se tornando um homem. – diz ele, com um olhar de que tudo daria certo.

– Mas vovô, serão 24 jovens, só um sai vivo. – falei com medo na voz. Nesse momento pensei em Belatriz, ela sairia do mesmo distrito que eu; crescido, estudado e trabalhado como eu, provavelmente também tinha uma família, e para eu voltar, ela teria de morrer. Assim como todos os outros 22 jovens. O tempo estava prestes a se esgotar quando meu avô disse uma frase e saiu da sala.

– E eu sei que você pode conseguir ser este. – diz ele fechando os olhos como um mestre terminando de dar a ordem ao seu pupilo. Depois dele entrou meu vizinho e amigo que me ensinara sobre sobrevivência. O médico Will.

– Nem imaginávamos isso nas nossas pequenas aulas em garoto. – diz ele com um pequeno sorriso.

– É não imaginávamos mesmo. – falei com o mesmo sorriso.

– Pois é, fazer o que né, a vida é assim... agora vá lá, use o que eu lhe ensinei e vença esse negócio. – Então ele me deu um aperto de mão encorajador.

Depois das despedidas, eu e Belatriz seguimos com Roslanne até um carro. Ficamos no banco de trás com Roslanne falando sobre como o trem e a Capital são maravilhosos, e blá blá blá. Pelo jeito que falava ela estava com confiança na gente, o distrito quatro é um dos três distritos que mais venceram nos Jogos, ela se sentia vangloriada por isso.

Chegamos ao trem e ele começou a partir, olhei para trás e dei adeus há minha casa e a minha antiga vida.

Ficamos eu e Belatriz sentados na sala principal aguardando a nossa mentora. Roslanne foi para sua cabine trocar de roupa para a viagem. Depois de um longo silêncio, Belatriz enxugou umas poucas lágrimas do rosto e me dissera de modo liderante.

– Muito bem garoto, somos a dupla do Distrito 4, se você quiser, podemos trabalhar em equipe, eu não queria ir mas estou preparada, e espero que você também esteja. Mas eu já te aviso que no fim, se sobrarmos eu e você, eu vou querer voltar para casa. – Senti confiança nela e respondi.

– Muito bem, também estou preparado. Então, seremos uma dupla naquela arena parceira. – Falei com um sorriso, sabendo que teria uma aliada poderosa. A porta então se abriu, e de lá chegou a nossa mentora, Mags, vencedora da Décima Primeira edição dos Jogos Vorazes, e que até hoje ajudava os tributos do distrito quatro a se darem melhor na arena. Ela veio sorrindo e admirando o trem como se nunca estivera nele, ou como se ele estivesse ainda mais luxuoso desde sua última viagem. Ela então se voltou para nós e com o mesmo olhar de mestre do meu avô – me deixando inexplicavelmente relaxado – falou com uma voz meiga.

– Então aqui estão vocês meus jovens, não vou lhes dar parabéns, mas advirto que daqui para frente suas vidas não serão mais as mesmas. Estou aqui para ajudar vocês a se saírem bem no que eu puder, vejo que vocês dois são fortes e saudáveis, muito bom. – Ela nos avaliou e notou que não tínhamos o que dizer na hora – Mas, antes de começarmos, que tal comermos aquele delicioso frango assado no vagão restaurante?

Frango? Aquilo era verdade? Todos os dias comendo peixe, só no natal eu comera frangos, e olhe lá. Mas de que adiantava. Podia ser meu último.

Chegamos ao vagão restaurante, sentamos eu e Belatriz de um lado, Mags de outro. Ela começou a comer e nos disse:

– Então, o que pretendem fazer? – Eu quase não prestei atenção por que estava rindo de como Roslanne, sentada se maquiando no sofá ao lado olhou para Mags comendo o frango com a mão.

– Oh, Mags. Tantos anos de mentora e você não captou como comer com etiqueta querida? – Roslanne olhava para ela com um olhar de desprezo.

– Continue com a sua maravilhosa maquiagem amor! Hihihi – diz Mags piscando o olho para nós.

– Estou preparada Mags, treinei por um tempo caso fosse escolhida, e aqui estou eu. E com certeza, pretendo voltar para casa. – diz Belatriz, com muita confiança. Confiança até demais. – Mags, muitos esperam que nós nos aliemos aos tributos dos distritos 1 e 2, o que você acha isso?

– Bom, se quiserem se aliar a eles, fação isso, mas muitas vezes eles são arrogantes e traiçoeiros. Por serem praticamente criados para vencer. – Mags então mudou seu olhar para mim e disse:

– E você querido, alguma pergunta? – Ela me pegou no flagra me empanturrando de comida.

– Ah, por enquanto não. Não quero me aliar aos garotos dos distritos 1 e 2, Belatriz já é uma ótima parceira.

– Mas me digam, em que vocês são bons? – Diz ela.

– Gosto de manusear facas, flechas e coisas do tipo. – Diz Belatriz.

– Eu sou melhor com lanças e arpões, e também em...

– Termine rapaz – diz Mags como se já soubesse o que eu iria dizer.

– Gosto de tridentes, é como se estivesse no meu sangue usar um. Mas sei que na arena é praticamente impossível conseguir um. – Mags então fez um leve sorriso como se já soubesse disso.

Um silêncio se seguiu, com Mags e eu comendo, Belatriz apenas terminando de beber um chá, e Roslanne vendo um programa de tevê.

– Bom gente, acho que vou para minha cabine, até mais. – Belatriz saiu e foi em direção há sua cabine.

– Acho que também vou. – Já estava próximo a porta para trocar de vagão me imaginando tomando um belo banho quente e deitando em uma cama macia depois do dia exaustivo de hoje, quando Mags me dissera atentamente.

– Alexander, sabia que fui mentora de sua incrível, corajosa e também ótima com tridentes; uma das poucas que já o ganharam de patrocinadores. Sua prima Lays.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou adorando escrever !
Até mais :D