61ª Edição: Herança Familiar, ou Não? escrita por AlexandreTHG


Capítulo 11
Capítulo 11 - Que os Jogos comecem!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, mais um capítulo para vocês :D
Espero que gostem!



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Trice saiu do palco sendo incrivelmente aplaudida. Com certeza muitos apostariam nela, e ela teria muitos patrocinadores. Certamente é preferível uma garota forte e com atitude do que um garoto que só fica rindo.

Logo chegou a vez de Nataly. Ela subiu ao palco com seu vestido laranja com rendas amarelas.

– Bem vinda, Nataly minha querida. – Caesar a cumprimenta. Eles se sentam e ela logo fala.

– Caesar, estou cansada. Vamos acabar logo com isso. – ela diz sorrindo. Não entendo porque, mas a plateia ri.

– Oh. – Caesar surpreso também ri. – Tudo bem. Mas espero que você esteja bem para os Jogos que se iniciam amanhã!

– Ah, estou muito confiante mesmo indo para lá. Você não tem noção da minha felicidade. – ela diz.

– Então você está preparada? – pergunta Caesar. Até parece que acreditou no que ela disse.

– Sim Caesar, estou muito preparada. Preparada para morrer lá. Espero que a minha morte divirta vocês. Adeus a todos os meus amigos e a minha família no distrito 12! Amo muito vocês! E vocês da Capital, espero que morram com essas suas roupas ridículas. – Todos ficam chocados. Ela sai do palco sem mesmo ser liberada.

Não consigo parar de rir depois de assistir isso, até Belatriz e Magally não seguram o riso. Nataly pisou na cara deles, fez o que todos nós queríamos ter feito. A entrevista com Ralf é rápida; ele diz estar com medo de ir para arena e em uma tentativa de conter o que Nataly disse, diz que ela tinha problemas mentais, a plateia ri, parecendo já esquecer o feito de Nataly.

As entrevistas terminam e voltamos para nosso andar. Tomo um banho e vou jantar. Todos já estavam se fartando com o banquete. Comi o máximo que podia, já que não comeria assim de novo na arena.

– Lembrem-se, não saiam do pedestal antes do tempo, ou eles explodem vocês. – diz Mags. – E também não vão direto para a cornucópia. Tomem muito cuidado, lá é um banho de sangue, todos lutam lá. E busquem água, água é a sua maior necessidade.

– Tudo certo. – digo confiante.

– Já sabemos, Mags. – diz Belatriz. – Obrigada pelos conselhos.

– Oh, meu anjinhos. – Roslanne parece prestes a chorar. – Estou muito feliz em ter sido sua acompanhante. Vocês serão ótimos lá.

– Obrigado Roslanne. Você também foi muito legal. – digo.

– Tenho que avisá-los. Um novo estilista aceitou o trabalho como meu parceiro, mas como nosso trabalho nessa edição já terminou, ele só vai preparar Belatriz na Sala de Lançamento amanhã. – diz Magally.

– Tudo bem. – diz Belatriz.

– Vamos ficar com saudades de vocês. – digo. – Eu sei que você também Belatriz.

– Ta bom, também vou ficar. – diz ela. Mags, Magally e Roslanne nos abraçam. Desejam-nos boa noite e vão para seus quartos. Eu e Belatriz continuamos comendo muito, nos preparando para a possível fome que iremos passar. Ela termina de comer e se levanta parar ir em direção ao seu quarto.

– Ei, boa sorte. – digo.

– Para você também. – ela sorri e sai pelo corredor.

Termino de comer, mas permaneço na mesa bebericando e pensando. Sem o mínimo sono. Sei que devo dormir, pois amanhã estarei na arena e ter uma noite de sono será um luxo. Assisto a reprise das entrevistas. Percebo que as pessoas gostaram de mim, notei pessoas aplaudindo, sorrindo e cochichando quando eu sai do palco. Olhei novamente nos olhos raivosos de Trice Formentin, e o medo daquela menina do distrito 10 aumentou. Ela declarou que mataria todo mundo facilmente, inclusive o carreirista Patrick e eu. Os dois talvez mereceram tirar onze, mas eu sei que o que eu fiz, não passaria de um dez. Nanda havia interferido de alguma maneira.

Depois de várias risadas revendo a entrevista de Nataly, um avox me traz o chá milagroso para dormir, eu aceito, mas o deixo em cima da mesa e observo a noite na Capital. Nunca imaginei um lugar tão grande. Tantos prédios luxuosos. Tanta riqueza. Todos lá embaixo apostando, gritando e festejando, ás vésperas do início dos Jogos Vorazes. Todos devem estar eufóricos e cheios de apostas. Bebi o chá e me debrucei na janela a fim de receber a brisa gelada no rosto. Assim que o sono começou a bater, me dirigi até meu quarto, mas fui interrompido por passos em direção a porta e uma sombra abaixo dela. Antes que a pessoa pudesse bater na porta eu a abri. Nanda.

– Oi Alex. – diz ela.

– Oi... – ela me abraça. – Nanda. – Ficamos assim nos abraçando por bastante tempo até ela me soltar.

– Desculpe. – tiro uma mecha de cabelo sobre seu olho e a coloco para trás de sua orelha. – Eu precisava vir antes de... Você ir para lá amanhã.

– Tudo bem. – sorrio. – Como você ta?

– Estou bem. Graças a você.

– Por quê? – pergunto confuso.

– Graças a você, eu superei o meu medo e voltei para uma piscina. – diz ela. – Nadei muito. A água me deu pela primeira vez uma liberdade que eu jamais senti aqui na Capital. Devo isso a você. Você me trouxe a felicidade e a minha liberdade.

– Nossa. Fico muito feliz por isso! Eu te disse que a água é capaz disso. – abaixo a cabeça. – Nanda. Queria te pedir uma coisa. Caso eu não volte, lembre-se sempre de mim quando ver a água, ta bom?

– Não fale assim. Você vai vencer!

– Prometa que você vai sempre se lembrar de mim ao olhar para a água? – olho em seus olhos.

– Alex. Você é que tem que me prometer isso. Eu é que te peço isso. – ela olha bem no fundo dos meus olhos, vejo a felicidade e o agradecimento nos olhos dela. – Saiba que você me trouxe uma felicidade que eu nunca senti nessa cidade e vida fútil que eu vivo. – O que aconteceu depois foi tão sem pensar, que eu nem percebi e já tinha feito. A beijei selando mais palavras de despedida ou qualquer coisa triste. Ficamos assim por muito tempo. Quando paramos, vi lágrimas em seus olhos e acho que nos meus também estavam prestes a aparecer.

– Desculpa. – digo. – Eu não...

– Obrigada. – ela diz. Antes que eu pudesse falar ela me proíbe. – Alex, eu te amo. Você me trouxe a felicidade, a liberdade, o amor, muito obrigado.

– Eu também te... – ela me interrompe com outro beijo.

– Agora eu preciso ir. Lembre-se sempre de mim ao ver a água, meu rei. E nunca esqueça que eu vou estar sempre com você. – ela me abraçou.

– Nunca vou te esquecer Nanda. – lágrimas saem dos meus olhos. – Prometo vencer aquela competição, por você.

– Adeus. – ela diz. Me beija novamente e se dirigi ao elevador. Nos despedimos com um sorriso e com lágrimas sendo derramadas até as portas do elevador se fecharem.

Vou para meu quarto e caio no sono. O efeito do chá é ótimo, a noite parece ter durado muito tempo e acordo relaxado e pronto para qualquer coisa.

Tomo um café da manhã reforçado e sou levado com Belatriz e Mags para o terraço, onde um enorme aerodeslizador nos espera.

– Sei que vocês vão conseguir meus queridos. Desejo toda sorte e sucesso á vocês. – diz Mags. Eu e Belatriz a abraçamos como resposta e subimos para o aerodeslizador. Uma mulher injeta no meu braço um tipo de rastreador. Todos os tributos recebem um. A viagem dura cerca de meia hora e desembarcamos, um par de pacificadores me acompanham para a minha Sala de Lançamento.

– Ai está você. – Magally me abraça. Ela pega meu traje e me ajuda a vesti-lo. É uma calça preta com um caimento perfeito e quente. Um sapato com o tamanho perfeito dos meus pés, confortáveis e macios, bons para me movimentar. E uma camisa escura, grossa e de manga comprida. – Essa camisa é de um tecido especial, ela parece simples, mas vai suprir muito o calor e vai te manter aquecido.

– Para que uma camisa especial assim? – pergunto.

– Talvez eles planejem que seja frio durante a noite. Ou querem fazer vocês sofrerem de calor no sol. – diz ela. A olho de modo desconfortável. – Desculpe, às vezes sou séria demais. – Uma voz feminina grave soa, nos avisando que teríamos cinquenta segundos.

– Você é ótima. Não é como todas essas pessoas fúteis da Capital. – digo.

– E não uso roupas ridículas como as deles! – diz ela, nós rimos.

– Com certeza! – digo. Ela me abraça.

– Boa sorte lá, meu belo tributo. Já vou planejar seu traje para a entrevista do Vitorioso!

– Seria uma honra! – digo sorrindo. – Obrigado por tudo Magally. – a voz soa novamente. Dez segundos. Subo no prato de metal e o tubo se fecha. Magally faz que sim com a cabeça, me encorajando, acredito nela que tudo dará certo. O prato de metal sobe, por um tempo permaneço no escuro, até que a luz do sol me atinge em cheio.

Estou em uma floresta comum. Não é uma selva densa, mas tem árvores altas por toda parte. Todos os tributos estão formando um círculo ao redor de uma pequena duna, não maior do que eu. Em cima dela, o chifre dourado da cornucópia brilhava no sol. Cheia de armas, suprimentos, dentro dela e ao seu redor.

A única diferença nessa floresta, é que era toda coberta com uma camada fina de neve. Logo, ouço a voz de Claudius Templesmith, o locutor oficial dos Jogos.

– Senhoras e senhores. Está aberta a sexagésima primeira edição dos Jogos Vorazes!


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Notas finais do capítulo

Muitas coisas vem por aí na arena.. Que os Jogos Vorazes comecem!