Echo. escrita por nekokill3r


Capítulo 29
Capítulo 29.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi :3
Hoje eu não tenho nada a falar, então boa leitura. E SIM, EU VOU POSTAR A CONTINUAÇÃO SÓ AMANHÃ. E É AMANHÃ QUE A TORTURA ACABA E O MOMENTO NARUSAKU COMEÇA!



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Último dia de aula. Cara, eu mal consigo acreditar que isso está acontecendo mesmo. Foi um ano um pouco difícil, mas o importante é que finalmente terminei embora tenha dado algumas pausas pelo caminho. Gaara não está aqui por que ele começou a espirrar de madrugada e eu ri dele, no caso, está emburrado comigo de novo. Eu não sei quantas vezes ele já ficou assim, só acredito que foram mais de dez em apenas um dia –– ele disse que eu sou chata, então acho que essa é a explicação para tanto ódio. Prometi ligar para ele após ver o resultado, se ele tinha passado e não. E agora estou procurando o nome dele que nem louca, mas quanto mais pareço ler nomes, menos o acho. Tem pessoas aqui que eu nem fazia ideia que estudavam na mesma sala que eu. Vou achar o nome de Gaara só lá em baixo, e ele passou! Ligo no mesmo segundo para ele e dou a notícia, e parece que eu estou mais feliz que ele. Agora, hora de me achar. Ai, meu Deus, que agonia de não achar isso logo e... eu passei. Espera, isso é verdade ou estou vendo coisas? Eles me passaram mesmo? Mas eu falei metade do ano... Enfim, o importante é que eu passei. E não resisto a tentação de olhar para o nome de Naruto, embora já saiba que ele também passou. Uma garota de cabelo curto fica ao meu lado e começa a procurar o que acredito ser o próprio nome com os olhos e quase congelo quando a reconheço; é Hinata.

–– Por que você está indo embora? –– pergunto assim que vejo sua mochila cheia de cadernos. Ela olha para mim e percebo que sua bochecha que antes era perfeita, agora está com arranhões e seu olho parece fundo.

–– Por que você acha? –– ela pergunta de volta e fico sem o que dizer, pois sei que a razão disso é porque ela perdeu tudo assim como Kiba, desde “amigos” a todos os lugares que costumava ocupar, os deixando para mim. Para ser sincera, eu não queria. Não queria ter que ocupar o lugar de Hinata, justamente por não ser como ela, mas as pessoas não costumam me ouvir.

–– Hinata –– ouço o pai dela a chamar lá da frente, de dentro do carro, e aceno com a mão, recebendo um sorriso que me parece forçado de volta.

Hinata ajeita a mochila nas costas e começa a descer, e é aí que percebo que preciso dizer mais algumas coisas a ela, então saio correndo atrás de si. Ela fica mandando para que eu pare de a seguir, mesmo que não se vire para olhar para mim. Perco a paciência e puxo seu braço de um jeito que ela fique parada, e a garota que antes eu só via sorrir agora está chorando.

–– Eu espero de verdade que você se dê bem na outra escola e consiga voltar a ser o que era –– digo, quase começando a chorar junto com ela. Hinata não tenta tirar o braço da minha mão, mas mesmo assim parece não estar gostando disso.

–– Você não precisa fingir gostar de mim –– ela diz, estreitando os olhos e me lançando um olhar cheio de ódio.

–– Eu não estou fingindo, Hinata –– digo e sorrio. Ela parece ficar sem entender o motivo, e muito menos eu.

Ficamos em um silêncio torturante enquanto ela ainda chora e seu pai continua a chamando lá atrás. Sei que de alguma forma, ela quer me abraçar ou dizer alguma palavra de consolo –– talvez até um agradecimento ––, mas é orgulhosa demais para fazer isso. Juro que não sinto mais todo aquele medo que tinha só de ouvir seu nome e acho que as coisas se resolveriam com um pedido de desculpas. A verdade é que eu nunca a odiei de verdade; sei também que estava apenas brincando naquela época, pois não queria perder Naruto e muito menos o título de mais perfeita da escola, então assim como várias pessoas tem seu jeito de se armar, aquele era o dela. Eu estava me aproximando dela, praticamente a abraçando, quando Tenten e Ino chegaram e me puxaram para trás e Hinata voltou a ser o que era.

–– O que esta garota está fazendo aqui com você, Saky? –– Ino pergunta segurando o meu braço com tanta força que começou a ficar vermelho.

–– Estávamos apenas conversando –– respondo e me recuso a discutir, porque sei bem como ela é e provavelmente está se contendo para não voar em Hinata.

–– Eu não sabia que você tinha arrumado guarda-costas –– Hinata diz, com aquele sorrisinho terrível de canto. Acredito que ela se sente um rainha quando está com ele no rosto.

–– Somos amigas dela! –– Tenten diz, a voz um pouco alta demais e estou vendo todos vindo aqui ver o que está acontecendo. Ela dá alguns passos até Hinata, a encarando todo o tempo. –– Sabe o que é isso? Amigas. –– Ela ri e parece o fazer com muito prazer. –– Parece que não.

Depois de ouvir aquilo, Hinata olhou para mim. Eu não sei exatamente o por que, pois nunca fomos amigas ou algo assim, mas de qualquer forma eu seria se ela não me odiasse tanto. Então quando percebeu que a coisa para o lado dela estava muito ruim, saiu correndo para o carro do pai –– que não parava de dizer que ia deixá-la ali, aliás. Tenten e Ino comemoraram rindo e eu tive que entrar na brincadeira ou iriam achar que eu tinha ido para o lado dela, contudo, continuo sentindo aquela culpa enorme que só vai aumentar, principalmente por Hinata ter ido embora. Não sei se vai continuar aqui ou ir para outra cidade como grande maioria das pessoas dessa escola estão fazendo como se fosse combinado, mas espero mesmo que ela se dê bem para o lugar que vai e que aprenda a não sair praticando bullying com qualquer uma somente pelo fato de ela estar andando com o garoto que gosta.

Vamos as três para dentro conversando alto e percebo o quanto a escola está vazia, quase que deserta. Tsunade disse que todos podiam vir aqui, ver o resultado e ir embora, mas apenas aqueles que tivessem passado. Acho que quase ninguém ficou de recuperação ou repetiu –– ou pelo menos, nenhum da minha sala. Não é normal as pessoas darem importância para essas festinhas que as salas costumam dar no final do ano, e um grande exemplo é a minha; tem apenas uns dez alunos aqui e claro, Ino conhece todos. Fico impressionada de como ela consegue ser tão social por qualquer lugar que passe, pois é algo muito incrível. Queria ser igual a ela... Procuro por Naruto, mas não o encontro. Que estranho, por que quem estava mais alegre e animado com essa festinha era ele e agora não apareceu? Pergunto a Ino se ele não vai vir e ela responde que não sabe dele. Penso em ligar para o Leo e perguntar, mas sei que não posso atrapalhar os momentos alegres dele com Lavínia.

Sento na minha cadeira enquanto muitos estão em cima da mesa ou no chão, e fico pensando em tudo o que já me aconteceu nesse ano. Queria que Gaara e Kiba estivessem aqui, pois aí a festa estaria completa. A professora Kurenai se senta na carteira a minha frente e ficamos nos olhando por um bom tempo, sem nenhuma ideia de como começar uma conversa. Essa é uma boa hora para fazer agradecimentos.

–– Muito obrigada por me ajudar como fez –– começo, com um pouco de vergonha. Não é tão simples assim como eu estava imaginando. –– Eu tenho certeza de que a escola seria diferente se todas as pessoas pensassem como você. –– Ela sorri, mas não diz nada, então sinto um misto de tristeza e raiva ao mesmo tempo. Eu não sei o que esperava, porém um “não há de que, Sakura” seria ótimo.

Quando ela sai, começo a me arrepender por ter vindo nisso e não mandado Ino ou Tenten verem o resultado para mim. Os alunos que restaram compraram balões e estão os enchendo com tintas de todas as cores misturadas, o que significa que logo o meu lindo rabo de cavalo que me custou quase uma hora para fazer vai estar destruído e a fita de Gaara vai ficar manchada. Assim que começo a desfazê-lo, sinto uma coisa gelada nas minhas costas. Fico parada, sabendo exatamente o que é e esperando para mais, mas não vem nada. Me viro e é só então que eles jogam mais dois balões em mim e tenho que fechar os olhos para não ficar cega de vez; sinto a tinta entrando no meu ouvido e sei que logo vai começar a doer, e eu já posso jogar a fita no lixo, pois não há mais como ver de que cor ela realmente é. Não consigo me esconder tempo o suficiente e mais uma onda de balões que parecem sair de lugar nenhum me atigem na cabeça, enquanto rio abaixada debaixo de uma mesa que está me servindo como escudo. Ouço as risadas de Ino e Tenten e ela chamam o meu nome, mas não me arrisco a olhar diretamente para lá. Um garoto que não sei o nome vem correndo na minha direção e passa um srapy vermelho no meu cabelo. Por um segundo, eu achei que ele estava me zuando ou algo assim, mas quando ouvi todos rindo, soube que ainda se tratava de uma brincadeira. Me levantei, mesmo que a roupa estivesse mais pesada que o normal e tivesse que praticamente me arrastar para dar dois passos rápidos e vi todos com o mesmo srapy nos cabelos.

A sala parece um cenário de guerra depois que terminamos a nossa bagunça e deitamos no chão, sem nos preocuparmos com o fato de ele estar todo molhado –– não mais que nós. Então, quase que combinado assim como todos indo embora, começamos a rir do nada. Sei que se Tsunade ou qualquer outra pessoa por mais que seja a mais calma do mundo que entrar aqui e ver tudo isso, vamos estar mortos. Ino me ajuda a levantar e acaba escorregando uma ou duas vezes, chorando de tanto rir da própria queda. E Tenten nem consegue ficar de joelhos direito antes de voltar para o chão de costas.

–– Vamos fazer um desfile? –– Ino propõe e embora eu ache que é uma má ideia, pois a situação do chão e a nossa não é nada boa, o que pode resultar em uma queda muito feia se não tomarmos cuidado, concordo com a cabeça sendo acompanhada pelos outros. Ela tenta secar a mão em algum lugar e pega o celular, escolhendo algumas músicas como “fundo” para nós enquanto os garotos arrumam as mesas e cadeiras para ficarem bem longe do nosso alcance.

O garoto que eu ainda não sei o nome é o primeiro, e mesmo tente fazer um ou dois passos de dança para nos impressionar, acaba caindo e quase bate a cara em cheio no chão –– eu realmente agradeço por ele ter sido ágil e se apoiado nos braços antes que isso acontecesse. Então vem outros garotos que tentam fazer a mesma coisa e garotas que parecem imitar Ino de uma forma ridícula, mas deixo passar. E chegou a minha vez. Eu seria capaz de jurar que não sabia o que fazer quando estava lá na frente, com todos me olhando e aplaudindo, e tudo o que fiz foi andar normalmente, fazendo algumas poses idiotas só para que eles não reclamassem depois. A vez de Ino deveria ter sido gravada de tão perfeita; ela praticamente desfilou como uma modelo profissional e não tropeçou segundo algum. E Tenten, bem, essa foi mais como uma modelo, só que bêbada; tivemos que levantá-la quase quatro vezes, por que quanto mais caía no meio do caminho, mais queria seguir até o final. Ela estava quase chegando lá quando a porta de abriu e Tsunade começou a berrar conosco, perguntando o que tínhamos feito e que íamos todos limpar. Reclamamos, quase gritamos também, mas não adiantou. E agora cá estou eu, tremendo de frio e sendo obrigada a limpar uma coisa que não fui eu quem começou. Mas, bem, Tsunade não queria saber quem tinha começado, apenas veio nos fazer de seus empregados justo no nosso último dia aqui. Se eu ainda for estudar aqui, a coisa vai ser feia; pois Tsunade já não gostava muito de mim, imagine depois do que viu.

Acabo o trabalho e a sala parece até outra, mas não podemos ir embora. Segundo Tsunade, as aulas dos que ficaram de recuperação começaram e vamos ter que ficar esperando dar o horário normal que saímos. Fomos todos para fora, nos sentando e deitando em um espaço que tem aqui por perto e que não é tão confortável assim, só que se não for isso, é o chão quente, e entre essas duas coisas, eu prefiro esse espaço.

–– Queria saber por que Naruto não veio –– digo e cruzo as pernas. Parece que todos também sentiram a falta dele.

–– Talvez ele estava se sentindo mal –– Ino diz enquanto mexe nas unhas destraída. Isso já é capaz de fazer o meu coração disparar e fico preocupada achando um milhão de coisas.

–– Acha que ele fez alguma coisa? –– pergunto desesperada.

–– Acho. Ah, quer dizer, não! –– E sorri forçado. Sei que alguém está escondendo algo de mim, por que se não o fosse, ela não se concertaria tão apressada como nesse momento. Ino continua olhando para mim enquanto o faço de um jeito nada gentil. –– Ele está bem, Saky.

–– Ei, Sakura, vem aqui! –– Tenten me chama e olho para ela nervosa, até quase pergunto “o que foi?!”, mas não o faço. Sento mais perto dela e espero que comece a falar alguma coisa. –– Sabe quando você tentou se suicidar? –– Confirmo com a cabeça o que é óbvio; como eu poderia me esquecer daquilo? –– Pois é. Depois que Naruto te encontrou daquele jeito, ele ligou para mim e eu fui para a sua casa. Ele estava chorando muito e até chegou a gritar comigo, como se a culpa fosse minha. Depois que a ambulância chegou, ele disse que queria ir na casa da Hinata, e mesmo que eu não quisesse, fui junto. –– Ouvia tudo atenta, pois parece que é uma coisa que merece a minha atenção. –– Assim que chegamos lá, Naruto quase rasgou a roupa do pai dela de tanto o segurar e dizer coisas como “Olhe o que a sua filha fez com ela! Olhe o que a sua filha fez com a minha namorada!”, e Hinata chegou lá, com aquela carinha de quem não estava entendendo nada e ele contou tudo o que tinha acontecido. O pai dela depois de alguns segundos perguntou meio nervoso “Isso é verdade?”, e claro, ela negou com a cabeça. Então Naruto perdeu a paciência e quase foi para cima dela e tive que o segurar, mesmo que não tivesse tanta força quanto ele. –– Eu mal estava piscando. Será que isso é verdade ou Tenten está inventando tudo? Não consegui mais confiar tanto nela desde o encontro que Gaara, mesmo que tivesse sido falso. –– Ele decidiu ir embora, por que tinha que avisar aos seus pais sobre o que aconteceu e você ficaria sozinha no hospital. Mas antes, ele ergueu bem o dedo para Hinata e avisou “Se ela morrer, quem vai pagar vai ser você!” E então, fomos os dois embora.

E eu não sei o que falar; minhas sobrancelhas estão curvadas de um jeito confuso e a minha boca um pouco aberta por ter ouvido tudo isso. Eu queria muito que alguém me explicasse por que Naruto ou outras pessoas sempre me nomeam como a namorada dele, sendo que não tem nada de namorada por aqui –– ainda.

–– Ah... –– começo, sem palavras que sejam suficientes para definirem tudo o que quero mesmo dizer. Eu não sei, de verdade. Estou confusa, alegre, preocupada e desesperada, tudo ao mesmo tempo, e preciso ir atrás de Naruto saber se ele está bem.

–– E não se preocupe, ele me parecia ótimo hoje mais cedo –– Tenten me tranqüiliza, mas ainda assim continua sendo insuficiente para que eu me acalme. Ela está dizendo isso, a minha cabeça está tentando repetir e o meu coração confirma que ele precisa de mim. E que história é essa que ela viu ele hoje? Por que não disse isso antes que eu ficasse tão preocupada a esse ponto? Mas é claro que ela não diria. Ela continua sendo Tenten e não confia em mim, assim como eu. Suspeito que ela também me odeie, mesmo que só um pouquinho.

Confirmo com a cabeça, com o coração batendo a mil e uma vontade de chorar imensa me atinge. Será que eu ainda consigo pular o portão como naquela vez? Eu acho que sim, mas é um pouco arriscado, pois desde aquilo, Tsunade o aumentou e colocou mais coisas pontudas por cima apenas para alunos fujões como eu não conseguirem passar. E ela tirou os mínimos apoios que tinham nas paredes. Ai, meu Deus! Se ele ainda tivesse um celular, seria mais fácil, porque Ino está com o dela aqui e o meu acabou de descarregar. Eu não queria ligar para o meu pai vir me buscar, mas parece que não tem outro jeito ou vou ter um infarto aqui mesmo.

Ficamos em silêncio e alguns conseguiram dormir, diferente de mim que continuei em pé com a cabeça encostada na parede. Tenten foi chamada por Tsunade, porque tinha algum telefonema para ela e pensei se poderia ser Naruto dizendo alguma coisa, talvez, para mim ou para qualquer outra pessoa daqui, também não tem problema se for assim. Ela volta depois de alguns segundos, mordendo as enormes unhas que ainda não sei como consegue agüentar e fica em pé. Sinto uma vontade imensa de ir até lá e fazer ela falar o que quer que seja, porém continuo no meu lugar procurando por paciência.

–– O que aconteceu, Tenten? –– pergunto o que todos estão querendo dizer mas não parecer ter coragem o suficiente para achar a voz para isso.

Ela olha para mim e consigo ver muito bem as lágrimas em seus olhos. Alguma coisa aconteceu. Alguma coisa com Naruto.

–– Ah, Sakura... –– Ela respira fundo, quase que buscando forças ou sei lá o que para terminar o que eu quero que diga logo: –– Naruto acabou de cometer suicídio.


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