Landulf escrita por Juliana Medeiros


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Primeiro dia de aula



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Fellipe saiu do quarto e os olhos de Rebecca e Charlote brilharam para saber o que havia acontecido ali. Rebecca disse:

- Só tenho uma palavra pra dizer: Conta!

- Tá bom. – disse Emma franzindo o cenho, e colocando os cabelos pretos por trás da orelha – Ontem na festa eu vi o Fellipe e ele estava bêbado, caindo, e eu saí do quarto com ele e trouxe-o pra cá.

- Tá. Essa história ainda é meio louca, mas tudo bem. – disse Rebecca.

O despertador apitou. Eram 06h30min. As meninas foram tomar banho e vestiram os uniformes. Emma se olhou no espelho e se achou ridícula com aquela farda toda preta. Calçou seu all star e penteou os cabelos. Abriu uma gaveta e pegou o papel com seus horários de aula. Biologia era a sua primeira aula, na sala 7. Guardou o papel dentro do fichário, e esperou Charlote e Rebecca.

- Vamos lá! – disse Rebecca dirigindo-se a porta. Charlote passou e Emma trancou a porta.

Cada uma tinha uma aula diferente. Emma odiou saber disso, pois preferia estar ao lado de quem já conhecia, do que com mais estranhos. Mas infelizmente, teria que se acostumar com isso. Entrou na sala 7 e um gentil professor recebeu-a com um sorriso bem sincero.

- Sente-se ali. – disse o professor apontando para a cadeira da frente.

- Bem na frente. Que ótimo. – pensou Emma.

Ela sentou-se calada e olhando pela janela. A mesma paisagem de antes. Árvores negras e secas, e o céu nublado. O verde da grama agora parecia ainda mais verde. Sentiu-se aliviada por não conseguir avistar o cemitério dali. Ao virar o rosto viu Fellipe passando pela porta, carregando uma mochila laranja. Fellipe sorriu para o professor que disse:

- Fellipe pode fazer par com a novata?

- Claro que sim Senhor Stanford. – Fellipe sorriu para Emma, que retribuiu o sorriso. Ele sentou-se ao lado dela e disse: - Puta coincidência. Tá parecendo até que estamos num filme.

- Engraçadinho! – disse Emma fazendo uma careta – Você tá pior do que chiclete.

- A tá. Imagina só você. Run. Emma, o que você fez por mim foi muito importante. Sabia?

- Pode ter sido pra você. Eu teria ajudado qualquer um.

- Sei. – ele sorriu para ela, e ela corou um pouco.

O professor começou a falar.

- Bom dia pessoal, sou o Riley Stanford, professor de biologia. Já conheço a maioria de vocês, e novatos, sou um pouco chatinho, mas sou um bom profissional. Exijo que deem o seu melhor aqui. Todos vocês são capazes. Enfim, vamos começar a estudar genética.

Quando tocou, Emma recolheu o seu material e anotou o dever de casa na última folha do fichário. A manhã inteira foi assim. Indo de uma sala para outra. Coincidentemente também teve duas aulas de matemática com a Rebecca e duas de Literatura com Charlote. Ao chegar em seu quarto de volta, jogou-se em cima da cama. Rebecca e Charlote fizeram exatamente o mesmo. As três exaustas, e isso porque era apenas o primeiro dia de aula. Rebecca começou a falar:

- Gente a professora de inglês não tem moral com os alunos. A aula dela foi uma baderna hoje, e ela nem ligou. Tô com pena dela. – Charlote riu e disse:

- Bem diferente do Senhor Wesley que qualquer riso é fatal na aula dele. Acho que ele sofreu bullying na infância, sinceramente.

- Gostei do professor de biologia. Riley Stanford. Ele é exigente, mas ensina o conteúdo bem direitinho. – disse Emma.

- A conversa tá muito boa, mas vou tomar um banho quente. – disse Rebecca.

- Posso ir depois? – Perguntou Emma.

- Claro! – disse Rebecca sorrindo e tirando uma toalha branca do seu criado-mudo.

Emma ficou olhando para a cama, imaginando Fellipe deitado ali. Automaticamente ela sorriu.

- Tá rindo do quê? – perguntou Charlote sentando na cama e cruzando as pernas.

- Nada não. – respondeu Emma – Lembrei-me de uma coisa engraçada.

- Compartilhe. – disse Charlote.

- Não, não. É besteira.

Algumas horas depois, Emma foi para o pátio da escola. Sentou-se na grama, próximo a um lago. Alguns minutos depois, Fellipe sentou-se perto dela. Ele disse:

- Está pensativa ultimamente. Está com algum problema Emma?

- Não Fellipe. Acho que estou com saudade de casa. Eu não escolhi vir pra cá.

- Eu imagino. O que acha de ir pra biblioteca? Ler um pouco, vai te fazer bem. Talvez tudo o que você precise, seja algo pra distrair sua mente. Gosta de poesias?

- Adoro. – Emma disse se empolgando – Tem aqui?

- Hm! Tem sim. Anda, levante daí e venha comigo. – Disse Fellipe levantando e estendendo a mão para Emma.

Chegando a biblioteca, Emma e Fellipe viram uma mulher meio idosa, sentada a mesa de recepção. Ela sorriu gentilmente para eles, e Fellipe disse:

- Oi senhora. Em que estante fica os poemas?

- Fica na estante 27. – Respondeu a senhora, ainda com um ar de riso.

Eles andavam conforme a sequência dos números até que encontraram a estante 27. Emma pegou um livro e abriu.

- Fell, a mulher deve ter se enganado. Não tem poemas nessa estante.

- Perai que eu vou perguntar pra ela de novo. – Fellipe Gritou: - Senhora?

Ele saiu do meio das estantes e olhou para a mesa da recepção de novo. Não havia ninguém lá.

- Que estranho. – ele sussurrou.

- O que foi? – Perguntou Emma.

- A senhora da recepção sumiu. Faz um ano que estudo aqui e nunca a vi. Que estranho. E aí, encontrou os poemas?

- Não. – respondeu Emma abrindo um livro – Aqui não tem poemas. Isso aqui é um álbum de fotos de ex-alunos da Landulf.

- Nossa, que legal. São de que ano?

- Do ano passado.


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Notas finais do capítulo

Quarto capítulo! Continuem acompanhando Landulf!



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