Todas Contra Cato escrita por Anik Pinheiro


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei! :D
Meus amores, não pensem que eu deixei vcs no vácuo. Eu li cada comentário de vocês, só que toda vez que eu clico no responder aparece "Página não encontrada e blá blá blá..." Eu não sei se isso é só na minha conta mas é muito estranho. Sorry. : (
Sobre o capítulo, espero que gostem.



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“Como amigos?” Katniss riu. “Você é tão inocente, Clove. Na primeira oportunidade que ele tiver, ele vai te agarrar.”

“Ah, e você acha que eu não sei? Você acha mesmo que eu engoli essa conversinha de como amigos?” Perguntei.

“Azul ou verde?” Abbie me mostrou dois vestidos.

“Hum... então agora sou eu que escolho os vestidos?” Sorri.

“Glimmer disse que você está fazendo um bom trabalho.” Katniss comentou.

“Falando em Glimmer, onde ela está?” Perguntei. “Não que eu sinta falta dela, mas...”

“Ela disse que precisava encontrar algumas coisas e depois vinha pra cá.” Abbie explicou. “E antes que pergunte eu não tenho a mínima ideia do que sejam essas coisas.”

Vindo da Glimmer, coisa boa é que não deve ser.

“Você está mesmo preparada?” Abbie perguntou sentando na cama ao meu lado.

“Você acha que eu vou amarelar?” Olhei pra ela incrédula.

“Ah, Clove, deixa pra lá.” Ela disse.

“Gente a Glimmer chegou.” Katniss olhou pela janela.

Esperamos até a Senhorita Perfeição entrar. Ela carregava uma caixa.

“Clove, mas você não se vestiu ainda?” Ela me olhou aterrorizada.

“Está bem, não precisa ficar estressada.” Peguei o vestido verde em cima da cama.

“Não. Você vai com o azul.”

“Mas a Abbie disse que eu poderia escolher o vestido.”

Glimmer olhou para Abbie.

“Você falou isso pra mim, lembra? Disse que ela estava...” Abbie se defendeu.

“E eu não gosto de azul.” Lembrei.

“Está legal.” Glimmer bufou. “Eu falei, mas você ainda vai com o azul.”

Eu peguei o vestido azul.

“Glimmer, eu já falei que te odeio?” Perguntei amigavelmente.

“Você não é a primeira a falar, querida.” Ela sorriu se sentando.

Eu me troquei. Pra falar a verdade o vestido azul nem era tão feio. Ficou até legalzinho. Mas eu não vou falar isso pra Glimmer, por que com certeza ela ia dizer: “Viu? Eu sempre tenho razão.”

“Como estou?” Eu saí do banheiro do quarto da Katniss.

É, estávamos na casa dela, porque era a mais perto da praia.

Nenhuma das três havia olhado pra mim. Glimmer mexia as unhas, Katniss lia alguma coisa e Abbie estava no celular.

“Valeu, pela consideração!” Gritei.

Elas se assustaram.

“Clove!” Katniss me repreendeu. “Não faça isso de novo.”

“Então prestem atenção em mim.”

“Clove, você está parecendo um bebezinho mimado que precisa de atenção.”

Ignorei o último comentário. Esfreguei as mãos.

“E agora?”

Glimmer sorriu o que normalmente não é bom.

“Pra você não fazer nada que não deve, eu comprei isso.” Ela abriu a caixa.

“Equipamentos de vigilância?” Eu ri. “Essa é a coisa mais ridícula do mundo. Quer dizer então que vocês vão me vigiar?”

“Ninguém está achando graça nenhuma.” Abbie disse. “Nós vigiaremos você pela câmera”. Ela tirou um broche da caixa e colocou no meu vestido. “E nos comunicaremos com você por isso.” Ela pegou um ponto de ouvido e um minúsculo microfone.

Meu Deus! Elas estavam enlouquecendo.

“Mas só tome cuidado pra não se molhar. Corre o risco de você levar um choque.” Glimmer disse tranquilamente.

“Um choque?” Eu perguntei. “Eu não vou pra uma festa com isso.” Tentei arrancar tudo aquilo de mim, mas Katniss me impediu.

“Lembra o que Cato fez com a gente, Clove. Ele nos traiu. E você se vingará por nós.”

E então ela fez a típica expressão de cachorrinho que caiu da mudança.


A praia estava linda. Entendi por que Cato me chamara pra vir aqui. Era como um encontro romântico, só que com dezenas de casais. No fundo tocava uma música lenta, alguns casais dançavam numa pista improvisada. A grande fogueira estava rodeada por jovens se agarrando.

“Você ta me ouvindo?” Escutei a voz de Abbie. Por um momento, tive o impulso de me virar. Aquilo era horrível. Era como se ela estivesse dentro da minha cabeça.

“Infelizmente estou.” Respondi amargamente.

“Ótimo, agora encontre Cato.”

Eu comecei a procurá-lo por toda a praia. E não o encontrei.

“Achei que você ia furar.” Ouvi.

Eu achei que tivesse sido algumas das meninas, mas a voz era mais grossa. Eu me virei.

“Não fique nervosa.” Avisou Katniss.

“Eu dei minha palavra. Não ia furar.” Disse a ele.

“Você está bonita, Clove.” Ele sorriu.

“Eu sei.” Respondi confiante.

“Ah não! Você não disse isso. Já não chega o ego inflado dele, agora você?” Era Glimmer. “Concerta isso, agora!”

Meu Deus! Era mesmo a Senhorita Perfeição que falava sobre ego inflado?

“Brincadeira” Olhei para Cato. “Obrigada.”

“Você quer beber alguma coisa?”

“Hum... Seria bom.” Respondi sorrindo.

Ele me levou até a mesa de bebidas. As garotas até agora estavam quietas, então eu podia dizer que estava fazendo tudo certo.

Eu peguei um copo de refrigerante.

“Eu quero te mostrar um lugar. Me acompanha?” Ele segurou minha mão.

“Epa, epa, epa!” Eu disse. “Amigos de 16 anos não seguram as mãos, a não ser que estejam namorando.”

Ele pareceu frustrado.

“Olha a cara dele.” Abbie riu.

“Ele está caidinho por você.” Katniss comemorou.

“Clove, não seja tão dura com ele.” Glimmer recomendou.

“Quer fazer o favor de calarem a boca.” Eu falei alto, quase gritando, me esquecendo completamente de Cato.

“O quê?” Ele pareceu ofendido.

“Er...Eu não falei com você.” Disse embaraçada.

Podia ouvir as risadinhas das garotas. Cato olhou para os lados procurando por alguém que ele nunca iria encontrar. Ele franziu o cenho.

“Vem, então.”

Eu o acompanhei. Seguimos pela margem da praia, tomando o cuidado para não me molhar. Ele me levou até uma ponte, que começava na areia, mas seguia para a água. Pelo menos tinha uma grade de proteção e aí eu não corria o risco de cair na água e morrer eletrocutada.

“Por que não gosta de mim?” Ele perguntou de surpresa enquanto caminhávamos pela ponte de madeira.

“Eu não disse que não gostava de você.” Ele me olhou atentamente. “Eu só não te conheço.”

“Mas você não parou pra pensar, que se você não aceitasse um convite meu nunca iria me conhecer.”

Cara, ele era sensível.

“Mas eu aceitei e agora estou aqui.” Eu beberiquei um pouco mais do meu refrigerante.

“Já que você não me conhece, vamos fazer um jogo.” Ele explicou. “Cada um tem direito a uma pergunta por vez. Você começa.”

“Tudo bem.” Concordei. “Qual é sua cor preferida?”

“Você não perguntou isso, né Clove?” Era Glimmer.

Suspirei fundo me segurando para não mandá-la calar a boca de novo.

Cato pareceu pensar por alguns segundos.

“Azul.” Por fim ele respondeu.

“Sabia que azul é a cor da fidelidade e da lealdade.”

Cato engasgou com a cerveja que tomava.

Ouvi as meninas gargalharem.

“Essa foi muito boa, Clove.” Abbie disse.

“Acho que Cato nem sabe o que significado ser fiel e leal.” Riu Katniss.

“Eu li isso num livro da minha mãe.” Expliquei segurando para não rir.

Cato concordou com a cabeça.

“Ahã... Minha vez.” Ele disse rapidamente. “Qual a sua cor preferida?” Ele sorriu.

“Vermelho.” Respondi sinceramente.

Ele olhou em direção a fogueira.

“Você sabe dançar?” Cato perguntou.

“Achei que fosse minha vez de perguntar.”

“Vá em frente, então.”

“Porque você me convidou pra sair?” Perguntei.

No fundo, no fundo eu queria realmente saber o que ele iria responder.

“Por que você é diferente.” Ele sorriu. “Não é como as outras garotas.”

“Eu acho que vou chorar.” Disse Glimmer cinicamente.

“Santa ladainha.” Katniss bufou.

Uma parte de mim gostaria que ele estivesse falando a verdade, que eu fosse diferente, mas...

Espera aí!

O que é que eu estou falando? Não, não, não. Cato é mentiroso. Ele nunca fala a verdade.

“Minha vez... Você sabe dançar?” Ele perguntou.

“Err... Não.” Admiti.

Ele pareceu confuso.

“Mas você é líder de torcida.” Ele afirmou. “E não sabe dançar?”

“Longa história.” Respondi rapidamente.

Ultimamente essa vinha sendo uma resposta prática e rápida pra tudo que me perguntavam envolvendo o plano.

“Está bem, vem vamos dançar.” Ele disse.

Cato saiu na minha frente e o segurei pelo braço. Peguei sua mão e olhei nossos dedos entrelaçados.

“Àquela hora eu estava brincando.” Disse.

Ele olhou para nossas mãos e sorriu.

“Você me surpreende a cada momento.”

Glimmer, Katniss e Abbie não me repreenderam como eu esperava, pelo contrário, um silêncio se formou e por um momento eu achei que o negócio no meu ouvido tinha estragado.

Nós dois fomos para a pista e dançamos, dançamos e dançamos. Foi divertido, pra ser sincera.

Eu não sabia se aquilo era fingimento dele ou não, se ele fazia aquilo com todas as garotas, mas naquele momento, eu considerei que em outra vida poderíamos ser amigos.

“Já está muito tarde, acho que devo ir pra casa.” Disse pra ele enquanto me levantava da areia.

Nós havíamos sentados perto da fogueira.

“Então eu te levo.” Ele se levantou rapidamente.

“Não, não. Não precisa, é sério. Eu estou bem.” O que não era verdade, já que realmente eu estava com medo de voltar sozinha.

“É claro que precisa.” Ele disse. “Ou alguém vem tem buscar?”

“Pra ser sincera, não.”

“Ai Deus, ele vai te levar pra casa?”Katniss perguntou.

Achei que elas tinham ido dormir.

“Então vamos, Clove, o que custa?” Cato me olhou fazendo biquinho.

“Tudo bem.”

No final das contas eu aceitei. Cato havia ido buscar o carro.

“Clove, ele vai apenas te levar em casa. Não precisa entrar em pânico.” Nem distingui de quem era a voz.

“Só que o problema é que eu já estou em pânico.” Respondi pra quem quer que seja.

“Se acalma, menina.” Era Abbie. “E não o beije.”

Como se eu fosse sair beijando todo o mundo por aí.

“Vamos?” Cato perguntou atrás de mim.


“Pronto.” Ele disse assim que estacionou o carro na frente da minha casa.

Ele saiu do carro e abriu a minha porta.

Desde quando, Cato, é cavalheiro?” Ouvi de alguma das meninas.

Eu saí do carro timidamente. Paramos um de frente pro outro, na calçada.

Eu já tinha ideia de como essa cena terminava em filmes.

“Nos vemos segunda?” Cato perguntou muito perto de mim.

Eu sorri timidamente. Ai Deus, como eu era tímida.

“É claro.” Respondi.

“Clove, o Cato está muito perto de você.”

“Clove se afaste lentamente.”

“Clove, Clove, para. Vai pra trás, Clove.”

Ouvi a voz das três no meu ouvido. O que elas estavam pensando? Que eu iria beijá-lo?

Talvez no rosto. Só que eu não queria que elas soubessem disso.

“O que é aquilo?” Perguntei apontando algo imaginário atrás de Cato.

Enquanto ele se virou, eu arranquei o negócio do meu ouvido e tampei o broche com a mão.

Eu já podia imaginar a cena: as três vendo os meus dedos na tela de um computador e gritando algo que eu nunca iria ouvir.

“Eu devo estar maluca.” Eu disse quando ele se virou.

Quando ele estava perigosamente perto de mim, senti gotas de água respingando nas minhas pernas.

Virei-me rapidamente. Alguém tinha ligado o irrigador do jardim e água espirrava pra todo lado.

Só então que eu me lembrei do que Glimmer me havia dito: “Mas só tome cuidado pra não se molhar. Corre o risco de você levar um choque.”

Lembrei-me tarde de mais. Cada minúsculo choque que eu levava era um susto que eu tomava.

Mas que sorte a minha.

Cato me olhou assustado.

“Está tudo bem?”

“Si-im!” O que era outra catastrófica mentira que eu contava.

E então eu saí correndo e levando choques por todo o corpo.

Mas que belo final de encontro, não?


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Notas finais do capítulo

Que bonito da parte de vocês, hein? ~ lê-se com muita ironia.
Quarenta e três acompanhamentos e no último capítulo 9 comentários.
Pessoal eu não quero dar uma de autora birrenta, mas me chateia vcs não comentarem.
Eu preciso saber a opinião de vocês! E eu sei que muitos de vcs que estão lendo ainda nem comentaram.



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