Psyquê - Storyteller escrita por Kill Will


Capítulo 2
Capítulo 1 - Parte 2 "Demo"


Notas iniciais do capítulo

"Parte 2"? O que eh isso de "parte"? Ah me deixa filho... Eu quis dividir os capítulos em partes, não pode não? claro que pode a historia eh minha u.u
"Demo"? Demooooooooniosssss huhauhauahuahua. Quam sabe kk.
Ta... A verdade eh que eu não sei o que comentar aki nessa nota de abertura. Pronto falei!
...
...
...
Bjin bjin ateh as notas finais!



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Capitulo 1 – Parte 2 “Demo”

O sol de fim de tarde estava ótimo. Ele de calça jeans azul, camiseta preta e jaqueta jeans; ela de vestido de alça, todo branco. Estavam ofegantes e vermelhos, e cansados de correr de mãos dadas. A praça não era muito longe da escola, então deixaram suas bicicletas por lá e foram correndo. Na verdade ele tinha arrastado Lyra até lá, mas ela também não protestou no caminho. Ao chegarem imediatamente avistaram Victor que vestia uma camisa verde, calças pretas combinando com os tênis all star de mesma cor.

–- Err... Vou ignorar o fato de vocês estarem de mãos dadas e prosseguir com o assunto ok? – Kitao olhou para a garota que sorria não parecendo se importar. Ele a abraçaria para provocar a Victor, mas estavam suados e pensou que talvez ela pudesse não gostar. Soltou sua mão e atentou para o colega. – Olha só. O André recebeu o convite. É uma sala no “2 i se” que fica aberta das 22:00 até as 06:00. E vocês sabem como o André é, não é mesmo? Ele nunca vai jogar nessa sala por causa dos estudos. Odeia dormir tarde.

–- Mas... Nem no final de semana ele joga? – Perguntou Lyra.

–- Nem. Ele revisa a matéria da semana toda no final de semana. Ele é louco assim mesmo... – Disse passando a mão pelos cabelos loiros, compridos até os ombros.

–- Ai gente... Que medo... Hahaha!

–- Hahahahahahaha! O André é assim mesmo, mas ele é muito bom com games quando quer ser. Ele vai nos passar o e-mail?

–- Há! Já tenho o e-mail aqui comigo, no meu celular pra vocês darem uma olhada. Acabou de chegar!

–- Boa cara! Vamos ver o que é que esse game nos reserva! – Kitao pegou o celular da mão do colega e começou a ler.

16:40 – The Story Teller

Bem vindo ao mundo de Psyquê.

Você foi incitado como merecedor de participar de um jogo. Um jogo onde você e sua psique evoluirão! Esteja preparado para correr riscos em mundos futurísticos ou pré-históricos, na terra ou no espaço. Procure zelar pela sua vida e pela vida de seus companheiros. Esta é uma oportunidade única! Pense bem antes de negar ou aceitar este convite! Psyquê Storyteller é um jogo que vai mudar a sua vida... Ou acabar com ela...

Obs: Isto é apenas um convite formal, intransferível. Apenas jogadores convidados diretamente pelo narrador podem participar. Se você “conseguiu ler” este convite, dentro de pouco tempo receberá a ficha de inscrição ou uma outra forma de contato com o jogo.

No momento em que terminaram a leitura, suas expressões passaram de animadas para uma mistura de decepção e confusão. Parecia que ninguém iria jogar nada com aquele e-mail que não passava nem uma informação concreta sobre o game ou sobre a sala. Realmente, não passava de um convite formal, um chamariz, um “teaser”, uma propaganda.

–- Pow... O que é isso Victor?

–- Affff. Eu sabia que devia ter lido antes... E agora? Não tem mesmo como agente jogar? – Respondeu o loiro.

–- Pelo jeito só se formos convidados... – Disse a garota.

–- Mas não temos o mínimo de informação sobre o game, quanto mais sobre o narrador Lyra... Nossas chances são mínimas...

–- Poxa... Mals ae Kitao... Chamei vocês aqui pra nada... Acabei com todo o credito que tinha no celular botando fé nesse game... Até desanimei. Acho que vou pra casa estudar um pouco...

–- Eu acho que também vou...

–- Eu vou é pra casa jogar! Que estudar o que! – Tentou erguer um pouco o animo dos amigos, mas não surtiu muito efeito.

–- Haha... Kitao...

–- Ah gente, para... Não fiquem tristes... É só um game, agente pode jogar outras coisas. Não fica assim Victor... Lyra...

–- Não sei... Você fez tanto suspense e parecia realmente interessado nesse jogo. Senti que esperava algo mais.

–- Eu também senti isso de você Kitao.

–- Nah... Relaxem! É só mais um game. – Na verdade estava decepcionado, mas como um bom líder de equipe, não podia deixar que os ânimos caíssem. – Eu vou procurar mais alguma coisa eu mesmo, certo? Vocês podem ir estudar ou jogar. Façam o que achar mais gostoso.

Mesmo sem muitas informações Victor passou o e-mail para Kitao. Ele disse que tinha planos para provocar os rivais. Conversaram mais alguns minutos, Lyra contou sobre a derrota do dia, discutiram sobre estratégias, Lyra disse que mandaria um e-mail falando algo sobre um outro game que talvez pudesse interessar e depois cada um seguiu seu rumo. Antes disso passaram na escola para pegar suas bicicletas. Lyra se despediu com um beijo no rosto e desceu a rua, dobrando na primeira esquina. Kitao não perdeu tempo. Tratou de mandar aquele e-mail furado para alguns “rivais” que tinha. Se todos fossem fanáticos por games tanto quanto ele, também ficariam no mínimo curiosos.

Pedalou vagarosamente para casa. Levou mais de trinta minutos para percorrer o caminho que fazia em dez. Não tinha o jogo, seu colega estava decepcionado e sua melhor amiga poderia estar triste por ele. Se não estivesse triste, teria ficado. A mãe do garoto já estava preocupada quando chegou. Contou o que aconteceu e ela o consolou... Um pouco... Bom... Ela o abraçou quase sufocando-o em seus seios novamente, mas fora isso tudo bem.

Não tinha vontade de jogar nem estudar. Varreu as folhas da frente de casa, caminhou pelo jardim dos fundos da casa, acompanhado de seus cachorros e até organizou um pouco seu quarto. Jantou e foi tomar banho. Bastaram alguns minutos debaixo do chuveiro para que seu celular tocasse indicando nova mensagem. Devia ser o e-mail do jogo que Lyra disse. Estava molhado, relaxado e sem a menor vontade de jogar. Largou o celular no banheiro mesmo.

–- Mãe... Que horas são? – Perguntou ainda enxugando o cabelo.

–- Não sei Kitao, deve ser umas sete e pouco.

–- Hum... – Olhando pela alta janela do banheiro a luz do dia, evidentemente, já se ausentara. “Devem ser umas dez pras sete”.

Deitou no sofá observando o teto, ainda com as mesmas roupas de antes do banho. Pensou no que fez durante o dia, em todos os games que jogou, pensou em Lyra, em Rick, pensou em sua mãe, em sua professora Carmem, pensou sobre sua vida, sobre seus estudos, imaginou como seria se ficasse com Lyra, se Rick ficasse com ela, pensou o que aconteceria caso saísse no braço com o moreno... Permaneceu nesse devaneio por alguns minutos quando, subitamente, começou a sentir um forte sono. A sensação era de que, a cada segundo, seu cansaço aumentasse. Tentou lutar contra o sono, mas não durou mais que alguns minutos. Começou a sonhar.

Em seu sonho, encontrava-se dentro de uma sala de paredes e teto ovalado, como se fosse o interior de uma xícara posta de cabeça para baixo. Não havia lâmpada alguma, mas o lugar estava claro, iluminado por uma luz branca, suave e confortante, nem quente e nem fria. Havia incontáveis portas nas paredes. Portas comuns de madeira. Portas tão comuns... Portas que passavam uma impressão tão forte, mais tão forte, de serem comuns, que esse singular fato, quase as tornava estranhas. Não havia móvel algum, apenas o garoto e mais duas pessoas.

–- Lyra? Victor? – Surpreendeu-se de encontrar seus amigos dentro do sonho e, com as mesmas roupas de quando os viu durante a tarde.

–- Kitao? – Lyra tremia em seu vestido branco ao lado de Victor.

–- Cara... O que ta acontecendo? – Disse o loiro com uma vós preocupada.

–- Ueh, qual o problema? Isto é um sonho... Não é? Estão com medo de que?

–- Não sei... Apareci aqui há alguns instantes e Victor, simplesmente apareceu logo em seguida. Agora é você quem aparece! Isso não parece um sonho...

–- O que vocês estavam fazendo antes de aparecer aqui? Eu deitei na cama para estudar, mas do nada um sono muito forte me fez derrubar o livro na cara e a preguiça não me permitiu tira-lo. Ai eu dormi...

–- Eu deitei no sofá para entrar na internet pelo celular já que minha irmã estava no computador. Também fiquei com muito sono de uma hora pra outra e adormeci. – Kitao gelou. Sua historia não era muito diferente. Não fazia nada de importante pouco antes de ser acometido por um sono muito forte.

–- Gente... Isso é verdade mesmo? Eu... Eu estava deitado no sofá olhando pro teto. Ai senti sono, muito sono. Ainda tentei não dormir, mas não consegui lutar contra ele por mais do que um minuto ou dois...

–- Ninguém fez nada de diferente? Estamos dormindo e tendo o mesmo sonho? Agente ta falando uns com os outros por meio de um sonho?

–- Não sei dizer...

–- Kitao... Victor... Eu to com medo... Sinto algo estranho...

–- Eu também sinto algo de diferente com esse lugar, só não sei explicar.
-- Eu não sinto nada. Não sei por que... Eu queria sabe...

Foi interrompido por um ruído vindo de traz do grupo. Uma maçaneta das inúmeras portas girou lentamente. Com um clique de metal sobre madeira ela começou a se abrir emitindo um guincho frio e seco. Um calafrio percorreu a espinha dos adolescentes: quando se abriu por completo tudo o que viram foi a escuridão; e então dois olhos verdes surgiram, como se alguma criatura tivesse despertado de uma longa soneca. Ouviu-se um grunhido, uma pata saiu das sombras, vindo para a luz, revelando uma pelagem cinzenta, chumbo. Um segundo passo. Um terceiro passo revelou uma cabeça felina, com destaque nos olhos verdes viciantes e no diabólico sorriso que lembrava o de uma criança que acabou de ganhar brinquedos novos. Não conseguia desviar sua atenção do estranho gato cinza, quase do tamanho de um dobermann, que surgia das sombras.

–- Kitao... O que é aquilo? – Perguntou o garoto loiro com o a vós, claramente, alterada.

–- Não sei... E não sei se quero descobrir... Tem algum plano?

–- Que tal se agente correr o mais rápido que puder para dentro daquela porta e fechasse o gato aqui? – Sugeriu Victor. No segundo seguinte o gato completou seu ultimo passo à frente e a porta se fechou atrás da criatura. Ela rosnou mostrando dentes pontiagudos. – Má ideia...

–- O que vamos fazer? – Havia preocupação em sua vós. Lyra tinha medo de que seus amigos se machucassem.

–- Vamos tomar cuidado. – Nem tiveram tempo para preparar qualquer plano ou estratégia. O felino saltou na direção do trio indo parar no peito de Kitao num piscar de olhos. O garoto deslizou para trás por dois metros antes de parar com o gato ainda por cima. – ARGH!!! Sai daqui seu bagulho de pelo cinza!!!

–- KITAO!!! – Gritou a menina com as mãos na boca.

–- Calma Kitao! Eu vou te ajudar! – Vitor deu um forte chute no traseiro do gato. Ele caiu em pé não muito contente com o tratamento

–- Cuidado! – A criatura se preparava para saltar sobre Vitor quando Lyra a atingiu com uma de suas sapatilhas brancas, dando alguns segundos para que Kitao pudesse se levantar. – Some daqui!

Foi nesse exato momento que Kitao sentiu medo. Só não sabia do que. Não era do gato, nem de Lyra, nem do ambiente, nem das portas e nem da sapatilha. No instante seguinte ele teve sua resposta. O gato saltou sobre a garota com uma velocidade maior ainda. Os dois caíram e rolaram alguns metros antes da garota colidir com a parede ovalada batendo a cabeça, os pés e os quadris. Kitao se enfureceu. Seus olhos se incendiaram, seu peito queimava com a respiração pesada e quente. Sem pensar em nada correu na direção do gato e deu-lhe o chute mais forte da sua vida. O bichano rolou e bateu na parede. Antes que pudesse se levantar Kitao voava em sua direção num, imprudente mergulho de cabeça. Caiu de joelhos e sentiu uma pancada na cabeça, mas saber que tinha acertado uma forte cotovelada no animal reanimou o jovem. Seguiu-se uma furiosa batalha entre arranhões, socos, mordidas e cotoveladas.

Qual não foi o espanto do garoto quando viu que Victor também esmurrava o inimigo com a mesma ferocidade. Sentiu-se confuso. Era justificável que estivesse furioso, pois, naquele momento, descobriu que Lyra era, sem duvida, muito importante para ele, mas... Por que Victor estaria tão furioso quanto ele? Essa pergunta e qualquer outro pensamento relacionado desapareceram no momento em que recebeu uma patada no rosto que deixou marcas verticais ardentes. Não demorou para que até mesmo a garota se aliasse aos meninos e surrasse o gato.

Foram vários minutos de fúria sem fim. Um corpo felino, com incontáveis falhas no pêlo, marcas de pancadas, garras e dentes quebrados, sangrava pela boca, por vários ferimentos e por uma das patas traseiras que Victor tinha dado conta de quebrar. Lyra tinha o vestido com incontáveis manchas de sangue e vários rasgos. Uma das alças tinha sido arrancada no dente o que deixava à mostra o começo de um sutiã branco também manchado de sangue. Alem disso ela ainda usava apenas uma sapatilha. Victor tinha a camisa banhada em sangue devido à pata que quebrara do gato. Outrora ela fosse verde, agora quase que completamente marrom. Podia dizer que tinha um novo corte de cabelo, pois vários golpes teriam repicado as madeixas loiras do garoto e uma de suas mãos estava ensopada de sangue, com várias marcas de mordidas e perfurações; ela tinha entrado totalmente na boca do gato com o soco mais forte que deu em toda sua vida. A jaqueta de Kitao tinha mudado de azul para roxa, com inúmeras perfurações ao longo das mangas. Como ele fora o primeiro a voar em direção ao gato, foi privilegiado com uma completa seção de mordidas nos braços. O sangue havia secado colando o tecido jeans à pele do garoto. A calça tinha virado um short de tamanho completamente irregular. Listras verticais ainda ardiam no rosto do jovem.

Três pares de olhos assustados ainda encaravam o corpo sem vida do felino repousado sobre uma poça de sangue. Foi quando Kitao percebeu! Havia sangue apenas na poça, no gato e nos jovens! A sala permanecia intacta, intocada. Nem uma única gota de sangue respingou pelo chão, ou em uma porta. A parede não ficou manchada quando arremessaram o gato na parede e nem quando Victor bateu de cabeça após uma forte mordida que desencadeara um grande sangramento na testa. Como aquilo era possível? O sentimento de confusão incomodou o garoto mais uma vez, mas foi deixado de lado, novamente, por conta da fúria. Kitao sentiu-se insultado; era como se tudo ao redor, a sala, as portas, estivessem alheias aos acontecimentos, como se espancar um felino gigante até a morte e ter os braços transformados em peneiras fosse a coisa mais comum do mundo. Ser acometido por sentimentos tão intensos como a confusão e a raiva estava se tornando algo freqüente e, por um segundo, Kitao se perguntou se não estaria enlouquecendo. *Ploft*. Um ruído de algo caindo no chão chamou a atenção ao lado dos garotos. Lyra estava caída, de joelhos e tremendo.

–- Ki... Ki... Tao... Vi... Victor...

–- Lyra! Você ta bem? – Perguntou Victor virando em sua direção.

–- Lyra! – Kitao abaixou ao lado dela. Ela toda tremia.

–- O que... O que aconteceu aqui? – Lentamente ela formulava frases com dificuldade.

Kitao sentiu o celular vibrar dentro da jaqueta. Depois de tudo aquilo era absolutamente impossível que estivesse inteiro. Buscou o celular no bolso interno e retirou-o com dificuldade pois tinha todo o tecido das mangas da jaqueta completamente colado à pele com sangue seco. Qual não foi a surpresa ao notar que não havia um único arranhão ou pingo de sangue no aparelho. Tinha sentido raiva muitas vezes em tão pouco tempo, que não tinha como sentir raiva do celular naquele momento. Talvez isso fosse uma coisa boa, afinal, ele pode perceber que havia duas mensagens novas.

18:45 – The Story Teller

Prepare-se para o mundo de Psyquê!

Muito boa noite. Dentro de 15 minutos uma versão ‘demo’ do mundo de ‘Psyquê Storyteller’ será liberada para você e sua equipe. Entre em contato com eles o mais rápido possível e mantenham-se unidos. Esta versão ‘demo’ não deixa seqüelas, então não se preocupe caso experencie ferimentos graves ou a morte. Não nos responsabilizamos porem, por quais quer sentimentos, dores, ou danos mentais causados pela experiência. Inicio às 19:00.
Nós desejamos uma boa sorte e que vocês... ‘Divirtam’.

19:16– The Story Teller

É só o começo!

Parabéns! O ‘demo’ foi finalizado com sucesso e nem um jogador foi eliminado. Vocês, agora, podem retornar e aguardar para iniciar a verdadeira aventura. Boa sorte a todos

Que suas mentes sejam fortes!

O ambiente todo caiu em um silencio absoluto. Não ouviam nem mesmo suas respirações... Então, todos os três, sentiram um arrepio, uma presença, alguém que sorria ao vê-los, e tudo escureceu.

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Notas finais do capítulo

Noooooooossssa!! Agora ta começando a ficar bom não eh não? Uma virada na trama! Eles dormiram? E sonharam com uma luta contra um gato? Foi isso mesmo? Victor parece sentir algo por Lyra? Kitao ficou gravemente machucado? Eo mais importante: Os rivais de Kitao receberam a mensagem SMS furada que ia deixa-los soh na vontade de jogar? Tudo isso e muito mais na parte 1 do capitulo 2!