The Lair Of Hell escrita por Jooy Nii


Capítulo 7
A chuva de fogo.


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!
A quanto tempo, não? Mas The lair of Hell finalmente voltou do Hiatos longo, e com novidades para compensar, porem - taramtantam! - Só será revelada no capitulo final! Ou devo dizer, no próximo! Havia dito que este capitulo seria o final, porem ainda tem muita informação que preciso colocar na trama antes do seu fim!
Peço desculpas pelo hiatos, mas agora que as coisas na escola estão mais tranquilas consegui retomar meu tempo.
Espero que gostem =)
Beijinhos!



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Não existe mais lugar para voltar, minha vida terminou antes mesmo de começar. Vivo sozinha em meus pecados, e assim permanecerei até ser perdoada. A dor da perda é pior do que qualquer ferida, e ao contrário destas não se fecha, não se cura.
Eu me perdi em mim mesma, há muito tempo atrás.

...

Aquele garoto na qual o passado era desconhecido me confundia. Suas ações improváveis, seus olhos de um frio vermelho, o que dizia? Perdia-me, ele era um mistério, e um mistério cujo gostaria de me envolver.
Naquele momento não pensava mais, ele havia me roubado um beijo, um doce – porém seco – beijo, e até o momento me perguntava o por quê.

Lupus adentrava por entre as frechas do vulcão, olhava atencioso para as pequenas pedras de lava que eram jorradas no céu. O vulcão havia acordado, e não sabia o que pretendia fazer. Imediatamente recolhi os meus pertences e deixei junto ao cavalo Kuro dentro da caverna, não queria correr o risco de perder o animal no momento mais critico. Voltei meu olhar ao norte e notei as nuvens de dispensarem e um crepúsculo cobriu o céu, tão melodramático, depressivo, mas por algum motivo me agradava.
Guiei meus passos até Lupus, silenciosamente, e acompanhei seus olhos até o topo da montanha fervente.
– O que está acontecendo? – perguntei.
– A montanha acordou. – Lupus fechou seus olhos lentamente e tirou sua arma de dentro do casaco – A guerra apenas começou, e não tenho certeza se derrotamos Berkas.
– Ainda tem duvidas? – Minha voz havia tomado um tom firme, tanto que me assustei – Acha que eu sozinha, com meus poderes lamentavelmente fracos e recém-despertados iria matar aquela criatura? Se nem você conseguiu...
Lupus mordeu seus lábios e virou seu rosto contra mim. – Berkas não está morto, é impossível mata-lo.
– Então o que pretende fazer?
– Posso fazê-lo cair por alguns minutos, assim poderei manda-lo de volta para Hades.
Eu o encarei por alguns segundos, mas logo a ficha caiu.
– Espera, Lupus – puxei-o pelo braço fazendo-o virar-se para mim, procurei desesperadamente por seus olhos, mas ele negava me encarar, aquilo foi a resposta, mas mesmo assim – Você não vai se sacrificar para tal feito, vai?
– Não tenho escolha. – a voz de Lupus estava incrivelmente firme, me arrepiei de medo.
– Não. – nos meus lábios um sorriso brotou por vontade própria. – Definitivamente não fará isso, deve ter outro jeito.
– Lin...
– Não!
– Escute Lin...
– Não, me recuso a aceitar isso!
– Escute o que tenho a dizer merda! – Lupus já não mantinha a mesma serenidade. Seu olhar vazio foi preenchido por uma angustiosa dor, eu perdi as forças, já não conseguia me mover.
Lupus me encarou, e deslizou seus dedos até minha gélida mão, e os entrelaçou aos meus, aquilo me surpreendeu, mas logo o calor que seu corpo emanava me acalmou, foi quando me vi desabada em desespero que as lagrimas teimaram escorrer meu rosto. Sempre me recusei a chorar, mas era inevitável, aqueles dedos quentes entrelaçados aos meus pertencia ao garoto que passou a fazer parte da minha vida em tão pouco tempo, se tornou o único em meu mundo, e agora ele dizia que iria se sacrificar? Eu nunca mais voltaria a vê-lo? Essa ideia doía meu coração, mas ele não pulsava, já não sentia o sangue correr em minha veia, já não era mais humana.
– Este é meu destino. – Lupus sussurrou, e se não fosse por ele estar tão próximo de meus ouvidos, não o escutaria – Sempre foi, não esqueça minhas origens Lin, o meu real objetivo neste mundo.
Fechei meus olhos lentamente, buscando no fundo da minha existência uma resposta para a dor que sentia naquele momento, eu queria ser inteligente o bastante para dizer-lhe que havia outro método, mas eu não vi opção.
– E quanto a mim?
Lupus ergueu seu rosto, e pela primeira vez me olhou nos olhos, eles brilhavam. Ameaçou dizer algo, mas desistiu, e por um tempo manteve seu lábios entreabertos, mas por breves segundos. – Lin, você deveria fugir agora.
Sua resposta me dilacerou por dentro, e minhas mãos já sangravam de tanto aperta-las.
– O tempo que passamos juntos valeu mais do que toda minha vida, por isso não irei recuar e desistir tão facilmente. Vamos lutar juntos e sair daqui vivos.
– Lin – Lupus pronunciou meu nome firmemente, sua voz estava rouca, e seus olhos tremiam, eu sabia que no fundo Lupus estava assustado, ele era apenas um garoto, um garoto que foi abandonado por aquele que foi criado, ele cresceu sem amor e eu sabia que era isso que lhe faltava.
– Trilhamos o mesmo caminho de dor. Ambos julgados como monstros, e assim continuará enquanto permanecermos nesta terra de guerras e pecados, então por que não trilhamos o mesmo caminho? - disse no tom mais firme que consegui. Senti seus dedos perder o calor de antes, e tentavam se soltar de minha mão, mas não o deixei. O abracei, delicadamente, queria que ele sentisse o mesmo que eu, que me entendesse. – Eu só tenho você, não quero perde-lo.
– Não quero que você morra. – por fim disse, mas logo se soltou de meus braços e guiou seus passos até as paredes do vulcão. Eu já não sabia o que dizer.
Lupus fixou seu olhar na pedra fervente, por um momento pensava, mas logo erguei as sobrancelhas em uma expressão surpresa ao encostar seus dedos na parede. Logo senti o chão tremer, e a montanha rapidamente jorrava lavas pelo céu.
– Lupus! – gritei, e logo corri até a caverna recolhendo rapidamente os pertences, e já estava por cima do velho cavalo de meu avô. – Vamos, não temos tempo. – Ergui minha mão em direção do Haros, mas ele nem aomenos me encarou.
– Pelos céus, me escute! – meu desespero se intensificava a cada pedra gigantesca que caia ao chão, as fumaças se espalhavam pelo céu, aquela erupção era um aviso. – Se não sairmos daqui agora, nem em sonhos derrotaríamos Berkas, você entendeu?
Ele cerrou os olhos e suspirou, como se precisasse buscar a realidade e sobrepor acima de seus desejos, e não foi por muito tempo, logo estendeu sua mão em minha direção, e eu apenas pude respirar aliviada.
Por enquanto.

E entre as árvores contorcidas da floresta sombria, podiam-se ver criaturas correndo desesperadamente tentando fugir do caos que se aproximava lentamente. Não muito longe a lava escorria e já queimava a mata, e agora o preto que se destacava na floresta fora tomado pelo vermelho escaldante. Lupus se segurava na minha cintura, sentia suas mãos suarem, e um arrependimento ocultado em seu olhar, não tinha tempo para pensar no que se foi deixado para trás, meu pensamento no momento era sair daquele lugar o mais rápido possível, e por sorte tinha conosco o cavalo mais veloz de Gaon.

O tempo passou mais rápido do que a primeira vez que tivera atravessado aquela floresta, logo os portões do vilarejo dos Paladinos brotavam entre as últimas árvores, e os gritos desesperados dos camponeses eram angustiantes, mas a imagem que via era deveras pior. As criaturas que antes fugiam da floresta agora estava a quebrar os muros do vilarejo em uma tentativa de proteção, mas no processo muitas pessoas se feriam, e assustadas atacavam os monstros criando uma guerra interna maior do que o desastre que acontecia lá fora.

No meio do desespero vi Alenkast em sua posição firme como comandante, mas seu olhar demonstrava tanta tensão quanto de qualquer uma pessoa naquele lugar. Não pude pensar muito até ir a sua direção, mas foi nesta tentativa falha que senti Lupus pular do cavalo, e em seus passos bambos caminhou até uma árvore próxima e se encostou, seu rosto estava mais pálido do que de costume, mas mesmo assim retirou de seu casaco vermelho sua velha arma e atirou de longe nos monstros que atacavam alguns dos camponeses. O olhar de Alenkast imediatamente se direcionou em nossa direção, e pude ver sua expressão de alivio quando arqueou as sobrancelhas e tomou seus passos em nossa direção.

– Lin, não posso crer. Conseguiste sair de lá. – Alenkast fincou sua velha espada no chão e me puxou em um abraço apertado, mas logo sua atenção foi tomada em direção ao Haros, que neste momento respirava com dificuldade. – O que é ele?
– Alenkast, senhor, ajude ele – disse acolhendo suas mãos a minha – Lupus não pode descansar, e agora está no seu limite.
– Não creio que seja hora para explicações – o paladino juntou suas topas restantes, todos desgastados, e ordenou que abandonasse seus postos e se protegessem dentro do vilarejo, e foi o que fez. Um grupo de paladinos correu até Alenkast, seus guardas assim por dizer, e lhe foi dado à ordem final.
Todos os portões foram selados.

...

Os passos apressados só guiavam a um lugar: Os aposentos do Papa; e somente o paladino Alenkast tinha tal direito de adentra-lo naquela situação. Há poucos minutos atrás Lupus fora entregue aos cuidados de uma pequena paladina de cabelos esverdeados, seu estado não era dos melhores, e mesmo com o poder da chama azul, o ferimento de seu braço não havia se fechado, e um novo corte teria de ser feito, me sentia preocupada, mas Alenkast me tranquilizou, dizendo que não havia curandeiros melhor do que os paladinos, e tinha de confiar.
A enorme porta de madeira se mantinha intacta, mas os paladinos que antes prestavam guarda não estavam mais lá, e imediatamente, sem cerimonias a porta fora aberta por Alenkast, que não ousou ser questionado pelo olhar do paladino superior.
– Senhor, Lin retornou.
Não tinha palavras para descrever o modo que Constantino me encarava, mas sua boca ressecada se entreabria varias vezes, ameaçando dizer palavras cruéis, mas não conseguia. Estava fraco.
– Lin, por favor – Alenkast ainda se mantinha calmo, e queria ouvir os detalhes mesmo naquele momento critico, onde havia camponeses feridos e uma longa batalha para selar os portões, mas mesmo assim. – Nos conte o que descobriu.
Só pude respirar fundo e lhe dar as informações que precisava.
– Quando pisei naquele covil, só via morte, por mais que sondasse o local, não encontrei um único paladino com vida, apenas um mar de sangue jorrado, e as paredes manchadas e marcadas pela guerra. – mordi meus lábios ao lembrar no horror que senti naquele momento.
– Pelos céus... – Alenkast parecia perplexo, seu rosto se enrugava e suas sobrancelhas quase se encontravam em uma expressão horrorizada. – De todos os guerreiros mandados para as montanhas, nem um sobreviveu?
Engoli seco, não queria que fosse verdade, me sentia decepcionada comigo mesma.
– Não, estão todos mortos – disse, logo um arrepio percorrendo pelo meu corpo. –Berkas os matou.


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Notas finais do capítulo

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