"Give me love like never before

'Cause lately I've been craving more

And it's been a while but I still feel the same"

– Ed Sheeran

Point Of View Escritora

O Sol poente brilhava, irradiando luz pela grande janela. O vento entrava no quarto, enquanto Gabi se olhava no espelho, avaliando a roupa que usava, um vestido branco rendado. E em seus pés, um scarpin bege e rendando.

Ela suspirou profundamente, olhando para Juliet e Valerie, que estavam jogadas em suas respectivas camas:

— Meninas, o que vocês acham dessa roupa? - Perguntou dando um pequeno rodopio. Sabendo que assim as amigas poderiam vê-la de todos os ângulos. Juliet sorriu, e disse:

— Você está linda, amiga... Mas eu acho que está faltando algo - a morena disse olhando Gabriela novamente, tentando identificar o que era. Sorriu ao pensar em algo e levantou-se, caminhando em direção a seu próprio guarda-roupas. Abriu a porta e sorriu ao encontrar o que procurava. Um colar de pérolas que combinava perfeitamente com a roupa que a ruivinha usava. — Agora está perfeita - Juliet disse sorrindo.

— Eu te devolvo o colar hoje mesmo amiga - Gabi disse abraçando a melhor amiga com uma força desnecessária. Olhou para Valerie, que encarava o celular, parecendo perdida em seu próprio mundo, e perguntou à Juliet: — O que a Val tem?

— Ela está assim desde de manhã - a morena disse encarando Valerie, que tinha um sorriso bobo no rosto. — Acho que ela foi acertada pela flecha do cupido - Juliet disse rindo.

Gabi sorriu e olhou-se no espelho novamente, satisfeita com o resultado final. Passou seu perfume predileto, que possuía um perfume floral, e desceu as escadas, esperando que Harold chegasse logo, o que não demorou muito a acontecer.

Ela sentiu o coração acelerar ao ouvir o som da buzina ressoando por toda rua. Respirou fundo e fechou a porta atrás de si, caminhando em direção ao carro do rapaz, que a esperava pacientemente.

Quando ela abriu a porta, Harold ficou praticamente boquiaberto. Nunca havia a visto daquele jeito antes. Ela estava simplesmente deslumbrante. Uma mulher escondida sob o corpo de uma menina doce e romântica. Ela sorriu timidamente para ele, que apenas disse:

— Você está linda - era a mais pura verdade. Ele já teve outras antes, mas nenhuma delas se comparava a Gabriela Monroe. Aos olhos dele, ela possuía uma beleza diferente, única. Ela apenas riu, corando violentamente, e disse:

— Obrigada.

Harold a achava adorável. Ele jamais havia conhecido alguém como ela. Para ele, Gabriela era um misto de delicadeza, doçura e candura. A mistura perfeita. Os dois eram muito diferentes, e ele sabia disso. Ele era fogo, ela era água. Ele era o Céu, e ela, a Terra. Mas nada daquilo importava, pois os opostos se atraem.

Ele poderia ter escolhido a qualquer uma. Mas ele a escolheu. Talvez por seus olhos sempre tão brilhantes, ou por seu sorriso fácil, por suas madeixas ruivas, por seu jeito de falar, pela forma como ela andava, ou falava. Não sabia dizer ao certo. Mas ela o fascinava.

— Para onde você está me levando? - Ela perguntou de repente. Ele apenas a olhou, sorrindo, e disse:

— Surpresa... Mas prometo que você não irá se arrepender - ele disse sinceramente. Gabriela suspirou profundamente, e perguntou, timidamente:

— Eu posso ligar o rádio? - Ele apenas assentiu, e ela apertou o botão, esperando que alguma música começasse a tocar, o que não demorou muito a acontecer. Inesperadamente, o som da música Roses, de James Arthur com Emeli Sandé começou a ecoar pelo carro, fazendo Harold sorrir diante daquela grande ironia.

Respirou fundo, inalando o perfume de rosas que Gabi exalava. Sentiu-se inebriado pelo odor, sentindo o coração bater mais forte contra o peito. Agridoce. Era assim que ele definiria aquele perfume.

Gabi olhava para o lado de fora da janela, observando a forma como o Sol batia contra as folhas das grandes árvores. Olhou para Harold mais uma vez, o avaliando, e suspirou profundamente. Mordeu o lábio inferior e perguntou:

— Ainda irá demorar muito para chegar? - Queria saber para onde ele estava a levando. Harold apenas negou com a cabeça, e continuou a prestar atenção no caminho.

Depois de uma hora dentro do carro, eles finalmente chegaram a seu destino final. Gabi ficou encantada a ver a paisagem a sua volta. Nunca havia nada tão bonito em toda sua vida. Suspirou, encantada, com os os fixos na paisagem a sua volta.

— Você gostou? - Ele perguntou a olhando. A menina o olhou, ainda em choque, e disse, se segurando para não pular em Harold:

— Esse lugar é lindo! - Ela disse sorrindo para ele, que apenas sorriu de volta. Nesses momentos ele queria saber palavras bonitas para dizer, mas todo seu vocabulário sumia quando a olhava. Ele estacionou o carro e saiu rapidamente, abrindo a porta para Gabi logo em seguida.

Ele ofereceu a mão a ela, que segurou sem hesitação. Depois de ele armar o alarme, os dois foram caminhando em silêncio. Ele segurou a mão e Gabi, entrelaçando seus dedos nos dela. A menina sorriu diante daquele gesto, e continuou em silêncio.

Acima deles, as estrelas brilhavam no Céu. Diante dela, havia uma grande ponte iluminada e repleta de pessoas. Harold sorriu para Gabi e disse, sussurrando na ouvida da menina, que apenas sentiu-se arrepiar. Seu coração batia loucamente contra o peito, enquanto ele apenas a avaliava:

— Hoje irei te levar para conhecer as ruínas da Irlanda - ele disse a puxando para o outro lado da ponte. Gabi o olhou curiosa e os dois continuaram caminhando em direção a um dos castelos mais antigos do país. Ela ficou boquiaberta diante da vastidão e imponência do palácio diante de seus olhos.

Harold sorriu e disse:

— Os que moram nesse região sempre contam uma lenda sobre esse lugar... - Ele disse ficando perigosamente próximo de Gabriela, que o olhou curiosa e perguntou:

— Que lenda?

— Eles dizem que há muitos séculos, morava, nesse palácio, uma jovem, filha de pessoas extremamente ricas e importantes. Mas ela se apaixonou perdidamente pelo cozinheiro, que também a amava. Mas antes que o amor deles pudesse ser selado, um grande incêndio consumiu todo o palácio. E o casal morreu naquela noite... Aqueles que entram no castelo ainda podem ouvi-la sussurrando juras de amor para ele.

Gabi sentiu os olhos marejarem diante da história e abraçou Harold com força, que apenas sorriu diante daquilo:

— Me desculpe... Eu agi sem pensar - ela pediu sentindo as bochechas ficarem completamente vermelhas. Ele apenas sorriu, e disse:

— Não tem problema - ele disse com um sorriso torto que fez a ruiva perder o fôlego. Ele ficou mais próximo dela, fazendo-a travar. Não conseguia mover um único músculo do corpo. — Eu quero te beijar - ele pediu afagando o rosto dela, que arregalou os olhos. — Eu quero muito te beijar - ele disse novamente, entregando-se ao odor de rosas de Gabi.

Harold selou seus lábios nos dela em um beijo calmo, carinhoso. Gabi ficou imóvel por alguns segundos, apenas deliciando-se com o sabor dos lábios dele. De repente, as línguas começaram a travar uma batalha sem fim. Ele a puxou para mais perto, sentindo-se levemente inebriado.

Com as mãos trêmulas, Gabi subiu suas mãos pela coluna de Harold, enquanto uma das mãos livres dele passava pelos cabelos da garota, que mal conseguia respirar. Seu coração batia loucamente contra o peito. Ela se separou ofegante do rapaz, que também lutava para encontrar seu ar.

A ruiva o encarou, perdendo o fio da meada. Estar perto dele era algo que exigia dela muita concentração. A brisa do mar passou pelo corpo da morena, fazendo-a respirar fundo, enquanto as estrelas brilhavam no Céu acima deles.