Finais Felizes Na Ecomoda. escrita por Liz Bennet


Capítulo 55
Capítulo 55: De Deserto a Oásis.


Notas iniciais do capítulo

Hugo paquera com o executivo brasileiro, Daniel briga com Jamille e ela desmaia.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425095/chapter/55

Finalmente os executivos brasileiros chegaram na Ecomoda, quando Hugo viu Fernando ele ficou em êxtase.

– Ora, ora mas como é lindo este executivo tão divino diferente dos vira-latas que temos nessa empresa. Hugo flertou com o executivo.

– Obrigada. Respondeu Fernando encabulado.

– Quero lhes apresentar seu Hugo Lombardi. Iniciou Betty.

– Sim, a luz, a arte, o brilho e o esplendor desta empresa! Ele falou sem tirar os olhos de Fernando.

– Sou Rebeca, executiva minoritária e noiva do Fernando. Rebeca se apresentou afastando qualquer ideia que Hugo pudesse ter a respeito de seu noivo.

– É tinha que ter algum defeito! Hugo falou para si mesmo baixinho.

Feitas as demais apresentações Hugo mostrou alguns desenhos em que estava trabalhando para Alberto e Fernando. Aproveitando que todos estavam distraídos com Hugo, Rebeca se aproximou da cadeira de Betty e perguntou baixinho.

– Como você está Betty?

– Estou bem. Betty sorriu sem entender o motivo da pergunta.

– Quero dizer como você está em relação ao garçom da noite no restaurante? Ela cochichou.

– Nunca mais o vi, não tive notícias. Betty respondeu aliviada.

– Que bom, fico feliz. Mas você notou como o seu estilista paquerou meu noivo? Ela riu.

– Peço que nos perdoe. Betty falou timidamente.

– Está tudo bem. Rebeca falou e piscou para Betty sem sinal de cumplicidade.

Daniel pede licença e entra na sala.

– Perdão pela demora, tive alguns compromissos urgentes. Daniel fala sentando-se na mesa ao lado de Rebeca.

Jamille entrou também na sala e perguntou se eles desejavam mais um café ou suco. E de repente seus olhos se encontraram com os de Daniel que a repreendia com o olhar. Depois de anotar os pedidos Jamille saiu da sala sendo seguida por Daniel que a empurrou para dentro da presidência.

– Mas o que está fazendo Jamille? Desde quando a minha secretária serve cafezinhos? Ele brigou.

– É que a secretária da presidência foi buscar as amostras no ateliê e a Patricia ainda não voltou do almoço. Achei que seria meu dever servir a todos na sala de reuniões. Ela respondeu encabulada pela repreensão.

Daniel lembrou mais uma vez das palavras de Mário tenha o quartel a seu favor.

– Me perdoe, fui brusco.

Jamille assentiu com a cabeça ainda constrangida.

– É que não me agrada a ideia da minha secretária servindo cafezinho a todos. Ele respondeu mais calmo.

– Tudo bem doutor. Ela respondeu segurando o choro, o que não passou despercebido a Daniel.

– Ah Jamille me desculpe, não quis ser grosseiro com você, foi só o meu orgulho de querer o melhor para você, para que não se rebaixe a servir cafezinhos. Você não é uma qualquer terminou finanças, fez pós graduações em duas instituições de renome, além do mais é inteligente...

– Como sabe que fiz duas pós graduações doutor? Ela perguntou confusa pois em seu currículo para a Ecomoda, ela só havia mencionado uma.

– Eu sempre sei quem são as pessoas que me cercam. Ele sorriu e vendo que ela estava mais calma voltou para a sala de reuniões.

Jamille se recompôs e foi solicitar os pedidos dos executivos. Na sala de reuniões os últimos detalhes foram finalizados pois Freddy chegara com as assinaturas de Marcela Valencia e Mario Calderón, agora as peças poderiam ser produzidas trazendo lucros para Colômbia e para o Brasil. Sim eram planos maravilhosos que Betty e Armando traçavam para a Ecomoda, pena que se dependesse de Daniel eles não sairiam do terreno dos sonhos.

Na hora da despedida todos estavam muito felizes e fizeram Betty e Armando prometerem irem visitar o Brasil.

– Sim e eu devo uma visita a minha amiga Taís. Betty confidenciou.

– Taís Araújo? Fernando perguntou.

– Sim a eterna Xica da Silva nos conhecemos em Cartagena e nos tornamos muito amigas. Betty falou risonha.

E continuaram a animada conversa que não se deram conta de já estarem no meio do corredor ao olhos atentos das secretárias. Patricia chegou tão feliz por ter comprado seus livros novos que nem reparou no grupo animado na frente da porta da sala de reuniões mas Alberto reparou na loira risonha que segurava vários livros como se eles fossem o amor da sua vida.

– Armando quem é? Alberto perguntou discretamente para Armando.

– É outra secretária da presidência, que tem o péssimo hábito de chegar na hora. Falou Armando irritado com o atraso de Patricia.

Patricia estava abrindo a porta da presidência quando Nicolas saiu da sua sala para cumprimentar os executivos brasileiros, os olhos se cruzaram mas Nicolas fingiu não notar a presença da loira, mas o desprezo dele não diminuiu a felicidade dela pois agora ela tinha novos sonhos e novas expectativas.

– Olá a todos! Sou Nicolas Mora o vice-presidente financeiro da Ecomoda. Nicolas apertou a mãos de Alberto e de Fernando e beijou galanteadoramente a mão de Rebeca.

– Prazer conhece-lo! Riu Rebeca dos modos caricatos de Nicolas.

– Sabe deveríamos sair hoje à noite, afinal só viajaremos sexta! Alberto falou animado mas no fundo a sua animação era para poder conhecer a loira sorridente com os livros nas mãos.

– Claro seria muito bom. Disse mais animada ainda Rebeca. Vamos Betty?

Betty com um olhar demonstrou a Rebeca o seu desconforto em ir ao restaurante onde Miguel trabalhava, mas a loira foi cumplice.

– Mas dessa vez não iremos jantar, vamos a um lugar para dançar! Rebeca falou aliviando Beatriz.

– Parece ótimo. Betty concordou.

– Nos encontramos aqui mesmo na Ecomoda às 19 horas e vemos para onde irmos? Sugeriu Armando.

– Está perfeito assim. Alberto falou desejando rever Patricia.

– E você Nicolas vai conosco? Betty perguntou.

– Não, não. Eu hoje vou jantar com a minha Jenny! Nicolas respondeu alegre.

– Que bom pra você. Armando comentou irônico.

– E você Daniel vai nos dar o desprazer da sua companhia? Armando perguntou.

– Não Armando, eu também tenho planos e não poderei ir com vocês. Com licença preciso terminar algumas coisas na minha sala. Daniel falou e voltou para a sua salinha.

Todos se despediram com a promessa de que a noite seria uma criança para eles.

Armando levou Betty para a sua sala, ansiava em ficar um momento a sós com a sua noiva.

– Meu amor como estou feliz! Armando falava beijando Betty.

– Eu também estou feliz meu amor. Ela respondeu ainda com a boca grudada na dele.

– Nem acredito eu tenho você, a empresa está salva, Marcela está gravida do Michel, acho que eu morri e fui para o Céu. Ele respondeu abraçando Betty apertado.

– Sim graças a Deus está tudo no seu devido lugar. Ela suspirou.

– Só falta o nosso casamento. Ele falou.

– Assim que a Ecomoda estiver no nome do seu pai e dos Valencia podemos começar a planejar nosso casamento. Betty falou alegremente.

– E hoje à noite depois de ficarmos um pouco com os brasileiros, vamos para o meu apartamento. Preciso ficar a sós com a minha noiva. Armando falou no ouvido de Betty.

– Está planejando me seduzir doutor Armando? Betty perguntou sorrindo.

– Pode acreditar que sim doutora Pinzón. Ele sorriu e continuou beijando a sua amada.

Jamille continuava flutuando em seus pensamentos, parecia que ela não estava mais na Ecomoda e sim num mundo só seu. Onde ela e ele protagonizavam uma linda história de amor, cheia de maus entendidos mas por um momento a verdade era revelada e o amor vencia no final.

– Jamille? Jamille? Terra chamando Jamille! Por favor Jamille responda! Sandra brincou.

– Desculpe disse alguma coisa? Ela perguntou sorrindo sem graça.

– Seu chefe a está chamando na sala dele. Sandra falou.

– Mas o telefone nem tocou. Jamille perguntou sem entender.

– Tocou sim, várias vezes mas você que estava somente de corpo presente aqui não ouviu. Eu atendi e disse que você tinha saído um momento para que não levasse bronca do vampiro do seu chefe. Respondeu Sandra.

– Ok, obrigada Sandra. Eu vou lá imediatamente.

Jamille caminhava em direção àquela sala escura, seu coração começou a acelerar, suas mãos tremiam e sua garganta estava seca. Seus pensamentos se mesclavam com a realidade e ela não conseguia entender o porquê de tamanha comoção.

– Sim doutor, desejava falar comigo? Jamille bateu na porta e entrou devagarinho.

– Sim preciso que você telefone para minha irmã e avise que vou visitá-la hoje. Daniel falou.

– Sim, devo ligar para o celular? Jamille perguntou porque não tinha nenhum contato telefônico de Marcela.

– Se fosse pelo celular eu mesmo ligaria não acha senhorita? Daniel falou impaciente.

– Desculpe doutor é que eu não tenho nenhum contato da dona Valencia. Jamille se desculpou.

– Uma pergunta, você é mesmo a minha secretária? Você serve cafés em reuniões, não sabe qual é sua função no trabalho, não tem os números dos meus contatos mais importantes, será que você é realmente a minha secretária? Daniel perguntou fazendo lágrimas quentes brotarem dos olhos de Jamille.

Ao invés das lágrimas de Jamille comoverem Daniel, ela o irritavam ainda mais e ele se exaltou muito mais com a morena. Daniel não sabia o turbilhão emocional em que se encontrava Jamille e por isso continuo cada vez mais histérico gritando com ela. Jamille sentiu uma forte dor de cabeça e de repente sua vista ficou escura.

Quando viu a secretária estendida no chão da sua sala, Daniel se desesperou.

– O que eu fiz? Socorro! Ele gritava enquanto tentava reanimá-la.

Patricia correu para a sala de Daniel.

– Ai meu Deus você matou a Jamille! Patricia falou pálida como cera.

– Cala essa boca e me ajuda a levantá-la. Daniel falou e levantou Jamille, colocando a no colo.

Patricia correu e arrumou o sofá da presidência para que Daniel a colocasse lá.

– Rápido chame alguém Patricia. Daniel mandou.

– Mas quem, ninguém aqui é médico Daniel. Patricia falou.

– Vai chamar a Betty, o Armando, qualquer um. Anda Patricia.

Patricia saiu da presidência correndo, deixando um temeroso Daniel com o corpo inerte de Jamille.

– Rápido Aura Maria onde está a Betty e o Armando? Patricia perguntou angustiada.

– Acho que estão na sala do doutor Armando, a antiga do seu Mario. Você está bem, aconteceu alguma coisa? Aura Maria perguntou observando o semblante angustiante de Patricia.

– Sim, o Daniel Valencia matou a Jamille.

– Matou a Jamille? Perguntaram em coro Bertha, Sofia e Aura Maria.

Patricia não respondeu mas correu para a sala de Armando, interrompendo os carinhos de Armando e Beatriz, Patricia deu a notícia a queima roupa. Armando, Beatriz e Patricia correram para a presidência que já se encontrava tumultuada pelas meninas do quartel.

Jamille inconsciente deitada no sofá enquanto Daniel segurava a sua mão e tentava em vão reanima-la.

– O que aconteceu? Armando perguntou preocupado.

– Jamille desmaiou. Daniel respondeu sem tirar os olhos dela.

– Desmaiou por sua culpa Daniel Valencia, porque eu sim ouvi os gritos horrorosos que você deu na coitada. Patricia acusou.

– Vou chamar uma ambulância! Betty falou e correu para o telefone.

– Cheirar álcool reanima. Comentou Sofia.

– O seu Hugo tem sais, eu vou pegar no ateliê. Disse Bertha e correu para o ateliê.

Em menos de dois minutos ela voltava com os sais e dava para Jamille cheirar, balbuciando palavras desconexas ela despertava. Todos estavam apreensivos especialmente Daniel Valencia. Quando por fim ela abriu os olhos, ele a olhava com uma expressão de alívio.

– Você está bem? Ele perguntava baixinho como que temendo assustá-la.

– Acho que sim. Mas minha cabeça dói. Ela respondeu olhando no fundo dos olhos dele.

– Aqui água Jamille, beba um pouco. Ofereceu um copo de água Aura Maria.

Ela bebeu mas sem tirar os olhos dos de Daniel.

– Como se sente Jamille, estou chamando uma ambulância. Falou Betty.

– Não, não precisa já me sinto melhor. Acho que foi só uma queda de pressão. Jamille respondeu tentando se levantar mas ainda estava muito tonta, quase caindo foi amparada por Daniel.

– Não está bem. Precisa descansar. Daniel falou.

– Sim eu a levo para casa. Armando tomou a iniciativa.

– Não, eu a levo. Interrompeu Daniel.

– Mas e a sua irmã doutor? Jamille perguntou quando ele a ajudava a levantar-se.

– Ela pode esperar. Daniel falou e saiu amparando Jamille.

Quando todos voltaram aos seus locais de trabalho e os ânimos se tranquilizaram Betty respirou fundo e sentou-se em sua cadeira absorta.

– Não vejo a hora do doutor Valencia voltar para a sua rotina longe da Ecomoda. Ela falou arrumando a mesa.

– Eu também meu amor, eu também. Armando concordou.

– Será que a Jamille vai ficar bem? Acho melhor eu transferi-la para outro setor mas nenhuma das meninas do quartel vai querer ficar como secretária dele. E eu não poderia pedir a Mariana que ela voltasse para ser secretária do Daniel. Betty comentou tentando encontrar uma solução para o problema de Jamille.

– Calma meu amor amanhã você conversa com ela, mas talvez seja melhor mesmo mudá-la de cargo. Armando comentou sentando-se no sofá.


No carro Jamille permanecia calada e quando Daniel perguntava algo ela respondia por monossílabos. Por fim ele estacionou o carro numa praça. Ela o olhou sem compreender o motivo pelo qual ele havia estacionado.

– Olha Jamille eu sinto muito. Eu não queria ter brigado com você ao ponto de você desmaiar. Eu não sou esse monstro que você deve estar acreditando que eu sou. Daniel falava sinceramente.

– Se não é um monstro porque se porta como um? Ela questionou sem olhá-lo.

– Porque eu não sei ser diferente. É assim que eu sou. Daniel falou e lembrou das conversas que tinha com Mariana. Ah Mariana quanta falta você faz.

– Dizem que só damos o que temos. Que de uma fonte amarga não pode jorrar água doce e vice-versa. Jamille refletiu.

– Talvez eu seja uma fonte amarga então e por mais que eu tente mudar meu gênio é assim que sou. Daniel refletiu também.

Jamille o encarou.

– O senhor poderia ser uma fonte de águas doces, águas que trazem vida ao invés de matar. Poderia ser tão diferente, poderia até mesmo ser feliz. Jamille falou.

– Ser feliz! Você é feliz? Daniel a questionou. Não neste momento em que está com ódio de mim, é claro.

– Não, eu não sou feliz. Porque ninguém é feliz sem um amor. Ela respondeu e nunca sentira tanta vontade de abrir seu coração como naquele momento.

– Amor? Não me faça rir Jamille. O amor deve ser a última das necessidades de um ser humano. Ele riu.

– E qual seria a primeira? Dinheiro? Posição social? Poder? Jamille perguntou mas arrependeu-se pois ela tinha diante de si um homem frio e calculista que não compreendia o valor do amor, talvez porque nunca o tivesse vivido.

– O amor não passa de uma ilusão romântica que poetas usam para escrever sonetos que no final só servem para arrecadar dinheiro para o seu criador. Daniel respondeu. No final Jamille o dinheiro e o poder são sempre mais importantes.

Jamille sorriu, ela percebeu que ele tinha uma ideia formada sobre o amor e sobre o dinheiro e nada do que ela fizesse poderia mudar isso.

– Talvez esteja certo. Ela por fim concluiu.

– Estou sim. Ele falou e ligou o carro.

Após se despedir de Daniel e receber mais uma vez suas desculpas ela chegou em casa onde Daiane começava a preparar o jantar.

– Jam chegou cedo hoje. Está tudo bem? Daiane perguntou.

– Não, eu desmaiei no escritório. Ela falou sentando-se na mesa da cozinha.

– Mas o que aconteceu? Daiane parou de colocar a panela fogo preocupada.

– Daniel gritou comigo. Jamille falou sem nenhuma emoção na voz.

– Mas gritou porquê? Daiane perguntou a irmã.

– Não importa, a única coisa que importa foi a conversa que tivemos agora a pouco. Jamille falou.

– Que conversa? Quando ele gritava?

– Não, quando ele veio me deixar no seu carro. Ele acha que o dinheiro é muito mais importante do que o amor.

– Para muitas pessoas o dinheiro é mais importante do que o amor. Daiane falou pondo a panela no fogo.

– Mas não deve ser para ele. Não para o homem que eu adoro desde a minha mocidade. Jamille falou segurando o choro.

– Ah Jam, porque não esquece ele? Porque não pode amar outro homem? Daiane perguntou sentando-se na frente de Jamille.

– Porque no coração não se manda, não se diz a ele o que deve ou não amar. Eu não posso mudar o meu sentimento mas posso ensinar o amor a ele.

– O quê? Enlouqueceu de vez Jamille? Esqueceu tudo o que aconteceu? Daiane perguntou perplexa.

– Não esqueci nada e mesmo que eu quisesse esquecer não conseguiria pois a minha dignidade foi ferida. Mas eu decidi perdoá-lo e seguir amando este homem que nunca me compreendeu. Vou dar a ele uma última chance. Jamille falou decidida.

– E se ele não aprender o valor do amor? Daiane questionou.

– Isso não vai acontecer, você verá como o meu amor é forte e como ele poderá fazer do coração deserto de Daniel Valencia um oásis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Meninas mais um capítulo escrito e postado com imenso carinho, ele ficou um pouco grande mas acredito que você gostaram. Milhões de beijos...