Finais Felizes Na Ecomoda. escrita por Liz Bennet


Capítulo 39
Capítulo 39: Discussão


Notas iniciais do capítulo

Jamille conversa com sua irmã e revela fatos do passado sobre o executivo da Ecomoda. Nicolas e Patricia brigam.



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Ela estava em sua casa relembrando cada momento do dia e pensando nele, sempre pensava nele. Por mais que tentasse se distrair com algum livro, filme ou revista tudo em seu ser existia somente para pensar nele. Não que ela não tivesse tentado esquecê-lo, tentou com todas as forças matá-lo dentro de si mas a paixão era mais forte que ela mesma. Sua irmã a encontrou assim pensativa, sentada no sofá observando a noite através da janela.

– Deixe-me adivinhar...hum... está pensando nele, não é? Daiane perguntou interrompendo os pensamentos de Jamille.

– Você fala como se fosse muito difícil adivinhar os meus pensamentos! Jamille respondeu sem tirar os olhos da janela.

– E como foi o dia ao lado dele? Daiane continuou a conversa, sentando-se de frente para a sua irmã.

– Ele não me reconhece. Não se dá ao trabalho nem de lembrar do meu rosto. Jamille falou com certa agonia na voz.

– Faz muito tempo Jam, ele não se lembra mais. Daiane falou.

– Ele prometeu me amar, disse que nunca me esqueceria. Jamille confessou.

– Eu nunca acreditei no amor que ele te jurou, para mim eram somente palavras que com o tempo foram levadas pelo vento. Daiane confessou seus pensamentos.

– Você nunca acreditou no meu amor! Nunca acreditou que era real. Jamille falou encarando Daiane. Mas uma vez, logo no início do nosso amor eu disse a ele que se um dia eu me apaixonasse, seria para sempre ou então não iria me apaixonar. Ele pode ter esquecido as suas promessas, mas eu não esqueci as minhas! Jamille falou com firmeza.

– Eu queria tanto que você conhecesse alguém que te libertasse dessa prisão em que você se encontra. Alguém que verdadeiramente te ame! Daiane falou segurando as mãos frias de sua irmã.

– No dia em que eu deixar de amá-lo é porque eu morri Daiane. Só terei paz nessa vida quando eu o tiver nas minhas mãos!

– Assim você vai enlouquecer, lembra de quem você era e olha como você está agora Jamille até parece uma louca. Daiane falou derramando uma lágrima.

– Eu lembro de quem eu fui, uma menina ingênua que se apaixonou perdidamente, eu fiz do meu coração um altar sagrado só para adorá-lo e como ele retribuiu o meu amor? Da maneira mais cruel e egoísta. Derrubou o templo que havia em meu coração e o atirou na lama. Jamille chorou. Mas não se preocupe irmã que nem que eu tenha que por a Ecomoda abaixo, eu o terei na palma da minha mão. Isso eu prometo! Jamille enxugou as lágrimas e se levantou do sofá. É hora de pensar em mais uma estratégia!

Daiane continuou chorando baixinho, havia tanto temor e receio em seu coração pelo futuro da sua única irmã que ela orava pedindo a Deus que libertasse sua irmã da obsessão pelo executivo da Ecomoda.

Patricia estava tão feliz pelo dia passado com Marcela que chegou na casa de sua futura sogra bem cedo e começou a cozinhar a comida favorita do seu noivo, e estava tão radiante com a possibilidade da mudança para a casa de Marcela que nem mesmo as artimanhas de dona Eugênia conseguiram tirar o seu bom humor. As oito horas em ponto Nicolas chegou em casa e como sempre faminto, quando viu a mesa posta com os seus quitutes preferidos abriu um sorriso de contentamento e beijou Patricia.

– Sente-se querido, por favor experimente essa comida que eu fiz com todo o carinho pra você meu amor! Patricia falou conduzindo Nicolas até o seu lugar na mesa.

– Está tudo, tudo lindo Pa-Pa-Paty! Ele respondeu já enxendo o prato com tudo o que havia em cima da mesa.

Patricia comeu pouco, estava ansiosa demais para conseguir mastigar. Quando Nicolas finalmente comeu o ultimo pedaço de torta de sobremesa, Patricia o levou até o sofá e começou a contar as novidades.

– E a novidade maior é que eu vou me casar com um vestido exclusivo de Hugo Lombardi! Patricia falou em êxtase.

– Tudo bem Paty, eu compreendo o vestido ser um presente da sua madrinha mas que história é essa de ir morar com a dona Marcela? Nicolas perguntou incrêdulo com a simples possibilidade de Patricia estar realmente considerando a oferta de Marcela.

– É meu amor, não vou mais precisar morar de favor na casa da Betty, isso é perfeito não acha? Patricia perguntou contente.

– Não, não é perfeito Pa-Pa-Paty. Lembro muito bem como aquela senhora era uma péssima influência pra você. Você era egoísta, usava os outros para conseguir o que queria e estava sempre afundada em dívidas. Nicolas falou levantando-se do sofá.

– Mas se eu era tudo isso de ruim que você citou como conseguiu se apaixonar por mim? Patricia se irritou.

– Porque eu te amei pelo meu coração. Te amei mais pelos meus sonhos do que pela realidade. Nicolas respondeu.

– Então você amou a idéia que fazia de mim e não quem eu sou de verdade. Porque você gostando ou não, eu sou sim egoísta, egocêntrica e ainda tenho as mesmas dívidas Nicolas Mora. E sobre usar as pessoas, não se esqueça que foi você quem me usou, dormiu comigo me fazendo acreditar que iria me emprestar o dinheiro para eu pagar a divída do meu mercedes e no fim das contas, você me usou e eu perdi o meu carro que hoje é claro, é seu! Patricia gritou.

– Eu fiquei com o seu carro? Eu paguei a sua divida do mercedes, que aliás é só o que eu tenho feito, cuidado de você, pagado todas as suas dividas pra poder colocar no seu nome o nosso apartamento. Mas você não vê isso não é? Não sabe ser grata, quer sempre luxo e riqueza não sabendo aproveitar as coisas boas e simples da vida. Nicolas também gritou, embora muitas de suas palavras tivessem sido ditas por Jenny em uma conversa, quando ela lhe disse que por mais que a Patricia fosse uma bela mulher, ela era uma aproveitadora e mais cedo ou mais tarde ele iria perceber isso.

– Olha querido eu abandonei a minha melhor amiga num aeroporto sozinha para ficar ao seu lado. Poderia ter ido para Miami, conhecido um gringo por lá e me tornado milionária. Mas não, fiquei aqui cozinhando e limpando pra você e pra bruxa da sua mãe que só sabe me explorar. E eu faço tudo como uma empregada, sem reclamar. É pedir de mais um pouco de conforto? Patricia gritou mais alto.

– É bom saber que é isso o que você pensa de mim e da minha mãe, que somos seus exploradores. Nicolas confessou profundamente magoado.

– Não Nicolas, não são meus exploradores, é que eu só quero viver numa casa boa enquanto não nos casamos e ter a minha melhor amiga ao meu lado. Patricia falou diminuindo o tom da voz.

– Por acaso a Betty tem te tratado mal? Acaso ela não te acolheu com todo o carinho depois de todo o mal que você fez pra ela? E agora como você retribui? Indo morar com a dona Marcela, a mulher que mais magoou e ofendeu a Betty. Nicolas falou com um tom mais triste do que furioso.

– Tudo bem que a Marcê ofendeu e magoou a Betty, mas muito mais mal fez a Betty se envolvendo com o Armando quando ele era noivo da Marcela. Enquanto a Marcela parecia uma louca atrás do Armando, lá estava a santa doutora Pinzón paquerando um homem comprometido. Mas eu não preciso dizer isso pra você, já que foi você quem fingiu ser o namorado rico da Betty só pra acobertar o Armando e ela. Patricia defendeu Marcela.

– Mais mal fez o Armando Mendonza usando a Betty só pra não perder a empresa que ele mesmo embargou. A coitada da Betty foi uma marionete nas mãos dele! Nicolas defendeu Betty.

– Ah por favor não culpe somente o Armando, porque galinha ele era mesmo, mas se a Beatriz não quizesse se envolver com um homem comprometido, ela teria dito não as investidas do galinha do Armando. O fato é que a Beatriz por mais que seja uma boa pessoa, não pode negar que teve um caso com um homem comprometido e traiu a Marcela. Patricia falou enfurecida.

– Você fala como se a dona Marcela fosse uma santa, que teve a infelicidade de ser traída por todos em volta dela. Mas não esqueça que a santa Marcela humilhou não só uma, mas diversas vezes a Betty só porque ela não era um esteriótipo de beleza. Nicolas falou também enfurecido.

Patricia não disse mais nada, mas bufou de ódio.

– Está vendo basta passar uma tarde com a dona Marcela que você se transforma em outra pessoa. Nicolas falou num tom mais baixo.

– Bom talvez essa outra pessoa seja o meu eu verdadeiro e não um projeto transformado por você e pela Betty. Patricia falou ainda irritada.

– Eu não me casarei com uma mulher arrogante, prepotente, egoísta, egocêntrica e fútil. Nicolas falou por fim.

– Talvez eu não queira me casar com um pateta lerdo, que beija o chão que a amiga pisa. Patricia falou.

E dona Eugênia que ouvia caladinha toda a discussão da cozinha, sorriu triunfante pois dessa vez, eles romperiam e ela nem precisou sujar as mãos. Finalmente Deus estava colocando as coisas no lugar, ela pensou.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo escrito e postado com imenso carinho, espero que gostem e comentem meninas. Bjinhos...