Ah, eu estava cansado de tantos preparativos! Para que minha mãe precisava de tudo aquilo? Bem, não acho que isso importava, mas eu queria relaxar um pouco.

– Pedro? - Ouvi a voz da Marina atrás de mim. - Já terminei, quer ajuda aqui?

– Obrigada. Não precisa, minha parte nas tarefas já acabou, eu acho. - Eu disse enquanto ia até a porta. - Vamos assistir um pouco de televisão?

– Na verdade... - Ela pensou um pouco. - Será que podemos treinar um pouco?

– Ah, claro! - Eu disse um pouco animado. - Vamos.

Fomos até a "sala de aula" da minha mãe, Marina pegou qualquer espada já que ela não estava com a dela e eu peguei minha Katana, que agora não estava mais com aparência de nova.

– Pedro, quantas pessoas vão ter nessa festa? - Marina peguntou enquanto tirava a cabeça de um boneco. "Pobre boneco" eu pensei.

– Não sei. - Eu atravessei o corpo de um dos bonecos com minha Katana. - A última teve umas cem pessoas.

– Ah, entendo.

– Oi Pedro! - Alguém falou atrás de mim. Me virei, eram Paulo e Vanessa. - Oi Marina.

– Oi! - Vanessa falou animadamente enquanto soltava a mão de Paulo e vinha correndo em direção da Marina.

– Oi. - Eu respondi para Paulo enquanto o cumprimentava. - Que bom que chegaram!

– Eu só passei aqui para que Vanessa fique com Marina enquanto eu faço minha parte nas preparações. - Paulo falou desanimado. - Vejo que já terminou sua parte.

– Pois é. - Eu olhei para Marina. - Tive uma ajudinha.

– Entendo. - Paulo falou. - Daqui a pouco volto!

E então ele saiu, me deixando com duas meninas que estavam conversando sobre sei lá o que, e que eu não tinha a minima intensão de me intrometer na conversa. Então tudo o que fiz foi arrancar a cabeça do boneco que já estava todo esfarrapado.

Durante aproximadamente meia hora, Marina e Vanessa ficaram conversando enquanto eu destruía bonecos.

– Pedro! - Paulo me chamava desesperado.

– O que foi?

– Mamãe está mal.

– Como assim? - Eu disse preocupado.- Ela está doente?

– Não. - Ele respirou. - Ela estava discutindo com alguém no telefone e quando desligou saiu dizendo que era o fim.

– Calma. Mamãe de vez em quando dá esses ataques. - Eu pensei um pouco. - Vamos ver o que está acontecendo.

Nós quatro fomos até a sala de estar, onde minha mãe estava.

– O que foi mãe? - Eu perguntei me sentando ao lado dela, que parecia prestes a se descabelar.

– A banda que contratei. - Ela respirou um pouco. - Eles não vem.

– Calma mãe. - Paulo falou, um pouco aliviado. - Precisamos mesmo de uma banda?

– Claro que precisamos! - Minha mãe praticamente gritou. - Não posso dar uma festa sem música ao vivo!

– Senhorita Luisa, - Marina interrompeu. - Eu acho que posso cantar na festa.

– Sim, e eu e meu irmão podemos tocar. - Vanessa se animou com a ideia. - Posso ligar para ele agora mesmo!

– Nós dois também podemos, certo Paulo? - Eu falei com uma expressão para Paulo que dizia "por favor diga que sim!"

– Claro!

– Vocês fariam isso? - Minha mãe quase suspirou. - Obrigada!