Gossip St. Jude- 1ª temporada escrita por Salada


Capítulo 61
Confronto




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Na saída da escola St. Jude, naquele mesmo dia, o famoso quarteto descia as escadas antigas da escola, conversando, enquanto metade dos olhares ao redor estava sobre eles e suas peles, cabelos e roupas perfeitas. Pelo menos isso tinha que ser, já que a vida deles era uma bagunça completa. A outra metade dos olhares estava sobre Jéssica e suas amigas, que estavam sentadas na mesma escada que o quarteto, papeando. Por um segundo, todos os olhares pararam em Jill e Jéssica, porque a primeira ia passar pela segunda, na escadaria, e aparentemente todos acharam que algo incrível ia acontecer. Porém, tudo que aconteceu ali foi uma troca de olhares perversa, enquanto as duas falavam mal uma da outra dentro da cabeça.

Algumas pessoas deram risadinhas, mas depois que os olhares acabaram, tudo voltou ao normal. Jill continuou descendo as escadas com seus amigos e Jéssica voltou sua atenção para suas amigas, mesmo sabendo que elas estavam conversando futilidades. Para variar.

–Agora que você voltou oficialmente- disse Jill para CeCe, quando eles passaram pelo último degrau e começaram a caminhar em direção ao alto portão-, eu posso te contar sobre meu plano para a festa da anã.

–Pensei que você não tivesse sido convidada- CeCe franziu a testa.

–Não fui- disse- E é por isso que eu vou- ela piscou maliciosamente para a amiga.

CeCe suspirou.

–O que foi- quis saber Jill.

–Pensei que você tinha amadurecido e parasse de se importar com toda essa coisa de ser rainha- ela explicou- Você estava tão diferente quando levou aquelas batatas pra mim, semana passada.

Jill resmungou e parou de andar, enquanto os outros três continuaram, até perceberem que ela não estava mais ao lado deles. Quando isso aconteceu, se viraram.

–Quer saber?- disse Jill, olhando para um ponto fixo no chão- Você está certa. Eu sou madura- ela disse para os amigos, mesmo que parecesse que ela dizia aquilo para ela mesma-Eu não preciso ser a rainha- ela riu- Eu sou popular.

–Não era bem isso que eu quis dizer, mas...- ela foi interrompida:

–Hoje- Jill continuou- eu não vou fazer nada. Vou ficar em casa e estudar; como qualquer outro dia.

Matt riu.

–Você acha mesmo que vai ter o autocontrole de saber que tem uma festa pedindo para você arruinar e ficar em casa, aprendendo álgebra?- ele caçoou.

–Isso é um desafio?-Jill perguntou, apertando os olhos.

–Não, relaxa- disse Matt, sorrindo e a tranquilizando. Ele ajeitou os tênis Givenchy de couro que havia ganhado no seu último aniversário- Eu só acho que você não conseguiria.

–Vamos ver, então- disse Jill, saindo decidida da St. Jude, as botas de camurça fazendo música no chão. Ela marchou direto para a limusine, onde desapareceu pela janela blindada após bater a porta.

Os três adolescentes que ficaram riram.

–Tenho que confessar que eu senti falta disso-disse CeCe, mostrando os dentes bem escovados-Aliás, vocês querem fazer alguma coisa hoje?- ela sugeriu-Ou melhor, querem comer? Palavras não conseguem expressar o quanto estou faminta- ela riu, esfregando a barriga por cima do suéter listrado da Moschino Boutique que usava.

Dylan sorriu com a visão, e com a idéia.

–Comida é algo que eu não recuso- disse ele, e Matt concordou.

–Então, vamos lá- disse CeCe, colocando o braço ao redor dos dois e saindo pelo portão, não dando a mínima pelo fato que praticamente todos os olhares perplexos estavam neles, enquanto todos se faziam a mesma pergunta: será que eles voltaram mesmo a se falar?

X-X-X

Horas depois, Jillian Johnson está deitada de barriga para baixo na cama, usando uma blusa rosa bebê 3 vezes o tamanho dela, calcinha de renda branca da Victoria’s Secret e meias brancas que quase alcançavam os joelhos malhados pelo tênis e bronzeados pelo sol. Na sua frente, estava o livro de Geometria aberto na metade, e ela tentava focar nas palavras escritas na página e nas figuras com triângulos e losangos, mas seu telefone, na mesa de cabeceira branca, não parava de apitar. Às vezes era um saco ser popular.

Ela desistiu e se arrastou até a mesa, onde pegou o celular. 177 mensagens não lidas. Que preguiça... Ela começou a ler as mensagens. Havia uma de sua mãe, avisando que ia para a França com René para buscar o resto das coisas dele para ele se mudar oficialmente para o apartamento em Nova York, e o resto era de garotas aleatórias do 1º ano e do ensino fundamental fazendo diversas perguntas sobre a vida dela. Típico. Ela apenas não sabia como essas garotas arranjaram o número dela.

Em uma das mensagens, uma menina perguntava se ela ia na festa de Jéssica, e Jill teve o prazer que responder que não. Porém, logo depois disso, se pegou pensando no que ela faria se fosse, ou seja, no modo que destruiria a comemoração. Ela podia ligar para a polícia e reclamar da música alta, apesar dos St. Jude serem tão conhecidos na cidade que provavelmente se safariam. Ela podia aparecer lá de penetra e roubar todos os convidados, os levando para algum lugar mais interessante. No caso, qualquer outro lugar da ilha. Ou do universo.

Mas, é claro, todos aqueles planos ficavam apenas na imaginação, já que ela precisava ficar em casa, estudando, como todos os dias. Quem liga pra um festa super sem graça acontecendo em Yorkville, quando se tem geometria?! Quem liga se aquela era a festa mais comentada do momento, e que a sua popularidade ia diminuir se ela não fizesse algo a respeito?!

Ela suspirou, e desistiu de resistir a tentação. Se tinha algo que ela adorava fazer era acabar com festas, principalmente as que pareciam ser tãããão legais assim.

Babaquice.

X-X-X

Foi às 20 horas daquele dia que a campainha da mansão dos St. Jude tocou, anunciando talvez o primeiro convidado da festa particular. Jéssica, que vestia seu “vestido de aniversário”, que era um vestido azul marinho da Chloé hiper curto que não deixava nada para a imaginação. Ele ficava acima do joelho e tinha um decote enorme, exibindo os seios não muito desenvolvidos da aniversariante. Além disso, ela usava um salto gigantesco da coleção de verão da mesma marca do vestido, porém de cor amarela. Mas que combinação ousada!

A garota, sentada no sofá, levantou num pulo, quase torcendo o tornozelo por causa do salto e saiu correndo para abrir a porta. Ao abrir, deu de cara com todas as convidadas, que tinham decidido vir juntar. A maioria usava vestidos não muito curtos e não muito longos, ou saias e blusas de alta costura, mas nada que as atrapalhasse de receber todos s tratamentos de beleza e relaxamento que seria oferecido na festa. Era uma ocasião obviamente chique.

–Entrem, logo!- Jéssica puxou as garotas para dentro da casa, e elas ficaram deslumbradas com a visão que tiveram, desde o piso de mármore e o lustre gigantesco até os sofás com os profissionais prometidos ao lado. Era tudo muito tentador, e a casa tinha um perfume forte, porém agradável, uma mistura de produto de limpeza com champanhe. E falando nisso, no momento que as convidadas entraram, Rosa, a empregada, trouxe uma bandeja com flûtes no número exato de convidadas que iam, e cada garota pegou uma diferente- Podem ficar a vontade, para fazer o que quiserem!- ela falou, entusiasmada- Como eu disse, tem massagem, manicure, pedicure e acupuntura. E, daqui a pouco, a Rosa vai trazer um prato cheio de morangos com calda de baunilha e chocolate amargo.

Como se alguém ali fosse arriscar estragar seus looks exclusivos com calda.

Jéssica avaliou suas amigas, e ficou aliviada ao perceber que elas tinham aprovado a festa em geral, com o olhar. Becky deu o primeiro passo para frente, e deixou seu casaco no cabideiro de carvalho duro, ao lado da porta. Logo, todas a seguiram, e em menos de meia hora, todas já estavam sendo tratadas.

Tudo estava uma paz; Dylan e seu pai estavam no andar de cima, e tinham a tarefa de não atrapalhar, e o único barulho que podia ser escutado era da leve música clássica que tocava, a pedido de Jéssica. Na cozinha, Rosa preparava os morangos, em silêncio. Foi nesse momento que o celular de Jéssica apitou, e ela teve que sair da posição confortável que estava durante a massagem para ver o que era.

–Merda- ela disse, se cobrindo com uma toalha, com raiva por ter sido atrapalhada. Ela leu a mensagem. Era uma mensagem anônima, e dizia: “Venha para fora, eu tenho que falar com você”. Jéssica ficou meio assustada no momento, porque ninguém gosta muito de receber uma mensagem anônima pedindo para ela ir para o lado de fora. Ela resolveu ignorar, mas quando ia voltar a receber sua massagem, mudou de idéia. A curiosidade não ia deixar ela relaxar.

Ela colocou seu vestido, em silêncio, para não atrapalhar suas amigas, e tentou olhar para o lado de fora por meio do vidro verde que existia na pesada porta, de entrada, logo em cima da maçaneta, mas não viu ninguém direito. Abriu a porta devagar, e saiu da casa, olhando ao redor, com um arrepio na nuca, e levou um susto quando a porta atrás dela bateu com força. Ela olhou para trás, num gesto rápido, e começou a tentar abrir. Porém, outra pessoa já havia trancado. O nome dela era Jill.

O barulho da porta fez com que todos na festa se assustassem, e olhassem para o lugar da onde veio o barulho, somente para descobrir uma garota alta, magra e de cabelos castanhos vestindo um vestido curto marfim e com brincos enormes, sorrindo confiante.

–Galera, isso foi só um...- ela disse- probleminha. Mas já foi resolvido, podem voltar para suas massagens.

–O que?- perguntou Lana Springers, confusa- Cade a Jéssica?

–E o que você está fazendo aqui?- quis saber Becky, num tom vulgar, e as garotas olharam para J com um misto de raiva e confusão.

Jill ficou surpresa com a reação delas. Ela realmente pensou que seria só ela entrar pela porta dos fundos, trancar a aniversariante para fora e agir como se estivesse tudo sobre controle faria com que as coisas realmente ficassem sobre controle?

–Relaxem- Jill implorou mais do que pediu- Vamos continuar com a festa. A Jéssica foi comprar gelo, estava faltando.

As meninas continuaram a olhar desconfiada para ela, quando outro barulho irrompeu na casa. O barulho vinha da cozinha, e quando elas olharam, viram a garota que “tinha saído para comprar gelo”, saindo de trás da porta da cozinha, marchando com raiva até a sala de estar. As massagistas estavam adorando aquilo.

Jéssica andou até a sala, com passos largos e calmos e disse, na cara de Jill:

–Você é uma invejosa.

Jill riu sarcasticamente, e deu um passo para frente.

–Não sou eu que copia os modelitos da tal “invejosa”- ela disse, se referindo ao vestido de Jéssica, que ela mesma tinha usado numa festa no inverno passado. Derrota total!

As bochechas de Jéssica ficaram cor de sangue, mas ela não deixou se abater. Passou por Jill e abriu a porta, condescende, até o máximo que a dobradiça podia aguentar. Cruzou os braços e olhou para a penetra.

–Estou te pedindo para sair educadamente- ela falou-, a não ser que você quiser se arrastada.

Jill continuou parada, também com os braços cruzados. O orgulho era forte demais, tão forte quanto o apego ao trono.

–Desista, J- continuou Jéssica-, você perdeu. Pare de tentar voltar ao topo, você está se tombando mais, e mais. Desista- ela repetiu, e Jill desistiu. Se virou, ainda com os braços cruzados e passou pela soleira da porta, com a cabeça baixa, sem encarar a aniversariante.

Nem mesmo um feliz aniversário?!

Ora, pelo menos a tensão entre elas já se resolveu.

X-X-X

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Oi, gente!

O outono em Nova York é uma época tão agradável, não acham; as folhas se enrubescendo e caindo, junto com a temperatura, o céu cinzento causando um clima melancólico perfeito para uma sessão de fotos chic nas fontes de mármore do Central Park ou até mesmo em nossas próprias varandas, onde podemos exibir nossos casacos e suéteres maravilhosos que compramos durante o verão para usarmos durante essa época do ano. Huuum, que delícia!

É nesse momento do ano que os casais separados durante o calor e estresse de Manhattan em julho reatam no friozinho, onde podem ficar abraçadinhos debaixo de um cobertor de pele e comendo panquecas com manteiga e mel, e dando uns amassos para se esquentarem. Porém, não foi um namoro que reatou nessa estação, foi uma amizade.

SERÁ MESMO QUE ELES VOLTARAM A SEREM AMIGOS AGORA?

Bem, vocês já devem os ter visto almoçando na lanchonete ou desfilando no pátio do colégio, e ficou chocado, mas tenho que ser sincera; eu não me surpreendi tanto assim. Afinal, até que ponto você pode ficar zangado com alguém que conhece a tanto tempo? Se você não tiver a menor idéia do que estou falando, o quarteto J,C,M e D foi visto almoçando na lanchonete hoje na horário de almoço. Juntos! Conversando! Como amigos! Já fazia um bom tempo que nós não presenciávamos tal cena, desde que J e C brigaram durante o verão(e uma centena de vezes depois dele)e D se distanciou de basicamente todos eles, já a um tempo. As traições e brigas aparentemente foram deixadas de lado dessa vez pelo bem maior; a amizade. Bleh.

De qualquer maneira, eu pessoalmente não acho que isso vai durar. Alguém topa apostar? Cinquentinha que até a primavera a J já vai ter espancado os três. E cem que o D já vai ter espancado a escola inteira.

Brincadeirinha.

MASSAGENS E MAIS MASSAGENS!

Todo mundo ta comentando sobre a festa de 15 da nossa pequena-ou devo dizer grande-J, que aconteceu ontem a noite. A festa incluía massagens da América Central, manicure, pedicure e até mesmo uma acupuntura profissional! Vem cá, não era mais fácil ir direto para o Haven, no Soho?(Isso não é um elogio).

De qualquer maneira, a festa não foi tão ruim assim, mesmo o ponto alto sendo uma penetra muito bem vestida que apareceu lá e fez algumas bagunças... Isso mesmo que você ouviu, uma garota não convidada foi até a mansão e trancou a aniversariante pra fora de casa! Babado! Isso não durou muito, claro, porque afinal, não estamos num filme. A pequena J conseguiu entrar pela porta de trás-mesmo que tenha precisado sujar o vestido um pouquinho- e voltou a ter controle da festa, como já deveria ser desde o começo. Não vou falar o nome da intrusa, só vou dizer que começa com a letra depois do I... Vou deixar no ar.

FLAGRAS

M, C e D almoçando juntos no Campagnola, rindo e rindo. Mas que amor! Será que fui a única que pensei em ménage? B andando de bicicleta à tarde, no Central Park. T, pai de D, aquele mesmo que tentou roubar o dinheiro da mãe da J, no centro do Upper East, conversando com um construtor sobre um terreno vazio no cruzamento da rua 80 com a 2ª avenida. Interessado em construção, senhor S? A mãe da J, L e seu amado R voando para Paris no voo 198 ontem à tarde, para aproveitar seus últimos anos sendo solteiros civilmente. Um brinde à meia idade!

É só isso por hoje, galera. E aproveitem o dia de Ação de Graças! Beijinhos,

Gossip St. Jude.


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