Isto não é mais um romance água-com-açúcar escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 3
Um encontro arranjado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/424498/chapter/3

Ao ver o recém-formado casal ali, Sacchan ficou realmente furiosa. Como aquela loira se atrevia a tascar um beijão no SEU Gin-san? Há vários volumes do mangá e temporadas do anime que o perseguia sem conseguir nada, e ela, que aparecera MUITO depois, iria faturá-lo? Nem pensar!

Aquele homem de cabelo prateado tinha que ser seu, e de mais ninguém... Apesar de aquela loira ser bem mais bonita e sexy, mas enfim... Gin-san era SUA propriedade, mesmo que não tivesse feito nem “isso” e nem “aquilo” com ele.

Uma aura maligna surgia por trás da kunoichi de cabelos púrpura, fazendo também que as lentes de seus óculos emitissem um brilho mortal.

Sarutobi Ayame agora passava a agir em “Modo S”.

*

- Cheguei! – Gintoki anunciou sua chegada.

- Demorou, hein, Gin-san? – Shinpachi disse em tom de bronca.

- Ei, ei, que eu saiba o mais velho aqui sou eu!

- Onde você tava?

- No pachinko.

- Isso não é nenhuma novidade.

- E eu perdi dinheiro.

- Isso também não é nenhuma novidade.

- E encontrei a Tsukuyo quando eu estava na praça.

- Hã? Isso sim é novidade... E ainda saiu ileso!

- Encontrou a Tsukky, Gin-chan? – Kagura ouviu a conversa. – Ela falou com você ou te nocauteou?

- A gente conversou. – Gintoki não entendia direito aonde a Yato queria chegar.

- Ela se declarou pra você?

- Você anda vendo doramas demais, Kagura. Não sei como você ainda não começou a ver animes shoujo melosos.

- Porque sou uma heroína de shounen, mas gosto de ver dorama. Mas... O que a Tsukky te disse, Gin-chan?

- Bem... – ele deu as costas e corou de leve. – Ela me beijou.

Os olhos azuis de Kagura brilharam intensamente enquanto olhava para o albino:

- Gin-chan, isso é tãããããããão fofo...!

- FOFO?! EU QUASE ME BORREI DE MEDO, ISSO SIM! PENSEI QUE ELA IRIA ME ENFIAR UMA KUNAI NA TESTA NO FINAL!

Enquanto essa conversa se desenrolava, o pobre Shinpachi estava completamente paralisado. Como é que Gintoki havia sobrevivido a isso? Como não levara uma kunai na testa depois de um beijo da loira? E será que Tsukuyo não tava de porre não?

Ele nunca vira uma mulher, em sã consciência, se apaixonar por um sujeito tão insano como seu “chefe”. Ainda mais que era sabido que Gintoki já chegara até a receber uma calcinha do Homem-Tanga Mascarado, o ladrão que roubava calcinhas de mulheres bonitas para distribuí-las a homens desgraçadamente fracassados em matéria de conquistas.

Como não ficar incrédulo ao saber de tal coisa?

Quanto ao Yorozuya, ele realmente morrera de medo de Tsukuyo recuperar sua sanidade mental e fincar uma kunai em sua testa... Mesmo tendo sido ela a agarrá-lo de surpresa e a beijá-lo.

Não bastasse aquela stalker míope o seguindo por onde quer que fosse, agora a loira tinha ficado maluca. O que Tsukuyo tinha na cabeça?

Apesar de ela quase sempre o matar, mesmo sem querer, era uma das mulheres mais “sérias” do seu convívio. Era bonita, com um corpo bem feito, e seu rosto, apesar da grande cicatriz que o marcava, era belo. Tsukuyo era determinada, tinha uma personalidade forte, até explosiva, porém não tanto como a sua própria personalidade.

Mas, sério... O que ela via nele? Essa era a pergunta que o Sakata se fazia.

Porém, de toda forma, não conseguia esquecer aquele beijo da loira. Fosse lá o que ela tinha visto nele, desta vez saíra ileso. E no lucro.

Pelo jeito, ele ainda tinha algum charme em algum lugar.

*

Ela sabia que sua face estava tão vermelha quanto um tomate. Sentia seu rosto tão quente, que parecia que estava queimando. E o pior de tudo: não conseguia acreditar que tivera coragem o suficiente para fazer a loucura que fez.

Difícil de acreditar, mas realmente tinha feito aquilo. Tivera a ousadia de agarrar Gintoki e tascar-lhe aquele beijão sem pensar em mais nada.

Se Tsukuyo estava arrependida do que havia feito? Não. Nem um pouco.

Valera a pena. Valera muito a pena passar por cima de todas aquelas barreiras que ela mesma colocava à sua frente. Ainda mais quando sentira um gosto adocicado dos lábios daquele ex-samurai quase diabético.

A única coisa que a deixou meio com o “pé atrás” foi o fato de ele ter ficado muito assustado com o seu ato. Também, não era pra menos... As últimas reações que tivera quando estava muito perto dele quase o mataram. Como diz o ditado, “gato escaldado tem medo de água fria”.

Mas foi algo que deu certo. Daria o que pensar ao Yorozuya.

Nisso, deixou escapar um sorriso tímido. Mas esse sorriso não passou despercebido por Hinowa.

- Quer dizer que conseguiu se aproximar dele? – perguntou.

- Digamos que sim. Mas... Ele me pareceu bem assustado depois.

- Não dá pra tirar a razão dele, não concorda?

- É. Mas eu só espero que não fique apenas nisso.

- Acho que não deve ficar. Não duvido nada que ele te corresponda.

Tsukuyo ainda tinha dúvidas se isso aconteceria. Ainda mais sabendo que Gintoki poderia muito bem ter medo de chegar perto dela.

Mas procuraria ter alguma paciência com ele. Pelo menos, tentaria.

*

Gintoki chegou mais uma vez à loja de Hinowa, procurando por Tsukuyo. A bela morena pediu a Seita que a chamasse. Enquanto esperava pela loira, o Yorozuya conversava sobre coisas triviais e explicava que seus companheiros não quiseram acompanhá-lo, assim como mencionava um estranho bilhete que recebera como sendo da própria Cortesã da Morte – e o qual lera por alto.

Logo que mencionou o tal bilhete, Gintoki o mostrou a Tsukuyo, que acabava de aparecer ali. A loira leu o bilhete que tinha garranchos que mais pareciam de outro planeta:

- “Querido Gintoki, eu gostaria que você me ajudasse em um serviço-aru. Venha logo-aru. Assinado, Tsukky.”

Dirigiu um olhar interrogativo para o albino e disse:

- Eu não escrevi isso. E não escrevo colocando “-aru” no final de cada frase.

- Hã? Tem “-aru”? Eu li tão rápido que nem reparei.

Gintoki pegou o tal bilhete das mãos de Tsukuyo e o releu atentamente, encontrando ali os famosos “-aru”. E fez a constatação:

- Definitivamente, Kagura tá vendo doramas demais.

A loira riu. Quer dizer que a garota Yato agora estava querendo juntar os dois? Tinha que concordar com o Yorozuya... Realmente ela estava vendo doramas demais.

Pousou seus olhos purpúreos no Yorozuya e pensou...

... Por que não tentar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Isto não é mais um romance água-com-açúcar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.