Cinco Anos Ocultos - Chair escrita por Verônica Souza


Capítulo 10
Reconciliações




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/424438/chapter/10

Durante minha vida inteira, dediquei o meu tempo à mulheres que eu não conhecia, e a curtir a minha vida todos os dias da semana. Enquanto muitos reclamavam das segundas-feiras, eu estava em um bar com duas ou três mulheres ao meu lado. Nunca me preocupei com trabalho duro. Eu não ficava sozinho, nem sequer um dia. Mas mesmo assim, eu me sentia solitário. Nunca admiti isso, e talvez nunca irei admitir em público, mas sempre senti que faltava algo na minha vida. Algo para que eu pudesse lutar, correr atrás. E quando percebi que eu, Chuck Bass, estava apaixonado, pude entender o que faltava na minha vida.

– Isso Blair, você está conseguindo! - Exclamou o Doutor animado. - Continue assim! Já está quase.

Blair não saberia dizer o que a incomodava mais, o cansaço, a ansiedade de ter logo seu filho nos braços, ou aquela claridade que fazia sua cabeça girar. Talvez fosse uma mistura de todas essas sensações. Mas apenas uma coisa tirava sua atenção e fazia com que ela tivesse forças para continuar... Chuck murmurava coisas em seu ouvido, que algumas vezes ela não conseguia entender o que eram, mas ela sabia que eram palavras para ajudá-la. Ele não havia soltado sua mão desde que entrara na sala, e seus olhos brilhavam enquanto assistia o nascimento do seu filho. Naquele instante Blair esqueceu dos problemas, esqueceu-se da raiva que ela tinha de Chuck há algumas horas. Tudo o que importava era que seu filho nascesse com saúde, e que sua família permanecesse unida.

Nunca havia pensado em constituir uma família. Nunca passou pela minha cabeça me casar, ter filhos, dedicar todo o meu tempo para uma família. Isso na verdade era um divertimento para mim, pensar em como isso nunca aconteceria. Não seria possível Chuck Bass se casar e ainda por cima ser apenas de uma mulher pelo resto da sua vida. Não, não seria possível. Eu achava graça em casamentos. Me perguntava como um homem seria capaz de abandonar uma vida em que ele podia ter qualquer mulher que quisesse, sair sem dar satisfações. Para mim, um homem de verdade ficaria solteiro para o resto de sua vida. Obviamente eu estava enganado.

– Muito bem Blair! Está conseguindo!

– Está quase... Continue Blair! - Chuck pela primeira vez disse algo em voz alta. Ele não parava de sorrir e estava tão ansioso quanto Blair.

– Isso! Muito bem Blair! Você conseguiu.

A voz do médico foi abafada por um choro forte e agudo. Blair e Chuck ficaram paralisados olhando para o pequeno, tao frágil e indefeso nas mãos do médico. O choro era tão forte que podia ser ouvido dos outros corredores. Chuck soltou um suspiro e então sorriu para Blair com os olhos marejados. Blair se deitou cansada, e então retribuiu o olhar do Chuck, e não precisaram dizer ao menos uma palavra. Chuck beijou a testa de Blair, e depois voltou a olhar para o seu filho.

Amadureci quando percebi que eu estava apaixonado. E não era uma mulher como as outras. Era Blair Waldorf. Não conseguia admitir para mim mesmo que eu estava me apaixonando por ela. Não poderia ser tão fraco a ponto de me entregar completamente a essa tal coisa de amor. Era contra os meus princípios me apaixonar. Era inaceitável. Mas foi impossível deixar esse sentimento de lado. No início pensei que era apenas uma coisa passageira, que com o tempo, com outras mulheres, com viagens, com bebidas, isso tudo passaria. Mas me enganei. Tudo piorou. E mesmo sabendo que eu estava perdidamente apaixonado por Blair, eu não conseguia admitir. Não conseguia dizer as três palavras que ela esperava tanto ouvir.

Assim que Blair segurou seu filho pela primeira vez, milhares de sensações passaram pelo seu corpo. O alívio era uma delas. Seu filho era saudável, e ela finalmente poderia ficar em paz com isso. Mesmo que ainda estivesse chorando, dava para notar que o pequeno Bass era uma mistura dos dois. Ainda não dava para decidir com quem ele se parecia mais.

– Você quer segurá-lo? - Blair perguntou para Chuck.

Apesar do frio na barriga, Chuck aceitou. Tinha prometido para si mesmo que seria o melhor pai e o melhor marido do mundo, e que mesmo não tendo o exemplo de seu pai, ele faria o possível. Assim que o pequeno Bass foi aninhado nos braços de seu pai, aos poucos o choro foi diminuindo, até que a sala ficou em silencio. Blair sorriu admirada, e Chuck o olhava abobado.

– Qual será o nome dele? - Blair perguntou.

Chuck olhou para Blair e para os enfermeiros. Logo depois olhou para seu filho e sorriu.

– O que acha de Henry?

Quando segurei meu filho pela primeira vez, percebi que fui um grande tolo por ter guardado meus sentimentos por tanto tempo. Que fui tolo ao pensar que não seria feliz ao lado de uma mulher só. Que não conseguiria constituir uma família e que eu talvez não fosse conseguir levar uma vida sem várias mulheres ao meu lado. Eu estava enganado. Blair foi a primeira e a única mulher que teve e tem o meu coração, e eu sinto orgulho por ter sido a única a ouvir as três palavras e as oito letras saindo de minha boca. E eu percebi que a vida ao lado dela nunca será entediante, pelo simples fato de que eu fui, sou e sempre serei completamente apaixonado por Blair Waldorf.

“Ótimo dia Upper East Side! O dia está maravilhoso para tomar um sorvete, rever os amigos, ir às compras, aproveitar uma piscina... Qualquer coisa que quiserem fazer em um belo dia de sol. O dia está perfeito, exceto para quem tem que ficar em casa cuidando de um bebê recém nascido... Pobre Blair, mal sabe que as responsabilidades estão apenas começando.”

O bolo parecia estar chamando-a. Ela quase poderia ouvir ele dizendo: “Me coma! Me coma!”. Parecia uma tortura ter que olhá-lo e não poder nem se quer passar o dedo sobre a calda quente. Ter que cumprir uma dieta que o médico receitou é uma coisa, conseguir cumprir uma promessa que ela fez a si mesma era outra completamente diferente.

Sem conseguir resistir mais, Blair se aproximou do balcão e pegou o garfo que estava ao lado. Preferiu não pegar um prato, cortar o bolo e depois comê-lo. Levaria muito tempo e durante esse tempo ela talvez desistiria de comer e continuaria com sua dieta pós-parto. Assim que fincou o garfo no bolo e tirou um pequeno pedaço, Blair o encarou como se fosse o último pedaço de bolo de chocolate do mundo. Mas um bolo de chocolate feito por Eleanor era uma coisa rara, e se não fosse bem aproveitado, só Deus sabe quando teria aquela chance novamente.

Assim que colocou o pedaço de bolo na boca e sentiu o gosto da calda quente entre seus lábios, Blair definitivamente colocou aquela sensação na lista de melhores da sua vida. Nunca havia se interessado por bolos de chocolates antes, nem mesmo os raros preparados por sua mãe. Mas naquela ocasião, um bolo de chocolate era como um lago no meio do deserto.

– Eu sabia que você não ia resistir.

Blair se virou rapidamente para olhá-lo. Ele estava com um sorriso de lado, e seu olhar era de divertimento. Ela sabia que por dentro ele estava rindo. Conhecia sua esposa tão bem para saber que ela não conseguiria cumprir a dieta como havia prometido.

– Você me assustou. - Respondeu colocando o garfo em cima do balcão.

– Desculpe, não foi a minha intenção. - Ele se aproximou. - Como estava o bolo?

– Você adora isso não é?

– O que? - Perguntou fingindo inocência.

– Não se faça de bobo. Chuck, isso é sério. Eu preciso fazer essa dieta. Eu engordei cinco quilos depois que tive Henry.

– Blair, isso é normal. - Ele disse docilmente. - Tem apenas uma semana que Henry nasceu. Espera mais um pouco e você vai ver que vai voltar ao normal, embora eu não tenha visto nenhuma diferença no seu corpo. Continua perfeito. - Ele segurou sua cintura e a beijou no pescoço.

– Chuck, não me provoque... seis semanas é muita coisa.

Chuck deu um sorriso e depois beijou o rosto de Blair.

– Você aguenta, não é?

– E por que eu não aguentaria?

– Eu não sei... Talvez você ache algumas loiras por aí que possam satisfazer seus desejos já que eu não posso.

– Blair...

– Ah, você está aqui! - Eleanor entrou na cozinha. - Henry está chorando, não consegui acalmá-lo. Ele deve estar com fome.

– Já estou indo lá. - Blair deu uma última olhada para o bolo e então balançou a cabeça negativamente. A partir daquele momento iria cumprir a dieta à risca.

Chuck se preparava para sair da cozinha quando Eleanor segurou seu braço gentilmente.

– Podemos conversar?

XX

Serena guardou suas coisas na bolsa e então desceu as escadas praticamente correndo. Passou pela sala, onde Dan estava concentrado em seu notebook, e então foi em direção ao elevador.

– Vai sair? - Ele perguntou olhando-a.

– Sim, vou até a casa de Blair.

– Serena, vai me tratar assim até quando?

Ela virou-se e o encarou. Deu um longo suspiro e então se aproximou.

– Até você me dizer toda a verdade.

– Eu não sei o que quer que eu diga.

– Que você ainda não a esqueceu.

– Mas é claro que eu já esqueci. Blair está casada, acabou de ter um filho. Por que eu ainda gostaria dela?

– Ah eu não sei Dan, me responda você! Por que mandou a foto dela com Nate para a Gossip Girl? Por que vocês estavam discutindo na noite em que ela foi para o hospital?

– Foi uma besteira, Serena. E eu reconheço isso.

– Eu não sei se acredito nisso...

– Então por que está pedindo para que eu diga a verdade se você não acredita em nada que eu digo?

– Olha... Eu... Preciso de um tempo para pensar, ok?

Sem esperar que ele dissesse algo, Serena se afastou. Dan ficou sozinho no apartamento, e pensou se valeria a pena perder Serena e pensar em Blair. Afinal, como ele já havia dito, ela estava casada e Henry tinha acabado de nascer. Com toda certeza ele não teria nenhuma chance, mesmo que o seu coração dissesse o contrário.

XX

Chuck parou em frente o porta-retratos que havia em cima da estante e o encarou por alguns segundos. A foto do seu casamento com Blair sempre lhe trazia boas lembranças. Fazia com que ele se lembrasse principalmente que poderia sempre contar com Blair para tudo que ele precisasse fazer, e essa era uma das qualidades que ele tanto amava.

Ouviu alguém se aproximar, e então desviou os olhos do porta-retratos. Eleanor parou ao lado dele e olhou a foto, sorrindo.

– Foi um momento inesquecível. - Comentou.

– Sem dúvidas. Embora eu ainda ache que Blair merecia muito mais do que um casamento assim.

– Você já deveria saber que só dela ter se casado com você o sonho dela já se realizou.

Chuck sorriu para sua sogra e sentiu-se lisonjeado, mas o sorriso diminuiu quando ela o olhou profundamente e ele então percebeu que ela ia falar algo muito, muito sério.

– Você ainda deve uma explicação a ela.

Ele suspirou e então abaixou a cabeça. Sabia que a qualquer momento aquele assunto viria a tona.

– Blair não disse nada porque, com certeza, não quer estragar o momento de alegria que vocês estão desfrutando. Mas eu preciso saber...

– Não aconteceu nada. - Respondeu imediatamente. - Não sei o que Blair viu, mas o site deixo claro que ela era apenas minha sócia e estávamos indo para uma reunião de negócios. Ela se desequilibrou e então eu a ajudei.

– Eu sei o que diz a notícia. Mas Blair não quis ler. Nem antes, e nem agora. Provavelmente tem medo do que irá ler, então acho que nada mais justo do que você se explicar pessoalmente.

– A última coisa no mundo que eu quero é fazer Blair sofrer, e a Senhora sabe disso.

– Eu sei. - Ela finalmente sorriu. - Sei que posso confiar em você para fazê-la feliz. - Ela novamente olhou para a foto. - Quando Blair se casou com Louis, eu sabia que apesar de ser o casamento dos sonhos, ela não seria feliz ao lado dele. Eu queria ter feito alguma coisa, mas não poderia. E quando vocês se casaram, percebi que ela finalmente seria feliz. E eu espero que eu esteja certa. - Ela o encarou por cima dos óculos.

– Pode ter certeza disso. - Ele sorriu.

XX

Blair colocou Henry no berço e o olhou. Era tão pequeno, tão frágil, que Blair tinha vontade de nunca mais soltá-lo. Queria poder protegê-lo de tudo e de todos, e queria que nunca nada de ruim acontecesse a ele. Só de olhá-lo dormindo como um anjo ela pôde perceber que ele seria um menino extraordinário, principalmente porque cresceria perto de tantas pessoas que o amavam. Ela o cobriu, e então notou que de algum modo ele estava começando a se parecer com Chuck, e inevitavelmente ela sorriu.

A porta se abriu e Chuck estava parado, olhando para ela e sorrindo de lado. Ela o olhou e sorriu de volta. Chuck fechou a porta e se aproximou, abrancando-a pela cintura e olhando para Henry.

– Conseguiu fazê-lo dormir?

– Sim. Quando canto para ele, ele sempre se acalma e adormece.

Chuck beijou seu rosto e então ela se virou para olhá-lo.

– Não tivemos tempo de conversar ainda...

– Eu sei. Tenho algumas coisas para te explicar.

– Chuck, sinceramente... Eu não quero saber. Não quero saber o que você fez na França, se aquela foto era real ou não. Não quero saber de nada disso. A única coisa que quero saber, é se você está preparado para essa vida. Porque agora temos que ser responsáveis. Nós somos pais. Não podemos brincar. Não podemos terminar e depois voltarmos como fazíamos antes. E eu só preciso saber se você está preparado para tudo isso.

– Blair, é claro que estou. - Ele segurou as mãos dela. - Há muito tempo estou preparado para isso. Voltei porque vi sua foto com Nate na Gossip Girl. Eu até me sinto culpado por isso, porque voltei pronto para querer uma explicação. Vim até o apartamento e você não estava. Vi que estava acontecendo uma festa e fui até lá, e os seguranças me disseram que você tinha saído. Sua mãe me mandou uma mensagem dizendo que você estava no hospital. Por sorte eu tinha voltado. Não consigo nem imaginar como eu estaria se não tivesse chegado a tempo.

– Mas você chegou. E é isso que importa agora. - Ela acariciou o rosto dele e sorriu. - Somos oficialmente uma família agora.

– E nada me deixa mais feliz. - Ele sorriu de volta. - Eu te amo.

– Eu também te amo.

XX

Nate desligou o computador e se escorou na cadeira. O silêncio em todo o escritório o acalmou. Apenas a luz da lanterna iluminava todo o lugar. Ele fechou os olhos por alguns instantes, e então ouviu passos. Abriu os olhos esperando que fosse algum funcionário que tivesse esquecido alguma coisa, mas ele se enganou.

– O que está fazendo aqui? - Perguntou suspirando. - Pensei que já teria voltado para casa.

– Não vou voltar. Vou continuar aqui. - Jenny respondeu se aproximando da mesa dele. - Mas queria conversar com você.

– Não temos nada para conversar.

– Você pode ignorar minhas mensagens e minhas ligações, mas não pode me ignorar pessoalmente. Quero pedir desculpas.

– Não é para mim que você tem que pedir. Você poderia ter provocado uma coisa muito grave, sabia? - Ele a encarou.

– Eu sei. E eu vou me desculpar com ela e com Chuck depois. Queria falar com você primeiro.

– Bom, já falou. Agora pode ir.

– Eu fiz muitas coisas erradas na minha vida, Nate. E eu sinto saudades de como eu era antes. De quando eu era uma adolescente que não fazia coisas erradas, que seguia as regras. Mentiria se dissesse que não queria voltar a ser assim. Mas apesar de tudo, eu tenho orgulho por ter me tornado uma pessoa forte.

– Forte? Acha que se vingar das pessoas é ser uma pessoa forte?

– Todos erram, Nate. Inclusive você. Acha que eu não sei que você usou a desculpa de que era melhor amigo do Chuck para ficar mais próximo da Blair? E se Chuck tivesse viajado por um mês? Acha que você teria forças para ficar longe dela e não tentar fazer ela se apaixonar por você?

– Que estupidez está dizendo? - Ele se levantou nervoso. - Chuck é meu melhor amigo e eu o respeito muito. Blair é uma mulher casada. Não estamos mais no colegial, por Deus! Acha mesmo que eu teria coragem de acabar com o casamento dos dois?

Jenny ficou em silêncio, então Nate virou-se de costas para ela, respirando pesadamente.

– Talvez isso que eu esteja sentindo pela Blair seja apenas carência. Blair foi uma namorada perfeita. Acho que Dan sente o mesmo, apesar de Serena também ser maravilhosa. Mas... Eu não sei explicar. Quando estou longe dela, eu não penso tanto assim. Mas esses últimos dias que fiquei com ela, parece que despertou alguma coisa em mim que estava “dormindo”. E eu não quero isso. Não pretendo visitá-los enquanto eu não colocar meus pensamentos em ordem. Eles não merecem isso.

Ainda em silêncio, Jenny se aproximou, e Nate não tentou se afastar.

– Eu sinto muito. - Ela sussurrou.

– Não sei porque te contei isso. - Disse friamente.

– Porque você precisava desabafar. E não importa a raiva que esteja de mim.

Nate se virou e a olhou. Jenny não estava usando as maquiagens pesadas que costumava usar. Parecia a Jenny que conheceu, com toda sua inocência. Seu cabelo estava liso e colocado atrás da orelha.

– Não estou com raiva de você. É que... Só não achei certo. Poderia ter acontecido algo grave. E eu sei que você não é assim. Você pode ser melhor que isso.

– Eu sei disso... E estou pronta para voltar a ser assim.

Nate sorriu e a puxou para um abraço. Era bom ter a companhia de alguém. Desde que se distanciou de Blair, ele não teve nenhuma companhia feminina. E isso fazia falta.

XX

– É lindo S! - Blair sorriu olhando para a pequena blusinha em sua mão. - Olha só Henry, sua madrinha quer te deixar mal acostumado.

– Vou mimar ele o quanto eu puder. - Serena sorriu segurando Henry no colo. - Parece que ele cresceu mais desde a última vez que estive aqui.

– Você esteve aqui há dois dias. - Blair sorriu. - Mas ele está crescendo muito rápido, eu acho. Ah como eu queria que ele ficasse assim por muito tempo. - Blair suspirou olhando para seu filho.

– Ah qual é B! Não tem curiosidade em saber como ele vai ser quanto tiver os seus dezesseis anos? Vai ser o mais bonito de toda escola. Vai ser um galanteador!

– Se puxar o pai, com certeza.

– Só esperamos que ele não puxe a parte ruim. - As duas riram.

– E você e Dan, como estão?

Serena ficou em silêncio e o sorriso foi diminuindo de seu rosto. Henry se mexeu inquieto, e então ela o entregou para Blair. Ela sentou-se na cama e observou Blair andar de um lado para o outro para que ele se acalmasse.

– Ainda estamos na mesma. - Ela disse finalmente. - Não consigo acreditar no que ele diz.

– Infelizmente não posso dizer nada a respeito, a não ser dizer que ele é um idiota. Ele deveria se sentir satisfeito por ter uma mulher como você por perto, porque francamente... Ninguém esperaria que Dan conseguisse ter alguma coisa com você.

– E nem com você. - Serena riu.

– Não falemos disso, S. Já está enterrado esse passado infeliz da minha vida.

– Mas para ele eu não sei se está.

– É claro que está. Serena, Dan só estava confuso. Ele estava carente por você ter ido viajar e com certeza confundiu os sentimentos. Não tivemos nada de mais. Nós dois concordamos que foi uma loucura tudo o que aconteceu. Reconheço que Dan talvez não seja como eu pensava. Que ele tenha seu lado bom, que ele preste para alguma coisa e bla bla bla. Mas sinceramente... Hoje percebo que fui tola ao pensar que tinha algum sentimento por ele além de amizade. Acho que fiquei animada e assustada por termos virado amigos, já que antes eu mal o suportava, e confundi isso com amor. Foi apenas isso.

– Eu acredito em você, Blair.

– E por que não acreditar nele?

Serena abaixou a cabeça e percebeu que Blair tinha razão. Não teria porque Dan ainda ter algum sentimento por Blair depois de tanto tempo e depois de tudo o que ele lhe disse.

XX

Dan mexeu-se inquieto no sofá. Já passava das onze. Serena ainda não tinha voltado, e o jantar ainda estava na mesa. Ao ouvir o barulho do elevador ele se levantou, e Serena parou, olhando para a mesa.

– Oh Dan, você estava me esperando?

– Sim. Você não disse que ia demorar.

– Me desculpe. - Ela disse com pesar. - Eu fiquei um pouco com Henry e depois ele dormiu, e eu e Blair ficamos conversando. Não vi a hora passar.

– Tudo bem. - Ele colocou as mãos no bolso.

– Você já comeu?

– Ainda não.

– Eu também não. - Ela sorriu.

– Bem, a sorte é que o prato é servido frio. - Ele sorriu também. Serena sentou-se e Dan serviu um prato para ela, e depois para ele. Ele sentou-se de frente para ela e então os dois se olharam.

– Serena eu...

– Dan. - Ela o interrompeu. - Não precisa dizer nada. Hoje enquanto estava lá fiquei pensando e... Você realmente não tem motivos para ainda ter algum sentimento pela Blair. Imagino que se fosse assim você não teria sugerido que voltássemos e nem teria se mudado para cá.

– É exatamente isso que estou tentando te explicar a tempos.

– Desculpe, eu acho que fiquei com ciumes e com medo. Nós passamos tanto tempo afastados, passamos por tantas coisas, e eu quero que dessa vez dê certo.

Dan segurou a mão dela, e então sorriu.

– Eu também quero.

Por dentro talvez ainda houvesse uma pequena confusão de sentimentos, mas ele sabia que apesar de toda aquela confusão, ficar ao lado de Serena fazia bem para ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cinco Anos Ocultos - Chair" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.