It's The END! escrita por Pevensie


Capítulo 3
Capítulo 3- Fear


Notas iniciais do capítulo

LUMUS!
Gente,esse capítulo está meio deprê porque mostra uma parte complicada da vida da Mione,mas capítulo que vem ele vai estar muuuuuuito mais engraçado,prometo.
Desculpem a demora,mas é que eu estive ocupada.Estou tentando estudar o máximo que eu posso para fazer as provas para o processo de seleção para os cursos que eu pretendo fazer,e como eu sou uma nerd,espero que entendam.
Já enrolei muuuuuito,vamos para a história.
Kisses



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Capítulo III

Eu NUNCA MAIS deixaria de ir numa festa dos Malfoy se elas fossem sempre daquele jeito,é sério.Fui na festa pensando que seria a maldição própria só de estar ali,mas ela acabou sendo uma benção!Eu ainda não podia acreditar que a Sra.Philippis tinha morrido!É claro que tem uma parte toda trágica nisso,e que nenhuma pessoa normal estaria feliz com a morte de um conhecido,mas eu estava,até porque eu não poderia ser considerada uma pessoa normal.Eu dava pulinhos mentais e segurava a incontrolável vontade de gargalhar.

Assim que vimos que a gorda estava morta mesmo,minha mãe quis me tirar dali o mais rápido possível,”não quero que veja esse tipo de coisa,só faz mal para você,querida” ela disse,como se eu já não tivesse visto coisa pior!

Minha mãe caminhou até Narcisa e lhe cochichou algo no ouvido,Narcisa acenou com a cabeça e logo senti minha mãe me guiando por entre a multidão,lancei um último olhar para o corpo sem vida da Sra.Philippis e para toda aquela cena trágica na nossa mesa,paramos apenas para pegar nossos casacos pesados.Minha mãe e eu caminhamos em silêncio até a rua e logo chegamos até o carro,nevava lá fora,o chão estava coberto de neve e o teto do carro também.É,o nosso carro tinha ficado na rua,o nosso e os de todos os outros funcionários.Não pensem que em uma festa da família Malfoy eles deixariam que os carros dos convidados ficassem na rua,só os de empregados,como a minha mãe,ficavam.

-Eu dirijo.-Eu disse já abrindo a porta do lado do motorista.

-Hermione,você está bem para dirigir?-Minha mãe perguntou parecendo preocupada.

-Mãe,relaxa.Está tudo bem. - Eu disse levantando as duas mãos. - Cadê as chaves?

Ela lançou para mim as chaves do carro e como eu tenho uma ótima coordenação entre mãos e olhos,eu as deixei cair no chão.Grunhi de raiva enquanto me agachava para pegá-las,assim que as consegui,levantei do chão e tirei o sapato de salto para poder dirigir.Abri a porta e os joguei no banco de trás.Logo depois que nós duas já estávamos ajeitadas dentro do carro,partimos tranquilamente pelas ruas de Londres.

A viagem até nossa casa não demorava muito,eram apenas dez minutos.Minha mãe e eu nos mantivemos em silêncio durante todo o trajeto e assim que estacionei o carro na nossa garagem,ela se virou para mim:

-Querida,tem certeza de que está tudo bem?-Ela perguntou.

Eu sabia que ela não estava se referindo à morte da sra.Philippis, e sim ao que aquela data significava para mim.A morte de meu pai.Na verdade,por um momento,enquanto eu estava naquele jantar idiota eu nem tinha me lembrado daquilo,mas ela tinha que me lembrar!

Fingi que tinha entendido que ela havia falado sobre a Philippis.

-Tenho.Aquilo não é uma coisa que vai me traumatizar para o resto da minha vida,não se preocupe.Eu nem gostava daquela gorda mesmo.-Eu disse dando de ombros.

-Hermione!Não diga uma coisa dessas!-Ela me repreendeu parecendo brava.

-O que é?Quer que eu fique por aí parecendo inconsolável?Você mesma disse que é feio mentir!Só estou dizendo a verdade.

-Hermione...

-Eu vou me deitar.-Anunciei saindo de dentro do carro.

Andei com passos rápidos até a porta que me levaria até a cozinha.Adentrei o cômodo e assim que fui fechar a porta,minha mãe segurou meu pulso.

-Você ainda não pode ir dormir.São dez horas da noite!E ainda nem é Natal.-Ela disse.

-Sim,eu posso.-Eu disse acidamente dando um chacoalhão no meu braço,fazendo com que ela o soltasse.-E que se ferre o Natal.

Vi a tristeza tomar conta de seu olhar e me senti um pouco culpada.Mesmo assim eu dei as costas e subi correndo as escadas até o segundo andar.Me enfiei dentro do meu quarto e bati a porta com força,não fiz questão de ligar a luz.Eu me sentia tão...bipolar!Eu pensava que esse ano poderia ser diferente,que eu poderia curtir o Natal e não ficar afogada num mar de lembranças distantes.Mas isso não aconteceu.Eu me sentia culpada.Como eu pude me divertir hoje?

Me joguei em cima da cama e abracei os joelhos com força.Eu podia sentir a dor vindo,tão terrível como no dia em que recebi a notícia.Eu tinha doze anos.

Primeiro veio o acidente,que foi no dia 15 de dezembro daquele ano.Meu pai voltava para casa depois de um longo dia de trabalho,naquela época ele trabalhava longe de casa e tinha que atravessar a cidade inteira.Ele vinha fazendo hora-extra já à algum tempo para ajudar com as despesas de casa,que tinham aumentado significativamente depois que eu havia começado à estudar no CATS College.Eu tinha uma bolsa,é claro,acho que ninguém da minha classe social poderia pagar uma mensalidade inteira,mas a minha bolsa era parcial portanto ainda tínhamos de pagar alguma coisa,e era muito caro.Naquele dia,ele acabou perdendo a direção do carro porque estava muito cansado.Resultado:Traumatismo craniano,quase todas os ossos do corpo quebrados,pulmão perfurado e uma série de outras coisas que não seriam tão agradáveis de comentar.Ele entrou em coma.

Depois vieram as cirurgias,muitas cirurgias,e cada uma delas custava um absurdo.Meu pai e minha mãe haviam abdicado do plano de saúde para “cortar despesas”.Tudo o que tínhamos de dinheiro foi gasto naqueles próximos dez dias,na esperança de ter meu pai de volta em casa.

E então,veio a morte.Minha mãe e eu estávamos em casa preparando uma torta para a ceia de Natal,que não seria bem uma ceia,só um jantar simples para nós duas.O hospital ligou para casa,meu pai já tinha tido duas paradas cardíacas e eles acharam melhor que fossemos para lá.Eu estava assustada,meu coração palpitava forte e meus olhos fechados,eu murmurava uma prece silenciosa sem parar por um minuto.Assim que chegamos no hospital,fomos direto para a sala de espera.Minha mãe queria entrar na UTI para vê-lo,não deixaram-na entrar.O médico disse que ele estava tendo outra parada e que tentavam reanimá-lo.Esperamos por pouco mais de cinco minutos e então o médico entrou na sala de espera,a cabeça baixa.Eu lembrava do modo como ele me olhou,como se sentisse pena de mim.Antes de começar a dizer qualquer coisa ele balançou a cabeça duas vezes,e eu entendi.

Foi como se o mundo tivesse desaparecido e eu me via numa escuridão absoluta,sem nada para me segurar,eu me sentia caindo mais e mais fundo...era um buraco sem fim.Não me lembro de muita coisa depois daquilo.Lembro-me de que quando acordei eu estava na minha cama,e minha mãe não estava em casa.Ela chegou pouco tempo depois,e enquanto a realidade caia sobre mim e a escuridão me alcançava outra vez,ela me ajudava a me vestir para o velório do meu pai.

Todo o resto foi um borrão,e eu não fazia questão de decifrá-lo.O tempo passou,e nada melhorou.Minha mãe tentava ser forte,eu havia me entregado.Alguns meses de psicólogos e remédios depois,eu estava quase bem.Mas eu sabia que nunca mais seria a mesma.

Eu havia me livrado dos remédios a um ano atrás,e não queria voltar a tomá-los então eu tentava me controlar,não deixar que a escuridão chegasse perto demais quando eu me lembrava dele,como acontecia comigo naquele momento.

Eu nem havia percebido o quanto eu estava ofegante por causa da dor que dilacerava meu peito,as lágrimas corriam livres pelo meu rosto.Meu corpo inteiro tremia,como se eu estivesse com roupa de praia numa nevasca forte.Eu precisava me acalmar,se minha mãe entrasse no meu quarto e me visse naquele estado...remédios e psicólogos otários outra vez.

Fechei os olhos e apertei as mãos em punhos tentando fazer com que elas parassem de tremer,respirei fundo uma,duas,três,quatro,cinco,seis...infinitas vezes.Depois de um longo tempo – pelo menos para mim – eu havia me acalmado o suficiente:os tremores não passavam de leves vibrações e minha respiração estava quase normal.

Ouvi passos subirem a escada,minha mãe estava subindo.Merda!Arranquei o vestido rapidamente e me meti debaixo das cobertas só com as roupas íntimas mesmo,e daí que está um frio do cão?Deitei a cabeça no travesseiro e fingi estar dormindo.

Uma fresta de luz entrou pelo quarto quando minha mãe abriu a porta.Com os olhos entreabertos a observei,enquanto ela caminhava devagar pelo quarto até chegar na minha cama.Ela se agachou e então eu fechei os olhos para que ela não percebesse que eu estava acordada.Senti sua mão acariciar meus cabelos e ela depositou um beijo suave em minha testa,uma lágrima escorreu por meu rosto,não minha,dela.

Ela saiu do quarto,fechou a porta com leveza e mesmo assim,pude escutar enquanto ela tentava abafar seus soluços.Me sentia mal,eu não devia tratá-la daquele jeito,mas às vezes eu simplesmente não conseguia evitar!

Me encolhi na cama, a dor dilacerava meu peito e eu tentava ignorá-la.Deixei que as lágrimas reprimidas escapassem e,enquanto elas molhavam meu rosto e meu travesseiro,eu adormeci.


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Notas finais do capítulo

E aí,o que acharam?
Deixem as suas opniões que além de me ajudar a melhorar a fic,também me dão um UP!
Kisses
NOX
P.S:Próximo cap. daqui a três dias!