Chego perto dele e começo falando.

- Com licença. – Ele se vira e sorri. Na hora concluo que ele é sim o garoto da praça, com aquele sorriso perfeito e aqueles traços que mais ninguém tem. – Você me deu seu lugar na praça ontem, não foi? – Pergunto meio insegura e ele ainda sorrindo diz.

- Sim, fui eu sim. É um prazer te ver de novo. – Fico sem graça e ele continua. – Vem cá, deixa eu te apresentar meus amigos. Esses são James e sua namorada Halston, Logan, Kendall e o Dustin e essa aqui é a Alexa, minha namorada. – O sorriso que inundava meu rosto se foi logo que ele me apresentou sua namorada. Não sei porque estou sentindo isso, mas é estranho. Nem o conheço e sinto como se ele tivesse jogado uma pedra em cima de mim. Isso é realmente muito estranho.

- Bom, sei quem são vocês, mas foi um prazer conhecê-los. – Digo olhando para todos.

- Senta aqui com agente. – Disse Carlos.

- Eu agradeço, mas eu estou com meu pai logo ali. – Aponto para a mesa em que meu pai está sentado e todos olham e meu pai levanta a taça de vinho em símbolo de cumprimento.

- Ah tudo bem. Nos vemos por aí, então. – Concordo e me despeço de todos e volto para a mesa junto com meu pai. Quando chego lá peço para ir embora.

- Pai, podemos ir pra casa? – Ele estranha.

- Por que filha? Você nem terminou de comer os Nachos que você tanto adora. – Pego minha bolsa na cadeira.

- Perdi a fome. – Meu pai se levanta, pagamos a conta e saímos do restaurante.

- O que você tem Alice? – pergunta meu pai ainda na porta do restaurante.

- Nada pai, apenas meu deu uma mal estar. Mas vai passar. – Ele insiste.

- Filha eu te conheço. O que foi?

- Já disse que não é nada pai. Só quero ir pra casa. – Digo quase berrando e o deixo falando sozinho. No caminho pra casa nenhum dos dois dá um pio, mas chegando em casa ele insiste mais uma vez.

- Filha, não quero parecer um chato. Mas por favor, me diz o que você tem pra eu poder te ajudar. – Diz ele sentando-se a minha frente no sofá.

- Paizinho eu juro, acho que os Nachos não me caíram bem. – Digo tentando contornar a situação.

- Você quer que eu te leve no médico?

- Não, vou ficar bem. Juro. – Digo isso, dou um beijo em sua testa e ele sai mais tranquilo me deixando sozinha na sala, me deito no sofá e as cenas dos últimos dois dias me vêm à mente.

Por que eu fiquei tão abalada com aquela situação? Nunca havia me sentido desse jeito antes, me sinto estranha, algo me incomoda. Mas não quero me sentir assim, até parece que eu me apaixonei por esse Carlos. Não, não, você já está exagerando Alice. Eu mau o conheço, como posso pensar algo assim. É bobagem minha só pode ser. Isso, bobagem. Não vou mais pensar nisso, chega.

Me levanto do sofá e vou tomar um banho. Estava grudando de suor. Enquanto tomava banho meu pai bate na porta.

- Filha, vou dar uma saída pra buscar nosso carro que foi liberado. Vou demorar um pouco, pois vou resolver algumas coisas depois. Você vai ficar bem? – Pergunta ele.

- Vou sim paizinho não se preocupe comigo. Ah, e passa no mercado e faz umas compras, porque o armário tá vazio, você viu. – Grito do outro lado da porta.

- Pode deixar filha. Você quer alguma coisa em especial?

- Não pai, pode comprar o que você sempre compra.

- Tudo bem, até mais tarde princesinha. – Ele diz e não respondo, continuo com meu banho. Quando saio, coloco uma blusinha com uma caveira, um short jeans e meus chinelos. Fico assistindo televisão na sala por um tempo e me dá vontade de escutar música. Ligo o som no rádio e estava tocando uma das minhas músicas favoritas ‘Party in The U.S.A’ da Miley Cyrus. Danço junto com música pela casa toda, quando acaba me jogo no sofá pra descansar e uma música que não havia escutado antes começa a tocar e fico ali sentada no sofá ouvindo a música até o fim. Quando acaba o locutor da rádio diz

“Esses foram Miley Cyrus com Party In The U.S.A e Big Time Rush com WorldWide” quando o locutor fala isso, penso, uau eles são ótimos. Na hora, me levanto do sofá, pego meu iPad e vou olhar algumas músicas do Big Time Rush no youtube e confesso, fiquei impressionada com as músicas, são todas ótimas. Enquanto ouvia a música ‘Boyfriend’ deles e não foi proposital, a campainha toca, deixo a música rolando no auto falante e vou atender a porta. Quando abro levo um susto.

- Hãm... Oi. – Digo com um sorriso de tipo “o que você faz aqui?”

- Oi, você mora aqui? – Apenas penso, “Não to só assaltando a casa” mas como sou educada, respondo.

- Sim, me mudei ontem pra cá.

- Que coincidência. Eu moro no fim do corredor. – Ou seja, ele mora no único outro apartamento que tem nesse andar. São dois por andar, em fim.

- Sério? Que legal, somos vizinhos. – Digo isso e ficamos nos olhando por alguns segundos. – É você queria alguma coisa?

- Eu?

- É ué, foi você que bateu na porta.

- Aé, é verdade. Desculpa. – Ele é estranho, penso comigo, mas é fofo. – É que eu acho que deixei cair um papel aqui no corredor com umas informações muito importantes e queria saber se você não encontrou.

- Ai me desculpa, mas eu não encontrei nada.

- Não tudo bem... – Ele ouve a música dele e continua. – Então você é realmente uma fã de Big Time Rush? – Diz sorrindo.

- Olha, eu vou ser sincera. Eu nunca havia escutado a música de vocês antes, eu só ouvi agora por acaso, eu estava ouvindo a rádio e uma música de vocês tocou e aí fiquei interessada em ouvir mais. Ah e por falar nisso, vocês são muito bons. – Ele sorri agradecido.

- Obrigada. – Ele fica me olhando e me dou conta de que tenho que convidá-lo a entrar.

- Ah, você quer entrar?

- Ah claro, se não for incomodar.

- Claro que não, pode entrar. – Abro passagem pra ele entrar e fecho a porta atrás de mim. Vou em direção ao sofá. – Senta aí. – Pego meu iPad e pauso a música. O silêncio paira por alguns segundos e tento iniciar uma conversa. – Então, vocês não têm muitas músicas ainda, né?

- É, na verdade estamos terminando o nosso segundo álbum agora, mês que vem acredito que já lancemos.

- Ah que bom, fico feliz por vocês. É, desculpa assim, a minha ignorância, mais você é o Kendall ou o Logan? – Ele ri e me responde.

- O Logan. – Solto uma risadinha.

- Ai me desculpa, mas é que eu não conhecia vocês e não sei quem é quem ainda. – Fico sem graça por fazer esse tipo de coisa, mas tive que perguntar.

- Não tudo bem. Bom, eu tenho que ir, mas agente se fala. – Diz ele se levantando.

- Ai, você deve ter ficado bravo comigo, né? Por isso quer ir embora. Ai me desculpa sério. – Ele solta uma risada.

- Não, sério não tem problema nenhum. Eu tenho que ir mesmo, tenho que encontrar os meninos na gravadora.

- Ah então tudo bem. – Vou em direção à porta e a abro pra ele. – Agente se vê.

- Agente se vê. – Ele para e dá um beijo em meu rosto. Sorrio e ele sai e eu fecho a porta.

Tá isso foi estranho, penso. Mas dou de ombro e volto a ouvir música do meu iPad, logo meu pai chega com as compras, ajudo a colocar as coisas no lugar e fazemos a janta. Enquanto jantamos, conversamos.

- Filha, amanhã você precisa procurar um emprego. – Olho com cara de quem “comeu e não gostou”. – Você acha que você vai ficar o dia inteiro em casa, sem fazer nada?

- É! – Respondo não querendo ter essa conversa. – Olha pai, eu sei que eu preciso trabalhar, mas não to afim agora. – Digo convencida e meu pai me olha bravo. – Ai, não me olha assim, eu vou procurar um emprego amanhã, ok?!

- Assim é melhor. – Terminamos de jantar e vamos assistir um pouco de televisão e logo vamos pra cama.