Paranoia escrita por Yasmim Rosa


Capítulo 25
Holy Fool


Notas iniciais do capítulo

Olá amores.
Sim, sim. Nós realmente sumimos desse mundo, e acho que as explicações são sempre as mesmas. Falta de tempo. Queremos pedir enormes perdões por isso.
Bom, esperamos que vocês gostem do capítulos e já estamos em reta final, agora as coisas estão esquentando.
Agradecemos a todos que comentaram e favoritaram.
Boa Leitura.



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Caminhava rapidamente dentre a mata atrás daquele manicômio, um lugar totalmente secreto, onde sua vingança era planejada cada dia durante aqueles 3 anos. Apenas ele conhecia a parte escura do hospital psiquiátrico, mesmo que não vivesse ali há anos como o herdeiro e rival amoroso.

Chegou perto de uma cabana aparentemente velha e abandonada, coberta por folhas de palmeiras enormes. Seu esconderijo era camuflado. Olhou para trás certificando-se de que não havia sido seguido, então um suspiro aliviado saiu de sua narina e de sua boca ao ver que estava sozinho mais uma vez.

Entrou lentamente na cabana, o chão de madeira rugia com seus passos, o eco deles corria entre as paredes simples e mal pintadas. O piso oco dedurava o que havia algo a mais ali embaixo, algo que talvez fosse de extrema importância, pois era bem escondido.

Parou encima de uma madeira mais escura, mas que podia ser vista de tal cor somente à luz, coisa que na cabana se era impossível já que a mesma era escura, totalmente escura. Bateu levemente duas vezes na madeira para ver se ainda estava trancada. Tomando a certeza disso, levantou-a revelando um porão.

Desceu acendendo uma luz, mas era tão pouca que nem mudava muita coisa. Fechou a porta de madeira atrás de si e seguiu para baixo. Ao tocar o solo úmido e áspero de terra respirou fundo e seguiu caminho dando de frente a uma mesa velha com papeis amarelados e uma estante de livros cheias de documentos.

Seus olhos vagaram pelas pastas que estavam dispostas em cima da mesa de centro daquele porão. Fazia anos que se escondia todas as noites chuvosas ali, a fim de encontrar o verdadeiro homem ou mulher que o tentou matá-lo há anos atrás.

Suas mãos seguravam uma pasta amarela, com fotos e edições de jornais sobre sua suposta morte e seus principais suspeitos. Pablo há meses atrás havia planejado sua falsa morte para que as investigações tivessem realmente um fim, assim Léon poderia cuidar exclusivamente do caso juntamente com sua vingança.

Fechou os olhos respirando fundo e abriu à pasta, a foto de seus amigos estava ali, como uma lembrança antiga sem volta. Eles, coitados, mal sabiam que Léon esteve vivo por todos aqueles anos e que todas as lágrimas que eles derramaram foram em vão.

Então sua mente o levou até Violetta, o pequeno corpo de sua amada que àquelas horas da noite deveria se encontrar na cama de ferro do manicômio em um sono profundo e às vezes conturbado.

Bateu com força na mesa de madeira daquele porão. Precisava começar sua vingança, e ela deveria se instalar em voltar para o Studio, para a sua casa e principalmente conversar com Pablo e pegar as provas que apenas ele possuía – tudo isso o ajudaria muito e facilitaria sua vingança aos poucos.

Passou algumas horas ali naquele cafofo planejando mais de seu plano quando se deu conta de que já estava na hora de servir o jantar de Violetta. Saiu do lugar mofado e seguiu de volta ao manicômio com cautela para que ninguém o visse. Caminhou o mais rápido que pode até alcançar a entrada, porém acabou encontrando que não devia, Diego estava parado na porta o observando com fúria.

– O que estava fazendo fora do manicômio a essa hora Lucas? - Cruzou os braços e permaneceu rígido.

– Vim tomar um ar. - Disse calmamente tentando passar pelo medico, mas foi impedido pelo mesmo com um empurrão.

– Preciso ter uma conversa muito seria com você. - Suspirou. - não se esqueça de que só está de volta a este manicômio porque...

– Porque Violetta pediu... - Completou sua frase. - Eu sei Diego.

– Pra você é Doutor Diego.

– Como quiser Doutor Diego. - Disse irônico. - Agora se não se importa posso entrar? Preciso servir o jantar dos pacientes.

Apenas com um sorriso falso no rosto Diego o deixou passar.

[...]

– Não entendo porque está tão preocupado com essa sua vingança. - Suspirou dando mais uma garfada na comida.

– Claro que não entende Violetta... - Leon andava impaciente de um lado para outro. - Não foi você que tentaram matar daquele jeito. - Disse com nojo lembrando-se da cena de sua suposta morte.

– Desculpe eu não quis dizer isso... - Sussurrou.

– Tudo bem, desculpe-me você, não quis ser grosso. - Sentou-se ao seu lado. - Só quero poder ser feliz novamente com você, sem obstáculos e sem ameaças. - Segurou a mão da jovem.

– Eu sei... - Entrelaçou seus dedos.

– Durma bem. - Beijou a testa da menina e levantou-se. - Qualquer coisa é só chamar. - Piscou.

– Claro meu amor. - Sorriu.

– Te amo...

– Te amo muito mais. - Sorriu tímida.

Diego segurava sua prancheta com os dedos tremendo, suas mãos suavam frias e o jaleco parecia lhe incomodar a cada movimento que seu corpo fazia. Batucou com a caneta no nome de Violetta. Aquela única paciente que o conseguia levar a loucura completa e se esquecer de toda a sanidade que havia dentro de si.

Parecia ser há meses atrás quando a viu sentada na cama abatida, os olhos castanhos, assustados e cautelosos. Havia certa inocência em seu rosto naquela época. Como se Léon ainda estivesse com ela, lhe protegendo e dizendo que ficaria bem. Agora, meses depois, ela estava mais ciente de si e aberta para a realidade. Diego sempre acreditou que devido aos medicamentos ela estava voltando à sanidade.

Nunca esteve tão errado.

Sentia como se Léon realmente estivesse ali com ela, prezando por sua proteção e dizendo a ela em todas as noites que a amava acima de tudo. Até mesmo com a sua morte precoce.

Fechou os olhos e jogou a prancheta em cima da mesa de sua sala. Abriu uma garrafa de uísque e se pôs a beber dela diretamente do gargalo. Aquilo com certeza o acalmaria internamente e principalmente iria esvaziar sua mente.

– Sempre com os mesmos costumes, Diego. – A voz doce e rápida de Jackie fez Diego olhar de relance para a porta aberta que havia deixado. – Isso não me surpreende em nada. Se entregar a morte é uma coisa que você sempre teve o dom de fazer. Isso como seu pai.

Diego segura a garrafa com mais força e a taca na parede, acertando em cheio os vasos que tinha sobre o balcão e Jackie solta um grito abafado por sua mão.

– Cale a boca! – Grita passando as mãos suadas pelo rosto vermelho. – Jamais fale de meu pai. Ele pode ter sido um péssimo homem, mas isso não lhe da o direito de abrir essa boca suja para dizer coisas a respeito dele.

Jackie revira os olhos e se aproxima de Diego, a cada passo que dava a insegurança ardia em seu peito. Solta um suspiro quando está próxima dele o suficiente para sentir a respiração forte bater em seu rosto coberto de olheiras.

– Eu te amei e ainda amo tanto. – Jackie argumenta passando as mãos pelo rosto de Diego, o acariciando. – Mas você se tornou alguém tão obsessivo e cheio de si que até perdeu Violetta.

Diego levantou-se rapidamente e bruscamente ao ouvir aquelas palavras saindo da boca de Jackie. Odiava saber que sempre perdia seus amores por sua própria culpa, pelo seu comportamento infantil e insano. Ele não sabia controlar o amor, e isso o fazia muito mal.

– E o que você sabe sobre perder quem ama Jackie? - A encarou.

– Sei o suficiente... - Suspirou pesado. - Eu te perdi não foi? - Levantou-se também. - Por culpa de uma doença...

– Isso não é verdade, eu não te deixei por causa da doença... foi porque... - Foi interrompido.

– Não tente enganar a si mesmo. - Balançou a cabeça. - Você me deixou sim por culpa da doença, pois não sabia como lidar com a minha situação. E se acha que fiquei chateada está enganado, eu te entendo... eu te amo...

– Não entendo como consegue me amar depois de tudo que já lhe causei Jackeline. - A fitou confuso. - E-eu só te fiz mal.

– Não, você me mostrou que posso superar barreiras... - Sorriu fraco.

Por um instante pensou em abraçar a secretaria, que além de tudo nunca o abandonara, sempre esteve ao seu lado mesmo a tratando mal. Jackie sempre fora sua melhor e unica amiga, ela o amava. Mas o momento de gratidão passou quando escutou alguém batendo em sua porta, umas das enfermeiras.

– Doutor, a paciente Violetta Castillo está passando mal, precisamos de sua ajuda. - Disse ofegante como se corresse pelos corredores.

Em um ato disperso Diego correu para fora de sua sala em direção ao quarto da amada, deixando quem realmente lhe amava para trás.

Assim que Diego adentrou no quarto sentiu o forte cheiro de vômito e sangue. Duas coisas que definitivamente seu corpo não conseguia lidar muito bem. Seus olhos vagaram pelo cômodo escuro encontrando Violetta curvada sobre o chão frio de madeira, seu corpo tremendo e seus olhos úmidos devido às lágrimas que caíam de seu rosto pálido.

Ajoelhou-se a sua frente, afastando os cabelos molhados de sua testa suada e levantou seu queixo. Uma cicatriz recém-cortada reluzia em sua bochecha coberta de sangue.

Alguém estivera ali naquela noite e com certeza planejava algum tipo de morte a Violetta. Diego olhou para trás encontrando Jackie com desapontamento nos olhos azuis anis. Não poderia pensar nela naquele momento. A vida de Violetta corria um grande risco.

Tomou forças e pegou o pequeno corpo da garota em seus braços, parecia mil vezes mais leve do que na semana passada. Talvez estivesse realmente doente e com uma profunda anemia. Respirou fundo tentando afastar aquela ideia da cabeça e andaram em direção as escadas da sala principal.

Deitou Violetta na maca e percebeu os espasmos que o corpo da garota estava tomando. Ela acabaria morrendo se uma medida rápida não fosse tomada. Diego não sabia o que fazer, jamais vira um caso parecido com o dela.

Abriu a gaveta de medicamentos e tomou a seringa afiada em suas mãos. Injetou o calmante no compartimento e injetou na veia de Violetta. Os olhos da menina se reviraram naquele exato segundo que a seringa perfurou sua pele, sua respiração estava rápida e seu corpo tremia.

Em questão de segundos, os olhos de Violetta focalizaram as luzes brancas do teto e seus olhos se fecharam e seu corpo se estabilizou a tremer, apenas seu coração batia fortemente naquela sala.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam por favor. E claro, façam suas apostas de quem é o suposto assassino. Comentem e nos vemos em breve!



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