Paranoia escrita por Yasmim Rosa


Capítulo 21
Returning the love


Notas iniciais do capítulo

Gente, pedimos mil perdões, na verdade a culpa pela demora é toda minha.
Eu andei muito ocupada por causa da escola, estou estudando o dia inteiro, e também acabei ficando uns dias sem computador, o que dificultou bastante.
Bom, mas voltamos.
Espero que nos desculpe e aí vai o capítulo.

/Yaya



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Diego naquela noite estava disposto a conquistar Violetta de qualquer forma. Por isso resolveu que dormiria no manicômio. Estava em sua sala, sentado na cadeira de couro velha, antigo assento de seu pai. Lembrou-se das poucas palavras que ainda restavam em sua mente sobre aquele velho que ele tanto odiou.

Por mais que seu pai tivesse sido uma das piores pessoas que já conhecera, Diego sabia reconhecer a importância dele em sua vida. Sabia que se não fosse pelo pai, jamais teria seguido a carreira medicinal e jamais teria tantas conquistas como tinha atualmente. Afinal, parte de sua fama era vinda de seu pai, o profissionalismo de qualidade era de família.

Respirou fundo e soltou todo ar acumulado em seus pulmões de uma vez só, parecia se livrar de todo peso. Olhou ara os papeis em sua mesa e bufou. Não havia um dia sequer que ele conseguia ter um folga ou algo do tipo, era trabalho demais.

Pensou em assinar naquele momento todos os documentos ali presentes, mas se lembrou do verdadeiro motivo de passar a noite ali, Violetta. Levantou-se da cadeira deixando tudo de lado, estava pronto pra sair de sua sala, quando um grito ecoou pelo corredor na direção do quarto de sua amada.

Diego correu pelos corredores escuros, batendo em alguns carrinhos de comida que tinha ali, contou mentalmente o numero das portas até encontrar a de Violetta, a abriu rapidamente, vislumbrando Jackie com uma faca na mão, seus olhos esbanjavam raiva, ela queria matar a menina assim como Léon morreu.

– Você esta louca? - Perguntou Diego tentando manter a voz calma, em seguida olhando para Violetta que estava com uma expressão perdida.

– Deve ser por isso que eu trabalho aqui, apenas loucos vivem aqui. - Riu ela diabolicamente. - Você não terá a Violetta, você terá somente a mim! - Gritou apontando novamente a faca a Violetta.

Aconteceu rápido demais, a olhos humanos aquilo não passaria de um borrão de cores no meio da escuridão, Jackie puxou Violetta pelo braço, mirando a faca ao seu pescoço, antes que pudesse afundar a faca de vez no ligar desejado, Diego a empurrou com força á fazendo cair com tudo no chão, a faca escapou de suas mãos, caindo em cheio em seu braço esquerdo perfurando a pele branca e macia.

Um grito forte ecoou pelo quarto, Diego de olhos arregalados e assustado por ter sido o culpado por aquilo, Violetta caída no chão, tremendo e respirando com dificuldade, tudo aquilo parecia ser um pesadelo pelo qual ninguém conseguia acordar.

Jackie se levantou, passando as mãos pelo corte profundo em seu braço, o sangue escorreu entre seus dedos, pingando sobre o piso de madeira, Violetta olhou horrorizada, se lembrando de Léon, então a escuridão tomou conta de sua visão e ela se deixou levar por ela.

[...]

Abriu os olhos com dificuldade, a claridade do quarto era muito forte e sua visão não suportava. Piscou varias vezes até se dar conta de onde estava e então avistou Diego sentado na poltrona ao lado de sua cama. Ele dormia calmamente, sua respiração estava leve, o local estava tão silencioso que era possível escutar os batimentos de ambos.

Levantou-se da cama com cuidado para não fazer barulho, não queria acordar Diego. Viu que o chão de madeira ainda estava manchado de sangue, sangue de Jackie. De repente aquela cena voltou a sua mente fazendo-a sentir uma forte dor na cabeça. Tentou conter o gemido de dor, mas ele escapou de sua garganta. Caiu na cama novamente e tentou não desmaiar, estava tonta.

O médico que dormia ao seu lado acordou assustado com o barulho e a fitou preocupado. Correu até a cama tentando ajudá-la, mas Violetta já chorava. Sua cabeça doía demais, ela não suportava.

– Calma Violetta, ta tudo bem! – A abraçou tentando conter os soluços da menina.

– Ela tentou me matar Diego... – Sua voz estava fraca.

– Sim, mas ela já se foi. Calma só estamos nós dois aqui. – Acariciou seus cabelos que estavam crescendo novamente.

– E se ela voltar? – Encarou seus olhos marejados.

– Ela não vai voltar, eu não vou deixar! – Suspirou pesado, beijou a testa da menina e a apertou mais em si.

– Eu... não entendo... por que ela fez aquilo?

– Ela sabe que eu te amo. – Sorriu fraco. – Você precisa comer. – Se levantou. – Vou buscar seu café e... os remédios. – Olhou para o relógio no pulso. – Já volto. – Saiu do quarto deixando-a sozinha novamente.

Violetta se encolheu na cama e abraçou suas pernas. Abaixou a cabeça e tentou conter as lágrimas, mas não conseguiu. Em segundos elas já rolavam em seu rosto sem limites. Uma dor apertou seu peito e a fez fiz ser ar, não conseguia respirar. As lembranças da noite passada a faziam temer por estar ai.

O pesadelo com a morte de León a intrigava cada vez mais, ela conhecia aquelas risadas que ouviu, mas não sabia distinguir de quem eram. Ver seu amado morto aos seus pés mesmo em um sonho a machucava. Acabou se lembrando de quando acordou do pesadelo e se deparou com Jackie quase a matando. Por um instante ela desejou a morta, pelo menos poderia estar ao lado de León novamente.

Diego andava pelos corredores com calma, prevendo que precisava logo de um novo enfermeiro para Violetta, ele estava se atarefando demais com ela, mesmo que quisesse cuidar somente dela, outros pacientes o esperavam e precisavam de tantos cuidados como Violetta. Como de costume, Lucas veio à mente dele, Violetta sentia falta dele, mas podia se perceber que aos poucos aquela saudade estava diminuindo.

Entrou na copa pegando uma badeja e colocando as comidas e os remédios juntos, seguiu para o corredor frio até o quarto de Violetta, quando entrou viu ela sentada na janela como de costume, olhando para fora e provavelmente pensando em Léon.

– Trouxe sua comida. - Diego disse colocando a bandeja em cima da mesa. - Você precisa comer.

Violetta não disse nada, apenas se levantou em um impulso fraco indo em direção a mesa e pegando o pequeno pote que continha a salada de frutas, o comeu em silencio, as frutas descendo rasgando em sua garganta devida à falta de fome e a dor agonizante em seu peito.

Diego a observava sem dizer nada, pensando se deveria dizer que não poderia mais estar tanto tempo com ela.

– Violetta. - Chamou, despertando a atenção da garota.

– Sim? - Perguntou doce com o garfo na mão.

– Você sabe que Lucas foi embora, e que eu me responsabilizei por você todo esse tempo, mas minha carga horária não pode ser exclusivamente sua. – Suspirou. - Por isso eu vou contratar um novo enfermeiro para você, nem que seja apenas para o período da tarde e noite.

Violetta bufou, irritava com a atitude dele, se recordando dos olhos castanhos que ela sentia falta. - não como sentia dos olhos verdes. -, mas Lucas era quem deveria cuidar dela, ninguém poderia ocupar o seu lugar.

– Quero Lucas de volta.

– Eu já disse que não o trarei novamente aqui. – Respirou fundo tentando se controlar, sentia raiva toda vez que o nome dele era mencionado. – Ele foi demitido.

– Eu não vou aceitar outro enfermeiro, quero ele, somente ele. – Deixou de lado a comida e se levantou ficando cara a cara com o medico.

– Eu já disse que não Violetta! – Alterou a voz. – A autoridade aqui sou eu, e não vou trazê-lo de volta, me obedeça!

– Não Diego, não! – Gritou desesperada e empurrou o medico.

– Você precisa se acalmar Violetta. – A segurou pelo braço. – Tome seus remédios e vá descansar, deixa que eu resolvo isso.

– Viu? Só Lucas me entende! – Se soltou. – Até você está dizendo que estou louca. – Derrubou a bandeja da mesa. – Ele era o único que sabia o que eu sentia, o que eu passava.

– Eu não disse que está louca, só pedi pra tomar seus remédios e se aclamar. – A segurou novamente com mais força apertando seu braço.

– Me solta. – Começou a chorar.

– Fica sozinha então Violetta, mas saiba que nada do que você fizar vai trazer os dois novamente! – A soltou fazendo-a cair no chão. – Entenda que León morreu e Lucas foi embora! – Saiu do quarto batendo a porta.

Violetta gritou tentando controlas as lagrimas que caiam sobre seu rosto, vontade tinha de sair dali, mas sabia no fundo que mesmo que tentasse não conseguiria, as tentativas antigas comprovavam isso, ela tinha que sair dali por conta de seu pai, sendo assim ninguém além dele a tiraria daquele inferno.

Levantou-se tentando sair dali, seu corpo parecia não corresponder aos seus comandos, abriu a porta e viu o corredor com pouco movimento, seguindo assim para fora dali, nem que fosse por pouco tempo, as pessoas que ali passavam nem parecia perceber sua presença, o que ela agradeceu, pelo menos um pouco de paz.

Saiu do local encontrando a grama macia e o vento forte que sempre bagunçava seus cabelos, sabia para onde iria, para o local que sempre a acalmava, onde se encontrava com Lucas as vezes, andou sozinha, escutando as sapatilhas verdes amassarem as folha secas que haviam caído. Avistou o banco e sentou, sentindo as lagrimas caindo sobre seu rosto novamente, a dor da perda.

– Violetta? - Disse alguém surpreso.

Violetta olhou para trás de relance, encontrando o par de olhos castanhos e roupas engomadas que ela tanto sentia falta.

Lucas.

– L-Lucas? – Disse não crendo de sua presença. O mesmo abriu os braços sem dizer nada com um sorriso largo no rosto, parecia estar muito feliz. Ela correu desesperada aos braços dele, precisava de Lucas e ele estava ali.

– Voltei... – Sussurrou em seu ouvido enquanto acaricia o rosto angelical da menina.

– Lucas você não pode entrar aqui, se o Diego te ver ele te mata. – Disse desesperada, seu medo de perdê-lo era muito grande.

– Calma meu amor, ele sabe que eu estou aqui... – Enxugou as lagrimas dela.

– Como? Mas ele disse que...

– Ele me recontratou... – Sorriu calmamente.


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Notas finais do capítulo

Tan tan tan... e ai? Gostaram da volta do Lucas?
Vocês terão muitas surpresas nos próximos capítulo, eles são muito decisivos u.u
Merecemos nossos dignos Reviews, porque sem eles a gente fica triste!
Prometo que não vamos mais demorar tanto pra postar!
Bjus