Another escrita por chocolatte


Capítulo 2
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Edward's POV

Estava entrando na escola. Indo para o jardim, quando vejo Isabella, sentada em dos bancos que tem por lá. Estava fitando o chão.

– Ei! - disse para ela. Ela levantou a cabeça e me olhou.

– Por quê? - se levantou. - Está tudo bem para você?

– Bom...

E do nada começou a ventar muito. Fazendo as pétalas das Rosas-Amarelas dançarem pelo vento, e o cabelo negro de Isabella, voar.

– Você deveria ter cuidado. - alertou. - Já pode ter começado.

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– O que é isso? - Sra. Anne perguntou.

– Hum, é um limão. - disse Jasper.

– Isso é um limão?

– É "O Grito do Limão".

– Tem certeza de que quer desenhá-lo assim? - Sra. Anne perguntou.

– É assim que o limão se parece para mim. - Sra. Anne suspirou.

– Não está de acordo com o objetivo da aula de Artes... Mas acho que tudo bem. Mas, mesmo assim, acho que deveria guardar essas coisas para o clube de arte.

– Certo. Sinto muito.

– Não se desculpe. - disse calmamente. - Vá em frente e termine.

Ela vai para outra mesa. Pergunto para Jasper:

– Você é fã de Edvard Munch?

– Sim, de certa forma. - respondeu.

– Jasper certamente tem um estilo próprio de desenhar. - disse Angela.

– O limão está gritando? - pergunto.

– Não, na realidade, quem está gritando é o mundo. - respondeu Jasper. - O limão está tampando os ouvidos, porque está aterrorizado com o som.

– Então você está no clube de arte, não é mesmo? - lhe pergunto.

– Sim. Ele reabriu este ano.

– Planeja entrar em algum clube, Edward? - Angela pergunta.

– Hmm... Não decidi ainda.

– Estaria interessado em entrar no clube de arte? - Jasper pergunta.

– Eu?

– Sim, quer dizer...

– O que está desenhando, Emmett? - pergunta Sra. Anne.

– Uma maçã. - disse sorrindo.

– Maçãs não tem braços e pernas. - disse, séria.

– É assim que as maçãs se parecem para mim. - disse convicto.

– Pare de brincadeiras!

– Estou meio interessado... - falei, para Jasper.

Depois de um pausa, pergunta:

– Ei, o que você acha da Sra. Anne?

– Não tenho certeza de como devo responder a essa pergunta. - falo.

– Acho que é compreensível. É.

Olho para o redor da sala, mas não encontro ela.

Ela não está aqui? - pergunto.

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A aula havia acabado. Estava Jasper e eu, andando pelo corredor.

– Olhar para "O Grito" de Munch não te deixa assustado, ou apreensivo? - pergunto.

– Apreensivo? - repete. - Sim. Me sinto apreensivo sobre tudo. - faz uma pausa. - A Pintura extrai essa emoção. É por isso que gosto dela.

– Gosta dela por que te deixa apreensivo?

– Não pode fazer bem algum fingir que não vê o que está acontecendo. Eu acho... Que isso vale para todos.

Escuto passos, e alguém fala:

– E aí, Edward! - disse Emmett. - Estão falando sobre a Sra. Anne? Me incluam nessa!

– Infelizmente para você, estávanmos falando de algo um pouco mais sombrio.

– O que quer dizer com algo mais sombrio? - pergunta, sério.

– O sentimento de apreensão que assola o mundo. - respondi. Ele riu.

– O que isso quer dizer?

– Nunca se sentiu assim?

– Claro que sim! - afirmou. - Tipo, quando finalmente fui para o último ano e acabei vindo para a amaldiçoada sala 3... - se interrompeu, como se não devesse falar sobre isso. - Ouça, Edward... Eu queria te dizer uma coisa desde ontem.

– Não acha que é uma péssima ideia? - Jasper o interrompeu.

– Bom, talvez, mas...

– O que... - comecei, mas me interrompi. Pela fresta ta porta, enxerguei Isabella, sentada com seus bloco de desenhos nas mãos.

– O que foi? - Emmett perguntou.

– Nada. Preciso ir. - e fui em direção a sala em que Isabella estava.

– Ei, Edward! - disse Emmett.

– Isso não é... - começou Jasper. Entrei e fechei a porta atrás de mim.

– Olá... - falei.

Ela olhou para mim por alguns segundos, e depois voltar a olhar o bloco. Estavamos dentro da biblioteca, as luzes estavam piscando. Fui até ela e vi o que estava fazendo.

– Tudo bem fazer aquilo? - perguntou.

– Fazer o quê?

– Eles não tentaram te parar?

– Acho que não. - respondi, calmamente. - O que está desenhando? Está se baseando em algum modelo? - estava desenhando uma menina, bem perecida com ela. - Ou simplesmente inventou?

– Os dois, eu acho. No final, darei a ela asas enormes.

– Ela é um anjo? - pergunto.

– Quem sabe? - abaixou bloco.

– O que estava fazendo parada na chuva ontem?

– Eu não odeio a chuva. - afirmou. - A minha preferida é a chuva gelada que cai no inverno, pouco antes de se tornar neve.

– Qual o problema do seu olho esquerdo? - perguntei. - Você usa esse tapa-olho desde que a encontrei no hospital.

– Quer saber?

– Se não quiser me contar, por mim tudo bem. - falei, um pouco nervoso.

– Então não vou.

O sinal tocou, anunciando a volta das aulas.

– Você deveria voltar para a sala. - disse um homem um pouco velho, moreno. - É a primeira vez que o vejo.

– Me chamo Edward Cullen, da sala 3 do 4º ano. - disse. - Acabo de me tranferir para cá.

– Me chamo Aro, sou o bibliotecário. - se apresentou. - Você é bem-vindo para vir aqui quando quiser, mas deveria ir embora agora.

Olho para Isabella, ela não vaim para a sala?

– Certo.

Olho para Isabella mais uma vez. Não sei por que hesitava tanto em deixa-lá.

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– Carm, por quê? - disse, meu papagaio. - Carm.

– Aro, né? - Carmen perguntou.

– Tenho certeza que esse era o nome dele. Ele agia como se fosse o dono do pedaço.

– Dá essa impressão, não é mesmo? O rei da biblioteca. - fez uma pausa. - Antissocial, sempre de preto, a maioria de nós garotas sentia calafrios só de pensar nele. - afirmou. - Ele disse alguma coisa para você?

– Não.

– Certo.

– A biblioteca auxiliar sempre foi naquela sala?

– Sim. Mas só se tornou a biblioteca auxiliar depois da conclusão do novo prédio. Aliás, Edward, vai entrar em algum clube?

– Bom... Na verdade, recebi um convite do clube de artes, hoje.

– Você gosta de arte?

– Me interessa um pouco. - afirmei. - Mas não sou muito bom em desenhar. Mesmo assim... Hmm, eu nunca disse isso para ninguém antes, mas... Se possível, gostaria de ir para uma boa escola de artes.

– Sério? Isso é novidade para mim! - ficou um pouco surpresa.

– Gostaria de estudar escultura e entalhe. Parece loucura? - cruzou os braços e disse:

– Em primeiro lugar, seu pai, sem dúvida alguma, vai ser contra. Segundo, mesmo que você se forme, não terá nenhuma habilidade comercializável. Talento é um requisito básico, é claro, mas sem ter sorte, provavelmente vai falhar. - fiquei um pouco desanimado. - Mas se é isso que quer fazer, deveria ao menos, tentar. É patético desistir de algo sem nem mesmo ter tentado.

– Patético? - pergunto.

– Sim. É importante, não é? Sentir-se bem ou patético aos seus próprios olhos.

– Você acha?

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Estava no hospital. Estava muito muito escuro, e o elevador fazia um barulho horrivel e assustador. Estava andando até a recepção, para falar com Alice.

– Edward! - disse ela.

Fomos para a lanchonete do hospital. Alice tem 25 anos, ou seja, 7 anos mais velha que eu.

– Desculpe. Estamos sempre muito ocupados durante o dia. - Alice falou.

– Está tudo bemeu estar aqui? - perguntei.

– Sim, está totalmente bem.

Colocou um copo com refrigerante em cima da mesa, que estava sentado.

– Obrigado.

– Me diga, o que anda lendo? - perguntou, com uma expressão séria. Ri.

– O autor que você me recomendou: John Saul.

– Se pelo menos eu pudesse fazer os meus colegas de trabalho lerem os livros dele... Mas não foi para falar disso que você veio aqui, não é?

– Não. Tem uma coisa que quero te perguntar. Na segunda-feira passada, sabe se uma garota morreu no hospital?

– Segunda passada? Você ainda estava aqui, não estava? Por quê?

– Aconteceu uma coisa, que me fez ficar pensando.

– Sinto que você tem um motivo para isso. - fez uma pausa. - Não morreu ninguém entre os pacientes que eu estava cuidando.

– Então, mudando de assunto... Você viu uma garota usando calça jeans, all star, preta, em alguma das alas naquele dia?

– Uma garota, de novo?

– Também usava blazer azul, cabelo escuro e um tapa-olho no olho esquerdo.

– Um tapa-olho? Uma paciente da oftalmologia? - perguntou. - Espere aí!

– Você a viu?

– Não. Mas uma garota que morreu... Pode ter havido uma.

– Sério?

– É possível. Pelo menos, acho que era uma garota. Ouvi alguém dizer que uma paciente jovem morreu.

– Qual era o nome da paciente? - perguntei.

– Quer que eu descubra para você?

– Consegue?

– Claro, posso me informar. - disse animada. - Se eu souber de algo, ligo para o seu celular.

– Sei que já perguntei, mas está tudo bem mesmo você fazer isso?

– Diremos que estava preocupado com uma colega de sala. - na verdade, estava mesmo, um pouco preocupado com Isabella. - Parece ter um bom motivo para querer saber. Mas em troca, vai ter que me dizer o motivo um dia desses. Entendeu, amante do terror?

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Estavamos na escola. Na aula de Ideogramas Japoneses.

– Como todos sabem, "haiku" é um tipo de poesia de forma fixa que consiste de dezessete sílabas, divididas em linhas de cinco, sete e cinco. No entanto, o termo "haiku" é relativamente novo. O nome foi cunhado aproximadamente cem anos atrás por um homem chamado Shiki Masaoka.

Olho para a classe de Isabella, e a vejo vazia. Ela não veio hoje.

– Antes disso, os poemas eram chamados de "haikai".

Olho para frente, e vejo Rosalie, me fitando, com o semblante de raiva.

– Há três regras importantes para compor o"haiku". - continuou o professor.

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Já estava na hora de ir embora. Estavmos pegando nossas coisas nos armarios.

– Edward. - disse Angela, ao aldo de Rosalie. - Está indo para casa?

– Tem um minuto? - Rosalie perguntou.

Andamos até a entrada da escola, e Rosalie começou a falar.

– Então você nasceu no Hospital de Forks.

– Minha família se mudou para Nova York logo em seguida.

– E morou em Nova York desde então? - perguntou.

– Sim.

– Chegou a voltar para visitar a cidade?

– Minha mãe morreu logo após o parto, então, não muito. - falei.

– Entendo.

– Por que a pergunta?

– Tenho a sensação de que já o vi antes. Em algum lugar.

– Talvez esteja me confundindo com alguém.

– Em parte, é por isso que quis perguntar. - Rosalie falou. - Que irritante. - murmurou.

– Hmm? - fiquei confuso.

– Ah, sinto muito. Não me referia a você. - disse. - É irritante que eu não consiga me lembrar com clareza.

– Não deixe isso te aborrecer. - disse Angela, preocupada.

– Faz parte de ser a chefe de medidas preventivas. Tenho que fazer um bom trabalho.

– O que exatamente a chefe de medidas preventivas faz? - perguntei.

Me olharam confusos, como se tivesse perdido alguma informação.

– Estou a cargo do planejamento e execução de medidas preventivas para proteger a sala.

– Proteger a sala? - agora realmente estava confuso. - Planejamento? Execução?

– Quero ter certeza que entende a situação na qual a sala 3 está, e as regras que devemos seguir.

– Rosalie! - disse Angela, chamando sua atenção.

– O quê? - perguntou.

– Espere um momento... - disse Angela. - Na verdade... - e começa a falar baixo. De uma forma que não dá para ouvir.

Vejo Isabella, andando, saindo da escola.

– O quê? - disse, Rosalie, maios séria. - Francamente, perco um dia de colégio, e isso é que acontece?!

– Até mais. - disse, indo embora, querendo falar com Isabella.

Fui seguindo-a. Até que entrou em uma rua estreita, e a perdi de vista. Fui seguindo reto, até que encontrei uma loja: "Os Olhos Azuis Vazios de Forks no Crepúsculo".

– O que é isso? - digo, para mim mesmo. Parecia ao mesmo tempo, uma casa, com dois andares.

Vejo outra placa, escrito: "Sinta-se á vontade para entrar. Estúdio S.". Fui olhar a vitrine, e encontro uma boneca, de tamanho humano, pálida. Muito bonita, com cabelos ondulados, uma expressão um pouco triste. Um vestido preto sem alças, com babados vermelhos no decote e acima da cintura, e com um laço roxo na cintura.

Meu celular toca, em meu bolso. Atendo ele.

Edward Cullen?

– Alice?

Sobre o que falamos da outra vez. Eu descobri. – engoli seco. - Me disseram que foi uma garota do ensino médio.– arregalei os olhos, de susto. - Pelo que soube, ela era filha única, então seus pais ficaram arrasados.

– E o nome dela? Qual era o nome da garota?

Sei somente o sobrenome, mas...

– Sim?

Acho que era Swan, ou Swun. Algo assim. Ouvi por cima, então não tenho certeza se... – a ligação falhou, e caiu.

Resolvi entrar na loja. Quando entrei, me deparei com várias outras bonecas, muito bonitas também.

– Bem-vindo. - disse uma senhora, atrás do balcão. - Ora, ora, é no mínimo incomum ver um garoto da sua idade aqui. Você é um freguês? Ou talvez...

– Olá. - falei. - Hum, isso é uma loja, não é mesmo?

– Você é estudante do ensino médio?

– Sim, do Forks High School.

– Nesse caso, vou te cobrar somente meia entrada. - mostra uma placa pequena, escrito: "Entrada: 6 doláres".

– Essa é um a loja de bonecas? - pergunto.

– Mais ou menos. Também vendo, mas não a preços que um garoto do ensino médio possa pagar. Mas, por favor, fique á vontade para olhar. - fez uma pausa. - Não tenho nenhum outro freguês. Posso servir um chá também, se você quiser.

– Obrigado, mas não quero chá.

– Tudo bem. Aproveite a visita então.

Ando pela loja, e vejo uma boneca loira, palida, assim como as outras, deitada em um caixão de vidro e vestida com um vestido branco. Depois vejo outra boneca, com cabelos verdes, sentada e com vestido laranja. Todas as bonecas daqui aparentam ter um olhar bem triste.

Vejo outra placa, indicando que continuava a loja, no porão. Desci. Quando chego, encontro várias bonecas, amontoadas. A grande maioria, desmontada.

Andando, encontro um caixão aberto, com uma boneca dentro. Vou até ali e vejo a boneca. Ela era idêntica à Isabella. A boneca era linda, assim como ela. Tinha a pele pálida e olhos verdes. Estava com um vestido azul, com babados brancos no decote. E segurava um Rosa.

– Isso é... - começo a falar. - Isabella? Por que está aqui?

– Hã? - escuto uma voz atrás de mim. - Então você não odeia esse tipo de coisa? - pergunta.

Por alguns seundos, cheguei a acreditar que a boneca falava comigo. Era a voz de Isabella.

– Por que está aqui? - perguntou. E Isabella saiu de trás de uma cortina. - Por quê? - esperou eu responder. Como não disse nada, falou - Eu não estava me escondendo porque queria surpreendê-lo. Foi obra do acaso você ter vindo, enquando eu estava aqui. - se vira para a boneca e pergunta - Acha que se parece comigo?

– Sim...

– Parece, não é? - ela pega o rosto da boneca,nas mãos. - Mas somente metade. - tirou as mechas de cabelo que caiam no olho esquerdo. - Talvez menos que isso.

– Por que está aqui? - lhe perguntei.

– Não odeio essas coisas. - afirmou. E olhou para mim. - E por que está aqui, Edward?

– Bom, hum... - pareceria estranho se dissesse que estava seguindo ela? - Eu estava andando por aí, e... Quer dizer, não conheço bem essa cidade ainda, e quando vi esse lugar fiquei curioso. - somente a última parte era verdade.

– Entendo. Algumas pessoas dizem que bonecas como essas são assustadoras. Mas não acha isso, não é?

– Não.

– Essas duas são as minhas preferidas. - apontou duas bonecas, na prateleira, na parede. Um tinha cabelo rosa, e outra azul. Estava coladas, como gêmeas siamesas. - O rosto delas parece tão sereno. - comentou. - É estranho para mim que elas pareçam tão calmas, mesmo estando desse jeito.

– Mas e se for por estarem assim que elas estão calmas? - perguntei.

– Impossível. Faria mais sentido para elas estarem calmas se estivessem separadas. - virou de volta para mim. - Devo mostrar? - perguntou. - Devo te mostrar... O que está debaixo desse tapa-olho? - tocou no tapa-olho.

Começou tirando ele. Quando vi seu olho esquerdo, a primeira coisa que fiz, foi ficar chocado.


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