Os Interceptados escrita por Letícia Barbosa


Capítulo 4
Você pode jogar sua coroa no chão


Notas iniciais do capítulo

Escrito ao som de : Sleigh Bells - crown on the ground



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Se a poeira de medo e fúria dentro daquele elevador pudesse entrara em fusão, com certeza tudo ali explodiria. 

As portas de ferro se abriram e o porão - ou sala de treinamento - lhes deu "olá".

O porão era uma área ampla que correspondia ao metro quadrado  da cada de gelo, foi idealizado e projetado três anos depois dos meninos serem encomendados.A construção dessa base estava pronta antes mesmo da casa acima do solo ter sido decorada. Este lugar serviria como um tipo de campo para treinamento militar, afinal de contar essas "crianças" tinham um trabalho, e o realizavam  com destreza desde seus respectivos 15 anos. Alguns bacos aqui, outras invasões a museus alí, uma ameaça a alguém que estava fazendo algum alarde ao seu criador... esse tipo de coisa.

Todos os dias da semana - ou quase todos - lhes era proposta alguma atividade didática, normalmente eles treinavam algum tipo de luta ou faziam plantas e hackeavan o sistema de algumas empresas, só para passar o tédio.

De começo o escuro, depois as luzes o enorme alpão acenderam, o lugar tinha cordas penduradas do teto até o chão acolchoado, traves, pinos - isso só na parte aeróbica.  No meio um ringue de box e ao lado um armário com luvas e botas com os quimonos da luta branca ao lado. 

Toda via, no fundo do hangar era que a coisa ficava divertida, gavetas e mais gavetas de lâminas, espadas, punhais e canivetes; ao lado desse arsenal os rifles, espingardas, pistolas com seus silenciadores, revolveres e metralhadoras.

- Vocês, provavelmente devem ter percebido que a hora de executarem o trabalho principal se aproxima... Então, nesse meses que vão se seguir eu exito total, e absoluta disciplina. E obviamente pontualidade, os seus treinamentos serão muito mais intensivos do que antes, e eu não tolerarei erros.- Victor se dirige ao lado leste da sala, pega uma mesa cheia de peças em sua superfície e a arrasta para perto de seus filhos.

- Meritre, você é péssima com o manuseio de armar de fogo, porém, excepcional com a branca... mas nem sempre você vai ter a chance de estar tão perto do seu alvo... então vamos começar do básico com você.- O senhor ordena que seus outros dois filhos peguem duas cadeiras e as posicione uma em casa ponta da mesa, pai e filha sentam-se nas extremidades.

- A sua frente você tem peças de uma AK 47, eu só quero que monte-a em 5 minutos-

- Tudo bem... acho que consigo- Ela olha para seus irmãos em busca de apoio, mas não o encontra, só os vê sérios e impassíveis.

- Meu anjo, você estará vendada, se não conseguir cumprir a tarefa no tempo determinado... vou ser bem... criativo ? Acho que essa seria a palavra... Serei bem criativo no seu castigo. - Victor se levanta de sua cadeira e atravessa a distancia, amarra firmemente um lenço dos olhos da filha.

- Não está vendo nada, esta? - Pergunta o pai

- Não.- A pulsação de Meritre podia ser ouvida a quadras de distância. 

Para se assegurar de que a filha falava a verdade, sorrateiramente, Victor pega um punhal no cós da calça e deixa a ponta do mesmo a poucos centímetros dos lábios da garota.

- Não vê nada ? -

- Não!-

- Então vamos começar- pega um cronômetro no bolso- quando você estiver pronta, querida. -

As mãos de Meritre tremiam, ela não sabia ao certo por onde começar o trabalho, pairou as mãos suadas sob as peças e respirou fundo, mapeou sua mente e montou a sequencia de posicionamento das peças em sua cabeça. 

- Pode ir em 3, 2, 1 - 

Click.

O tempo começa a correr...

Uma peça, duas, mais um clique. Meritre põe algumas peças pequenas na boca e sempre mapeando sua cabeça.

Set e Hans se encaram ansiosos. 

De repente o braço de Meritre bate em um cano e ele voa e se arrasta pelo chão, a menina gela e Set corre para buscar o objeto, porém seu pai o impede. 

- Se nós estivéssemos no meio de um tiroteio você não se arriscaria assim. Deixe-a sozinha garoto!-

A garota se ajoelha no chão e começa a engatinhar em busca no cano, um minuto a busca lhe deixa distante de cumprir a tarefa. Ela corre de volta para a mesa, faz mais alguns ajustes e nos seus últimos trinta segundos de tempo tira a venda, engatilha a arma e a aponta para o pai, o encarando com um ar triunfante.

- Boa menina, ainda faltam alguns segundos para testar estar arma - 

Meritre ajusta sua mira para o centro da testa de Victor.

- Quer mesmo arriscar ? Quer que eu teste? -

Victor sorri brandamente, toca sua testa com o dedo indicador - Bem aqui amor, vamos...- 


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