Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 29
Suposta substituta


Notas iniciais do capítulo

Temos muito a dizer nas notas.
Para começar, gostaríamos de agradecer a linda recomendação que recebemos. Giovanna Lu, muito obrigada! Nosso dia ficou muito mais feliz depois que lemos sua recomendação maravilhosa! E olha que era uma segunda-feira!
Agora, sobre os comentários que recebemos nos últimos capítulos (temos 98 comentários, quase 100). Muito obrigada ao ArturM e a SophieAdler, que vêm comentando desde o começo, e a Natália, que está sumida mas continuamos mantendo contato com ela (por MP). Também agradecemos a Laís Pierce, que faz ótimos comentários. Aos novos leitores (Mrs Padfoot e Isabela Auditore) e, novamente, a Giovanna que criou uma conta só para comentar a história. Muito obrigada a todos! Vocês são os melhores leitores do mundo! Além disso, já ultrapassamos as 2000 visualizações!
Sobre o GAME, infelizmente, ninguém acertou. Na verdade, Gabriela e Avery tinham o mesmo número de gifs, mas isso não foi combinado.
Esse não ficou tão grande, mas é uma iniciação para futuros acontecimentos. Já temos alguns capítulos prontos (estamos escrevendo o 32), porém vamos estocar um pouco e o próximo só virá no meio da semana.
Boa leitura!



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*Narrado por Gabriela Hopper

– Então, o que aconteceu com ela? – Karen perguntou. – A Sarah.

– Bem... Sarah estava grávida. O marido, ou melhor, o ex-marido dela chutou-a diversas vezes e a deixou para ser comida por um errante.

– Bem Nero... – Sasha comentou. Além dela e de Karen, também estavam lá Daryl e Ryan.

– Nossa! Isso é terrível! Até mesmo para o Governador e seus capangas! – Karen comentou horrorizada. Daryl pareceu meio ressentido com o comentário, mas não falou nada.

– Governador? Quem é Governador? – perguntei confusa. Poderia ser uma autoridade ainda viva.

– Um homem que comandava uma comunidade não muito longe daqui. Um louco que se intitulava Governador. Matou metade da comunidade. Ty, Karen, Ryan, eu e outras pessoas daqui éramos de lá – Sasha esclareceu.

Voltamos a trabalhar enquanto eu pensava sobre esse Governador. Eu não sabia quem ele era, mas agora sabia o que havia feito. A impressão que Sasha e Karen me passaram era de uma pessoa terrível, mas eu não tinha uma opinião sobre ele, nem poderia ter, afinal, eu não o conheci. Daryl continuava meio estranho e não falava nada.

– Acho que acabamos por hoje – ele falou largando sua barra de metal e no chão e saindo. Todos os outros pararam para descansar.

Não havia mais nenhum mordedor na cerca, mas ao fundo eu pude ver umas duas dúzias que começavam a se aproximar. Virei-me e corri atrás de Daryl. Eu precisava saber o que havia o deixado daquele jeito. Fui andando atrás dele até passarmos a última cerca, quando ele se virou bruscamente.

– Por que está me seguindo? – levei alguns segundos para me recuperar do susto.

– Eu queria saber porque você ficou estranho de repente.

– Meu irmão era um dos capangas do Governador. Satisfeita? – depois de despejar as palavras sobre mim, ele se virou e continuou a andar.

– Irmão? – perguntei surpresa enquanto me esforçava para acompanhar seus passos apressados. – Você tem um irmão?

– Não se importe, ele está morto.

– Sinto muito.

– Ele era um idiota.

– Dá para parar de andar e olhar para mim? – perguntei e ele se virou. Por mais que fosse quase que imperceptível decifrar sua expressão, dava para ver que tocar no assunto do irmão o magoava. – Sinto muito tocar nesse assunto, não sabia que...

–Não sabia que eu tinha sentimentos?

– Não! Quer dizer, isso nunca passou pela minha cabeça! Será que não podemos ter uma conversa civilizada pelo menos uma vez? – eu estava praticamente gritando, então resolvi falar um pouco mais baixo na última frase.

– Isso é um conversa.

– Mas não me parece civilizada.

– Quem sabe um dia desses?

– Sinto muito por ter tocado nesse assunto, de verdade – tentei me desculpar antes que ele fosse embora.

– Você já disse isso – ele falou e sorriu antes de se virar e continuar andando, me deixando parada por um bom tempo.

*Narrado por Sarah West

Não conhecia muitas pessoas na prisão, na verdade a única pessoa que eu conhecia de verdade era Gabriela. Eu ainda não sabia como falar com alguém para oferecer meus serviços médicos, sem sabia com quem falar, então planejava procurar Gabriela.

Eu terminava de organizar a minha cela quando ouvi um choro. Fiquei parada por um tempo até notar que era um choro de bebê. Sacudi a cabeça para tentar fazer aquilo passar. Deveria ser uma alucinação ou algo parecido. Eu não queria mais pensar nisso, mas aquele som persistia. Fiquei parada por um longo tempo até me convencer de que aquilo era real. Comecei a seguir o som até em uma cela não muito longe da minha.

Dentro dela havia um garotinho ruivo que fazia caretas. Ele estava de frente para um berço, onde estava o bebê que chorava.

Não consegui resistir e acabei me aproximando. Depois de alguns segundos, o choro cessou e o garoto sorriu.

– Olá – ele disse se voltando para mim. – Você deve ser a Sarah.

– Sim.

– Eu me chamo Scott.

– E o bebê? – perguntei olhando para o interior do berço.

– Essa é a Judith, filha do Rick – fiquei um pouco surpresa com isso.

– E a mãe dela? – foi a única coisa que consegui dizer.

– Pelo que eu sei, ela morreu. Mas isso faz muito tempo, eu não estava aqui na época.

– Você costuma cuidar dela? – resolvi mudar de assunto.

– Não, a Beth faz isso. Ela disse que precisava sair um pouco e eu fiquei aqui olhando ela. Eu adoro bebês.

– Posso? – perguntei me aproximando de Judith e ele assentiu.

Quando estendi os braços para segurá-la, ela continuou parada, olhando para mim. Como eu era uma completa desconhecida para Judith, esperava alguma reação contrária. Ergui a pequena delicadamente e a segurei em meus braços, então ela apoiou sua cabeça em meu ombro. Mesmo com meu corpo dolorido e a mente destruída, eu me sentia bem naquele momento. Em momento algum senti que Judith era uma substituta do meu filho morto, mas estar com ela me dava uma sensação boa.

– Oi – ouvi uma voz atrás de mim. – Vejo que já conheceu a Judith – era uma garota, provavelmente Beth.

– Oi.

– Obrigada por cuidar dela enquanto eu estava fora – ela agradeceu com um sorriso.

– Eu posso segurá-la por mais alguns minutos? – pedi.

– Bem, não são todos que me oferecem isso, então acho que vou aceitar! – ela sorriu novamente. – Se não se incomoda, vou andar um pouco.

– Sem problemas – falei e ela saiu.

– Acho que também vou – Scott falou antes de se retirar, me deixando sozinha com Judith.

Fiquei naquela cela, andando lentamente pelo local enquanto procurava não pensar no que havia acontecido há dias.

*Narrado por Avery Hopper

Carl, Patrick e eu estávamos na biblioteca. Carl havia levado sua coleção de quadrinhos para que pudéssemos ler.

– Acho que os pirralhos não estão por aqui, então podemos ler em paz – ele comentou quando chegamos.

– Você esqueceu de mencionar o Scott. Ele não é um pirralho, só anda com eles – defendi.

– Como quiser.

Peguei uma revista em quadrinhos aleatoriamente. Era a história #66, “Cerco – Parte 1”, do Batman, publicada em 2008. O título me chamou a atenção, então abri e comecei a ler. Eu não entendia quase nada, já que não havia lido as edições anteriores, mas me esforcei para acompanhar a história e me concentrar. Eles já estavam lendo, mas Patrick apresentava certa dificuldade, já que era acostumado a ler livros, então apenas folheava sua história, #65, “Mordida de tubarão”, do mesmo ano da minha.

– Desisto! O que o Batman tem a ver com um tubarão? Pensei que ele fosse tipo um morcego! – ele resmungou.

– Eu não vou nem comentar! – Carl exclamou tampando o rosto com sua história em quadrinhos, #62, “Incrível Hulk”, de 2003 – O que você assistia? Animal Planet? – ele zombou.

– O que vocês têm contra o National Geographic? Aposto que a Ave assistia aqueles filmes de Barbie!

– Como ousa? Eu assistia Caverna do Dragão! – retruquei largando a revistinha na mesa.

– Aquele que nunca acabou? Esse desenho é antigo! – Carl comentou.

– Que sessão nostalgia! Vamos parar com isso? – sugeri. Não havia muitas coisas para se lembrar da minha antiga vida.

– Então vamos fazer o quê? Não vou mais ler isso! – Patrick falou.

– Olha como fala das minhas revistas em quadrinhos! – Carl reclamou. – Que tal vermos a Judy?

– A gente podia cantar “Hey Jude” pra ela! – brinquei. – Seria legal.

– Não é Jude, é Judy! – Carl corrigiu.

– Tanto faz! Uma pessoa pode ter mais de um apelido, por isso vou chamá-la de Jude, como na música.

Saímos da biblioteca carregando os quadrinhos do Carl em direção à cela dele, onde ficava o berço de Judith. Provavelmente ela estava com Beth ou dormindo.

– O que acham da mulher nova? – Patrick resolveu puxar assunto.

– Minha mãe só disse que ela passou por coisas muito difíceis, mas não quis especificar.

– O assunto que rola no meu bloco de celas é que ela sofreu um aborto.

– Isso é sério? – Carl perguntou.

– É só um rumor! Mas não sabemos se é mentira.

Quando chegamos na cela, ficamos parados na porta. Sarah estava lá dentro, de costas para a entrada, e Judith estava em seu colo, e logo se agitou e começou a se remexer no colo de Sarah quando viu o irmão.

– Calma! O que foi? – ela se virou e nos viu. – Oi.

– O que você está fazendo com a minha irmã? – Carl atacou. Eu não consegui entender por que ele estava tão irritado com aquilo.

– Ela é sua irmã? – Sarah perguntou. – Eu pedi para ficar com ela um pouco, e Beth concordou.

– Esquece isso. O Carl é meio louco – Patrick tentou amenizar o clima.

– Agora eu estou aqui e vou pegar a minha irmã – Carl continuou na ofensiva.

– Desculpe pelo incômodo – Sarah disse entregando Judith para Carl, meio constrangida e um pouco vermelha, e se retirou.

– O que foi isso? – perguntei depois que ela havia saído.

– Como assim? O Patrick não disse que ela teve um aborto? Não quero que ela use a Judith para substituir o filho dela!

– Se isso tiver acontecido de verdade, você fez uma coisa pior ainda! O que você acha? Que ela vai pegar a Judith e fugir da prisão?

– Só não quero que ela se apegue – Carl tentou se defender, mas eu continuava a fulminá-lo com os olhos.

– Eu disse que ele era louco! – Patrick me ajudou.

Ficamos brincando com a Judith enquanto eu tentava explicar o que havia acontecido. Várias ideias passaram pela minha cabeça, mas a única que pareceu ter sentido era que ele estava com ciúmes da irmã, e seus argumentos fortificavam a ideia. Para mim isso não fazia muito sentido, já que Beth cuidava de Judith sem que ele reclamasse, mas talvez Carl realmente achasse que Sarah poderia ver Judith como uma substituta do suposto filho que nunca nasceu, mas eu achava isso ridículo.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo também é dedicado a nossa querida Chloë Grace, que fez 17 anos nesse segunda-feira dia 10 e "interpreta" a adorável Avery Hopper.
Estamos muito animadas com a história. Tudo na fic tem um por quê, desde nomes até "intérpretes". Se alguém quiser saber o motivo de algo, é só perguntar. Responderemos com muito prazer.
Então é isso, até o próximo, e não se esqueçam de comentar. Rumo aos 100!