Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 25
Acesso restrito a funcionários


Notas iniciais do capítulo

Conseguimos terminar esse capítulo a tempo, então aqui está. Ele é muito importante para o futuro da fic, e estamos bem animadas sobre ele. Também estamos felizes por ter chegado nessa parte tão especial, que surgiu de uma ideia que tivemos há muito tempo e só agora conseguimos colocá-la.
O nome do capítulo será explicado nele.
Esperamos que gostem!



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*Narrado por Avery Hopper

Já fazia exatamente uma semana que estávamos na prisão, eu já estava acostumada com a rotina e os corredores daquele lugar, que antes me lembravam um labirinto. Com o tempo, eu já conhecia quase todos os moradores da prisão, o que era um bom sinal.

Um fato importante que ocorreu foi a chegada de Michonne. Ela passava alguns tempos fora da prisão à procura de algo que eu não sabia o que era. Michonne era, em minha opinião, mais misteriosa, reservada e durona que Carl e Daryl juntos. Além disso, ela andava a cavalo, o que era bem legal. Uma coisa marcante em sua aparência era os dreads, além de sua inseparável katana, que até parecia fazer parte dela.

Rick havia entrado para o Conselho depois de muita insistência de Hershel. Carl estava feliz por isso, ele gostava de ver seu pai bem. Rick e Carl tinham um relacionamento estranho. Eu não sabia muito sobre isso, já que Carl preferia ser mais reservado sobre esse assunto. No fundo, ele só era um garoto que queria provar para seu pai do que era capaz.

Minha mãe estava melhorando bastante. Ela começava a se enturmar com os moradores e continuava no trabalho da grade, que não me parecia muito agradável, mas ela estava feliz por ajudar. Josh começava a fazer menos falta, o que parecia ser bom.

Enquanto eu pensava no que havia ocorrido nos últimos dias, minha mãe se preparava para sair em uma missão de busca por suprimentos com Rick, Daryl e Sasha.

– Por que você tem que ir mesmo? – perguntei.

– Sasha sugeriu que eu fosse, e me parece uma boa ideia. Além do mais, já estão saindo três membros do Conselho, alguns precisam ficar para tomar conta das coisas.

– Mas tinha que ser você?

– Ave, não precisa se preocupar! Vai ser bom pra me distrair.

– Não acha que está se distraindo de mais?

– Sem crise de ciúmes! – ela disse rindo, como se fosse uma brincadeira.

– Querer ficar com a minha mãe é ciúmes agora? Só não gosto de te imaginar lá fora, com todos aqueles walkers te perseguindo... – senti meus olhos arderem, mas me segurei.

– Eu vou voltar. Enquanto eu estiver fora, lembre-se do colar. Se ele estiver com você, eu também estarei – ela tentou me despreocupar. – Rick, Daryl e Sasha já fizeram isso, eles têm experiência.

– É, eu protejo a sua mãe – Daryl entrou na conversa. – Mas não temos tempo para despedidas longas. Voltaremos logo.

– Só uma pergunta Dixon: quem te chamou na conversa? – minha mãe indagou irritada pela intromissão. Outra coisa que ocorria com frequência eram as discussões dos dois. Daryl achava graça em muitas coisas, mas minha mãe levava tudo a sério.

– Eu só vim avisar que estamos saindo. Pensei que você não gostaria de ser deixada para trás – ele se defendeu.

– Tchau, mãe! – falei abraçando-a antes que ela entrasse no carro e saísse da prisão.

Fiquei observando o veículo enquanto ele afastava. Era impossível não me lembrar daquelas vezes em que ela saiu do parque. De repente, alguém balançou a mão na minha frente, como se quisesse desviar o meu olhar.

– Acorda! – Carl falou e eu sacudi a cabeça. – O que foi?

– Nada, só estou preocupada.

– Normal, mas não precisa – ele tentou me tranquilizar. – Sabe, meu pai faz isso o tempo todo. Sempre saía bancando o heroi e eu ficava. Agora eu já me acostumei com isso, tenho confiança nele. Você precisa ter nela.

– Bem ela já me deu vários motivos para que eu tivesse confiança. A única coisa que posso fazer agora é aguardar e ter fé que tudo vai dar certo.

– Mudando de assunto, a Michonne trouxe alguns gibis para mim, quer ver? Já tenho quase uma coleção.

– Você lê quadrinhos?

– Claro! É bem melhor que ler livros. Pelo menos eu não fico igual ao Patrick.

– Ok, chega Mr. Grimes – falei colocando minhas mãos nos ombros dele e o empurrando para dentro. – Vamos logo ver sua grandiosa coleção.

*Narrado por Gabriela Hopper

Passamos por estradas desertas com alguns walkers pelo caminho. Ficamos em silêncio durante a maioria do percurso, falando apenas do que cada um deveria fazer e das prioridades de busca. Eu estava um pouco nervosa, mas me sentia segura sabendo que aquelas pessoas estavam comigo.

Quando finalmente chegamos ao supermercado, notei que ela era bem grande, mas seria difícil encontrar algo lá, pois ele aparentava já ter sido visitado por outros sobreviventes. Rick ficou do lado de fora, caso houvesse alguma movimentação. Daryl, Sasha e eu entramos no local para procurar algo. Cada um se dirigiu para um local específico, enquanto eu andei pelo local com meu machado em mãos sem procurar nada em especial. As paredes do supermercado eram brancas e as prateleiras eram cinzentas, com um tom meio antigo, e ficavam próximas de alguns canos grossos.

– O que você está procurando? – Daryl perguntou se aproximando.

– O que você está fazendo, Dixon? – retruquei ao notar que ele fumava.

– Fumando! O que mais eu estaria fazendo com um cigarro?

– Dá pra parar? Esse cheiro além de insuportável faz muito mal para a saúde!

– Está preocupada comigo? – ele brincou e eu cruzei os braços.

– Você acabou de me transformar em uma fumante passiva! É tão ruim como fumar de verdade, e a maioria dos fumantes é passivo.

– Me poupe de estatísticas – ele riu.

– Você vai parar? – perguntei voltando ao assunto inicial.

– O que te faz achar que eu pararia?

– Se você não liga para a sua saúde, pelo menos devia se importar com os outros. Foi você quem veio até mim.

– Os incomodados que se retirem – ele disse dando outra tragada.

Olhei para cima e revirei os olhos antes de sair de lá. Como alguém podia ser tão insuportável quanto ele?

Voltei a andar pelo supermercado até que vi um rastro de sangue no chão. Ele não era recente, mas não deveria ser muito antigo. Com certeza havia um errante lá.

Segui as marcas sabendo que encontraria mais uma daquelas cenas de carnificina ou algo do tipo. Aquilo já parecia natural, mas ainda era horrível de se ver. Quando cheguei ao extremo do supermercado, não vi nada tão horrível quanto esperava. Era apenas um mordedor que lembrava um homem.

Ele estava encostado em uma porta, mas parou de fazer o que estava fazendo quando me aproximei. Antes que ele se levantasse, acertei sua cabeça com o machado, partindo a parte frontal de seu crânio em duas partes.

Ajoelhei-me para observá-lo. Ele não tinha nenhuma marca de mordida, apenas uma de tiro, nada que pudesse fazê-lo sangrar tanto. Achei aquilo muito estranho, mas eu sabia que não era necessário ser mordido para voltar com um walker, o único requisito era morrer. Voltei a olhar para o sangue no chão. As marcas pareciam mais fortes naquele local, então olhei para a porta. Nela, havia um aviso: “Acesso restrito a funcionários”. Também havia sangue na maçaneta, o que indicava que alguém havia entrado lá.

Instantaneamente criei uma hipótese: uma pessoa foi mordida e entrou naquele local para se esconder do errante, mas acabou morrendo. Claro, era só uma hipótese, por isso fiquei mais curiosa.

Abri a porta com o machado pronto para atacar, mas isso não foi necessário. Primeiro observei o local. Ele não era muito espaçoso, era mal iluminado, abafado, tinha poucas prateleiras e uma mesa mais ao fundo.

Enquanto passava os olhos pelo local, algo me chamou a atenção. Em frente à porta, no chão, havia o corpo de uma mulher sentado no chão. Sua cabeça pendia para trás e seus olhos estavam fechados. Sua pele estava extremamente pálida num tom mórbido, e seus lábios estavam ressecados e claros.

Aproximei-me e notei que suas roupas estavam sujas de sangue, mas não havia marca de mordida em lugar algum. Havia uma mancha vermelha ao redor de seu corpo. Pude escutar o barulho fraco e irregular da respiração da mulher na minha frente. Por Deus! Ela ainda estava viva!

– Daryl! – chamei.

– Essa é a primeira vez nessa semana que você me chama pelo primeiro nome.

– Cala a boca, Dixon! – me irritei. - Dá pra vir aqui logo?

– O quê? Você foi mordida? – ele ironizou.

– Tem uma pessoa aqui – falei quando ele chegou, ignorando a brincadeira.

– Não é uma pessoa – ele disse calmamente levantando sua besta.

– Para! Ela está viva! – falei abaixando sua arma. - Mordedores se alimentam de mordedores? Havia uma aqui na porta, provavelmente tentando pegá-la. Além disso, ela está respirando.

– Vou chamar o Rick.

– Traga água para ela – pedi antes que Daryl saísse.

Fiquei a observando enquanto eles não vinham. Aquela mulher parecia muito fraca, talvez estivesse lá há dias. Seus cabelos eram castanhos, um pouco abaixo dos ombros e ela me pareceu bastante magra, provavelmente não havia comido desde que chegou lá.

– O que foi? – Rick perguntou quando chegou, juntamente com Sasha. Nesse momento, a mulher abriu seus olhos azuis e nos observou assustada. – Ela está viva?

– A Gabriela acha que está – Daryl falou. – Se estiver, ela não está nada bem.

– Me parece viva – Sasha falou estendendo-lhe uma garrafa d’água.

A mulher se esforçou para tentar pegar a garrafa, porém estava fraca de mais. Sasha a ajudou a beber a água, e depois de alguns segundos, a mulher parecia um pouco melhor.

– Consegue dizer seu nome? – Rick perguntou, mas não obteve resposta. – Se não conseguir, só precisa balançar a cabeça – ele continuou e ela abriu a boca, mas o som não saiu.

– Sarah – ela sussurrou com bastante dificuldade, e pudemos notar a fraqueza em sua voz.

– O que vamos fazer com ela? – Sasha perguntou o que eu também queria perguntar.

– Vamos levá-la, Hershel pode ajudar – ele respondeu. – Sarah, você consegue se levantar? – sua cabeça se balançou levemente, com um sinal negativo.

– Vamos te ajudar – Rick falou para acalmá-la.

Eu e Sasha levamos a comida, enquanto Rick e Daryl a levavam para o carro. Ela quase não conseguia abrir os olhos por causa na luminosidade, já que aquela dispensa era escura. A volta para a prisão foi mais silenciosa que a ida, com as atenções voltadas para Sarah. Todos queriam saber quem era ela, como havia chegado lá e por que estava daquele jeito, mas ela só conseguiu beber mais um pouco de água.


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Notas finais do capítulo

Sarah: http://www.theplace2.ru/archive/meghan_ory/img/tumblr_maltozlA1m1rb.jpg
Então, o que acharam dela?
Continuem deixando suas opiniões!