Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 2
Encontro inusitado


Notas iniciais do capítulo

Ficamos muito felizes pelos comentários, muito obrigada!
Boa leitura!



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*Narrado por Gabriela Hopper

Eu estava seguindo a rota da 185, levaria por volta de uma hora e quarenta minutos até Atlanta. Mas, na saída da cidade havia um enorme congestionamento, que mais parecia um cemitério de carros. Pelo que pude ver, estavam todos abandonados.

Tive que voltar para a cidade. Refazendo a minha rota, encontrei uma pista que cruzava com a 185 e que parecia também ir ao norte, onde Atlanta estava em relação à Columbus. Aquela rota era conhecida por passar em frente ao Franklin D.Roosevelt State Park.

Como demorei a encontrar aquele caminho, já eram três horas da tarde, e eu ainda não tinha almoçado. Resolvi parar o carro e procurar alguma coisa para comer, afinal, aquela tarde já estava quase perdida.

Encontrei um posto de gasolina abandonado. O tanque do meu carro já estava na metade, então resolvi tentar completá-lo. Por incrível que pareça, consegui enchê-lo sozinha, pois sempre tive dificuldade. Quase deixei o dinheiro no balcão, mas ninguém iria recebê-lo, e eu poderia usá-lo mais tarde. Avistei no canto da lanchonete do posto uma máquina de lanches. Entrei lá, coloquei o dinheiro na máquina e peguei algumas coisas. Claro, o mundo estava quase acabado, mas eu não quebraria aquela máquina, outra pessoa mais necessitada poderia passar por lá.

Demorei um pouco para reabastecer o carro, e com isso perdi meia hora. Eu “almocei” no carro e, enquanto comia, liguei o rádio. Nenhuma estação pegava direito. Depois disso, resolvi dormir um pouco para descansar. Quando acordei, o meu relógio marcava seis horas da tarde, um pouco mais que isso.

Já estava escuro, e eu não pensava mais em chegar a Atlanta, só queria um lugar para passar a noite, o carro não era lá muito confortável.

Mesmo com a visão um pouco prejudicada, resolvi deixar o farol desligado para não chamar atenção. Arrependi-me disso no momento em que vi alguma coisa (talvez um animal, ou até mesmo um morto-vivo). Freei bruscamente quando vi o vulto, mas acho que esbarrei nele.

Não ouvi nada, nem mesmo um gemido de dor, então eu tinha quase certeza que era uma daquelas coisas. Peguei meu machado e, sem pensar duas vezes, saí do carro. Fui andando lentamente até lá, com o machado na posição de ataque.

Fiquei um pouco assustada com o que vi. Se parecia com uma garota de uns 12, 13 anos de idade. Ela era loira, tinha cabelos longos e tinha a face voltada para o chão. Fiquei com um pouco de pena, como uma garota tão jovem teria perdido a vida para aqueles monstros?

Levantei o machado, preparada para acertar a cabeça, mas, de subido, ela se virou para mim e gritou. Seu rosto não era deformado, e até agora o único som que eu ouvi saindo de um morto-vivo eram gemidos. Os olhos dela eram azuis, mas eram vivos, possuíam brilho. Ela tinha uma fisionomia assustada, desesperada e ao mesmo tempo nervosa.

– Não me mate! Não vê que estou viva? – ela gritou e eu tive a confirmação de que ela estava viva.

– Desculpe, eu pensei que... – já havia abaixado o machado.

– É, mas quase me atropelou. Já pensou em andar com o farol aceso?

– E o que você estava fazendo sentada no meio da estrada?

– Se você não notou, meu taco de beisebol caiu, e eu fui pegá-lo. Aliás, você bateu o carro no meu violino e uma corda soltou.

– Me desculpe – que tipo de pessoa anda com um violino quando o mundo está acabando? – O que você faz sozinha? Onde estão seus pais?

– Estão mortos. – ela falou, voltando o rosto para o chão e depois me encarando.

– Eu sinto muito.

– Nada disso teria acontecido se você andasse com os faróis acesos! – ela falou mudando de assunto.

– E para onde você vai? – ela se virou e entrou no meu carro. – Espera...

– Você me deve essa. Quase me atropelou. Vai me deixar sozinha na estrada, com eles? - ela falou tirando sua mochila das costas.

– Claro que não, é que...

– Você prefere ficar sozinha? – ela abriu a porta do carro.

– Não, pode ficar! É que eu nem sei seu nome.

– Avery Dickens. E você é?...

– Gabriela Hopper. Você costuma ser irritante com todos?

– Não, só quando conheço pessoas hostis.

– Hostil? Eu sou hostil?

– É, se sinta ofendida, você atropelou meu violino! – ela brincou enquanto colocava a corda do instrumento no lugar. – Você está indo para onde?

– Atlanta. Mas não dá pra chegar lá hoje. Talvez de noite, ou de madrugada. Não dá pra dirigir duas horas diretas.

– Se você me ensinar a dirigir...

– Quantos anos você tem? 12?

– 13 anos! E seis meses!

– Como se seis meses fossem me fazer mudar de ideia. Com certeza, não. – dei a partida e voltei a minha atenção para a estrada.

– Pra que serve o taco de beisebol?

– Pra jogar beisebol! - ela falou com ironia. - Uso ele para matar os walkers.

– É como você os chama?

– Sim. Eles só andam e mordem. Chamam eles de walkers, caminhantes, mordedores... Chame do que quiser.

– Bem, acho que tenho muito a aprender com você.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado! Foi pequeno, mas era só para introduzir a Avery. O que acharam dela? Comentem!



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