Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 14
Medidas arriscadas


Notas iniciais do capítulo

Para tentar compensar a enorme pausa, estamos postando com menos tempo entre um e outro capítulo, já que temos muitos prontos. Amanhã vem o próximo.
Esperamos que estejam gostando da história!



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*Narrado por Avery Dickens

Eu estava muito animada com aquela experiência nova. Josh ia à frente, com duas estacas de madeira nas mãos. Jacob segurava um facão e estava do meu lado para me vigiar, por ordens de Josh. Elias estava atrás de todos nós com a pistola na mão, o que não seria muito útil, já que não queríamos fazer muito barulho.

– Vamos pescar por aqui – Josh falou num tom baixo.

– Podem fazer isso, eu vigio por aqui – Elias disse se posicionando.

– O que eu faço? – perguntei animada.

– Consegue escalar naquela árvore? – Jacob apontou para uma árvore ao lado do rio.

– Claro! – pulei no tronco e escalei até um galho que parecia firme. – E agora?

– Avisa se você vir alguma coisa se aproximando – Josh respondeu e eu cruzei os braços.

Os dois se posicionaram no rio e passaram a observá-lo com atenção. Voltei a minha atenção para o horizonte. Até que não foi tão chato ficar na árvore, afinal, eu não tinha que ficar me molhando naquela água fria, pegar peixes ou matar walkers. De vez em quando eu ouvia alguma coisa e olhava para o rio, onde alguns peixes de tamanho médio estavam mortos na beira.

– Pessoal, tem uns trinta errantes vindo pra cá. É melhor a gente voltar – anunciei ao ver uma manada pequena se aproximando.

– Sério? – Elias perguntou.

– É, alguém quer subir aqui pra ver? – falei descendo.

– Já temos o suficiente, vamos voltar – Josh falou enquanto ajudava Jacob a pegar os peixes.

Chegamos perto da cerca, mas era impossível entrar. Vários mordedores estavam ao redor da cerca, na tentativa inútil de entrar.

Gabriela, Ashley, Molly e Emily estavam do outro lado, matando quantos pudessem.

– Abaixa! – Elias gritou e eu obedeci caindo de joelhos no chão de cascalho.

Ele atirou em algo atrás de mim, e eu preferi não olhar. Esse tiro iria atrair mais caminhantes além daquela manada e chamou a atenção dos que envolviam a cerca, que viraram e começaram a caminhar em nossa direção.

– Avery, corre! Dá a volta na cerca e tenta entrar – Josh gritou, eu peguei os peixes e eu saí correndo.

Senti aquela mesma sensação de quando a minha mãe me mandou correr, mas não dava pra olhar pra trás, aquelas coisas me perseguiam e eu procurava uma brecha. Quando estava quase completando uma volta, encontrei um canto onde só haviam dois, então eu pulei e caí do lado de dentro, com alguns arranhões.

–Ave, você tá bem? – Gabriela perguntou gritando enquanto tentava matar alguns errantes que ainda estavam grudados na grade.

–Sim eu estou bem – corri em direção a ela. – Eles estão do lado de fora, temos que ajudar. É lá em frente.

Elas me seguiram até o local, onde eles se esforçavam para conter os caminhantes, que não eram poucos. Conseguimos chamar a atenção de alguns deles e matá-los, mas éramos quase inúteis do lado de dentro.

Josh estava com uma estaca, Jacob com outra e Elias usava a pistola para dar coronhadas nos mordedores. Todos os que circundavam a cerca já iam atrás dos três, que lutavam para mantê-los longe.

– Não saiam daí! – Josh gritou quando percebeu que Gabriela se preparava para sair.

Um walker tentou pegá-lo e acabou rasgando parte da camisa de Josh. Elias fazia de tudo para não puxar o gatilho, mas um mordedor se aproximou de seu pescoço e ele acabou atirando. Agora só restava uma bala. Molly jogou seu facão para o lado de fora e Elias o pegou.

Jacob foi o primeiro a conseguir passar, e entregou sua estaca para Josh. O número de caminhantes aumentava, e eles não teriam muito tempo até ficarem cercados. Os dois, ainda do lado de fora, se olharam e cada um saiu correndo para um lado. Olhei para trás e vi quando Elias pulou para dentro. Do outro lado pude ver quando Josh andava em nossa direção.

– Tem mais deles vindo. Uma manada enorme – falei.

– Precisamos de armas, isso não é o suficiente – Elias disse.

–Ai meu Deus, Josh você ta bem? – Kate apareceu histérica correndo e viu o irmão, que estava do lado da Gabriela.

–Estou bem sim, obrigado – ele agradeceu.

–E você? – Kate falou desesperada quando abraçou o namorado.

– Não foi nada.

– O que aconteceu? – Scott chegou e abraçou Molly.

– Vai ficar tudo bem.

– Os peixes! – Jacob lembrou.

– Eu peguei! – falei colocando eles na mesa.

– O problema da comida está resolvido por enquanto. Mas e as armas? – Josh lembrou.

– Posso falar? – perguntei animada. – Acho que eu já falei que o meu pai era do Exército. Ele foi avisado com antecedência e levou muitas armas pra casa. Se ninguém roubou, ainda devem estar lá, tem rifles, muita munição, pistolas e outras armas. Não é tão longe daqui, fica em Columbus, quase na entrada da cidade. Tem muita coisa lá.

Todos ficaram surpresos com o que eu falei. Aquilo seria de grande ajuda para nossa defesa e, consequentimente, para nossa sobrevivência.

– Então nós vamos buscar as armas – Josh falou como se fosse fácil sair de lá.

– Eu posso ir? – eu realmente queria rever a minha casa e eu era a única que sabia onde ela ficava

– Avery, é muito perigoso lá fora – Gabriela falou colocando a mão no meu ombro e me olhou nos olhos, como sempre fazia quando queria falar algo importante comigo. – Você não precisa se arriscar, eu posso fazer isso.

– Eu só queria voltar pra casa – lamentei.

– Eu sei, mas não vou arriscar perder você.

– Tá bom – eu me sentia feliz por ela se preocupar comigo.

Mais tarde, eles estavam combinando tudo, o que pegar, o que fazer, como sair e como chegar, além de quem iria.

– Então eu e a Gabriela vamos na casa da Avery, pegamos as armas e depois procuramos um comida e outras coisas úteis – Josh resumiu. – Avery, dá pra você fazer um mapa pra Gabriela conseguir achar? – ele perguntou e eu assenti.

Peguei um papel e uma caneta e tentei explicar o máximo possível. Eu descobri que a Gabriela só conhecia metade da cidade, então tive que fazer um mapa bem detalhado que abrangia desde os limites da cidade até a igreja, que Scott conhecia muito bem. Jacob também ajudou a explicar e desenhar algumas coisas.

Quando eles se preparavam para sair, fui falar com Gabriela e pedir coisas importantes, mais do que pilhas.

– Você pode fazer uma coisa pra mim? – perguntei.

– Claro! O que é?

– É que... Se você achar os meus pais, sabe, eles mortos, dava pra matar eles? Você deve achar umas fotos na minha casa.

– Pensei que você não se importasse muito com isso.

– É por causa do Scott, ele me fez pensar um pouco. Eu acho que eles precisam de um descanso, todo mundo precisa.

– Tudo bem. Mais alguma coisa?

– A gaveta das armas tem uma chave, ela fica em cima da geladeira. E... Eu tenho um caderno em que eu anotava as notas das músicas no violino, fica do meu quarto, mas eu esqueci. Deve estar jogado debaixo da cama.

– Vou me lembrar disso – ela beijou a minha testa e foi para o carro.

– Pessoal, vamos tentar voltar o mais rápido possível, antes que a manada maior chegue. Enquanto isso, seria bom se vocês reforçassem a cerca – Josh falou antes de entrar e ligar o carro.

Começamos a botar o plano em ação. Nós fomos para o outro lado da cerca e começamos a bater panelas e gritar para atrair a atenção dos walkers, enquanto Ashley abria o “portão” da cerca para o carro passar e depois fechou. Fiquei observando o veículo sair, de novo, até que ele desaparecesse.

*Narrado por Gabriela Hopper

– Aqui estamos nós de novo – Josh falou para puxar assunto.

– É. A Avery pediu uma coisa.

– O que foi?

– Ela quer que eu ache os pais dela e mate eles. É quase impossível, eles devem estar deformados, mas eu preciso fazer isso, se eles ainda estiverem lá.

– É só você matar todos os walkers que encontrar. Se você achar algum que seja parecido com uma foto da casa dela, deve ser ele – aquilo fazia sentido.

– Josh, como você está? – eu sabia que ele não estava tão bem como antes.

– Eu estou bem.

– Não. Depois que você virou o líder... Eu posso ver que você está cansado. Você quer isso?

– Eu descobri que, na maioria das vezes, o líder é aquele cara que tem mais a perder. Eu tenho a Kate, você e a Avery. Você se importa com ela, então eu também me importo. Eu sei que alguém deveria tomar esse fardo, mas eu estou feliz por poder proteger vocês.

– Você está fazendo o que pode, e o que não pode também.

– Obrigado.

Sobreviver. Era isso que estávamos fazendo. Arriscando nossas vidas todos os dias para conseguir viver um pouco mais. A sobrevivência nos forçava a fazer coisas que nunca faríamos antes, como roubar. Matar mordedores não poderia ser considerado assassinato, eles já estavam mortos. Matá-los era como libertá-los. Era isso que Avery queria para os pais dela. Eles não se importavam com ela, mas ela se importava com eles e eu me importava com ela.


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Notas finais do capítulo

Estamos muito felizes pelo comentários, favoritos e principalmente as recomendações. Continuem!



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